30/11/2009

haja cú

Descobri há momentos que tenho uma batedeira da marca HAKU num armário da cozinha.
Pode dizer-se portanto, que HAKU na minha cozinha...

dust in the wind

28/11/2009

olhe, como é que vou para...

velinhas

Ora no outro dia estava a sair do trabalho e vejo uma procissão de velas à porta das Urgências... bem, pensei que talvez tivesse morrido alguém, e continuei; mas logo uma velhota me abordou e veio atrás de mim com um papel, e então o meu pensamento passou a ser algo do género: "Foda-se, queres ver que o gajo morreu e agora querem fazer alguma missa negra comigo?"
Então comecei a correr até me afastar da senhora que teimava vir atrás de mim com o raio do papel, enquanto eu já só assumia que fosse algum doente de uma seita marada.
Afinal não errei por muito, eram mesmo os sindicalistas ali da zona que queriam qualquer coisa de mim... não desfazendo, com todo o mérito que os sindicatos tenham, desde que não façam perseguições religiosas aos informáticos.
Ainda na onda dos hospitais, e agora que o meu amigo já está melhor, estava com ideias de largar esta: "tenho amigos que gostam tanto de mim, que até aceitam ser internados apenas para estarem mais próximos de mim"
De repente, não sei por que motivo há pessoal que diz que eu não escrevo nada de jeito.
E hoje ia a sair de casa e a velhota que mora no rés-do-chão e tem o marido que vai fumar ganzas para a porta do prédio abordou-me... eu ia largar uma daquelas minhas que toda a gente conhece, qualquer coisa como "não, eu não vendo erva...", mas ela falou primeiro.
Então basicamente ela queria saber se eu ainda tinha as muletas da minha Mãe. O que ela queria não era exactamente as muletas, mas aquela merda que não me lembra o nome, e que se assemelha a duas muletas mas com umas rodinhas para evitar que uma pessoa vá com os cornos ao chão.
Eu calculei que a senhora estivesse a fazer confusão, porque afinal, a minha Mãe nem sequer teve tempo para andar de muletas, mas como não estive para ser sarcástico e macabro ao ponto de lhe dizer que as muletas já não tinha, mas que se ela quisesse ainda tinha os tubos que lhe enfiaram na garganta no hospital, dei-lhe apenas o toque e disse "não, já não tenho as muletas da minha avó..."; mas como a Mãe era minha, assumo que os outros não estejam a par das coisas e que tenha de ser eu a recordar este tipo de merdas.
"Ah, desculpe por ter tocado no assunto..."
"Ora essa, não tem de pedir desculpa! Como eu nunca me lembro da minha Mãe, gosto imenso que me recordem que ela existia... aliás, e o Natal é sempre uma boa altura para isso, visto que da última vez que o Pai Natal passou por estas bandas foi mesmo para largar a notícia que ela não ia passar outro ano comigo"
Ups, lá estou eu outra vez com o meu sarcasmo meio-mordaz... mas o sarcasmo continua a ser a única barreira entre sorrir estupidamente e enfiar uma muleta nos cornos da minha vizinha.
Por falar em foder ou ser fodido, achei por bem foder o computador ao meu colega de trabalho.
A Microsoft afirma que o Windows 7 não tem ecrãs azuis.
Então, achei por bem exportar todo o Registry de um Windows XP para dentro do Windows 7 do meu colega... resultado? Um Windows 7 com o ecrã azul de um Windows XP! Epa, tenho ou não tenho os meus momentos de brilhantismo????
Cheira-me apenas que um dia destes vou levar nos cornos... ainda para mais ele é maior que eu.
E para o caso de não terem ainda reparado, estamos num mundo de sôtores... mas o que tem piada é que quanto mais sôtores estes gajos são, mais lata têm! E o Sôtor Armando Vara, afirma então que não, nunca recebeu presentes... recebeu sim, foi uma caixa de robalos!
Já sem fazer o meu comentário relativamente à frescura do peixinho e se estariam ou não recheados com mais alguma coisita, pergunto-me apenas... e a merda de uma caixa de robalos, não é uma prenda??
O pessoal já sabe que os informáticos lá da empresa receberam duas chouriças de uma colega de outro departamento... se alguém perguntar, já está tudo controlado: "não, não, nunca nos deram presentes, o que nos deram foi dois chouriços".
Ó sôtor Armando Vara, mas lá porque você anda a coçar os tomates no granito da corrupção pública, acha que está no direito de tomar os inginheiros por estúpidos, é isso, sôtor?
Podemos ser parvos, mas estúpidos não, sôtor!

