31/01/2008

jogos

Esta noite está um frio de fazer engelhar os...
Bom, reformulando, esta noite está um frio de fazer arrefecer as profundezas mais obscuras do meu ser.
Eventualmente por esse mesmo motivo já devo ter o meu pequenino cérebro (ultimamente tenho usado muito esta piada, não sei se repararam) completamente queimadinho do frio o que me leva a estas noctívagas diarreias mentais.
Estava aqui a mudar de posição no colchão, preparando-me para mais uma noitezinha em branco, quando algo fez clic aqui dentro da cavidade craniana.
Calculo que a malta já tenha jogado xadrez. E damas também.
Pois bem.
Se o xadrez fosse jogado com damas e as damas com peças de xadrez, parece-me a mim que não faria sentido chamar xadrez ao xadrez e damas às damas porque teríamos um jogo de xadrez que seria na realidade um jogo de damas e um jogo de damas contextualizado em xadrez.
ih ihhihihihihi hihihihih hihihihihh hihihiihiihihhhhih
(riso psicótico... dei o pifo)

Já agora, caso não tenham reparado, as tampas de esgoto são sempre redondas.
Tal tem uma razão muito simples.
Deixo-vos com esta para pensarem durante uns tempos.
Pato Afonso, tu já sabes esta; não te ponhas com merdas!

o circo do Sol...

O Sol, quando nasce, nunca é de facto para todos.
É que reparem. Se quando nasce, o Sol fosse efectivamente para todos, nunca ficaríamos com metade do planeta envolto em trevas enquanto a outra metade goza as suas horas de luz.
Na realidade, o Sol talvez seja um pouco como a fama... todos terão direito a pelo menos quinze minutos. Mas é só isso.
Dois terços da população mundial talvez ainda não se tenha dado conta, mas está condenada.
Não me quero armar em portador das más notícias mas, um pouco naquela onda de ânimo controlado, queria apenas referir que o mais provável que venha a acontecer a toda essa malta é acontecer-lhes coisas tão básicas como morrerem de fome, de sede, de doenças há muito controladas e, na pior das hipóteses terminaremos os nossos dias a comer-nos uns aos outros na ânsia de conseguirmos mais uns litrinhos de "pétroila".
Até os próprios Governos andam a preparar-nos para isso. Senão vejamos: até já temos plano de gripe... é só fazer as contas. Menos hospitais, menos apoios e ainda nos querem injectar com um vírus semi-adormecido. Está tudo fodido.
Parece que já estou a ver a criação de armazéns de gado humano, onde nos tentarão engordar para terminarmos fatiados na mesa de um qualquer gajo pertencente aos tais 33.3% que vêm o Sol a toda a hora.
Pessoalmente não me agradaria muito terminar os meus dias pendurado numa espécie de talho com um espeto curvo enfiado no rabo enquanto me sangravam. Claro que sempre seria mais agradável que ir na minha migração e levar um balázio nos cornos ao passar numa área de caça.
Falando em caça. Estou a lembrar-me de uma coisa importante: ementas de restaurantes.
No local onde costumo almoçar, perto do trabalho, há um restaurante que afirma que tem 'alheiras de caça' todos os dias.
O que será uma alheira de caça?
Após muito pensar com este meu cérebro pequenino, só pude concluir que a alheira de caça deve ser uma alheira perfeitamente normal que não habita em cativeiro.
Toda a gente sabe que as alheiras e demais enchidos, são pequenos animais que moram em pequenas bexigas de porco. A maior parte desses animais - que por acaso são mamíferos; mamíferos enchidos - são criados em pequenas jaulas chamadas fumeiros onde vivem até serem suficientemente grandes para serem comidos.
Por outro lado, as alheias e outros enchidos de caça, são selvagens. Crescem e reproduzem-se ao ar livre esperando a abertura da época de caça. São caçados à catanada, com uma pancada forte e seca nas pontas: daí que esta espécie tenha sempre as pontas atadas com uma corda que é para as entranhas não saltarem cá para fora.
Ainda a respeito das ementas, acho que a PIDE, perdão, a ASAE, deveria reforçar as suas equipas de inspectores com professores de línguas.
Acho que é um crime escreverem bacon como beicon na porra de uma ementa. Hoje passei horas no restaurante a tentar decifrar aquela merda porque pensava que seria um prato exótico, tipo 'beiças de porco' ou coisa parecida.
Como poderá ser perceptível (ou não) neste ponto do post já nada parece ter relação com o facto do Sol quando nasce ser ou não para todos.
Errado.
O grande problema aqui é que as alheiras de caça estão em extinção.
Vamos acabar os nossos dias perdidos numa qualquer ilha gelada agarrados a uma alheira que nem sequer será de caça, enquanto os vermes nos sugam a carteira.

Um último pensamento.
Hoje de manhã fui fazer um pagamento às Finanças... daqueles altamente evoluídos onde temos de estar fisicamente presentes para pagar a porra do imposto.
Constatei que o serviço público funciona muito melhor quando pagamos.
Fazer uma pergunta, é de borla, demora horas;
Pagar qualquer coisa ao Estado... é coisa de minutos.

Cumprimentos patinos!

30/01/2008

...

Estou assustado.
Já toda a gente sabe que sou um bocado para o anti-social; já todos sabem que sou apanhado, passo a vida a dizer javardices e que muito dificilmente olho para o que me rodeia.

Contudo, a partir do momento em que as colegas do trabalho me chamam para ver uma revista com gajos em cueca... bom, aí não há anti-socialidade que resista.
De uma vez por todas: não sou paneleiro!!!

Não tenho nada contra esse pessoal, tenho amigos com o rabo virado para norte mas, da minha parte, não integra a minha lista de actividades o dar ou levar com ele.
Posso ser um bocado estranho mas no que respeita a isto creio que não há que colocar dúvidas.
Começo a perguntar-me se a malta achará mesmo que estou do outro lado da barricada.
Acho que não há motivos para isso... quer dizer, tenho aquele tique meio marado de dizer 'fofo' mas daí a ter o rabinho a apontar para a trincheira é bastante exagerado.

29/01/2008

missões

Dizem que todos nós temos uma missão para cumprir enquanto seres vivos e terrenos.
Profundo? Talvez.
Supondo que existe mesmo uma outra dimensão, universo paralelo, Céu, o que seja, para onde todos convergiremos um dia - uns mais cedo que outros - faz de facto algum sentido que as nossas moléculas sejam moldadas de certa forma para que, ao menos uma vez, tenhamos a oportunidade de estar neste mundo e possamos voltar com os espíritos mais preenchidos (preenchidos com uma Vida) para o Outro Lado.
Será assim tão linear? Não sei.
A grande dúvida assenta sempre na hipótese não-provada que num determinado universo não nos consigamos lembrar do que deixámos no outro.
Não é matemático, não é exacto, é uma grande merda que nos faz pensar.

Se efectivamente cada um de nós tem uma missão, pergunto-me bastantes vezes acerca do sentido de tudo.
Que missão poderá ter um puto qualquer que morre com dois, três anos, por vezes nem tanto?
É uma missão ou uma penitência?
Sendo uma missão, estará a preencher o espírito de quem? Dele próprio ou de quem tem de assistir à sua morte?
Sendo uma penitência... fará sentido a punição por algo que nem sequer nos lembramos?
Creio que isto é demasiado complexo para o meu cérebro pequenino de pato e informático.

