28/12/2009

café hollywood

inchaços...

"Ahhh, pois, acho muito bem que tenham mandado um técnico ver o meu telefone, porque eu sou directora de informática numa grande e conhecida empresa e digo-lhe já que devem ser os DLL's mal configurados..."

"Hum, sabe... deve ser qualquer coisa na linha... A Central Telefónica daqui não usa Windows ou OS2 e, consequentemente não poderá ter DLL's... Por outro lado, poderia ser um problema nos DDI's (e não DLL's...), mas garantidamente não foram feitas alterações."

Directora de Informática numa grande e conhecida empresa? Confundes DLL's com DDI's??
Pois... será que a senhora trabalha no Clix? Ultimamente sempre que carrego num link vou parar a uma mensagem de erro de um servidor qualquer. Já faria algum sentido...
Haja saúdinha para os inchaços hierárquicos e devaneios académicos. Já eu sou um simples técnico, não tenho que me preocupar com estas merdas; basta-me ficar caladinho e meter a merda do telefone a funcionar...

08/12/2009

vá para fora cá dentro

Os responsáveis do Turismo de Portugal, organizaram um almoço a 50m de altura para 16 responsáveis de agências de viagens holandesas.
O almoço, naturalmente para promover o nosso país, foi composto de "(...) vieiras roti com molho espumante e espargos verdes, lombelo guarnecido com gnocchis aromatizados com manjericão, setas salteadas e vinagrete de tomate assado. A sobremesa foi panacotta com frutos vermelhos e couli de framboesa."
Isto claramente, é comida tradicional.
Aliás, como isto todos os dias na cantina do trabalho... os lombinhos de porco frios com o molho coalhado até parecem vieiras roti...

05/12/2009

a ciranda da bailarina...

Quando o pessoal era do tamanho de um hobbit, algures no 9º ano, ou algo desse género, a ideia era mandarmos o gajo que passava por mais velho roubar a Playboy ao irmão e trazer para vermos.
Então íamos todos para a casa de banho ver as páginas centrais; havia sempre um que era forçado a levar a régua para se procederem às medições adequadas, de forma a podermos gozar com o menos favorecido até nos esquecermos.
Agora, a ideia da Playboy, não sei se conseguirei explicar adequadamente em termos mais práticos... mas é apenas uma: gajas.
O conceito Men's Health é deveras engraçado, tem uns artigos interessantes mas, epa, não é exactamente o mesmo do da Playboy.
Se um gajo quer saber a receita de rojões com cerveja, os restaurantes da moda, ou ver um gajo com bíceps com a rigidez de melões verdes na capa... compra a Men's Health.
Se a ideia é javardar na desfolhada com efeitos de Photoshop, temos a FHM... tipo, mas a Playboy, é mítica! Basicamente, trata de gajas. Mais nada.
Um tipo normal compra a Playboy como quem compra um Ferrari: única e exclusivamente, por arte. Ok, arte a nú, mas não deixa de ser arte. A própria ideia de Playboy é por os rapazes a brincar - não me ocorre com o quê, mas certamente que alguém terá alguma ideia.
E não que eu não ache o Ricardo Araújo Pereira um tipo inteligente, tirando os lábios meio rachados que lembram o vilão Joker do Batman... certo, é um gajo esperto que até tem alguma piada. Mas vamos a ver uma cena: o Ricardo Araújo Pereira, é um gajo! Se lhe tirarem a roupinha e o deixarem como veio ao mundo, irão reparar que deverá ter consideráveis diferenças relativamente ao sexo oposto.
Eu não sou um animal revoltado, nem pouco que se pareça... mas alguém me pode explicar, onde estavam estes gajos todos com a cabeça para meterem o Ricardo Araújo Pereira na capa da Playboy de Dezembro?
A gente não se interessa boi que ele seja o Homem do Ano! A gente quer é a Miss Dezembro. Mais nada! É pedir muito?
Quer dizer... levo a revista para a casa de banho para ver o cromo na capa? Quer dizer, já só falta o José Diogo Quintela com uma cuequinha de renda vermelha nas páginas centrais...
A sério! Deixem-se dessas merdas!
Meter gajos na Playboy é péssimo até mesmo para a própria economia. Vendem-se menos lenços de papel e rolos de absorvente e a Renova ainda vai à falência.
E depois?
Com que cara chega um homem de família a casa e diz à mulher e aos filhos que foi despedido porque o pessoal deixou de consumir o papelinho? E tudo por meterem um gajo na capa da Playboy!
Não está certo!

Um último aparte...
Ontem estive a ver o DVD da Adriana Partimpim ao jantar...
Aquilo é para crianças, certo?
Então vejam bem isto...



"(...) todo mundo tem pentelho. Só a bailarina que não tem."???
Acho que é capaz de gerar alguma confusão nos putos...
E mesmo para os pais, não sei... afinal, devem explicar primeiro o que é um 'pentelho' e só depois o conceito de 'depilação', ou ao contrário?

01/12/2009

su veneno

curtinhas

Notícia do DN: "Inseminação - Mais portuguesas solteiras vão a Espanha engravidar"
Tipo... outra vez os espanhóis??? O que é que eles têm que nós não temos?? Deixem-se lá de merdas! Com a crise, há mais é que utilizar os recursos internos, para reduzir as importações...

"Iraque tem o menor número de mortes civis desde 2003"
É normal, já devem ter limpo quase todos os civis, portanto é normal que eles comecem a escassear...

E uma parlamentar britânica foi alvejada com ovos durante uma campanha...
Estão a ver como é que as coisas funcionam num país evoluído?
Proponho o seguinte, vamos também para as portas de S.Bento brindar os nossos deputados com presentes destes. Mas trocamos os ovos por calhaus... tenho ideia que são capazes de produzir melhor efeito.

30/11/2009

haja cú

Descobri há momentos que tenho uma batedeira da marca HAKU num armário da cozinha.
Pode dizer-se portanto, que HAKU na minha cozinha...

dust in the wind

28/11/2009

olhe, como é que vou para...

velinhas

Ora no outro dia estava a sair do trabalho e vejo uma procissão de velas à porta das Urgências... bem, pensei que talvez tivesse morrido alguém, e continuei; mas logo uma velhota me abordou e veio atrás de mim com um papel, e então o meu pensamento passou a ser algo do género: "Foda-se, queres ver que o gajo morreu e agora querem fazer alguma missa negra comigo?"
Então comecei a correr até me afastar da senhora que teimava vir atrás de mim com o raio do papel, enquanto eu já só assumia que fosse algum doente de uma seita marada.
Afinal não errei por muito, eram mesmo os sindicalistas ali da zona que queriam qualquer coisa de mim... não desfazendo, com todo o mérito que os sindicatos tenham, desde que não façam perseguições religiosas aos informáticos.
Ainda na onda dos hospitais, e agora que o meu amigo já está melhor, estava com ideias de largar esta: "tenho amigos que gostam tanto de mim, que até aceitam ser internados apenas para estarem mais próximos de mim"
De repente, não sei por que motivo há pessoal que diz que eu não escrevo nada de jeito.
E hoje ia a sair de casa e a velhota que mora no rés-do-chão e tem o marido que vai fumar ganzas para a porta do prédio abordou-me... eu ia largar uma daquelas minhas que toda a gente conhece, qualquer coisa como "não, eu não vendo erva...", mas ela falou primeiro.
Então basicamente ela queria saber se eu ainda tinha as muletas da minha Mãe. O que ela queria não era exactamente as muletas, mas aquela merda que não me lembra o nome, e que se assemelha a duas muletas mas com umas rodinhas para evitar que uma pessoa vá com os cornos ao chão.
Eu calculei que a senhora estivesse a fazer confusão, porque afinal, a minha Mãe nem sequer teve tempo para andar de muletas, mas como não estive para ser sarcástico e macabro ao ponto de lhe dizer que as muletas já não tinha, mas que se ela quisesse ainda tinha os tubos que lhe enfiaram na garganta no hospital, dei-lhe apenas o toque e disse "não, já não tenho as muletas da minha avó..."; mas como a Mãe era minha, assumo que os outros não estejam a par das coisas e que tenha de ser eu a recordar este tipo de merdas.
"Ah, desculpe por ter tocado no assunto..."
"Ora essa, não tem de pedir desculpa! Como eu nunca me lembro da minha Mãe, gosto imenso que me recordem que ela existia... aliás, e o Natal é sempre uma boa altura para isso, visto que da última vez que o Pai Natal passou por estas bandas foi mesmo para largar a notícia que ela não ia passar outro ano comigo"
Ups, lá estou eu outra vez com o meu sarcasmo meio-mordaz... mas o sarcasmo continua a ser a única barreira entre sorrir estupidamente e enfiar uma muleta nos cornos da minha vizinha.
Por falar em foder ou ser fodido, achei por bem foder o computador ao meu colega de trabalho.
A Microsoft afirma que o Windows 7 não tem ecrãs azuis.
Então, achei por bem exportar todo o Registry de um Windows XP para dentro do Windows 7 do meu colega... resultado? Um Windows 7 com o ecrã azul de um Windows XP! Epa, tenho ou não tenho os meus momentos de brilhantismo????
Cheira-me apenas que um dia destes vou levar nos cornos... ainda para mais ele é maior que eu.
E para o caso de não terem ainda reparado, estamos num mundo de sôtores... mas o que tem piada é que quanto mais sôtores estes gajos são, mais lata têm! E o Sôtor Armando Vara, afirma então que não, nunca recebeu presentes... recebeu sim, foi uma caixa de robalos!
Já sem fazer o meu comentário relativamente à frescura do peixinho e se estariam ou não recheados com mais alguma coisita, pergunto-me apenas... e a merda de uma caixa de robalos, não é uma prenda??
O pessoal já sabe que os informáticos lá da empresa receberam duas chouriças de uma colega de outro departamento... se alguém perguntar, já está tudo controlado: "não, não, nunca nos deram presentes, o que nos deram foi dois chouriços".
Ó sôtor Armando Vara, mas lá porque você anda a coçar os tomates no granito da corrupção pública, acha que está no direito de tomar os inginheiros por estúpidos, é isso, sôtor?
Podemos ser parvos, mas estúpidos não, sôtor!