22/11/2009

disclaimer

"Esta mensagem e os ficheiros anexos podem conter informação confidencial ou reservada. Se, por engano, receber esta mensagem, solicita-se que informe de imediato o remetente e que elimine a mensagem e ficheiros anexos sem os reproduzir."
Está certo. Então, eu recebo um email. Como todos os dias me caem na caixa de correio blocos de merda nas mais variadas formas, eu, curioso, até vou ler. Depois de chegar ao fim e perceber que afinal o email não era para mim, vou cagar de alto e ignorar que li o que li.
Não! Mais! Vou ver se encontro o gajo certo e reenviar-lhe a mensagem! Entretanto, se apanhar com dois ou três segredos de Estado ou uma informação confidencial de uma empresa, vou ter a gentileza de apagar o mail e ignorar o sucedido.
Talvez um dia destes me perca num qualquer bairro suburbano habitado pelos indesejáveis do centro da cidade. Logo depois de levar uma valente carga de porrada sem dar troco (sim, porque este pato já não intimida ninguém... quanto mais três ou quatro cagalhões gigantes...) apelo aos nobres instintos de tão sociável malfeitor: "Olhe, agora que já me deu uma coça de fazer enrolar os pêlos do rabo, por que não faz o obséquio de ir embora e me deixar ficar com os meus objectos de valor?"
Eu até propunha alterar a mensagem no final dos emails. Qualquer coisa como "se este email não era dirigido a si e só percebeu agora, porque afinal só iria perceber após ler esta mensagem que, porventura, se encontrava no final do email escarnecendo ironicamente da sua existência, destrua a mensagem e mate-se, de forma a não revelar de qualquer forma o seu conteúdo".
Em todo o caso, acaba por se mostrar deveras divertido o facto de só receber disclaimers em emails com piadas.
Lembrei-me dos jovens das Crónicas de Narnia.
Sexta-feira estivemos a limpar a sala da informática. Estava por lá um caixote gigantesco carregado de cabos de alimentação e aranhiços. É brutal, a forma como eles se multiplicam mais rapidamente que os coelhos (refiro-me aos cabos); um gajo deixa um cabo ali no caixote e dois dias depois há por lá mais cinco ou seis. É o verdadeiro milagre da multiplicação. Desconfio que se os cabos de alimentação fossem comestíveis, seria capaz de acabar com a fome no mundo.
Em todo o caso, por momentos, passei por dentro do caixote dos cabos. E então desapareci pelo fundo do mesmo e fui parar a um sítio branco e coberto de árvores. Por ali andei até que um bode cheiroso e amigável aproximou-se e cumprimentou-me. Perguntou como estava eu e tentou vender-me cabos de alimentação. É certo que o bode era bastante parecido com um daqueles gajos semi-orientais que nos tentam vender flores à noite... " 'ké flor?". Voltei atrás e quando dei por mim estava novamente na Informática, deixando o portal para Narnia aos meus pés.
Depois ainda disse ao meu colega para experimentar, mas penso que o bode de Narnia deve ter fechado o portal porque ele já não conseguiu passar.
Ou então quando lá estava dentro fui mordido por um aranhiço e fiquei temporariamente a ver elefantes cor-de-rosa às bolinhas amarelas.

19/11/2009

18/11/2009

opinião dos leitores

"O Pato Marques nunca diz tudo o que pensa.
O Pato Marques sabe mais que aquilo que diz que pensa.
O Pato Marques, ocasionalmente, escreve aquilo que pensa.
O Pato Marques, estranhamente, pensa tudo aquilo que pensa."

Fabuloso! Malta entendida, mesmo! Isto quase roçava o limite do silogismo.

provinciano

A legenda diz tudo...
"Na Covilhã, era considerado um provinciano bem vestido"; pois, em Lisboa é só mais um fdp...


mitos II

"Os homens só falam de carros, computadores e mulheres. Excepção aos informáticos, que só falam de computadores."

Falso. Ontem tive uma discussão interessantíssima com o meu colega (também informático) acerca da evolução das espécies. Hoje falámos de gajas.

mitos I

"Os informáticos curtem estar agarrados aos computadores em casa porque não tratam de tarefas como fazer o comer, lavar a loiça ou passar a ferro."