Todos os dias, ao acordar, faço um pequeno exercício mental.
Qual o sentido da minha existência?
Garanto que se cada um dos meus caros leitores fizer esta pergunta a si próprio ao acordar, passará um dia bastante mais deprimente e infeliz. Recomendo vivamente. Quanto mais não seja, faz-nos sentir vivos.
Saio de casa suficientemente cedo para aturar as depressões da 'coisa'.
Chego a casa todos os dias relativamente cedo (sempre que não fico preso aos problemas profissionais) para tratar minimamente da casa e das refeições.
Confesso, não tenho paciência para aturar as taras da 'coisa'.
Depois de um dia de trabalho, de problemas psicológicos acumulados e trabalhos domésticos, quero mais é sentar-me e, na falta de melhor actividade, autoanalisar-me e terminar a noite (ou começar a manhã...) a escrever.
Não é que não deseje falar... simplesmente a 'coisa' passa dias a fio sentada em frente à televisão sem a ligar; está ao lado da aparelhagem e não ouve música; junto aos livros e não lê nada. Não... é mais fácil ficar a olhar para os potezinhos de cinza e chorar.
Assim, para quem não tem de trabalhar e foder-se todo para poder chegar ao fim do mês, é relativamente simples imaginar a vida como ela era há um ano atrás e chorar.
Como tal, as conversas da 'coisa' baseiam-se sempre em morte, na sua condição de vítima universal e no seu sofrimento partilhado apenas por Deus e ignorado por milhões de carneiros que sofrem diariamente.
"O que queres jantar?"; "Quero morrer".
"Queres alguma coisa do supermercado?"; "Escolhe tu que vou morrer".
"Por que não atendeste o telemóvel?"; "Não posso, vou morrer".
Desta forma, é bastante mais agradável ficar calado na minha loucura habitual.
É injusto, coitadinha?
So what? E há alguma coisa justa nesta vida?
Viu morrer uma filha? Ya, e eu vi morrer a minha Mãe.
Deu-lhe conta de 50 anos de vida, nunca a deixou ser feliz.
Mas em contrapartida, cá ficou. Depois de 10 anos a ouvir os médicos a dizer que a avózinha ia morrer porque andava muito doente, fico sem Mãe em 6 meses.
É justo?
Que se foda a justiça.
"Ah e tal... é muito complicado perder-se um filho".
É relativo. Depende se o filho foi simplesmente um escravo do progenitor durante toda a sua vida ou não.
O conceito de justiça é sempre muito delicado.
Vejamos... entre mãe e filha, claramente que a filha era muito mais necessária neste mundo. A mãe está podre e depois de enterrar o marido e a filha, só poderá caminhar para o enterro do neto.
Pergunto-me sempre: e entre Mãe e o filho?
Epa, não quero mesmo ser mórbido, mas no que respeita a missões, parece-me que o mundo conseguiria sobreviver sem mais um informático que nem sequer é dos melhores.
A Mãe, em contrapartida, tinha a mais nobre das profissões: ensinava.
E foram muitos os que se tornaram gente importante graças a ela. Aliás, graças ao tempo que geria da melhor forma possível entre as taras da mãe, os problemas existênciais do filho e o trabalho.
Por vezes penso que não foi uma questão de saber quem merecia mais ficar ou ir. Creio que foi como que uma folga que lhe concederam após anos de tortura psicológica.
Infelizmente, teve de largar tudo para poder tirar essas férias; infelizmente, são férias com um bilhete só de ida.

Após tão interessante e animada dissertação, volto à carga com as missões.
A 'coisa'. Qual será a missão dela?
Fico realmente siderado com isso.
O que é chato é que muitas das vezes nunca chegamos sequer a saber qual foi a nossa missão.
Sabemos simplesmente que a cumprimos, porque chegou a vez do nosso nome na "lista dos viajantes".
Plantar árvores, escrever livros, ter filhos... são tudo pequenas considerações na vasta lista de missões disponíveis.
Pergunto-me também se antes de sermos colocados na vida terrena nos fornecem um catálogo de missões para escolhermos.
Tenho mesmo grande curiosidade em saber qual é a minha.
Espero francamente um dia poder descobrir.

28/01/2008

500

Estava a tentar fazer um post diferente, visto que este é o 500º deste blog.
Acabei por cair na cena do costume. Desta feita, agradeço à pessoa que me incitou a escrever, dando largas às imaginação, mesmo quando a conversa é uma merda pegada.
Acredito que esteja a ler isto, algures.

o habitual

Como já é habitual, vou pegar num único post e transformá-lo numa mistela de ideias e borrenganços de tal forma gigantesco que ninguém o quererá ler.
Um pouco na onda de sadobloguismo, quando os autores escrevem e escrevem e escrevem mas toda a web se está literalmente a cagar para o que é dito. Mas os tipos divertem-se, e isso é que é importante.
Uma vez um médico disse-me que eu precisava de fazer um desporto de grupo, de forma a poder conviver e socializar mais: acabei no judo a dar e a levar nos cornos.
Agora isto é bastante mais calmo... escreve-se e pronto.

Parte 1: a rapariga dos meus sonhos

Vamos supor que um tipo qualquer, no rotineiro caminho para casa ou para o trabalho, encontra no metropolitano uma desconhecida.
Nunca a viu mais gorda mas de imediato o seu coração bate mais forte (bonito... se continuar assim ainda sou contratado para a revista Maria...) e é amor à primeira vista.
É fofo.
Agora vamos supor que a dita jovem entra na carruagem e ele nunca mais a vê. Como tal, começa a passar-se.
Felizmente, os informáticos são completamente passados dos cornos... ao que parece, a situação aconteceu mesmo.
Como o infeliz moço estava a passar-se completamente, decidiu fazer um esboço da rapariga dos seus sonhos, incluindo uma descrição e a hora e o local em que a viu pela primeira e última vez e... exactamente, dedicou-lhe um website.
A informação está toda neste link mas, ao que parece, ele já a reencontrou (malta com sorte...). Pelo menos foi o que li hoje num jornal online manhoso.
Enfim, bom para ele.

Parte 2: cenas deprimentes

Então é assim... ainda em relação ao post anterior, peço imensa desculpa ao Pato Pastel, mas não dá!
A sério.
Se começo a gastar todas as piadas ordinárias no blog, tentando não ser deprimente, o pessoal depois ao almoço começa a queixar-se que estou muito calado e sentem falta da merda que digo.
Depois tenho de me esforçar em dobro, tentando arranjar trocadilhos fáceis com a empregada brasileira do restaurante e o prato do dia... alheira.
É melhor continuar deprimente por estas bandas, para poder manter-me espirituoso ao almoço...