22/11/2009

disclaimer

"Esta mensagem e os ficheiros anexos podem conter informação confidencial ou reservada. Se, por engano, receber esta mensagem, solicita-se que informe de imediato o remetente e que elimine a mensagem e ficheiros anexos sem os reproduzir."
Está certo. Então, eu recebo um email. Como todos os dias me caem na caixa de correio blocos de merda nas mais variadas formas, eu, curioso, até vou ler. Depois de chegar ao fim e perceber que afinal o email não era para mim, vou cagar de alto e ignorar que li o que li.
Não! Mais! Vou ver se encontro o gajo certo e reenviar-lhe a mensagem! Entretanto, se apanhar com dois ou três segredos de Estado ou uma informação confidencial de uma empresa, vou ter a gentileza de apagar o mail e ignorar o sucedido.
Talvez um dia destes me perca num qualquer bairro suburbano habitado pelos indesejáveis do centro da cidade. Logo depois de levar uma valente carga de porrada sem dar troco (sim, porque este pato já não intimida ninguém... quanto mais três ou quatro cagalhões gigantes...) apelo aos nobres instintos de tão sociável malfeitor: "Olhe, agora que já me deu uma coça de fazer enrolar os pêlos do rabo, por que não faz o obséquio de ir embora e me deixar ficar com os meus objectos de valor?"
Eu até propunha alterar a mensagem no final dos emails. Qualquer coisa como "se este email não era dirigido a si e só percebeu agora, porque afinal só iria perceber após ler esta mensagem que, porventura, se encontrava no final do email escarnecendo ironicamente da sua existência, destrua a mensagem e mate-se, de forma a não revelar de qualquer forma o seu conteúdo".
Em todo o caso, acaba por se mostrar deveras divertido o facto de só receber disclaimers em emails com piadas.
Lembrei-me dos jovens das Crónicas de Narnia.
Sexta-feira estivemos a limpar a sala da informática. Estava por lá um caixote gigantesco carregado de cabos de alimentação e aranhiços. É brutal, a forma como eles se multiplicam mais rapidamente que os coelhos (refiro-me aos cabos); um gajo deixa um cabo ali no caixote e dois dias depois há por lá mais cinco ou seis. É o verdadeiro milagre da multiplicação. Desconfio que se os cabos de alimentação fossem comestíveis, seria capaz de acabar com a fome no mundo.
Em todo o caso, por momentos, passei por dentro do caixote dos cabos. E então desapareci pelo fundo do mesmo e fui parar a um sítio branco e coberto de árvores. Por ali andei até que um bode cheiroso e amigável aproximou-se e cumprimentou-me. Perguntou como estava eu e tentou vender-me cabos de alimentação. É certo que o bode era bastante parecido com um daqueles gajos semi-orientais que nos tentam vender flores à noite... " 'ké flor?". Voltei atrás e quando dei por mim estava novamente na Informática, deixando o portal para Narnia aos meus pés.
Depois ainda disse ao meu colega para experimentar, mas penso que o bode de Narnia deve ter fechado o portal porque ele já não conseguiu passar.
Ou então quando lá estava dentro fui mordido por um aranhiço e fiquei temporariamente a ver elefantes cor-de-rosa às bolinhas amarelas.

19/11/2009

18/11/2009

opinião dos leitores

"O Pato Marques nunca diz tudo o que pensa.
O Pato Marques sabe mais que aquilo que diz que pensa.
O Pato Marques, ocasionalmente, escreve aquilo que pensa.
O Pato Marques, estranhamente, pensa tudo aquilo que pensa."

Fabuloso! Malta entendida, mesmo! Isto quase roçava o limite do silogismo.

provinciano

A legenda diz tudo...
"Na Covilhã, era considerado um provinciano bem vestido"; pois, em Lisboa é só mais um fdp...


mitos II

"Os homens só falam de carros, computadores e mulheres. Excepção aos informáticos, que só falam de computadores."

Falso. Ontem tive uma discussão interessantíssima com o meu colega (também informático) acerca da evolução das espécies. Hoje falámos de gajas.

mitos I

"Os informáticos curtem estar agarrados aos computadores em casa porque não tratam de tarefas como fazer o comer, lavar a loiça ou passar a ferro."

Confesso. Não sei passar a ferro.
Mas limpo congeladores muito bem.

16/11/2009

estes espanhóis...



Vá lá, vá lá, não se lembraram de meter uma cobra no esfíncter... no meio disto tudo, acho que todos concordamos que o rato é que foi brutalmente violado, devendo fazer terapia de grupo (não no ânus...) para o resto da sua vida.

cenas que fazem um gajo passar-se (num só dia)

07:05
o vento a entrar pela chaminé e a apagar a chama do esquentador, às 7 da manhã, depois de um gajo estar coberto de sabão e cheio de frio. A viagem do mesmo gajo, todo nú e cheio de frio, da casa de banho até à cozinha, para aceder novamente o esquentador. E o regresso ao duche para constatar que, afinal, o cabrão do esquentador se apagou novamente.

10:00
"Tão giro, tem psoríase, que curioso! Isso não o incomoda?"
"Ah, claro que não! Também acho giro e curioso. Aliás, eu já faço de propósito para que notem..."

14:58
"já está? já está? mas você nunca mais me acode? sabe, o mundo gira à minha volta e toda a empresa pode parar, inclusivamente você, mesmo que esteja na casa de banho cheio de cólicas, para vir aqui meter o computador a imprimir! ainda não almoçou e são três horas? pois, e eu ainda não imprimo. já está? já está? já está? já está? (...)"
(não querendo ser mesquinho... esta merda toda para imprimir a porra de uma etiqueta...)
Tipo... pega numa merda qualquer com cola, escreve-lhe em cima e cola essa merda no cú! Que tal?

18:00
As cartas amorosas das Finanças, que nos cobram juros, o cú e mais oito tostões por uma merda que se extraviou no Correio.
Falando nisso... a avaliar, o meu rabo até parece andar a valer muito. Qualquer dia vendo-o.

23:00
A nostalgia de fim de semana à noite, quando nos dizem que há muitos anos atrás, noutras andanças, a coisa até podia ter corrido de outra forma. Afinal, um gajo é especial e diferente... só que nunca deram por isso. Como se isso importasse para alguma coisa.
A ver uma cena. O Noddy é especialmente estúpido e diferentemente atrasado mental ao ser violado pelo leiteiro; o Ruca é um puto especial e diferente, visto que não cresce e parece estar sempre com leucemia; até a minha cadela é especial e diferente. O que tem essa merda a ver com o que não aconteceu? Não era menos humilhante para os outros ficarem caladinhos? Credo, isto às vezes parece o Diário de Bridget Jones.

23:55
O esquentador a apagar-se novamente (uma vez mais) depois de ter o rabo encharcado em sabão.
Começo a acreditar que o esquentador tem vida própria e só desliga após a ensaboadela...

15/11/2009

lições

Enviaram-me esta revelação há pouquinho tempo.
Como os meus leitores estão sempre no meu pensamento, achei por bem partilhar.

  1. O dinheiro não é tudo. Há Mastercard, Visa e Amex.
  2. Economize água. Tome banho a dois.
  3. Ame o próximo. Mas sem ser apanhado.
  4. Atrás de todos os homens de sucesso há uma mulher. E atrás de todos os homens mal sucedidos há duas.
  5. Todos os homens deveriam casar-se. Afinal, a felicidade não é tudo na vida.
  6. O amor é fotogénico. Precisa de escuro para se revelar. (lindo)
  7. Crianças no banco traseiro causam acidentes. Acidentes no banco traseiro causam crianças (assim nasceu o José Sócrates).
  8. O seu futuro depende dos seus sonhos. Então, vá dormir!
  9. Deveria haver melhor forma de começar o dia do que acordando todas as manhãs.
  10. Quando dois é bom, três é o resultado!
  11. O biquini é como uma cerca de arame farpado. Protege a propriedade, sem restringir a vista.
  12. Quanto mais se aprende, mais se sabe. Quanto mais se sabe, mais se esquece. Quanto mais se esquece, menos se sabe. Então, para quê aprender?

mais cretinices

Esta semana soube-se que uma menina de 12 anos espirra mais de mil vezes por dia desde há duas semanas.
Os médicos não sabem o que fazer e ela não sabe o que dizer, visto que por cada frase larga três ou quatro "atchim".
Uma vez conheci um tipo assim... por cada frase conseguia largar três ou quatro "foda-se" ou "caralho" de seguida.
Obviamente que não é a mesma coisa, mas o que pode o Dr. Pato dizer para que a jovem se sinta melhor?
Ao menos são espirros; se ela se peidasse mais de mil vezes por dia seria bem pior.

10/11/2009

i've got nothing

Uma grande colaboração online.
A letra da música foi escrita tendo por base comentários no YouTube; várias versões da música foram então feitas por utilizadores em todo o mundo, a melhor composição foi escolhida e todos os participantes convocados a colaborar no clip.
Todos os lucros revertem a favor de uma organização de apoio às crianças :)


terça-feira num sítio qualquer

As terças-feiras são sempre acompanhadas por um arranque matinal à medida dos dias.
A senhora com quem estabeleço uma transacção comercial todas as semanas passando-me a roupa a ferro a troco de uma pequena maquia, apanha sempre o meu autocarro às terças.
Considerando que ela chega sempre primeiro que eu à paragem (quando ela assenta praça ainda ando eu a trocar jornais para mais uma cagada canina), acabo sempre por apanhá-la de frente já sentada no autocarro. Como seria deveras indelicado não estabelecer qualquer tipo de conversa, acabo sempre por tirar os headphones e dar os bons dias, sentando-me ali.
Os momentos que se seguem são da mais pura demência cerebral...
"Pois hoje está mais fresco que ontem, não é?"
"Pois, hoje está mais fresco que ontem"
(intervalo na conversa a rondar os 5 minutos)
"Este trânsito... neste cruzamento é sempre a mesma coisa"
"Este trânsito, sim... neste cruzamento é sempre a mesma coisa"
(mais 5 minutos)
"Bem, parece que é a minha paragem... então até!"
"Sim, é a sua paragem... então até!"
É uma cena brutal, porque a nossa conversação matinal funciona tipo eco. Quem quer que fale, haverá sempre uma repetição do género de ressonância, que ficará por ali a boiar. Incrivelmente deprimente.
O que chateia mais, é que acaba por ser um dia em que não vou sossegadinho a ouvir a minha musiquinha, meio a dormir.
Também muito fixe é o diálogo na onda de stand-up comedy:
"Tem horas?"
"Tenho sim"
"E vai-mas dizer?"
"Ah, ok, pensei que só queria saber se tenho horas ou não"
Então, a senhora tem duas filhas no lado de lá do oceano. E ao que parece, não querem vir para cá.
É um facto que neste canto de terra não temos helicópteros a serem abatidos por atiradores nas favelas mas, em todo o caso, consigo compreender que prefiram ficar por lá. Inferno por Inferno, do lado de lá sempre é mais quente.
No fundo, trata-se de uma questão meramente meteorológica, que terá a sua incidência estratosférica na velha questão do minuto 3 após a entrada no autocarro: "Pois hoje está mais fresco que ontem, não é?"
Pois é um facto, hoje está bastante mais fresco que ontem! O facto de não vivermos num país tropical (embora abundem os bananas) ajuda a tal condição.