Confesso. Não sei passar a ferro.
Mas limpo congeladores muito bem.

16/11/2009

estes espanhóis...



Vá lá, vá lá, não se lembraram de meter uma cobra no esfíncter... no meio disto tudo, acho que todos concordamos que o rato é que foi brutalmente violado, devendo fazer terapia de grupo (não no ânus...) para o resto da sua vida.

cenas que fazem um gajo passar-se (num só dia)

07:05
o vento a entrar pela chaminé e a apagar a chama do esquentador, às 7 da manhã, depois de um gajo estar coberto de sabão e cheio de frio. A viagem do mesmo gajo, todo nú e cheio de frio, da casa de banho até à cozinha, para aceder novamente o esquentador. E o regresso ao duche para constatar que, afinal, o cabrão do esquentador se apagou novamente.

10:00
"Tão giro, tem psoríase, que curioso! Isso não o incomoda?"
"Ah, claro que não! Também acho giro e curioso. Aliás, eu já faço de propósito para que notem..."

14:58
"já está? já está? mas você nunca mais me acode? sabe, o mundo gira à minha volta e toda a empresa pode parar, inclusivamente você, mesmo que esteja na casa de banho cheio de cólicas, para vir aqui meter o computador a imprimir! ainda não almoçou e são três horas? pois, e eu ainda não imprimo. já está? já está? já está? já está? (...)"
(não querendo ser mesquinho... esta merda toda para imprimir a porra de uma etiqueta...)
Tipo... pega numa merda qualquer com cola, escreve-lhe em cima e cola essa merda no cú! Que tal?

18:00
As cartas amorosas das Finanças, que nos cobram juros, o cú e mais oito tostões por uma merda que se extraviou no Correio.
Falando nisso... a avaliar, o meu rabo até parece andar a valer muito. Qualquer dia vendo-o.

23:00
A nostalgia de fim de semana à noite, quando nos dizem que há muitos anos atrás, noutras andanças, a coisa até podia ter corrido de outra forma. Afinal, um gajo é especial e diferente... só que nunca deram por isso. Como se isso importasse para alguma coisa.
A ver uma cena. O Noddy é especialmente estúpido e diferentemente atrasado mental ao ser violado pelo leiteiro; o Ruca é um puto especial e diferente, visto que não cresce e parece estar sempre com leucemia; até a minha cadela é especial e diferente. O que tem essa merda a ver com o que não aconteceu? Não era menos humilhante para os outros ficarem caladinhos? Credo, isto às vezes parece o Diário de Bridget Jones.

23:55
O esquentador a apagar-se novamente (uma vez mais) depois de ter o rabo encharcado em sabão.
Começo a acreditar que o esquentador tem vida própria e só desliga após a ensaboadela...

15/11/2009

lições

Enviaram-me esta revelação há pouquinho tempo.
Como os meus leitores estão sempre no meu pensamento, achei por bem partilhar.

  1. O dinheiro não é tudo. Há Mastercard, Visa e Amex.
  2. Economize água. Tome banho a dois.
  3. Ame o próximo. Mas sem ser apanhado.
  4. Atrás de todos os homens de sucesso há uma mulher. E atrás de todos os homens mal sucedidos há duas.
  5. Todos os homens deveriam casar-se. Afinal, a felicidade não é tudo na vida.
  6. O amor é fotogénico. Precisa de escuro para se revelar. (lindo)
  7. Crianças no banco traseiro causam acidentes. Acidentes no banco traseiro causam crianças (assim nasceu o José Sócrates).
  8. O seu futuro depende dos seus sonhos. Então, vá dormir!
  9. Deveria haver melhor forma de começar o dia do que acordando todas as manhãs.
  10. Quando dois é bom, três é o resultado!
  11. O biquini é como uma cerca de arame farpado. Protege a propriedade, sem restringir a vista.
  12. Quanto mais se aprende, mais se sabe. Quanto mais se sabe, mais se esquece. Quanto mais se esquece, menos se sabe. Então, para quê aprender?

mais cretinices

Esta semana soube-se que uma menina de 12 anos espirra mais de mil vezes por dia desde há duas semanas.
Os médicos não sabem o que fazer e ela não sabe o que dizer, visto que por cada frase larga três ou quatro "atchim".
Uma vez conheci um tipo assim... por cada frase conseguia largar três ou quatro "foda-se" ou "caralho" de seguida.
Obviamente que não é a mesma coisa, mas o que pode o Dr. Pato dizer para que a jovem se sinta melhor?
Ao menos são espirros; se ela se peidasse mais de mil vezes por dia seria bem pior.