Parte 3: idiotas

"Tudo aquilo que um idiota diz que é urgente, é algo que um imbecil não fez em tempo útil, e querem que você, o otário, se desenrasque para fazer em tempo recorde..."
Hoje passaram-me esta afirmação.
Curiosamente, na Informática faz todo o sentido.
Acredito que faça sentido em muitas outras profissões, mas na minha assenta especialmente que nem uma luva.
Há sempre um roto qualquer que se lembra que um outro rabo não fez quando devia.
Assim, a tarefa simples que um bicha qualquer achava que seria exequível em 3 horas, passa para 3 semanas, com um grau de complexidade fora do comum.
Entretanto, já parte da ideia deixou o papel e passa para Produção, para a vida real.
Como o problema não foi resolvido, o problema passa a fazer parte do planeamento da equipa de desemerdanços ou seja, a Informática.
Esses heróis anónimos, sentados na base da cadeia alimentar e levando com toda a merda das camadas hierárquicas superiores, para além de terem de levar com o cheiro, ganham mais um projecto (o tal que era simples e se fazia em três horas) de risco altamente elevado (entretanto parte já estava a funcionar, lembram-se?), de prioridade máxima e tempo de execução reduzido.
Um bocado assim: "lembram-se daquele amendoim que demos a um elefante sem vocês saberem e que agora está transformado num grande bloco de merda enterrado no meio do território das hienas? Pronto, era para o irem buscar... mas não tenham problemas, não há stress... é para ontem."
Soubesse eu o que sei hoje e em vez de ir para a informática tinha era ido prostituir-me.
Garantidamente teria mais dinheiro e menos problemas. E nunca mais teria prisão de ventre.
De uma forma ou de outra, o informático é sempre enrabado, portanto...

Parte 4: aviões

Segue abaixo o workflow temporal da informação durante o dia de hoje:
13 :00 - caiu um avião em Portugal
13:30 - reportagens antigas de quedas de aviões; fala-se do caso Camarate
14 :00 - afinal o avião era um F-16 e caiu na base aérea
14:40 - entrevista a uma vaca que passou a dar manteiga com o susto
15:00 - o piloto está em estado grave e os peritos estão no local; há vítimas inocentes
15:20 - entrevistam-se as vítimas inocentes
16:00 - o piloto está vivo mas em perigo; afinal o F-16 caiu no mato
16:50 - descobre-se que devido a falhas de comunicação, o INEM demorou 1 hora a socorrer o piloto
17:00 - entrevista às testemunhas: "tivemos tanto medo... pensámos que era o Bin Laden"
17:10 - especial última hora em directo do Iraque
18:00 - o piloto está fora de perigo. Aliás, já está em casa.
18:35 - fala-se das horas de voo e da experiência dos pilotos; recomenda-se o Microsoft Flight Crash Simulator
19:00 - os motivos da queda estão a ser averiguados
19:15 - o Governo decide fazer um referendo para avaliar a necessidade de um estudo aos motivos da queda
20:00 - o avião caiu devido a problemas técnicos (não... havia de ser por causa da chuva...)
20:40 - outros F-16 que caíram devido a problemas técnicos
21:00 - o avião não tinha problemas; a nossa esquadra de F-16 é a melhor do mundo
22:00 - a Força Aérea não faz comentários mas os bombeiros afirmam que a culpa é do INEM
23:00 - mas caiu um avião?
meter a gaita-de-foles no rabo... eu? simpático...

27/01/2008

caros amigos

Caros amigos Patos e restantes aves raras,

Tenho andado a tentar digerir algo que um amigo Pato me disse hoje à tarde.
Ora, vamos começar por arranjar um nome ao Pato.
De facto, ainda não tinha pensado muito bem nisso, visto que normalmente a conversa gira sempre à volta do Pato Marques e do Pato Afonso. Agora, tenho de falar acerca da afirmação de um outro.
Bom, após reflexão profunda, e também devido ao posicionamento geográfico deste amigo Pato, decidi referir-me a ele como Pato Pastel.
Não que ele seja exactamente um tipo apastelado (ah, e por falar nisso, não tem nenhuma relação com o post de há dias, acerca de pastéis...) mas... bom, ele irá certamente perceber a piada.
Ainda pensei em Pato Chefe, mas isso iria tirar-me o já reduzido protagonismo... bom, piada tinha ser o Pato sub-Chefe, mas acho que Pato Pastel lhe assenta que nem uma luva. O que é estranho, porque se os patos não têm mãos, de nada servirá terem luvas... mas normalmente colocamo-las na cabeça. Ficamos como que se tivéssemos uma vaca de barriga para o ar entre as orelhas - que também não temos, por sinal. De facto, a morfologia orgânica patina é deveras estranha. Por vezes penso que só somos iguais ao reles humanos da cintura para baixo. Mais uma badalhoquice, aí está. Mas referia-me mesmo era às barbatanas...
Penso que me estou a afundar a uma velocidade alucinante, pelo que nem sequer vou tocar no trocadilho dos ovos. Seria demasiado fácil e bastante nojento para esta hora da noite.
Voltando ao topo do post, o amigo Pato Pastel afirma então que este pato tem uma conversa demasiado deprimente.
Compreendo.
Na realidade, para os patos que convivem comigo quase diariamente, quase que pareço um pato bipolar.
Como é que um pato que consegue ter uma conversa de merda ao longo de todo o dia, consegue chegar ao seu canto na web e ter uma conversa altamente deprimente? Bom, creio que a palavra "merda" é mesmo a chave...
Afinal, não interessa se a conversa é interessante ou não, ou se é deprimente ou animada. No fundo, quer na vida física, quer na virtual, a conversa deste Pato é sempre uma grande merda (louvores aos que me aturam).
Mas não quero que o amigo Pato Pastel fique com a ideia de que a minha conversa é assim tão deprimente.
Como não quero ser a última leitura de nenhum condenado, quero voltar alguns anos no tempo e ter uma escrita não-deprimente. Afinal, todo o layout do blog já é uma merda, pelo que não vou afundar isto ainda mais.
Assim, hoje não falarei da 'coisa', dos meus problemas, da Nação (nem sei porque escrevi com maiúscula...), do Dia de S.Valentim que está mesmo aí a rebentar nem de outros tantos assuntos que me levariam inevitavelmente para uma deprimente escrita de merda.
Desta forma, só mesmo para o Pato Pastel e para todos os outros que pensam que vou atirar a 'coisa' pelas escadas e suicidar-me de seguida, vamos tentar começar a semana animados (tirando o 'deprimente' mas mantendo a escrita de merda).
Ontem fui às compras, que é como quem diz, mendigar o desconto de combustível da Galp no Continente...
Acho fascinante a quantidade de malta que, tal como eu mendigo o desconto no gasóleo, vão mendigar a chouriça assada na mesa de provas... é brutal! Tipo, às 11 da manhã, já está a malta no Continente a fazer fila para provar os enchidos, os fritos e as bebidas que as meninas (que também parecem umas chouriças prontas a rebentar e a deitar tudo para fora das camisolas... pelo menos da cintura para cima) oferecem.
Falando nisso, com tanta brasileira e ucraniana a oferecer comida no supermercado, ainda não percebi porque não fazem daquilo um bordel... carne não faltava. (Está porreiro assim ou ainda está deprimente, lol?)
Bom, da minha parte não me queixo. Enquanto a malta se atira às frangas, eu vou-me às prateleiras (do supermercado, entenda-se...) e despacho-me antes que encham as caixas.
Que dizer então das moças da caixa.
Sempre com um sorriso amarelo como quem diz "olha mais um palhaço que veio às compras e eu aqui a meter-lhe as merdas no saco a um sábado de manhã..."; é um facto, mas calha a todos.
Chato é que as moçoilas da caixa tendem a olhar para mim e devem pensar que sou mais um jovem franganito sem força para levantar as sacas. Digo isto, porque gostam de me colocar três ou quatro coisas num saco e toca a mudar de saco... conclusão: em vez de ter cinco ou seis sacos cheios que poderia levar de uma só vez para o meu 3º andar sem elevador, ganho 20 sacas mal-cheias que tenho de levar à vez em várias viagens para não foder os ovos ou amassar a fruta. Já lhes tentei explicar... "sabe, pode meter mais coisas no saco..."; mas não... gostam mesmo de separar as coisas em muitos sacos. Depois abro a bagageira do carro e parece que os sacos eram fêmeas e estavam todas grávidas... são ninhadas de sacos e saquinhos a querer fugir pela rua abaixo.
Já no regresso a casa, passei junto a uma igreja que há ali para os lados do Beato (para quem conhece a zona, será de fácil localização).
A sério que não gosto de ter uma mente javarda que leva sempre as coisas para a cueca mas...
Tipo, mesmo em frente à igreja, junto ao passeio, andavam umas escuteiras (ou escoteiras, nunca sei ao certo) com um cartaz a pedir dinheiro e a pedirem à malta para encostar os carros e doar.
Ok, a sério que não quero dizer isto, mas a ocasião fez-me rir.
A primeira coisa em que pensei quando ia no início da recta que passa frente à igreja e vi aquele espectáculo foi: "'dasse... putaria a esta hora do dia?". É que parecia mesmo Monsanto ao final da tarde, com as jovens a debruçarem-se nas janelas do pendura dos carros...
Portanto, é como digo... não quero ter uma mente suja, mas as situações originam piadas porcas...
Quando percebi o que estavam a fazer ainda pensei em parar e perguntar o preço; mas depois achei que seria demasiado traumatizante. Afinal, já é castigo suficiente andarem o dia todo vestidas de parvas...
Que, por sinal, é umas das piadas mais estúpidas que conheço: "os escoteiros são meninos vestidos de parvos; os chefes dos escoteiros são parvos vestidos de meninos"; e as jovens à porta da igreja já tinham idade para se enquadrarem na segunda categoria.
Ao Pato Afonso, apenas posso garantir que não tenciono cometer nenhum crime.
E por muito que deteste esta merda toda, não me tenciono matar.
Afinal, acho que é capaz de ter muito mais piada andar pelo mundo dos vivos a chatear tudo e todos (naquela onda... é mais irritante, eh eh) do que estar pendurado numa corda tal pato acabado de caçar.
Nãa, não é para mim.