09/11/2009

factos 2: as verdades verdadeiras

E hoje, estava eu a contemplar um access point wireless que tinha acabado de pendurar e configurar numa das recepções lá do Sítio...
Aquilo depois de ligado emite umas luzes (7 cores diferentes, já agora), consoante o tipo de acesso, autenticação e a mensagem que passa via wireless; na prática, é um objecto giro e fofo que chama à atenção...
Então, uma senhora velhota vai a passar, olha para mim e diz:
"Ah, sim senhor, é bonito!"
Num breve momento de delírio e estupidez aguda (acompanhada por uma dose brutal de auto-estima) retorqui:
"Eu...? Bem, obrigado... mas acho que não..."
"Hein, o quê?" - respondeu a senhora - "Ah, desculpe... eu estava a falar daquela coisinha que acabou de pendurar ali em cima... ah, mas claro que o senhor também é muito simpático..."
Constatações finais. A seguir a um Access Point branco da Cisco Networks, até sou agradável à vista (leia-se 'simpático'). Claro que não tenho 7 cores, mas fiquei a pensar no que estaria abaixo de mim; um Router daquela marca manhosa que a Clix mete nas casas da malta?

factos

... e entre o dever e o haver, entre o estar ou não fodido, tenho a ideia que a massa de Diospiros irá amanhã fazer das suas... ou ainda hoje, visto que isto já está a dar de si...
Chamo-lhe carinhosamente, Cagospiros, uma mistura de caganeira, com diospiros.

04/11/2009

o especial

É curioso como no Dia dos Finados, a malta sai à rua para honrar os mortos.
Yah, porque durante os restantes dias do ano, eles não estão mortos, estão só esquecidos... depois vem o Dia dos Finados, e como já refinámos a bebedeira da véspera (que só por acaso, até é uma festa pagã) faz-se um clique nas circulares vasculares cerebrais e vamos meter florzinhas no cemitério.
Ah, é verdade, tenho de ir ao cemitério...
Pelo caminho, encontramos os vizinhos que também andam por lá. Sim, porque esta cena de termos os cemitérios organizados por zonas dá um jeitão... garantimos sempre que a malta que morre está pelo menos localizada. Já as valas comuns têm a vantagem de se poder socializar longe da pedra fria...
Quando morrer quero ser bem queimado e atirado para algures. De preferência um rio ou algo parecido. Evitam-se os constrangimentos de obrigar a malta a visitar-me a campa.
Em todo o caso acho que os caixões de cremação, são uma chulice tremenda.
Um gajo quando morre e quer ser cremado, tem de ir num caixão. Acho que ainda não viram bem o desastre ecológico de que estamos a falar. Se vai ser tudo queimado, seria preferível algo menos prejudicial ao ambiente. Já não falo em sacos de plástico, mas um lençol, por exemplo, poderia fazer o efeito desejado.
O Halloween enerva um bocado. Não pelo dia em si, mas pelo stress que provoca a programação da televisão. Simpsons especial Halloween, Family Guy especial Halloween, Fringe especial Halloween, telejornal especial Halloween e a merda que o foda especial Halloween. Depois de levarmos com a injecção completa e assumirmos que ainda não será este ano que iremos vestir a máscara de Ceifador e bater à porta da vizinha do andar de baixo a meio da madrugada, vamos dar um pulinho à net e, imagine-se, temos o FarmVille e o Mafia Wars no Facebook com o "Halloween Special".
É uma forma interessante de se curtir o Dia das Bruxas: enlouquecendo.
Entretanto, já dentro do espírito do Halloween, e enquanto reparava mais um computador, apercebi-me mais uma vez de como nunca teria qualquer tipo de vocação para medicina.
Um médico dizer a um velhote que espera pela sua companheira de longos anos que ela vai morrer, consegue incomodar até o mais insensível dos informáticos.
Sou bastante flexível nestas coisas. As pessoas têm uma duração de vida, já aprendi isso. Mais curta, mais longa, mas a nossa condição humana resume-se a sermos iogurtes fora do frio prestes a passarmos de prazo. Em tudo e com qualquer coisa, há um dia em que a nossa validade expira. Morremos para as pessoas, morrermos para o mundo, ou até mesmo para nós próprios.
Mas há qualquer coisa de muito cretino em dizermos a alguém que passou anos da sua vida com outra pessoa, alguém com quem repartimos a nossa vida e o coração, gritámos, zangámos, fizemos as pazes, beijámos, tivemos filhos... o que for, que essa pessoa vai morrer. É um bafo, vai simplesmente desaparecer, transformar-se numa mistela orgânica qualquer e sumir-se de vez das nossas vidas.
É um acordar para uma realidade incrivelmente nojenta. Na nossa perspectiva egoísta, desejamos sempre morrer antes de todos aqueles que queremos bem, somente pelo desejo de não sofrermos. Contudo, ironicamente, ficamos sempre por cá a ver as vidas a passar até acabarmos inevitavelmente sós e podermos finalmente morrer em paz.
Depois tentam vender-nos que ao menos ficará para sempre no coração... mas o facto é que apesar de andar sempre por lá, fisicamente deixa de existir. Passa a ser uma sombra, uma boa recordação, até que eventualmente ascenderá à condição de mito ou algo parecido.
É estupidamente cruel, e por muito lamechas que possa parecer (gay, eventualmente) já não tenho coração para ver a cara do homenzinho ao receber a notícia antes de tentar ir ver a mulher como se nada fosse, fazendo-a acreditar que tudo iria correr bem.
Para o ano haverá mais. Todos os dias há mais.

01/11/2009

gotas doces

Ontem, sabem como me chamava? Pato Marques.
E hoje, sabem como me chamo? Pato Marques.
E sabem como me vou chamar amanhã? Pato Marques!
É lógico, pah!
E sabem porquê?
Porque há merdas que nunca mudam, a começar pelos anúncios do Pingo Doce...

31/10/2009

salão

Por vezes esbarramos no trabalho com situações que nos levam a outras situações e, por mero acaso, acabamos por ganhar bilhetes à borla para o Salão Erótico de Lisboa.
Ok, tem alguma piada. O único senão é que os convites são para uma única pessoa e, como somos dois na Informática, deram-nos dois convites...
A situação é ligeiramente constrangedora. Eu olho para o meu colega, o meu colega olha para mim... epa, não me apetece mesmo ir ver um Salão Erótico com o meu colega de trabalho.
Se fosse um outro qualquer gajo, seria uma coisa; mas este gajo em particular, está à minha frente durante oito horas por dia. Seria imensamente cretino para toda e qualquer fantasia exposta e visível aos meus globos oculares no Salão Erótico se sempre que olhasse para ele me lembrasse da Silvia Saint, ou o contrário.
Se já passo dias a fio fechado com um gajo numa sala e se às tantas, quando me lembrar de uma gaja me vier à ideia o passeio com ele... tipo, é chato.
Creio que já bastam os pequenos roçanços e apalpadelas enquanto nos tentamos enfiar os dois mais as ferramentas (alicates e chaves de fendas, leia-se...) nos pequeninos bastidores de rede.
Combinámos então que, decisão justamente democrática, nenhum de nós iria ao Salão. Parece justo e, para dizer a verdade, nenhum de nós estava com muita vontade de ir. Um gajo já chega ao fim de semana suficientemente cansado para ainda vibrar com actrizes do imaginário da internet. De facto, já nos chegam os mails que a malta manda.
Oferecemos os bilhetes à senhora que nos limpa a sala de informática, para ela ir arejar ideias com o marido. E ela adorou! Afinal é fácil fazer alguém feliz; nem que seja à conta de um passeio de domingo num rabaçal. Único senão: ela terá de nos trazer dois posters do Salão, para podermos pendurar na sala com o carimbo por baixo a dizer "EU FUI". Sinto que quando se souber que abdicámos de bilhetes que estiveram nas nossas mãos para irmos ao Salão Erótico, seremos brutal e verbalmente agredidos pelos nossos amigos. Com os posters, sempre poderemos manter a imagem de que fomos. E se alguém perguntar por detalhes (incluindo a pessoa que nos arranjou os bilhetes) podemos sempre dizer "ah, pois... era o mesmo de sempre, não varia muito".
A afirmação seguinte até poderá parecer incrivelmente gay, mas preferia mil vezes bilhetes à borla para aquela exposição de jogos de computador que ocorre todos os anos... :(

25/10/2009

o Mundo roda e tudo muda sem parar...

O mundo é algo curioso.
A mais recente polémica na web não respeita a nenhum escândalo sexual com uma celebridade manhosa, ninguém reclama mais nenhum saco azul e, de repente, até a licenciatura de um dos vermes mais imundos de que tenho memória se assemelha a pequeninas e insignificantes violetas num jardim imenso (não sei por que motivo referi isto, mas pareceu-me meio poético para a ocasião).
O mundo está indignado. O mundo revolta-se! E não, não se trata de nenhum tirano num qualquer país refundido na África Negra que deixa as criancinhas morrer à fome enquanto se banqueteia com manjares dos deuses, obscurecido pela sombra das armas vendidas por um também qualquer país bem conhecido do continente americano (que, curiosamente, acaba por policiar e sancionar esse mesmo país africano por causa das tais armas... cenas complicadas que o meu pequeno cérebro não entende).
O pessoal revolta-se, imagine-se, com o novo anúncio do Pingo Doce.
Ao que parece, já há uma petição a correr a web para acabar com o dito anúncio, e até já vi uns grupos no Facebook com isso mesmo.
Confesso que não é algo que me incomode muito. Tipo, acho bem mais irritante ir ao Pingo Doce ali do cimo da rua, escolher as coisinhas em 5 minutos e ficar mais 20 numa fila para pagar porque só estão três caixas a funcionar. Ah, e as compras vão na mão porque as cestas desapareceram misteriosamente e ainda levo com as trombas da menina que está na caixa e que se queixa que não gosta de trabalhar ao domingo... pois é filha, eu também não gosto e vou ao castigo. Calha a todos.
Então fui ao YouTube procurar o tal vídeo (yah, o viciado da Fox não tem visto os canais generalistas...).
De repente, fiquei com alguma vontade de libertar aquela brilhante palavra que se levanta comigo da cama todas as manhãs.
"Foda-se!", "Credo, chiça penico, vade retro, 'dasse, meu Deus, quem é o porco que anda a tentar assassinar os ouvidos e olhos da malta????"
É que aquilo é mesmo mau. Não sei ao certo se é a música, a letra que tenta fazer rimar "mais" com "faz", a vozinha de cana rachada à laia de Ídolos ou aquele pessoal mesmo feio a dizer "venha" e a fazer o gestinho com a mão.
No seu todo, aquela cena é medonha. Mete mais medo que a Hello Kitty... A sério, depois de ouvir pela primeira vez o anúncio, a ideia com que se fica é "por favor, deixem-me morrer...". Por outro lado, a música em si talvez fosse capaz de acordar os mortos, pelo que no seu todo é deveras inconsistente.
A última vez que senti isto foi com a Leopoldina (por que será...) e curiosamente, também era uma cadeia de supermercados... deve ser crónico!