10/11/2009

i've got nothing

Uma grande colaboração online.
A letra da música foi escrita tendo por base comentários no YouTube; várias versões da música foram então feitas por utilizadores em todo o mundo, a melhor composição foi escolhida e todos os participantes convocados a colaborar no clip.
Todos os lucros revertem a favor de uma organização de apoio às crianças :)


terça-feira num sítio qualquer

As terças-feiras são sempre acompanhadas por um arranque matinal à medida dos dias.
A senhora com quem estabeleço uma transacção comercial todas as semanas passando-me a roupa a ferro a troco de uma pequena maquia, apanha sempre o meu autocarro às terças.
Considerando que ela chega sempre primeiro que eu à paragem (quando ela assenta praça ainda ando eu a trocar jornais para mais uma cagada canina), acabo sempre por apanhá-la de frente já sentada no autocarro. Como seria deveras indelicado não estabelecer qualquer tipo de conversa, acabo sempre por tirar os headphones e dar os bons dias, sentando-me ali.
Os momentos que se seguem são da mais pura demência cerebral...
"Pois hoje está mais fresco que ontem, não é?"
"Pois, hoje está mais fresco que ontem"
(intervalo na conversa a rondar os 5 minutos)
"Este trânsito... neste cruzamento é sempre a mesma coisa"
"Este trânsito, sim... neste cruzamento é sempre a mesma coisa"
(mais 5 minutos)
"Bem, parece que é a minha paragem... então até!"
"Sim, é a sua paragem... então até!"
É uma cena brutal, porque a nossa conversação matinal funciona tipo eco. Quem quer que fale, haverá sempre uma repetição do género de ressonância, que ficará por ali a boiar. Incrivelmente deprimente.
O que chateia mais, é que acaba por ser um dia em que não vou sossegadinho a ouvir a minha musiquinha, meio a dormir.
Também muito fixe é o diálogo na onda de stand-up comedy:
"Tem horas?"
"Tenho sim"
"E vai-mas dizer?"
"Ah, ok, pensei que só queria saber se tenho horas ou não"
Então, a senhora tem duas filhas no lado de lá do oceano. E ao que parece, não querem vir para cá.
É um facto que neste canto de terra não temos helicópteros a serem abatidos por atiradores nas favelas mas, em todo o caso, consigo compreender que prefiram ficar por lá. Inferno por Inferno, do lado de lá sempre é mais quente.
No fundo, trata-se de uma questão meramente meteorológica, que terá a sua incidência estratosférica na velha questão do minuto 3 após a entrada no autocarro: "Pois hoje está mais fresco que ontem, não é?"
Pois é um facto, hoje está bastante mais fresco que ontem! O facto de não vivermos num país tropical (embora abundem os bananas) ajuda a tal condição.

09/11/2009

factos 2: as verdades verdadeiras

E hoje, estava eu a contemplar um access point wireless que tinha acabado de pendurar e configurar numa das recepções lá do Sítio...
Aquilo depois de ligado emite umas luzes (7 cores diferentes, já agora), consoante o tipo de acesso, autenticação e a mensagem que passa via wireless; na prática, é um objecto giro e fofo que chama à atenção...
Então, uma senhora velhota vai a passar, olha para mim e diz:
"Ah, sim senhor, é bonito!"
Num breve momento de delírio e estupidez aguda (acompanhada por uma dose brutal de auto-estima) retorqui:
"Eu...? Bem, obrigado... mas acho que não..."
"Hein, o quê?" - respondeu a senhora - "Ah, desculpe... eu estava a falar daquela coisinha que acabou de pendurar ali em cima... ah, mas claro que o senhor também é muito simpático..."
Constatações finais. A seguir a um Access Point branco da Cisco Networks, até sou agradável à vista (leia-se 'simpático'). Claro que não tenho 7 cores, mas fiquei a pensar no que estaria abaixo de mim; um Router daquela marca manhosa que a Clix mete nas casas da malta?

factos

... e entre o dever e o haver, entre o estar ou não fodido, tenho a ideia que a massa de Diospiros irá amanhã fazer das suas... ou ainda hoje, visto que isto já está a dar de si...
Chamo-lhe carinhosamente, Cagospiros, uma mistura de caganeira, com diospiros.