De facto, não posso deixar de achar piada em escrever mais um testamento (Novo, que o Antigo já era...) e obrigar literalmente o Pato Pastel a ler...
É que ele sabe que o vou chatear como uma melga até que leia isto. Ou melhor, vou chateá-lo como um pato, que é o que faço melhor.

26/01/2008

assim anda o fundo do poço

Não resisto...
Toda a conversa é tão imbecil que chega a ter piada.





coisas que se dizem

É que o nosso serviço de emergência médica é tão bom, tão bom, que a malta continua a recorrer a ele mesmo quando tem a certeza de que os familiares estão mortos.

25/01/2008

another friday...

Devo ser o único gajo do mundo que abomina a sexta-feira.
Para além de haver sempre merda nos sistemas, é o dia que antecede 48 horas de loucura a aturar uma louca.
Claro que o conceito subjacente a 'louca' poderia ter uma conjugação temática mais associada a borga e orgias... mas não... é mesmo a 'Coisa' a funcionar como um Relay (piada informática da semana): ora está bem, ora não está bem. Algo agradável é o facto de, independentemente de estar mal ou bem, o gajo que fica com os cornos completamente arrasados (tecnicamente, com eles em merda) é o Pato do costume.
De qualquer forma, as notícias do País sempre alegram a malta.
Obviamente que isto não são as Escolhas do Marcelo (vade retro...) mas sempre se assemelham a umas pseudo-escolhas do Pato Marques.
É um blog intenso, sem dúvida. Um blog intenso, um blog de merda!
Esta semana gostei especialmente do tema da saúde.
Afinal, quem não delirou com a conversa emocionante entre a linha erótica do INEM e os bombeiros de santa-terrinha-a-velha?
- "Olhe, 'tou xim? Fala do INEM... temos um gajo morto nas escadas e é preciso ir alguém buscá-lo"
- "Oh, minha xenhora... fuooogo! Então eu 'tou ao telemóvel..."
- "Xim? Ixo é que é para rir... não tem piada, mas é para rir! Nunca me tinha acontexido!"
- "É que extou aqui xozinho... a coxá-los..."
- "Ah, mas vá andando pró local que a gente já manda um carro práí"
- "Oh minha xenhora... extou aqui xozinho..."
Sinceramente, não sei o que apreciei mais... se a conversa com o tiquezinho de Shreck, trocando os 's' por 'x', se a conversa deprimente do bombeiro que se sentia sozinho e abandonado no quartel, ou se por toda a desgraça de país inerente a toda a conversa onde um gajo que esteja a morrer não tem ajuda médica...
Claro que na mente brilhante do nosso ministro da Saúde, "há muito a fazer"... a começar por enfiar-lhe um aparelho de raios-x pelo recto acima.
De qualquer forma, há que tirar o chapéu aos dois cromos do telefonema. Por momentos ainda pensei estar a ver uma cena do Gato Fedorento.
Já numa perspectiva mais religiosa adorei a notícia de que um padre qualquer quer abrir um espaço de diversão nocturna na Igreja.
Ao que parece, os proprietários de espaços idênticos (não em igrejas, claro), sentem-se discriminados e chocados com a concorrência desleal.
Sim, porque na minha humilde opinião, contra virgens e shots de Sumo Pontífice ninguém tem hipótese...

O Pato volta.

24/01/2008

piada da noite

Um puto escocês vai estudar para Inglaterra.
Passados três meses regressa a casa, de férias, e a mãe pergunta-lhe:

- Então e os dois rapazes com quem partilhas o quarto, são bons moços?
- Ai, mãe... Nas primeiras semanas eles eram muito simpáticos, mas passado pouco tempo deu para ver como é que eles realmente são... À noite, um deles chora desalmadamente, e o outro bate com a cabeça na parede até adormecer!
- Ai, credo... E tu?
- Eu faço de conta que não é nada comigo e fico no meu cantinho, a tocar a minha gaita de foles...

23/01/2008

Diferenças



Nem mais!
Ou A ou B... nunca os dois em simultâneo...


Anotação da noite (ou da manhã, bem vistas as coisas...):
Desta vez, mas só desta vez, achei que não deveria puxar o lado negro e muitas vezes idiota com que encaro as coisas.
Mas mesmo só desta vez e porque, depois de analisar bem a letra, consegui encontrar algum significado em todo o conjunto (incrível, lol), não vou tecer comentários de índole depreciativa.
Até porque a música e a letra também não o merecem...


Ah! Mas um dia!

