cozinha

Estava a pensar com os meus botões que deve ser a primeira vez que uma rapariga, fêmea, mulher, como queiramos chamar, me faz uma refeição completa.
Não, não falo das badalhoquices que as vossas mentes pecaminosas estão a pensar. Refiro-me a papinha, comidinha caseira. Carninha e massinha, desde o tempero à cozedura... e, mais importante ainda, sem eu ter de passar na cozinha.
"Hum", penso, "dizem que o caminho mais rápido para o coração passa pela barriga" - "será que me está a tentar aprisionar?"
Bem, é que o facto é que a ideia até é boa, mas fico nervoso.
Tanto tempo sozinho à frente de tachos e panelas e agora cozinharem assim para mim??? E a comidinha até é boa, que é o facto mais impressionante!
Mais ainda...! Ela usa produtos frescos! Foda-se, o arzinho dela a olhar de lado para o refogado enlatado e a picar as cebolas. Sinto-me um Jamie Oliver com a horta na varanda!
E agora? Fico sentado no sofá? Ora bolas, e as panelas? Não resisto a passar por ali para dar um olhinho...
Mesmo sabendo que o caminho mais rápido para o coração passará, antes de mais nada, por uma análise rectal de produtos consumidos no fundo da retrete... mas foda-se, ela até cozinha bem!
De repente o post ficou com um arzinho a "Vida de Casado" (um blog muito fixe, deviam visitar...) mas assim que vi a água da massa a elevar-se no tacho e a cagar todo o fogão fiquei com afrontamentos. Isto porque a água estava quente...
O espantoso é que no final até tive direito a louça e fogão lavados! Do mal o menos.
Sim, porque o caminho para o coração não passa só pelo estômago, dá também uma voltinha pelo armário dos detergentes.
Já toparam que toda a gente curte mesmo partir o esparguete ao meio antes de o meter no tacho? É enervante. "Croooc"; "Mas o que tás a fazer????"
Tipo, o esparguete é para meter inteiro, com as pontinhas de fora. Depois vai cozendo e enrolando sozinho dentro do tacho, fazendo aqueles novelos fixes...
Mas é porreiro. Acho que a última vez que isto aconteceu foi quando vim uma noite da faculdade e a minha Mãezinha tinha o bacalhauzinho com batatas prontinho à minha espera.
Ainda me lembro... comi que nem um alarve e caguei que nem uma vaca na manhã seguinte.
Portanto já lá vão uns aninhos... epa, mas isto é mesmo bom. Não imaginam como me soube bem.
Ok, mas da próxima vez vou tentar convencê-la a meter um caldinho Knorr no refogado da carne... :)