22/10/2009

people



People,
People who need people,
Are the luckiest people in the world
We're children, needing other children
And yet letting a grownup pride
Hide all the need inside
Acting more like children than children
Lovers are very special people
They're the luckiest people in the world
With one person one very special person
A feeling deep in your soul
Says you were half now you're whole
No more hunger and thirst
But first be a person who needs people
People who need people
Are the luckiest people in the world
People,
People who need people,
Are the luckiest people in the world
We're children, needing other children
And yet letting a grownup pride
Hide all the need inside
Acting more like children than children
Lovers are very special people
They're the luckiest people in the world
With one person one very special person
A feeling deep in your soul
Says you were half now you're whole
No more hunger and thirst
But first be a person who needs people
People who need people
Are the luckiest people in the world

21/10/2009

share the power

Apenas para os interessados, achei que poderia partilhar que acabo de resolver a questão da máquina de lavar roupa misteriosamente magnetizada.
Partindo do princípio que poderia ser a ligação à terra da tomada da máquina mal efectuada/inexistente, e após algumas semanas a retirar a roupinha do tambor com luvas de borracha e colheres de pau, com toda a nobreza que o acto pressupõe, ao final da tarde (atrasado, porque estive a aturar um chato com as configurações do seu telefone), cansado, molhado e meio às escuras, refiz a ligação à terra da dita cuja.
Imaginem, que consegui colocar a roupa branca na máquina sem apanhar um esticão.
Fiquei agradavelmente surpreendido e mais agradado.
Queria agradecer a todos os que contribuiram com as suas sugestões de resolução, à malta da Manutenção lá do trabalho que me arranjou os ligadores para o fio, ao meu fiel canivete e demais apoios, porque realmente os pintelhos do rabo já não aguentavam com mais um esticão ao retirar a roupa do tambor da máquina.

19/10/2009

genéricos

Não estou a falar de medicações, embora umas gotitas não me fizessem nada mal.
Já toparam que na Fox, na grande maioria das vezes, o genérico dos Simpsons começa sempre com o Homer a sair do carro?
É brutalmente cretino, porque embora a malta curta ver a forma como a família Simpson se vai sentar no sofá, o que também é imperdível é a frase que o Bart escreve no quadro, logo no arranque... Será que ainda não lhes passou pelos cornos que a malta até é capaz de gostar de ver aquele quadro com o Bart a escrever?? E a Maggie a passar pela registadora? E a Lisa a tocar?? Mas não, saltamos logo para o Homer a sair do carro e a correr para que a Marge não o atropele... A primeira coisa que vejo quando começam os Simpsons é a peida do Homer a bailar.
Tipo, tenho de levar com o genérico completo do House, do Mental e do Family Guy... até o Malcom in the Middle tem direito a genérico completo... mas os Simpsons não??? É uma filha da putice pegada!
E já agora, que falo nisso... sou só eu a achar a tradução de 'Malcom in the Middle' meio marada? Está certo que a última coisa que tocam no genérico é "life is unfaaaaaair", mas daí a traduzir a série para "a vida é injusta"...
Penso que tenho um problema com os tipos da Telepizza cá da zona.
Foda-se, é impressionante... não há uma vez que telefone para lá que não tenha algo para contar.
Considerando que desde que 'migraram' a minha zona da Telepizza de Arroios para a do Cais do Sodré já devo ter feito uns 10 pedidos... creio que posso afirmar que 90% das vezes, ficou sempre algo na loja. Ou seja, os gajos trazem metade da encomenda, depois voltam lá para ir buscar o resto e voltam a bater à porta.
A ver, eu nem me importo... a bem dizer, vou comendo os pãezinhos de alho para entrada e a pizza quando vem ainda está quentinha; epa, só que assim não me posso comer à vontade... tipo, em cuequinha! Um gajo gosta de comer a pizza é semi-nú, com a caixinha do pedido a aquecer a pernoca, mesmo em frente à televisão. Se os gajos me batessem uma única vez à porta, eu podia tirar as calças logo depois. Assim não... tenho de manter as calças vestidas enquanto como a entrada e só depois de chegar o resto da refeição é que tiro a roupa.
Ok, já sei que o meu pessoal vai gozar amanhã ou depois e ainda me vão mandar umas bocas com esta merda... mas não, aqui não há meninas do gás a entregar pizzas, portanto não tem piada ir à porta em cuecas. Aliás, o bacano que me entrega as pizzas é um negrão gigantesco... quando vou à janela e o gajo está a chegar, a imagem assemelha-se a um cagalhão gigante a conduzir uma scooter vermelha. À noite então, vê-se apenas uma sombra enorme com duas rodas. A bem dizer, deve ser a entrega mais silenciosa, visto que a massa que o gajo traz no rabo abafa o ruído do motor. De facto, acho que aquela scooter nem caixa de carga tem, o homem enfia as encomendas na peida... Pormenores discriminadores à parte, apenas queria salientar o facto de que não há interesse em ir à porta com a parra nas uvas.
Naqueles 10% de vezes em que não levo com o gajo das entregas por duas vezes (esta soou um bocado mal), levo com um anormal que deve ter delícias de frango no lugar do cérebro.
"Ah, visto que vai pedir isso ia-lhe sugerir..."
"Sim..."
"Ia-lhe sugerir..."
"Sim..."
"Ia-lhe sugerir..."
"Sim..."
"Ia-lhe sugerir..."
"Isto está em loop ou é impressão minha?"
"Ia-lhe sugerir a nossa promoção"
"Ok... e?"
(10 segundos de silêncio)
"E a promoção é?"
"Ah, claro" (acordou, que bom...) "a promoção da semana é teca-teca, etc e tal..."
Certo... e temos sempre aquela vez em que a jovem das encomendas me diz que não consegue registar o pedido porque estava com um problema informático. Como sou bom rapaz ainda lhe perguntei se não queria tentar reiniciar o computador... mas ela disse que não, ia chamar o gerente, pediu-me o número e já me voltava a ligar. 5 minutos depois telefona-me e pergunta-me como é que eu sabia que era preciso reiniciar o computador (aparentemente o gerente mandou-a fazer isso mesmo).
"Epa, não sei. Lembrei-me disso de repente... Devo ser vidente ou assim"
No meio desta merda toda, chegam os pãezinhos de alho (sim, porque a pizza ainda ficou na loja), não posso tirar a roupa e levo com apenas metade do genérico dos Simpsons (vejo a peidola do Homer logo depois da do gajo da Telepizza).
Falando nisso... e o Futurama? Morreram todos no último episódio? O Bender ceifou finalmente aquela malta toda mesmo no momento em que a Leela e o Fry ficavam juntos? Ao menos no Futurama o genérico não vinha cortado em dois terços...

maitê

18/10/2009

parvoíce

No outro dia estava a dedicar-me aqueles quizzes estúpidos do Facebook.
Quando se está mortalmente aborrecido ou no meio de algo que só dá sono, acho que é de valor tentar-se descobrir quando vamos efectivamente morrer, como vamos morrer ou, numa perspectiva menos mórbida, qual o nosso grau de estupidez, parvoíce ou até mesmo se daríamos ou não uma boa dona-de-casa.
No fundo, quanto mais estúpido é o teste, mais diverte um gajo.
Ora depois de descobrir que iria morrer já em período de reforma, morto pelo meu colega de trabalho, e que daria uma óptima dona-de-casa (tão prendadinho, que é o pato...), acabei por fazer a brilhante descoberta que, avaliando diversos graus de parvoíce, seria apenas muito parvo.
Epa, acho positivo. Eu tenho a ideia que sou imensamente parvo mas, sendo 'apenas muito parvo', até dá um gosto mais cozinhado à coisa, levando-me a pensar que a minha parvoíce poderá não ser crónica.
Claro que a parvoíce pode ter muitas caras, e um gajo pode ser parvo de muitas formas diferentes. Depois há os que gostam de ser parvos, os que gostam de ser feitos parvos, e até mesmo os que se armam em parvos. Como eu, quando estou na fase Star Wars e decido trocar o "informática, bom dia", pelo "ligou para a Esfera da Morte, em que podemos ajudar?" (a sério, ouvido do lado de lá em alta voz é um espectáculo).
De certa forma, a parvoíce inunda já as profundezas do meu ser, levando-me a crer que já não consigo ser de outra forma. Sou muito parvo, simplesmente.
Bem, também há os que se fazem de parvos, embora não o sejam especificamente. Mas a capacidade de um gajo se fazer de parvo, quando não o é, acaba por nos libertar... protege-nos, não nos danificando por aí além.
É algo semelhante a estar na Vobis e deixar que um funcionário nos tenta vender as características técnicas de uma merda qualquer, quando nós sabemos perfeitamente o que o gajo está a dizer (e um pouco mais, às vezes); mas fazemos aquele arzinho parvo... "pois, muito interessante...". O conhecimento deve mesmo ser poder... e misturado com a parvoíce é um cocktail brutal.
Agora a reler estas linhas, voltei a parar na cena da morbidez. De facto, o desconhecimento das coisas é algo extraordinário.
No outro dia, a meio de uma conversa a respeito da influência da idade no uso das tecnologias (bonito, as cenas evoluídas que nós discutimos...), há um gajo que se vira para mim e me pergunta se lá por casa a minha Mãezinha não imprime muitas coisas para a impressora...
Confesso que me faz um bocado de confusão quando me falam na minha Mãe. Sobretudo se não a conhecem e não fazem a mínima... normalmente quando ouço piadas destas fico com uma ligeira vontade de atirar com um alicate de corte aos cornos de alguém mas, como na quase totalidade das vezes, a pessoa do lado de lá ignora a também quase totalidade dos factos, achei por bem dar azo à minha parvoíce e enquanto olhava para o único gajo na conversa que sabe da história, larguei apenas um "epa, não... a minha Mãe não mexe em computadores lá em casa; mas também se mexesse acho que me borrava todo". Não sei, mas acho que relativamente a estas coisas, o ideal é tentar-se manter uma certa dose de desconhecimento e, já agora, de parvoíce. Assim não chateiam por aí além.
É curioso pensar que na sexta-feira, foi o Dia Mundial da Alimentação ou merda do género.
Então, na cantina do trabalho falava-se em comidas light e cenas que só faziam bem a saúdinha... havia fruta com fartura, bodegas grelhadas e afins.
A ver, eu não gosto muito de falar destas coisas. Dá um aspecto à minha pessoa, ainda pior do que aparenta. Não sou propriamente um porco nojento que tenta arranjar sempre as conversas mais... vá lá, nojentas (ou parvas), que consegue. Mas é brutalmente irónico que tenha sido exactamente a 'alimentação saudável' no dia da alimentação a dar-me conta do esfíncter.