Sou um pato jovem, é um facto. O facto de ser informático não abona muito a meu favor. Sou daqueles tipos chatos, que contam piadas muito específicas de informática e com uma mente tão suja de anos e anos de internet que conseguem transformar a mais inocente das situações na joke mais nojenta e badalhoca... Entendo que dentro de alguns anos (poucos, eventualmente) estarei farto de tudo isto. A informática deixará de ser a emoção que é hoje e, passarei os dias lixado porque estou a fazer algo que já me faz arrancar os cabelos. Contudo, esse dia parece ainda vir longe. Ainda me dá um gozo tremendo andar a ver websites noite dentro, com cenas perfeitamente geeks (já sei... 'get a life, get a woman...'). Ainda acho um piadão a ler artigos que me ensinam a fabricar biodiesel na banheira ou a carregar um iPod com um limão e uma garrafa de Gatorade. Apesar de saber que nem sempre o meu trabalho é reconhecido, apesar de ouvir piadas dias a fio relativamente ao facto de ser o tipo que está enterrado atrás de três computadores sem falar, apesar de gozarem com o facto de ser o esquimó enfiado no gelo da sala de servidores, apesar de muito boa gente achar que ser informático é sinónimo de coçar os jardins suspensos durante 8 horas por dia, apesar de muitas vezes se esquecerem que é o informático que entra em stress para garantir que a falha do sistema será recuperada o mais rapidamente possivel, apesar de toda a gente achar que é um exagero estar dias a resolver um problema (que para eles é algo óbvio, mas que implica que o informático mova montanhas... ou até mesmo a Lua), apesar de ser o gajo de quem se lembram apenas quando há merda, o facto é que não foi ontem, ainda não foi hoje, e decerto que não será amanhã que ficarei farto disto. Porque me continua a dar um gozo brutal encarar o mais merdoso e complexo dos problemas como sendo mais um desafio e porque ainda me faz muito feliz ouvir aquele 'obrigado' depois de ter salvo mais um utilizador de se ter afogado na própria caca... E porque até a mais simples das questões como criar um atalho no ambiente de trabalho pode fazer o dia terminar com uma quebra total dos servidores mesmo à hora da saída, todos os pedidos de apoio são encarados da mesma forma: mais um desafio para o dia de trabalho. É a palavra chave, é o que dá pica e aquece a máquina craniana: o desafio. Faz toda a diferença - e talvez por isso ainda não esteja farto - atender o telefone, ficar completamente lixado por me estarem a chatear com uma cena básica, mas resolver e ver o sorriso e/ou ouvir o 'obrigado', o 'thanks', o 'gracias' ou o 'fixe'. E ainda fico passado quando não consigo resolver imediatamente as coisas. Quando tudo parece negro, basta recordar a premissa fundamental: nada é impossível; existe o temporalmente improvável, o tecnicamente não exequível num determinado espaço temporal mas não o impossível. E é isto que continua a puxar pelo bichinho diariamente. Até se suportam as calinadas dos utilizadores que, muitas das vezes, nem sequer sabem ao certo qual é o seu problema... só sabem que existe, lol. É muito provável que, tal como outros informáticos, chegue o dia em que me canse, deixe de ter paciência e só me apeteça pegar num servidor e atirá-lo à cabeça de alguém. Mas lá está... parece-me ser temporalmente improvável... Um dia! Mas não amanhã. Por isso, entendo que alguns se fartem. Entendo que muitas das vezes somos desprezados e deitados no lixo como a geleia fora do prazo (outra geek joke...) e que, como tal, só nos dê vontade de largar tudo e abrir uma mercearia ou coisa parecida. Mas isso implicaria desistir, o que se encontra fora de questão. Por isso entendo. Não compreendo, mas entendo...

21/01/2008

génios

Consulta no oculista ao final da tarde: sabe... para além da miopia, é perfeitamente normal ter a vista cansada... trabalha com computadores, é?
Caramba! Eu sou informático, porra! Alguém me pode dar uma novidade? Claro que tenho a vista cansada!!! Se estivesses 8 horas por dia à frente (ou atrás, depende do ponto de vista) de três monitores também a tinhas!!!

Lembra-me quando ao fim de 200 km o carro ficou sem a marcha atrás.
Sim, ainda hoje os fofos gozam comigo... tem sempre uma certa piada ficar atravessado num parque de estacionamento porque a meio da manobra se descobriu que a marcha atrás não pegava...
E então liguei para o call-center da marca a pedir um reboque.
Obviamente que o génio que atendeu perguntou logo se eu estava a meter bem a mudança. E até se dignou a explicar como a mesma se metia. "Está a ver a patilha? Pronto... tem de puxá-la para cima..."
Eu enfiava-lhe era a marcha atrás no terceiro olho...
E enquanto eu lhe explicava que sabia perfeitamente qual era o problema, o génio teimava em mandar um carro de assistência, quando o que eu precisava era de um reboque.
"Ouça... a patilha de encaixe da marcha atrás está partida! São seis da tarde em Janeiro, está escuro como a Damaia e nenhum carro de assistência me vai conseguir substituir isto aqui!"
"Ah e tal... mas o senhor não sabe se é a patilha da marcha atrás..."
"Porra, claro que sei! Fui o doido de informática que passou umas férias a tirar um curso de mecânica numa marca!!! É a porra da patilha! É a porra da patilha!!"
Mas ele lá teimou em mandar o veículo de assistência... e eu lá esperei uma hora para ter de assumir a minha postura mais controlada possível quando o moço da carrinha me diz:
"Sabe... isto é a patilha da marcha atrás... vou ter de chamar o colega do reboque..."

(Foda-se...)

De facto, génios não faltam por aí.
Faltam os da lâmpada, é um facto... embora se encontrem coisas similares a arrastar as bolas pelos corredores de S.Bento.
Alguém topou hoje o jornal da hora de almoço?
O Governo reuniu-se hoje para decidir acerca da postura a tomar relativamente ao alerta de atentado dado pelos espanhóis na semana passada...
Meus caros! E por que não um referendo? Vamos a mais um referendo! Vamos decidir em conjunto se é ou não necessário o Gabinete de Crise reunir para decidir se é ou não necessário tomar alguma atitude...
Não vejo motivos para alarme.
Somos um país que está na cauda da Europa; deitamos trabalhos da faculdade na via pública porque 'cheiram mal' e infectam meia capital; afirmamos que o que está a sul da capital (tipo... metade do país...) é deserto; deixamos as mães a dar à luz na autoestrada (acho fixe... é o verdadeiro conceito de Via Verde); executamos estudos acerca dos estudos que foram estudados relativamente a determinado estudo...; é um bocado naquela onda... um terrorista que viesse fazer explodir qualquer coisa em Portugal só estaria a dar prejuízo à sua organização! Nos somos bem capazes de dar conta do recado e com muito mais estilo.

Como será a vida nocturna do nosso Prime?
Parece que o estou a ver na secretária enquanto a governanta se insinua...
"Sr. Ministro, está tão tenso... sabe o que lhe fazia bem? Uma boa foda..."
"Ora aí está uma boa ideia! Passe-me aí essa pilha de papéis que já vou foder mais uns quantos!"