04/11/2009

o especial

É curioso como no Dia dos Finados, a malta sai à rua para honrar os mortos.
Yah, porque durante os restantes dias do ano, eles não estão mortos, estão só esquecidos... depois vem o Dia dos Finados, e como já refinámos a bebedeira da véspera (que só por acaso, até é uma festa pagã) faz-se um clique nas circulares vasculares cerebrais e vamos meter florzinhas no cemitério.
Ah, é verdade, tenho de ir ao cemitério...
Pelo caminho, encontramos os vizinhos que também andam por lá. Sim, porque esta cena de termos os cemitérios organizados por zonas dá um jeitão... garantimos sempre que a malta que morre está pelo menos localizada. Já as valas comuns têm a vantagem de se poder socializar longe da pedra fria...
Quando morrer quero ser bem queimado e atirado para algures. De preferência um rio ou algo parecido. Evitam-se os constrangimentos de obrigar a malta a visitar-me a campa.
Em todo o caso acho que os caixões de cremação, são uma chulice tremenda.
Um gajo quando morre e quer ser cremado, tem de ir num caixão. Acho que ainda não viram bem o desastre ecológico de que estamos a falar. Se vai ser tudo queimado, seria preferível algo menos prejudicial ao ambiente. Já não falo em sacos de plástico, mas um lençol, por exemplo, poderia fazer o efeito desejado.
O Halloween enerva um bocado. Não pelo dia em si, mas pelo stress que provoca a programação da televisão. Simpsons especial Halloween, Family Guy especial Halloween, Fringe especial Halloween, telejornal especial Halloween e a merda que o foda especial Halloween. Depois de levarmos com a injecção completa e assumirmos que ainda não será este ano que iremos vestir a máscara de Ceifador e bater à porta da vizinha do andar de baixo a meio da madrugada, vamos dar um pulinho à net e, imagine-se, temos o FarmVille e o Mafia Wars no Facebook com o "Halloween Special".
É uma forma interessante de se curtir o Dia das Bruxas: enlouquecendo.
Entretanto, já dentro do espírito do Halloween, e enquanto reparava mais um computador, apercebi-me mais uma vez de como nunca teria qualquer tipo de vocação para medicina.
Um médico dizer a um velhote que espera pela sua companheira de longos anos que ela vai morrer, consegue incomodar até o mais insensível dos informáticos.
Sou bastante flexível nestas coisas. As pessoas têm uma duração de vida, já aprendi isso. Mais curta, mais longa, mas a nossa condição humana resume-se a sermos iogurtes fora do frio prestes a passarmos de prazo. Em tudo e com qualquer coisa, há um dia em que a nossa validade expira. Morremos para as pessoas, morrermos para o mundo, ou até mesmo para nós próprios.
Mas há qualquer coisa de muito cretino em dizermos a alguém que passou anos da sua vida com outra pessoa, alguém com quem repartimos a nossa vida e o coração, gritámos, zangámos, fizemos as pazes, beijámos, tivemos filhos... o que for, que essa pessoa vai morrer. É um bafo, vai simplesmente desaparecer, transformar-se numa mistela orgânica qualquer e sumir-se de vez das nossas vidas.
É um acordar para uma realidade incrivelmente nojenta. Na nossa perspectiva egoísta, desejamos sempre morrer antes de todos aqueles que queremos bem, somente pelo desejo de não sofrermos. Contudo, ironicamente, ficamos sempre por cá a ver as vidas a passar até acabarmos inevitavelmente sós e podermos finalmente morrer em paz.
Depois tentam vender-nos que ao menos ficará para sempre no coração... mas o facto é que apesar de andar sempre por lá, fisicamente deixa de existir. Passa a ser uma sombra, uma boa recordação, até que eventualmente ascenderá à condição de mito ou algo parecido.
É estupidamente cruel, e por muito lamechas que possa parecer (gay, eventualmente) já não tenho coração para ver a cara do homenzinho ao receber a notícia antes de tentar ir ver a mulher como se nada fosse, fazendo-a acreditar que tudo iria correr bem.
Para o ano haverá mais. Todos os dias há mais.

01/11/2009

gotas doces

Ontem, sabem como me chamava? Pato Marques.
E hoje, sabem como me chamo? Pato Marques.
E sabem como me vou chamar amanhã? Pato Marques!
É lógico, pah!
E sabem porquê?
Porque há merdas que nunca mudam, a começar pelos anúncios do Pingo Doce...