16/10/2009

mais uma...

Sem dúvida que o Universo quando foi concebido, tenha sido de forma divina ou mais científica, veio com muitas cenas cretinas agarradas.
As crianças que morrem de fome, os filhos que morrem antes dos pais, os idosos abandonados... mas uma das piores é termos o intestino maior que o olho do cú. Parece-me a mim que se trata de sofrimento desnecessário.

12/10/2009

translação

Pois bem.
Passou-se um ano. Passou-se um ano desde que conheci a família do lado do meu pai.
Não que tenha grande memória para estas coisas, ou melhor, até tenho memória para estas coisas e muitas outras (coisa que me dá conta dos cornos, porque não esqueço nada) mas, neste caso, acabei por memorizar que era o marco anual porque a avó paterna fazia anos.
Lembram-se também? Parece que foi ontem, que escrevia aqui dizendo que tinha sido apresentado, qual objecto, pelo meu pai, à minha avó paterna, como se fosse uma prenda de anos.
Está certo que a minha avó materna sempre disse que eu era uma bela prenda mas, opiniões à parte, se é para ser um pequeno objecto embelezador da vida de alguém, ao menos que seja em grande, tipo embrulho num papel bonito e levado assim a dar cor e alegria a uma velhota que não me via há mais de vinte anos. É bom, sentimos que a vida tem algum significado se conseguirmos fazer alguém sorrir, nem que tenhamos de engolir em seco os tais vinte anos e guardá-los naquele espaço do coração para onde lançamos os resíduos incómodos mas tocantes das nossas santas vidinhas.
Então hoje fui lá novamente, cumprir as minhas obrigações de gajo que tem família, procurando ignorar mas não esquecer o facto de que a verdadeira família biológica serve agora de alimento à fauna e flora de uma das praias perto da Ericeira. Acho que acaba por nos fazer sentir melhor quando nos convencemos que gostam de nós, mesmo quando estamos sentados a uma mesa com um monte de gente, com um sorriso amarelo, e com a certeza absoluta que se estão a cagar. Mas o importante mesmo é estarmos convencidos que ter pai, avós e tios que seriam capazes de dar a vida (ou não, mais certamente) por nós é algo maravilhoso.
Talvez eu seja um pouco seco e sarcástico nestas coisas, mas penso que devo ser um pouco como um porco fumado. Há ali uma parte do coração que vai batendo forte como se não houvesse amanhã, rodeado de umas pontas secas e já mais negras que se assemelham mais a torresmos com duas semanas de frigorífico.
Em todo o caso, o bolo de chocolate que a minha prima levou estava porreiro. Talvez por ser de chocolate, e eu ser doido por chocolate. No fundo se merda fosse chocolate, acho que seria capaz de lamber o fundo da retrete.
Ocorre-me pensar na cara que uma colega dos recursos humanos fez quando me fizeram assinar o meu seguro de vida no trabalho e eu perguntei se o herdeiro teria mesmo de ser o meu pai... Por ordem de ideias, se morrer em serviço, o meu pai receberá uma quantia em dinheiro, algo que legalmente simplifica o valor de uma vida humana, indicando que a minha pessoa corresponde a uma dada maquia. Num pequeno aparte fiquei a pensar que como valho tão pouco. A sério. Não estou a gozar. O valor do meu seguro de vida é tão baixo que se o multiplicasse por dois não conseguiria comprar o meu Corsa em estado novo.
Em todo o caso, estes valores são relativos. Se morrer em serviço, o meu pai terá dinheiro suficiente para me fazer o funeral e ainda gastar uns trocos algures.
Depois é toda a conversa de merda, em que a minha avó paterna chora por eu lhe chamar avó, ou por não lhe chamar avó. É algo inconsistente. A minha Mãe devia ter dito à sogra o mesmo que me ensinou a mim: chorar não leva a nada, e não é a chorar que se resolvem os problemas. Mas a mulher chora... enfim.
Fico meio confuso com estas coisas. Eu já nem a mim me entendo bem, quanto mais à pobre senhora.
E normalmente as coisas nem me chateiam a sério. Ok, passo noites acordado e rumino as merdas como os bois as alfaces, mas não fico propriamente tocado. Reparei a forma como o meu pai estava a brincar e a pegar ao colo do mais recente membro da família - com alguns meses; reparei que estava ali todo babado com a criança. Não pude deixar de pensar como as coisas são curiosas, e como ele conseguiu estar a dormir quando a minha Mãe foi para a maternidade, como ele nunca me fez aquelas cenas ou brincou comigo daquela maneira. Levava-me à escola. Enquanto morou connosco levava-me à escola, mas não consigo lembrar-me de nada que tenha dito. Provavelmente porque nunca dizia nada. Ou então porque as perguntas que eu fazia nunca tinham resposta. Provavelmente porque toda a gente sempre soube, que era uma filha que ele queria, e não um filho.
E muito provavelmente, como as coisas não mudam de um dia para o outro, conformou-se apenas com a ideia de ter um filho e levou-me a conhecer a família.
"Este é o Pato Marques, demolhado e ultracongelado, em embalagem não muito atraente, mas resistente; fica sempre bem num móvel ou para apresentar nas reuniões de família. Vende-se ou troca-se por uma galinha."
O que é estúpido é ver que ainda me dou ao trabalho de pensar e moer-me com estas merdas.
Mas um dia... (antes de 21 de Dezembro de 2012, espero...)

10/10/2009

ontem

playboy

Marge Simpson na Playboy de Novembro...???
E a seguir? Pato Marques na capa da Men's Health??

08/10/2009

autárquicas

Programas dos partidos? Sim... conheço...
Mas se é para votar, prefiro algo mais palpável.
Voto no primeiro gajo que tape o buracão que está há cinco anos no passeio em frente ao meu prédio.

tap-tap

Tap, tap, clic, tap.
Consigo controlar quase tudo na minha vida com 'taps' e 'clics'.
Acordar. Tap, tap, desligar alarme.
Tap, a caminho da casa de banho e vejo o email. Eis que aquando da minha contribuição matinal, mais dois taps e estou a navegar nas notícias do dia (sejam elas de merda ou não). Cerca de 20 taps depois, enquanto vou ouvindo música, já estou no trabalho a dar azo aos clics.
Um clic e abro o email, dois clics e arranca a aplicação de helpdesk e com mais três já o telefone está a aparecer no ecrã do computador. Lembra aquela do "one way, to say, three words...". Um, dois, três taps. Um, dois, três clics. Um, dois, três merda..
Havia um gajo na Palm que era pago para circular por aí a ver a quantidade de 'taps' que a malta dava para aceder a um menú. Qualquer serviço que demorasse mais de dois 'taps' para abrir era considerado 'não funcional' e fazia-se um relatório ao pessoal do Desenvolvimento para corrigirem a situação. Isto era um aparte.
Estupidamente, podia ser só eu a viver no meu pequeno mundo de 'taps' e 'clics'. Mas não.
Um gajo compra o bilhete no autocarro e o motorista já anda aos taps e clics à maquineta que vomita a tarifa de bordo. Pode-se sempre levar o carro, mas se se falha a hora do parcómetro em milésimos de segundo, já o gnomo de merda anda por lá a dar clics na bodega que traz ao pescoço apenas pelo prazer de passar mais uma multa.
Confesso que muitas das vezes não faço corno de ideia do que me dizem. Acho que 90% da malta que liga para o helpdesk diz qualquer coisa imperceptível como "estava a fazer tap no PDA e isto deu aqui um clic, mas entretanto reiniciei e agora já não deixa sequer meter novamente o tap". "Héin?"
Aproveito para mandar mais uma ou duas sms's e pronto. Tap, tap, clic, tap. O que até teria a sua piada e era original, excepto quando o clic nos parece absorver e sugar a vida através do mais minúsculo tap.
Sobrevivo a mais um dia e chego a casa. Queria fazer aquela cena para o jantar, mas não sei exactamente como... ok, clic, clic, clic e aquele site religiosamente gravado nos favoritos faz pop e tap no ecrã...
Em todo o caso, creio que a Telepizza ainda não deixa encomendar online. No dia em que isso acontecer... tap, tap, clic, tap.
Para mim, até já as músicas que ouço conseguem ser convertidas em 'taps' e 'clics'.
Tap, tap, tap, tap, clic, tap... clic, tap-clic, tap, tap, tap... é doentio.
Antevejo o final das coisas. Vejo mais além no fim do meu mundo.
"Clic, clic, deseja encerrar o sistema?"; "Erro fatal" e estou morto.
"tap, tap" e selam o caixão.
Game Over, ou talvez não. Terei direito a mais uma vida?

03/10/2009

sem euros

Que não os há, já toda a gente sabe.
Mas viva o jornalismo de qualidade...


30/09/2009

curtas II

A Nelly Furtado tem um novo álbum.
Agora canta em castelhano.
Vamos ver... depois do inglês e do espanhol, qualquer dia talvez seja capaz de começar a cantar em português...

curtas I

E à hora de almoço estava a ver na televisão da cantina qualquer coisa relacionada com os Jogos de Gestão... epah, Jogos de Gestão? Estes gajos passam o ano a brincar com a gestão das empresas e do país... ao menos uma vez não podiam fazer as coisas a sério?