E não sei ao certo o que se passará na mente genial de tanto génio que anda por aí.
Parece-me a mim que a fronteira encolhe de dia para dia.
Afinal, os putos já vão nascer a Espanha e Espanha já vem cultivar em Portugal.
So what?
Há uns anos Portugal era conhecido no exterior por dois ícones: Amália e Eusébio.
Não faltará muito para que o conceito de Portugal se baseie unicamente numa única palavra: Lisboa.
Investimos em Lisboa, construímos em Lisboa, trazemos tudo para Lisboa... epa, vamos importar as vinhas do Douro para o Tejo! O Algarve metíamos na marginal de Cascais... as Beiras eram bem-encaixadas ali para Sintra... e o Alentejo... bom o Alentejo metíamos no deserto, já que agora vão fazer lá o aeroporto...

20/01/2008

Dias de Merda

Embora me agrade bastante o optimismo relativamente a toda a problemática focada na letra... o facto é que na realidade, ninguém nos abre o chapéu de chuva quando aquela nuvem negra teima em pairar sobre os nossos cornos; nunca há nada entre nós e o banho de lama projectado pelo pneu do carro; e, acima de tudo, por muito romântico que possa soar quer no vídeo, nunca nos cruzamos diariamente com outra pessoa ignorando que um dia será ela a tal que vai abrir o chapéu.
Um último pensamento: há de facto malta - pouca, mas há - à qual isto tudo acontece, qual Shreck e Fiona, ou mesmo Jasmine e Alladin... depois há os outros, que não fazem parte dos contos para adormecer crianças - pelo contrário, são pesadelos bem reais que nos mantém acordados.
Gostaria imenso de estar enganado... mas é a idade a falar mais alto ;)


19/01/2008

Pastéis

De carne ou de maçã, um pastel é sempre um pastel.
Ou talvez não.
Os pastéis têm sempre aquele arzinho apastelado e deprimente. Possivelmente, serão dos alimentos mais deprimentes à face da Terra. Sem falar que convidam sempre a algo igualmente deprimente...
Um pastel e uma imperial, um pastel e um café, um pastel e... mais um, já agora.
A malta tenta uniformizar o aspecto dos pastéis. De facto, a convergência dos pastéis numa única massa social, leva-nos muitas vezes a pensar no porquê da existência pastelar.
É frequente entrarmos numa pastelaria e termos os pastéis todos em fila, esticados ao longo do balcão, como se de uma vala comum para pastéis se tratasse.
Depois, são todos iguais...
Muitas vezes olho para a vala, perdão, para o balcão... e fica-se com a sensação que voltámos a um campo de concentração alemão. Parece que os pastéis estavam a mais neste mundo e passou por lá um Herr Kilmer, Frank, Hitler ou algo do género e ceifou aquela pastelada toda.
E assim lá ficam apastelados, na sua condição pastelar, dezenas, centenas e milhares de pastéis, expostos à humilhação pública dos outros bolos e salgados que ostentam assim a sua pastelice.
O facto é que já não é a primeira vez que peço um pastel de carne e me dão um de framboesa; ou peço um de maçã e levo com um de queijo...
Penso que faz parte do Mistério do Pastel. Ninguém sabe ao certo - nem sequer o pasteleiro - qual o recheio do pastel.
Será o Pastel Mágico, eventualmente. Bom, não duvidava sequer que houvessem para aí lojinhas com pastéis de cogumelos mágicos...
E iria o Pastel para Hollywood, fazer uns filmes e dar origem a uma nova saga de pastéis.
"A Trilogia do Pastel", "O Bom, o Mau e o Pastel", "Pastel!" - porque não... mantendo a sua sempre sumária simplicidade... "Em busca do Pastel Perdido", ou então o meu favorito: "O Senhor dos Pastéis"
E ainda há aquela malta que se parece com os pastéis.
Tentem olhar um pouco para os estranhos que vos rodeiam. Quer seja quando estão num transporte público ou mesmo parados no carro, num semáforo.
Há de tudo...
A Pastel de Framboesa, docinha, docinha, mas sem qualquer conteúdo; o Pastel de Carne, na sua carrinha carregada de contrabando; o Pastel de Chocolate... não... esta seria demasiado fácil, lol; os pastelinhos de maçã, no banco de trás de um táxi, trocando húmidas opiniões entre a maçã golden e a royal...; e quem nunca mandou para o caralho um Pastel de Feijão que buzina porque não queria que deixássemos passar a velhota na passadeira? Até há os pastelinhos de arroz, vindos da escola, fazendo caretas nas traseiras da carrinha; o Pastel de Espinafres, sempre aproveitando para ler mais um pouco do seu livro, ou então o de Queijo, cujo cheiro se sente à distância, sempre agarrado a... bom, não interessa, mas garanto que esse é dos que conduz só com uma mão.
O mais interessante de todos acaba sempre por ser o Pastel de Pato... é facilmente identificável: fala sozinho no carro e mantém um assustador olhar fixo e distante enquanto 'examina' os passageiros dos carros ao seu redor... e depois ri-se sozinho, quando pensa em mais um texto de merda (diria mesmo apastelado) para o seu blog.

Cumprimentos Patinos (e bom apetite...)!

17/01/2008

conclusões

Acabei por ter de arrotar com mais uma despesa à conta do limpa pára-brisas traseiro.
A sério! Um dia destes passo a noite no carro escondido no banco de trás (sozinho, infelizmente...) e vou ficar à espera do cabrão que me anda a fazer estas merdas. Ainda antes da garantia de fábrica acabar, há um gajo na minha rua que vai levar com uma marreta nos cornos - e garanto que não serei eu.

Uma das coisas que adoro no facto de ter um carro de 1ª série é que deixei de me preocupar com as lavagens... Assim como assim, de seis em seis meses (por vezes até menos) o carro vai à assistência com mais uma merda nova que não está como deveria; sempre que levo lá o carro, fazem-me uma limpeza completa... nem o interior falha...
Conclusão: quando começar a ficar sujo, tenho de arranjar um ruído parasita ou merda similar...

De facto, há frascos que são como algumas mulheres.
Fedem e param o trânsito.
Mas alguém acredita que um frasco abandonado na rua fez evacuar empresas, fechar ruas e parar o metropolitano?

16/01/2008

Bum!

Primeiro, Évora a rebentar...
Depois, meia Lisboa evacuada porque cheirava a gás...
Francamente, sinto-me discriminado. Trabalho na zona de perigo e a mim ninguém me mandou evacuar... devo ser mesmo dispensável... eu e mais uns quantos desgraçados que nem sabiam que a zona envolvente estava a ser evacuada.
Relativamente ao cheiro a gás, já há muito tempo que me cheirava que isto ia dar para o torto. Com o país a afundar-se cada vez mais na própria merda, até seria de admirar que não cheirasse a qualquer coisita...
De qualquer forma, que fique desde já registado que nem eu nem o feijão do almoço originamos a situação.

Para quem não leu as notícias, esta noite o Aeroporto da Portela activou o plano de emergência.
Isto porque uma grua embateu num contentor que tinha um símbolo parecido com o de nuclear.
Ok...
1. O que andarão os gajos agora a transportar nos aviões comerciais...?
2. O símbolo era 'parecido' com o de nuclear? lol...
3. Para a grua lá ter tocado, o contentor devia ter uma dimensão considerável... seriam resíduos nucleares ou um presente iraniano? Nãaaa... afinal era iodo...
4. Activaram o plano de emergência 'no' aeroporto? Sim, porque a zona envolvente não seria afectada... era isso e acordarmos todos como os ursinhos em Chernobyl: fofos e brilhantes.
Só queria saber quem foi o cabrãozinho que me partiu o suporte do limpa pára-brisas traseiro durante a noite.
É assim tão difícil de suportar que o gajo mais novo da rua tenha conseguido comprar um carro???
Custa muito deixarem a porra do carro em paz?
Sociedade de merda...