29/09/2009

nem tudo é mau

O lado bom do Sócrates ter ganho novamente as eleições, é que muito provavelmente não teremos mais 4 anos disto... afinal, daqui até ao Dia do Juízo Final é só um pulinho. Considerando que isto vai tudo com os porcos a 12 de Dezembro de 2012, até consigo sorrir.
É na boa. Pela primeira vez, não me irritei a ver a figura do prime de sempre na televisão, não me deu para ter aqueles ataques de fúria em que só me apetece esfregar-lhe o focinho num cagalhão da Cindy e muito menos me chateei com os perdedores em felicidade na conversa do "estamos na merda, voltámos a perder, mas sempre subimos um ponto percentual..."
Que se foda o dinheiro do TGV, do aeroporto e tantos outros Euros que serão novamente afiambrados.
Aliás, em boa verdade, que se foda o Sócrates, vezes e vezes sem conta. Com um pouco de sorte, qualquer que seja a catástrofe que estará para acontecer em 2012, passar-lhe-á ao lado, não lhe desfazendo a nojice de imediato e prolongando-lhe o sofrimento...
Ao fim de contas, são todos gajos porreiros, pah! Em(pah)lados.
Tinha acabado de pagar o dízimo às Finanças quando fui ver o mail. Tipo, passaram-se 5 minutos. E quem me tinha enviado um mail, quem? Yah, o tipo que se farta de me escrever e mandar sms's... o Exmo. Sr. Dr. Engº. Director Geral das Contribuições e Impostos mandara-me um email para eu não me esquecer de pagar a bodega que tinha pago há cinco minutos atrás. Deve ser deformação profissional. Com um título daqueles eu também ficaria meio estúpido.
E por que raio é que é o Director Geral do blá blá blá coisa e tal a mandar os emails? Toda a gente sabe que é apenas uma caixa postal configurada pelos tipos da informática e acessível ao pessoal das cobranças... pensarão eles que dessa forma serão mais respeitados? Ah! Boa...
"E por favor, não responda a este email"; obviamente... é que eu até já estava de cascos no teclado a responder ao email apenas pelo prazer de chamar "grande cabrão" aquele... como se diz mesmo... ah, pois, "grande cabrão".
É preciso é paciência, calma e esperança. O fim deste mundo está a chegar, e não é um engenheiro de domingo que me vai tirar esse prazer. A propósito, gostaram do trocadilho do 'engenheiro de domingo'? Pois, também achei que era uma piada mais rebuscada, sem cair muito no facilitismo.
Há que manter um certo nível... outros chamar-lhe-iam "punheteiro de merda", eu fico-me pelo ódio pessoal.
Assim eventualmente nunca chegarei a primeiro-ministro.
Creio que perdi a minha oportunidade este ano. Segundo os especialistas, não passaremos de 2012, portanto...
Mas mesmo que isso fosse possível, tenho as minhas sérias dúvidas que um gajo que é um javardo completo, com toques de paranóia e que chama "cabrão filho da puta" a um letrado como o nosso prime conseguisse chegar a algum lado. Bem, o Alberto João anda lá perto. Haveria esperança, então.
Resta-me saber que o Magalhães é uma merda em formato de chip (o chamado "shit chip") e que o meu diploma veio cá para fora numa quinta. Ah, não tive Inglês Técnico, mas todos os exames que fiz ao sábado foram presenciais e a nota veio sempre durante a semana.
Logicamente que não tenho a classe do nosso prime, que sabe os truques todos, desde o abotoar dos botões do casaco até aos 2cm de camisa que aparecem estrategicamente por baixo das mangas do mesmo.
Depois o que é fixe é o poder das sondagens. Aquilo que se sonda é, invariavelmente, mais coisa menos coisa, o resultado final! Pergunto-me o porquê de ir votar... pela sensação de liberdade não-perdida? Francamente, pah, é perder o precioso tempo que nos resta até 2012 para nada. A sondagem faz isso por nós! Reparem, nunca vos aconteceu fazerem uma lista de compras, e depois irem às compras e não precisarem da dita lista porque estava tudo miraculosamente gravado na vossa cabeça? É o mesmo!
Ok, a malta está revoltada. Ao menos metiam outro galo (ou galinha) no poleiro. Isto das capoeiras tem muito que se lhe diga. Se por um lado quando é sempre o mesmo galo a ir às frangas, a gente já sabe com o que conta, por outro convém fazer a rotação ovípara de vez em quando.
Mas não vale a pena a gente enervar-se ou enlouquecer lentamente. O equinócio de setembro já passou; contamos mais três e estamos quase a atingir o nosso fim.
Já faltou mais, certo? E quem aguenta o Purgatório em singelos períodos de quatro anos a ser enrabado por demónios de fato, pode sempre levar com mais três aninhos em cima.
Agora, se o mundo não se acaba é que está tudo fodido...


26/09/2009

mundo patino

Que os patos são em si animais porcos, nojentos e sebosos, já a gente sabia.
O que ainda não tinha sido divulgado era o relatório da DECO acerca dos ditos animais...
"Todas as amostras de pato fresco chumbaram na conservação e higiene, algo inaceitável"
Amostras? A mim ninguém veio perguntar nada! Andaram a analisar-me as fezes sem eu saber? Que eu saiba não me andaram a meter nenhum dedo no rabinho para ver como andava o rabaçal.
"A correcta confecção do pato fresco é essencial para evitar problemas. O pato congelado revela-se mais fiável a este nível. A maioria das amostras de pato fresco continha E. coli [bactéria normalmente encontrada em fezes de gado, leite estragado e água impura], indicador de má higiene alimentar"
Ah, o pato congelado é melhor, é? O fresco não presta, é isso? O pato fresco e natural é um monte de merda com patas, é isso que a DECO pensa de mim???
E mal, também cheiramos mal? Na volta o banhinho diário não serve para nada e fedemos a coisa morta.
Por que motivo é que o bacano que escreveu esta merda não passa aqui em casa para levar uma coça?
«O mesmo sucedeu com a cor do fígado, onde um tom esverdeado denuncia já uma certa degradação da carne. Também descobrimos fígados com perda de integridade»; epa, mas que rabice... os patos têm o fígado verde, toda a gente sabe! Tem a ver com a cerveja, que azeda as bactérias e as deixa esverdeadas! É um controlo veterinário muito próprio que os patos têm. Digamos que a cerveja está para os patos como os antibióticos para os humanos.
A sério, se o cabrão que escreveu estes comentários altamente ofensivos para a classe patina se cruza à minha frente, vai descobrir o que é levar com uma E. coli no meio da tromba.

incomplete

25/09/2009

verídicas














Um gajo passou-me o mês todo a melgar porque queria um computador novo.
Queixou-se a mim, ao chefe, a Deus, a toda a gente.
Arranjou forma de meter o chefe, Deus e toda a gente a melgarem-me.
Ontem, finalmente, e após conseguir arranjar um terminal novo, fui montá-lo no seu gabinete.
Hoje, deixou recado a dizer que o computador não presta.
Achei estranho... é um terminal recente, e esta foi a sua primeira colocação ao serviço. Tipo... é novo!
Fui averiguar.
"Este computador não presta, porque tenho de me baixar muito para colocar um cd no leitor!"
O computador antigo tinha o leitor de cd no topo da torre; o computador novo vem com o leitor de cd's na vertical e no fundo da caixa.
"Puta que o pariu!", seria uma boa resposta?

24/09/2009

como as coisas funcionam

Sabem o que irrita?
Epa, ligarem-me para o Helpdesk e dizerem "ah, agora aguarde um bocadinho". Como se a vida de um técnico de informática fosse feita a coçar os tomates e, consequentemente, sem termos de estar com as linhas de suporte disponíveis.
Não me interpretem mal, adoro o que faço. Simplesmente, gostava de aplicar a Selecção Natural aos utilizadores. Tipo... ceifar uns quantos.
E depois teimam com o gajo que está a atender, como se a falta de luz por causa de um curto-circuito ou a merda de um buraco no chão fossem problemas informáticos. Tipo, o computador caiu por um buraco abaixo? O que tenho eu a ver com isso? Querem cabos mais longos para o ligarem lá em baixo, é isso?
Fico com alguma vontade de pegar nesse pessoal e esborrachar-lhes as trombas contra o dito buraco no chão vezes e vezes e vezes sem conta, espancá-los como se não houvesse amanhã e partir-lhes todos os ossos do corpo até que entendam que nem tudo o que tem fios é um computador e que não é grande ideia foderem a paciência ao técnico que atende a porra do telefone.
Entre nós, no nosso meio de linhas cruzadas e chamadas em grupo, acabamos por sorrir quando chamamos "grande punheteiro cabrão de merda" a um gajo mesmo antes de atendermos o telefone e largarmos um sorriso verbal no já habitual "informática, em que podemos ser úteis?".
Talvez seja uma atitude meio hipócrita mas, o facto, é que quando nos ligam, é suposto tratarmos o problema com alguma calma. Assim, mesmo que achemos que o gajo do outro lado da linha é um perfeito anormal que só tem merda naqueles cornos, convém que mantenhamos uma certa e determinada postura profissional enquanto tratamos do assunto com toda a calma. Claro que durante estes momentos de profissionalismo politicamente correcto, as veias da testa incham, os pulmões comprimem todo o peito, a pulsação cardíaca dispara e as veias das mãos latejam enquanto batemos no que temos mais à mão: o teclado. Na falta de algo melhor para partir, arrancamos teclas e esborrachamos botões do rato; mas na realidade, não será algo que não façamos em tantas outras situações.
Mas enerva. A falta de jeito ou o desconhecimento é uma coisa, consigo compreender e o pessoal está lá para isso; já a estupidez é brutalmente enervante. Por vezes fico com vontade de desligar o telefone, ir ao pé da pessoa e enfiar-lhe o focinho dentro do monitor até que entendam que o botão de desligar desliga mesmo o computador... não é defeito! É assim! Se carregam em encerrar, o computador encerra! Ah, e mais importante... aquele cabo que liga á electricidade e passa atrás daquela caixa com botões? Adivinhem... é para estar ligado! Não é boa ideia desligar aquele cabo da tomada para ligar a ventoinha! Epa, Foda-se!
"Ah, tenho um problema! Ajude-me, já!"
"Pois, bom dia... pode então especificar qual é o problema?"
"Especificar? Você não sabe? Vocês são todos iguais, não querem saber de nós, e blá blá blá, teca teca, etc e tal..."
A imagem que temos do informático é que deve ser uma besta cheia de estrume na cavidade craniana. E então, como a tecnologia é má e os gajos do suporte passam o dia de cú inchado a esfregar a tomatada, nem sequer lhes damos o benefício da dúvida e os deixamos ajudar. Não, é mais fácil desligarmos o telefone na tromba de quem está a ajudar.
Tenho uma ideia. Por que não pegar nessa malta toda, e dar-lhes umas injecçõezinhas de acetileno? Aquela merda rebenta com pequenas compressões, pelo que seria o ideal.
E depois ligam, ligam, ligam... "Sim, claro, mas terá de aguardar um pouco. Tenho a linha 1 ocupada com outra intervenção, assim que terminar dou-lhe o apoio que necessita". Então ligam vezes sem conta ocupando as linhas 3, 4, 5 e 6. Epa, caralho para eles!
"Ah, credo, vocês na informática estão sempre com essa cara..."
Eram 8.20 da manhã e já me perguntavam por que motivo os informáticos andam sempre de trombas.
Creio que não voltam a fazer a mesma pergunta.
Resposta politicamente correcta de um informático que ainda não picou o ponto: "Preferes ver um informático de trombas ou preferes que o informático pegue num banco e te desfaça à pancada?".

22/09/2009

ainda o Mafia Wars...

Ok, o meu boss acaba de me convidar para a Máfia dele no Mafia Wars.
É provocação, pah!
Mas aceitei. Não resisto à merda do jogo.

eyeBeam...

Algures no mundo, em cada empresa de montagem de computadores, há um gajo que é pago para colar aqueles autocolantes nas máquinas. Uns têm a marca da motherboard, outros a da placa gráfica, outros ainda o tipo de tecnologia utilizada...
Eu pessoalmente, acho que um computador não é computador até ter o respectivo (ou respectivos) autocolante(s) colado(s). Se fosse um computador sentir-me-ia nú... como se saísse à rua sem calças nem cuecas.
Faz parte da personalidade binária de cada computador, o ter ou não o raio do autocolante lá colado. Acho que um computador só se sente verdadeiramente máquina após ter a etiqueta lá metida.
Infelizmente, os gajos que colam as etiquetas devem ser todos estrábicos ou merda semelhante.
Já repararam que as etiquetas ficam sempre tortas? Eu sou um bocado esquisito com essas coisas. Depois dou-me ao trabalho de tentar descolar as etiquetas e voltar a colar. Infelizmente, e apesar de as conseguir colar novamente - agora direitas - as pontinhas por onde descolei nunca mais ficam as mesmas, todas enrugadas.
Epa, acho uma total falta de consideração fazerem isso aos autocolantes. E as etiquetas tortas deixam-me doido.
Na semana passada o meu pai esteve de férias.
No fim-de-semana anterior, fui ver a família biológica.
Nesse mesmo fim-de-semana, o meu pai disse-me que ia ligar durante a semana para ir ter comigo ao trabalho e almoçávamos juntos...
Passou-se a segunda, terça, quarta... ok, estamos novamente na terça.
Eu não sou um gajo que ligue a estas merdas da família biológica mas, por momentos, ocorreu-me que em toda a minha santa vidinha, o meu pai nunca tinha almoçado comigo.
Seria diferente - não especial - que o meu pai, por muito animal que tenha sido, por muito acabado que esteja, tivesse vindo almoçar comigo. Não é coisa que me deixe magoado por aí além. Não é das coisas que me fazem chorar no escuro e muito menos ficarei a pensar nisso. Simplesmente, durante a semana, fiquei estupidamente em suspensão, na ideia de que "é hoje que ele vai ligar".
Afinal, penso que vou continuar a ser um tipo que nunca almoçou sozinho com o pai.
Posso achar meio triste, mas não fico triste.
A desilusão é um dos sentimentos mais cretinos que podemos ter. A espera arruma-nos por dentro.
Ok, e é oficial. É do conhecimento geral e toda a santa alminha sabe que o Pato Marques é viciado num jogo do Facebook. Todos os dias, mesmo durante o horário de trabalho, o Pato Marques acede ao seu perfil humano no Facebook, entra no Mafia Wars e passa mais uns níveis... dois cliques e tal, e está feito.
Ontem à noite, andava a ver os amigos do Facebook e quem é que eu encontro, quem? O meu chefe!
Então, como bom funcionário que sou, decidi convidá-lo a juntar-se à minha rede.
Hoje de manhã, o gajo aceitou.
Passei o dia a deitar o olho ao Mafia Wars mas sem poder clicar em nada... se o fizesse, toda a malta seria notificada, incluindo o meu chefe. Seria chato mostrar que sou viciado num jogo online e que, para ainda mais, sou viciado mesmo durante as horas de trabalho.
Parte cretina da situação. Durante o dia, recebi notificações das vitórias do meu chefe no mesmo jogo. Parece que o rapaz também é viciado no mesmo.
Não é para quem quer... é para quem pode.

21/09/2009

17/09/2009

o lado iluminado das coisas

Acordo a meio da noite.
Tenho sede.
Apalpo as paredes ainda semi-obscurecidas pela habituação catastrófica dos meus pequenos olhos à luz do candeeiro ali da rua e, às cabeçadas, lá encontro a cozinha.
Tento não pisar a Cindy, a custo lá encontro o frigorífico e, maravilha das maravilhas, fez-se luz! A minúscula lâmpada amarela lá se acende, fruto de um interruptor de mola montado ao contrário, exactamente no momento em que a porta deixa de fazer pressão no sensor e o circuito volta a estar fechado, deixando passar a energia suficiente para se ver a garrafa de água no fundo da última prateleira.
Volto a fechar o frigorífico, tento não pisar a Cindy e, agora que tenho os olhos habituados à luz, a custo lá encontro o quarto e a cama, logo depois de mandar mais uma biqueirada na calha de chão por onde passam os cabos do computador.
E durmo mais umas horas.

*

Acordo a meio da noite.
Tenho sede. Mas não é aquela sede de quem quer beber alguma coisa para daí a umas horas estar a correr novamente para a sanita... é aquele apetecer de algo fresco e doce, pela garganta abaixo. Eventualmente, um geladinho cremoso... possivelmente de chocolate, com aqueles pedacinhos de chocolate. Ou então aquele de morango, com os pedacinhos (imagine-se) de chocolate... hum, parece-me óptimo.
Apalpo as paredes ainda semi-obscurecidas pela habituação catastrófica dos meus pequenos olhos à luz do candeeiro ali da rua e, às cabeçadas, lá encontro a cozinha.
Tento não pisar a Cindy, a custo lá encontro o frigorífico e abro o congelador.
O saco das ervilhas sai disparado porque tinha sido arrumado à pressão no compartimento compacto e voa directo aos cornos da Cindy, que se levanta em sobressalto e se atira às minhas pernas, arranhando-as como se não houvesse amanhã. Tropeço, e tento agarrar-me a alguma coisa. Dá asneira. Na pressa da queda, não encontro nada no escuro onde me possa segurar e dou um valente bate-cú no chão da cozinha, trazendo as batatas pré-fritas (e ultracongeladas) atrás. Como as leis da física são uma merda, com tanto movimento soltam-se também os cubos de gelo que caem sequencialmente em cima dos meus tomates (que entretanto já latejavam da queda). Ainda sem ver nada, levanto-me e dou uma valente marrada na porta do congelador. Ocorre-me colocar gelo, mas com as ervilhas e as batatas ainda no chão, e os cubos de gelo meio-derretidos nos calções, sobra o outro saquinho com o milho, que vou pressionando até conseguir encontrar o gelado.
Com mais meia-hora para limpar a cozinha, rendo-me finalmente ao interruptor da luz.
Volto a fechar o frigorífico, tento não pisar a Cindy, e agora que tenho os olhos habituados à luz, a custo lá encontro o quarto e a cama, logo depois de mandar mais uma biqueirada na calha de chão, por onde passam os cabos do computador.
Estou gelado. Perdi o sono. Não consegui saborear o gelado e agora com tanto movimento, o meu recto já só pede o aconchego, também gelado, da borda da sanita.

*

Isto tudo tem um sentido.
O sentido que há grandes cabrões que fazem frigoríficos, metem uma luz no dito cujo, mas não arranjam forma de iluminar o congelador.
E à conta dessas valentes bestas, estou na cama, de cú gelado e dorido, tomates molhados e um galo nos cornos.

chouriças!

Chouriças! Chouriças! Trouxeram-me Chouriiiiiiças!!!!!! :D

momento do dia

A bordo do 26, a camisola do gajo à minha frente:

"Eu não sou preconceituoso; eu odeio toda a gente!"

Achei que seria digno de registo.

16/09/2009

um amor, um lugar

a morte do cisne

Bom, para quem não sabe, já temos data marcada para o fim do mundo.
Isto é um bocado estúpido. Todos os anos temos de levar com a data previamente definida para o arranque da época de incêndios; todos os anos, temos por garantida a celebração do nascimento de Jesus Cristo a 25 de Dezembro (embora digam por aí que afinal nasceu noutra altura do ano); todos os anos, sabemos que em determinado dia com uma recorrência anual, temos de celebrar mais um ano que passa após o nosso nascimento... enfim, uma série de datas a recordar.
E depois vamos fazendo planos. Escrevemos o tal livro, plantamos a dita árvore e temos um filho. Eram os três pilares básicos da existência, não eram?
Isto já para não falar no trabalho. Apressam-nos as merdas para ontem porque afinal um detalhe insignificante ganhou uma importância medonhamente grande que tornou toda a problemática daí derivada a modos que urgente... E um gajo estica-se como pode para garantir que o tempo não importa e que é contado em sub-terços de quarto de hora.
Ahhhh, é verdade! E compra-se o carro, e finalmente compra-se a casa e faz-se o que se pode para garantir o emprego que vai fornecer subsistência para os dois pontos anteriores...
E no final, quando pensamos que afinal o plano resulta, pumba, temos data prevista para o final do mundo.
Ao que parece, o mundo vai acabar no dia 21 de Dezembro de 2012. O que é chato.
Em primeiro lugar... devo ou não comprar prendas de Natal em 2012? É que se o mundo acaba a 21 de Dezembro e gasto dinheiro, acaba por ser um desperdício... e logo com tanta gente a morrer pelo mundo fora... Mas se o mundo não acaba, é uma grande merda, porque perdemos as Liquidações Totais por motivo, não de Obras, mas da Aniquilação Total da Humanidade. Agurado ansiosamente por tal cartaz na montra da Worten.
Mas enfim, afinal o mundo não acabava em 2000?
Pois, parece que não. Afinal, a Civilização Maia (não a das mamas de plástico, refiro-me aos da América) tinha um calendário mais preciso e consistente que o nosso. Daí que tenham previsto grandes acontecimentos da humanidade, inclusivamente, a chegada do homem branco à América. Só acho curioso que não tenham previsto a própria extinção aquando da chegada do tal homem branco, mas isso já são detalhes.
Então, nessa data, a Terra estará alinhada com o Sol e com o centro da Via Láctea (que como bem se sabe, é de onde vem o leite que bebemos, fruto das vacas cósmicas que têm satélites no lugar de tetas); o alinhamento levará a uma mudança brusca do campo magnético terrestre, situação que entre outros acontecimentos desagradáveis (como a Extinção Total e Completa da Nossa Existência) irá dar cabo das linhas de telemóveis, rebentar servidores como se não houvesse amanhã (é verdade... não há mesmo, lol) e parar os serviços de suporte técnico. Suponho que seja um final de tarde divertido no trabalho. Nada como dar o peido mestre a olhar para um monitor.
Acho que não é nada positivo ter data marcada para morrer. Ainda para mais quando não posso concretizar o meu desejo de morrer em grande estilo, num grande acontecimento, a solo. Se duro até 2012 e sou obrigado a levar com a aniquilação total, sou mais um entre a manada na vala comum. No dia seguinte chega a invasão extraterrestre para tomar conta disto e nem sequer podem ir buscar o meu ADN porque se encontra totalmente misturado com o cú do meu vizinho.
De qualquer forma vou meter um reminder no telemóvel. O dia do Juízo Final prevê-se curto, e como juízo já eu não tenho, tenciono acordar cedinho para não me esquecer de fazer nada.
O bestialmente irritante nesta cena toda é que as previsões podem até nem bater certo porque temos uma perspectiva egocêntrica relativamente à qual fazemos medições de tempo ao nível da Terra. O globo gira e pronto. Só que aparentemente, a Terra gira à volta do Sol que, por sua vez, gira em volta da galáxia que, por sua vez, gira em torno de outras galáxias, expandindo o nosso conceito de tempo e de espaço. Mas como usamos apenas uma visão temporal do primeiro nível, o tempo que é medido nunca é o verdadeiro, o universal, mas sim o terrestre. Assim, as previsões de tempo que são incluídas nas nossas equações probabilísticas de tentativa de nos igualarmos a um oráculo grego, dão sempre merda, variando a existência ou não de ocorrência e, em caso afirmativo, de quando esta última se processará.
Por hipótese, podemos já estar todos mortos e nem sequer o sabermos. Isso talvez explicasse o cheiro a coisa podre que emana das casas de banho lá do trabalho. O próprio rabo não aguentaria, se tivesse nariz.