15/01/2008

objectivos

e todos os dias, dia após dia, todo o santo dia, assiste-se a toda a rotina diária que rói as entranhas de um pato.
(diarreia mental hour)

Tudo consiste num simples facto. Esse facto, de tão simples trato, gera uma única questão.
"Para quê?"
O nascimento e, com ele, toda a parvoeira que sentimos em ver a malta a fazer caretas e sons guturais como se fôssemos atrasados mentais.
Passamos à infância e surgem os primeiros problemas existênciais. Só por si, a passagem da infância não é mais que uma fase deprimente das nossas vidas em que temos tudo o que é família a pegar-nos ao colo e a aturarem-nos os nossos disparates, culminando num grande pontapé no rabo quando nos atiram para a escola.
Aí, começamos o nosso desenvolvimento social.
Na realidade, é imediatamente na escolinha que começamos a definir os primeiros passos da nossa personalidade: a malta que leva no focinho e é gozada a torto e a direito por tudo quanto é coisa e os absolutos grunhos que um dia não farão mais que limpar as nossas fezes numa qualquer casa de banho pública. A malta que leva na tromba na escolinha é demasiado perigosa. Isto porque a partir desse momento, todo o seu crescimento académico passa a ser feito segundo um único objectivo: o objectivo da vingança. E quanto mais levam nos cornos piores ficam. Crescem na escola para serem os melhores, nunca estão satisfeitos com o seu desempenho, são uns infelizes de merda mas, destacam-se por serem os alucinados que ganham os prémios, que encaram tudo como se fosse um desafio. Um problema de matemática? Venha ele que o destino do mundo depende disso! A base é simples. Ser o melhor para um dia arranjar forma de humilhar o gajo que nos ia ao trombil. A decepção é enorme quando chegamos a determinado período das nossas vidas: por um lado, o gajo que nos batia era tão grunho que se conseguiu humilhar e enterrar sozinho; por outro, percebemos que nunca valerá a pena... e acabamos por esquecê-lo. Assim, urge perguntar... para quê a obsessão de querer sempre ser mais? O motivo foi às urtigas.
Mas os geeks são mesmo perigosos. Conheço um (quem será...) que depois de ser assaltado e se ter comportado como uma menina, escondendo-se num café, prometeu a si mesmo que nunca mais lhe iria acontecer a mesma merda: Conclusão: começou a praticar judo e ainda conseguiu algumas graduações; o tarado até se chegou a federar...
Pelo meio de tudo isto entra a fase da adolescência.
Aqui, o inimigo passa a ser outro, e as pancas também.
Ainda fruto das cagadas do passado, somos completamente promovidos a geeks. O ar semi-lunático, a barba que começa a crescer e o acne fazem um grande sucesso entre as colegas que querem é gajos mais velhos (e maus, como dizia uma que conheci no secundário) e que têm dinheiro. Fase dois do problema: o dinheiro.
No fundo, a maior parte delas quer é um cromo que possa exibir. E isso requer um bom partido. E obviamente que o bom partido nunca é o gajo que quando acaba as aulas ainda vai dar explicações de matemática a putos do preparatório apenas para ganhar mais uns cobres, mas sim aquele cujo dinheiro é fêmea... reproduz-se na carteira.
Os geeks mantém-se sozinhos e desprezados. Curiosamente, continuam a ser os gajos que ganham os prémios para a escola sem sequer receber um tostão em troca. Não passam de estagiários...
Com os problemas ao nível do sexo oposto, surge um novo objectivo. Se era dinheiro que ela queria então vou lixá-la. Vou continuar a marrar que nem um carneiro, para ganhar muito dinheiro e um dia poder dar-lhe com os pés...
Detalhes.
1. Ao entrarmos na faculdade percebemos que não ganhamos dinheiro a marrar... a ideia é ter pais influentes ou arranjar cunha num partido político;
2. Já na faculdade, enquanto caloiros, facilmente esquecemos a 'miúda' do secundário... era uma estúpida, basicamente. E as meninas de química, biologia e outras engenharias do género fazem milagres.
3. Quando um dia encontramos a jovem do secundário que originou o nosso marranço e entrada na faculdade (obrigado, já agora) ela encontra-se muito diferente. A tal ponto que deixou de ser a menina bonita da escolinha secundária para ser apenas mais uma dona-de-casa desesperada. Em suma, uma triste.
Para quê, pergunta-se então novamente.
Se em vez de ter faltado às aulas de educação física para estudar matemática tivesse feito exactamente o contrário, poderia agora estar num clube qualquer de futebol a ganhar por mês aquilo que facturo em
dois anos... mas, não... os calhaus gostam mesmo destas merdas e queimam neurónios para serem mal-pagos.
Logo que entramos na faculdade passamos ao nível 3 da problemática: carreira e dinheiro.
Basicamente, o objectivo é ter uma carreira. E isso gera dinheiro.
Então passamos à condição de estagiário miserável (aquele que está abaixo de um cão) e trabalhamos a dobrar. Na faculdade, estão-se a cagar para o facto de trabalharmos; no trabalho, estão-se a cagar para o facto de estudarmos.
No fundo, é uma simbiose reversa. O empregador não quer que estudemos porque terá de pagar mais... e a faculdade está-se nas tintas para tudo o resto. Nem mais. Simbiose Reversa.
O nosso ecossistema começa então a transformar-se.
Deixamos de ser estagiários... começamos a ser respeitados... compramos carro, prepara-se a compra de casa, pensa-se em filhos e em casamento. E, muito concretamente, pelos mais variados motivos, passamos os sonhos a outros e agregamos a carneirada. Somos mais um no meio de muitos.
Não somos especiais, não somos diferentes, somos um carneiro no meio do pasto. Somos muitos. Lutamos para o mesmo, que é conseguir terminar mais um dia e começar um outro. Sempre na mesma rotina. 24 horas por dia, sete dias por semana. Toooooooooodos os dias do ano. Sozinhos.
O dia começa e ainda antes de conseguirmos pensar por que motivo não ficámos debaixo do rodado traseiro (o detalhe... não é um rodado qualquer, tem de ser o rodado traseiro) do autocarro, já estamos em frente ao computador para mais uma jornada de trabalho. Com um pequeno-almoço tomado à pressa na corrida para o trabalho, pensamos na vida, pensamos na morte, pensamos em todas as pessoas que tivemos a felicidade de conhecer e todas aquelas que viremos ainda um dia a conhecer; isto tudo enquanto tentamos configurar servidores e firewalls e prestar suporte informático à rotina de uma empresa. Ligamos o Messenger bem cedo, quando ainda não está ninguém online e somos os últimos a sair, quando já todos foram para a cama ou para a borga.
Somos capazes de bater num teclado mais vezes num só dia que o coração humano numa semana. Pode ser exagero, é verdade, mas anda lá perto.
E o dia termina, e voltamos ao Inferno, sempre agradável... curiosamente é frio; e o demónio não veste Prada mas sim um roupão e uma camisa de noite. E lá anda ele, vigilante e ocioso, encostado no sofá, esperando mais uma ocasião para nos dar uma facada nos pulmões.
Deixa tudo de fazer sentido.
Para quê?
Tudo acabará mais cedo ou mais tarde com o pessoal a chorar por nós. É um facto. Depois de mortos somos uns santos...
Trabalhar e estudar, tudo por um bem maior que é a evolução da espécie humana (ou avícola, como quiserem).
Mais um dia que começa e termina sempre da mesma forma. Sozinho ao raiar do Sol, sozinho ao nascer da Lua. Começar com um computador e um telefone na mesa e terminar com um telemóvel e um portátil na cama.