13/09/2009

breathe (2 AM)

vidas para a música

E no outro dia estava eu já deitado a ruminar a minha nocturnidade quando, eis quando senão, uma batida bem forte vinda da rua.
Tipo, tentem visualizar isto... Fiat Punto amarelo, todo iluminado no seu interior, jantes maiores que o próprio carro, colunas a ocupar todo o assento traseiro e o gajo dentro do carro a ouvir em alto som como se não houvesse amanhã... Daniel Bedingfield!
E ali esteve o jovem, a serenatar ou a curtir a mágoa ou alegria, fazendo não se sabe bem o quê na esquina.
Achei o espectáculo minimamente curioso.. mas como a banda sonora também não me estava a chatear por aí além, foi deixá-lo estar.
O mesmo já não se poderá dizer do meu vizinho da frente que, em alto e bom som, já perto da uma da manhã, mete a cabecinha de fora da janela e grita qualquer coisa como:
"Oh seu cabrão filho de uma grande puta, vê se páras com essa merda antes que seja eu o tal que vai aí abaixo rachar-te o caralho dos cornos à paulada"
Se por um lado achei simplesmente admirável a forma delicada como o gajo conseguiu utilizar quase todos os insultos disponíveis para a ocasião - ok, faltou o 'foda-se' pelo meio... mas aí faltava eu no meu humor matinal - por outro achei delicioso o detalhe do "antes que seja eu o tal que vai aí"... é que entretanto estava o Punto de Bergerac a tocar o "If you're not the one"... Com toda a certeza, o momento para tal saída foi o ideal, tendo-me mesmo ocorrido ir à janela gritar ao bacano que era o maior.
Penso que a saída não tenha sido intencional mas, em todo o caso, é sempre agradável e positivo ter laçadas deste género. Daquelas coisas que não acontecem todos os dias. Engloba-se no ter uma namorada chamada "Delilah" e começar a tocar o "Hey there Delilah", ou ver uma Jude no lado de lá da rua enquanto se ouve o "Hey Jude", ou então mesmo aquela viagem de táxi em que começa a passar o "Drive" na rádio. Aquele passeio solitário a meia-luz debaixo de uma ponte ao som do "Sound of Silence" ou, em última análise, o "All I want for Christmas" a passar no rádio do autocarro naquela viagem para o trabalho no primeiro dia da época natalícia.
De qualquer forma o "antes que seja eu o tal que vai aí abaixo rachar-te o caralho dos cornos à paulada" estrategicamente 'tocado' aquando do "if you're not the one..." foi, única e simplesmente poético. Teve aquele toque pessoano e camoniano ao mesmo tempo que quase se podia beber um Porto ao som daquela merda.
E a acústica da minha rua à uma da manhã tem aquela particularidade de dar azo aos pequenos sons mudos que ecoam na escuridão... é que foi mesmo naquele intervalo entre a passagem da Carreira da Madrugada à 01.00 e o carro do lixo à 01.30.
Penso que toda a gente deveria ter a oportunidade de poder ouvir Daniel Bedingfield numa rua que não a sua, de madrugada, só pelo prazer da ofensa que ecoaria oriunda de um qualquer sub-andar de um prédio escondido.
Mas com o 'foda-se'; esse vale ouro.

H1N1

Nos meus devaneios por sites de informática, encontrei este pequeno arroto poético de mais um tarado que por aí anda.

Hacking Swine Flu

So how many bits are in this instance of H1N1? The raw number of bits, by my count, is 26,022; the actual number of coding bits approximately 25,054 -- I say approximately because the virus does the equivalent of self-modifying code to create two proteins out of a single gene in some places (pretty interesting stuff actually), so it’s hard to say what counts as code and what counts as incidental non-executing NOP sleds that are required for self-modifying code.
So it takes about 25 kilobits -- 3.2 kbytes -- of data to code for a virus that has a non-trivial chance of killing a human. This is more efficient than a computer virus, such as MyDoom, which rings in at around 22 kbytes.

It’s humbling that I could be killed by 3.2 kbytes of genetic data. Then again, with 850 Mbytes of data in my genome, there’s bound to be an exploit or two.


Bruce Schneier
http://www.schneier.com/blog/archives/2009/09/hacking_swine_f.html


A sério, pessoal. De dia para dia, sinto-me cada vez mais normal, a caquinha que faço parece-me pequenas obras de poesia na forma adubada - como é lógico - e os meus delírios, maçãs maduras no auge da Primavera. Eu tento mesmo ser passado dos cornos... eventualmente uma reacção psicológica de forma a tentar ser mais especial e diferente da manada... mas estes gajos humilham-me. Batem-me aos pontos.
Quanto ao Bruce, olha... só tenho uma palavra para ti: santinho!

11/09/2009

ayo

menos uma

Sexta-feira. Menos uma semana na imensidão da minha vida.
Resumo...
Viciei-me a ver uma merda na televisão.
Um gajo qualquer numa outra tanta diarreia mental, inventou um canal para entreter putos (Baby First? Será isso?). Então vão passando pastorinhos, ovelhinhas, imagens rolantes qual caleidoscópio, isto tudo acompanhado por uma musiquinha de carrinha de gelados.
O que é impressionante é que aquilo agarra mesmo um gajo à televisão! Fiquei de olhinhos vidrados a curtir os pedacinhos de geleia vermelha que passeavam lado-a-lado com os cavalos marinhos.
E o carrocel? Cena brutal!!! Os cavalinhos vão desaparecendo e sendo substituídos por galos. Eu pessoalmente acho que a cereja no topo do bolo era mesmo os galos puxarem a penugem para cima, meterem um ovo e dançarem o can can. Galos travestis, possivelmente. Mas seria giro.
A felicidade tem detalhes interessantes.
Comecei o mês a assinar a tão esperada escritura do meu ninho. Sim, o ninho agora é Meo. Ou pelo menos, a hipoteca...
Sou assim o feliz proprietário de uma casa que partilho com a Cindy. Consegui, com a ajuda de muitos e bons amigos, mas não pretendo falar muito na nova aquisição.
Acabo assim a semana com um bloqueio dentro de um elevador. Yah, é divertido ficar dentro de um elevador no trabalho, de porta meio-aberta, com o telefone na mão, enquanto as pessoas gritam comigo porque não lhes dou assistência com a desculpa de que estou 'preso no elevador'... a confiança e a compreensão são tudo...
Durante a minha privação de liberdade, tive algum tempo para dar uma vista de olhos nas letras que por lá habitam. Tipo... por que raio chamam 'ascensor' a um elevador? Se ele só ascendesse, eu compreenderia, mas na verdade ele também descende. Nessa perspectiva, poderiam arranjar um elevador que só descesse, chamado descensor. Contudo, seria um problema, porque depois da primeira descida ele nunca poderia voltar a funcionar. Para que isso acontecesse ele teria de voltar a subir para mais tarde efectuar a sua 'descensão' e, logicamente, passaria também a ser um ascensor.
Faço então um apelo aos senhores da Otis, da Schneider e afins... Por favor, parem de escrever 'ascensor' em lugar de 'elevador'; é uma forma simpática de evitar que as pessoas enlouqueçam a pensar em sinónimos e a desenvolverem teorias medonhas enquanto estão presas num monta-cargas.
"A informática não é uma profissão de risco". Ok, digam isso aos gajos que hoje quase me queriam expulsar de um edifício porque fui lá montar um computador. É curioso que me quisessem partir os cornos num local onde se trata precisamente dessas maleitas... será isto a cortesia profissional?
Eu bem achei estranho a ordem de serviço que me enviaram onde se lia "leva o segurança daqui contigo". Achei que era piada e não o levei. É com os erros que se aprende.
Li no outro dia um artigo interessante.
Já toparam o novo catálogo do Ikea?
A sério, levantem o rabinho da cadeira, e vão buscar o catálogo deste ano e o do ano anterior.
Nada de diferente??
Yap, as letras. Ao que parece, de forma a uniformizar as plataformas, a Ikea decidiu alterar o estilo do seu lettering proprietário por Verdana.
Ok, nota-se uma leve diferença.
O que tem alguma piada nisto, é que de imediato se criaram blogs, e acessos no twitter a reivindicar o lettering antigo... a sério, há uma petição a circular na net com assinaturas para se adoptar novamente o estilo de letra entretanto substituído.
Neste exacto momento, milhões de pessoas subnutridas ou já morreram ou preparam-se para isso ao relento; milhões de crianças estão a ser maltratadas, abusadas ou em situações muito mais graves; neste preciso minuto estão a dizimar em mais uns pontos percentuais assustadoramente elevados os pulmões do nosso planeta, empurrando-nos para uma morte lenta e agonizante, na qual se antevê que estejamos a secar ao sol, desidratados como bacalhaus.
Mas também neste exacto momento, há uma boa variedade de animais, que está a assinar a merda de uma petição para se alterar o lettering de um catálogo.
Sou só eu que acho isto incrivelmente estúpido?
Na África do Sul, uma empresa de sistemas de informação, para provar a lentidão do acesso à internet no seu país, efectuou um teste: uma corrida entre um pombo-correio que transportava uma pen usb com dados e a mesma distância percorrida virtualmente com um simples download.
Pois é... ganhou o pombo.
Em todo o caso, acho que o teste não foi exactamente justo. Tipo, os pombos são os viciados em speeds do mundo das aves. Era o mesmo que me meterem a fazer qualquer coisa do meu domínio de conhecimento depois de beber um balde de café. Já toparam bem os olhinhos dos pombos? Esbugalhados, até parece que andam o dia todo com um braço enfiado no rabo como os Marretas! E depois olham para todos os lados, movendo a cabecinha rapidamente como se estivessem a ser perseguidos por um gavião imaginário ou uma merda parecida...
Para o teste ser efectivamente justo, o download só deveria ser feito depois do Pombo em questão tomar uma boa dose de Xanax. De qualquer forma, continuaria a achar que o pombo ganhava; a questão é que a derrota dos sistemas de informação sul-africanos sempre seria menos humilhante. É que a viagem do pombo e a cópia dos dados da pen demorou qualquer coisa como 2 horas... e nesse mesmo período de tempo, o download que tentaram fazer atingiu os 4% de conclusão...

Despeço-me deste post com uma mensagem fabulosa que me apareceu hoje no ecrãzinho de uma impressora:

"O modo inactivo encontra-se agora... activo"