Hoje estou particularmente... como poderei dizer... deprimente.
Como aliás, estou todos os dias.
Afinal, é mais um elemento que compõe a rotina.

Cumprimentos patinos.

Parabolóides Hiperbólicos

O Almoço

Começo a ficar com uma inquietação pendente.
Aos poucos, vou percebendo aquilo de que já suspeitava há algum tempo. É altamente enervante mas o pessoal tem alguns problemas a falar de mães e de morte ao pé de mim.
Um fala na mãe e, de repente... silêncio constrangedor... como se de repente olhassem para mim (não directamente, mas de lado) com aquele ar de pena que me faz passar completamente dos cornos. Outro fala de malta da família que morreu há pouco tempo e logo a voz do silêncio dá azo à conversa.
O silêncio torna-se ainda mais pronunciado no sentido de que eu também me mantenho em silêncio.
Tipo... vou dizer o quê? Para pararem com aquela merda de se calarem? A malta ainda não deve ter percebido que me passo mais rapidamente com este tipo de cenas do que se falarem normalmente.
E lá está! É mais um dos motivos para ser um excelente anti-social. Quando todos ignoram o que se passa, deixam de discriminar socialmente um pato em termos de conversação...
Foda-se, será que não se podem comportar como pessoas normais e deixarem-me com os meus problemas?
É que ainda pior é o facto de depois ninguém dizer mais nada e recair sobre mim a obrigação de mudar o rumo da conversa, dizendo mais uma javardice qualquer mesmo sem ter vontade nenhuma para.
Felizmente, na cabeça saí aos lados maternos, o que me faz ter uma alta criatividade, mesmo que seja na javardice, tendo o dom de converter uma natureza morta qualquer (nem que seja um prato de azeitonas) numa conversa rebuscada que termina sempre na cueca - enfim... qualquer coisa parecida com os posts de merda que faço por aqui.

O Trabalho

Ok... de facto, um dos pedidos de hoje foi deveras invulgar.
Qualquer coisa como um gajo que implorava que lhe resolvesse os problemas de Viagra.
Sim, dito desta forma.
Afinal era mesmo a configuração do anti-spam de mais um servidor - por falar nisso... caguei... ainda não lhe resolvi isso; lá vai ter de ficar para amanhã.
De qualquer forma, dá que pensar.
Eu não recebo este tipo de merdas no meu email. Eventualmente, só recebe quem precisa. Tentei explicar isso ao gajo mas ele não foi na conversa.
É violento, de qualquer forma.
Eu não resolvo problemas de Viagra a ninguém? Terei focinho de contrabandista?

O Inferno

Finalmente, em casa.
É irritante, mas é muito complicado quando por muito que façamos exista sempre alguma coisa com problemas.
O comer nunca está bom, a casa nunca está suficientemente limpa e gosto especialmente do detalhe de a roubar.
A 'coisa' deve mesmo pensar que me levanto a meio da noite, em plena insónia, e vou arrastar o rabo gelado pela casa para lhe atacar o mealheiro... Era fácil demais. Dá-me muito mais gozo saber que ela esconde tão bem dinheiro dela que acaba por se esquecer onde o colocou. Depois anda tipo galinha doida a acusar tudo e todos. Nem a mulher-a-dias escapa.
O que também tem piada é que normalmente são as empregadas as primeiras a serem acusadas. Aqui não... primeiro é o neto, que nem sequer estava em casa e só depois a empregada.
Depois descobre que se tinha enganado e afinal o dinheiro estava noutro sítio.
Desconfio que já estamos no nível de maldade pura. Por muito cedo que me levante para tomar o duche matinal, consegue sempre arranjar um motivo para abrir a água quente noutro ponto qualquer da casa e presentear-me com um jacto de água gelada.
As correcções são importantes. Não fiz o que deveria ter feito, fiz o que não era para fazer e ainda nem sequer pensei no que fiz... é a rotina da 'coisa'.
No fundo, acabo por pensar: mesmo que lhe atirasse com qualquer coisa aos cornos, era bem capaz de se levantar e dizer que não tinha atirado bem e que se fosse a minha Mãe ou o meu Avô certamente que teriam feito melhor.



Relativamente aos Parabolóides Hiperbólicos... são uma forma geométrica. Estão a ver a sela de um cavalo? O Parabolóide Hiperbólico tem essa forma exacta.
Por que me lembrei disto? Calhou... devo ser doido.

Cumprimentos Patinos.

12/01/2008

incertezas

Possivelmente, em algum ponto do tempo e do espaço deste blog, terei já referido exactamente o mesmo assunto que vou passar agora a dissertar... ou não.
O grande problema é que os anos de pato são como os de cão... devo andar cá há demasiado tempo e começo a confundir as coisas. Ou então foi mesmo das toxinas...
De qualquer forma, fará algum sentido. Quem é que dizia "tu aqui és menos que um cão"? De qualquer forma deu algum gozo quando tive a oportunidade...
Voltando ao post.
Recuando uns anos no tempo, quando entrei na faculdade, uma das merdas que aprendi (daquelas que são de grande utilidade para a vida), foi que afinal a ciência não tinha a certeza de coisa nenhuma.
Achei fofo.
Química I, 1º ano de engenharia: qualquer coisa como o facto de um electrão nunca se localizar exactamente numa orbital. Por esse mesmo motivo, a importância do conceito de nuvem electrónica e toda a incerteza associada... muito superficialmente falando, existia sempre era a probabilidade de um electrão se localizar num dado ponto da nuvem, o que implicaria que nenhum objecto microscópico pudesse ser descrito por uma onda com um só comprimento de onda... enfim, mais uma lição de vida... lol
O cerne da questão assenta todo é no facto de não existir uma certeza absoluta, mas sim numa incerteza relativa, o que abalou todas as minhas convicções na ciência e me fez mudar de curso, rotfl.
A informática, essa sim, assenta melhor nestas definições científicas.
Não há certeza de nada, a Lei de Murphy torna-se claramente objectiva e os computadores, tal como as mulheres, ficam metafisicamente sensíveis.
Por vezes fico impressionado com a forma como tudo se comporta. E falo a sério. Umas palavras doces para um servidor ou router com problemas, fazem milagres. E sim, também já dei por mim a acariciar servidores para resolver cenas aparentemente sem solução.
A incerteza na ciência, tal como na vida, torna-se simplesmente assustadora.
De facto, já nem compreendo muito bem a necessidade de existirem certidões de nascimento, certidões de casamento, certidões de óbito... certidões para quê?
Nascimento? Um gajo nem sabe ao certo qual o seu papel no meio deste poço sem fundo! Ya... certidões de casamento... e metade da malta divorcia-se. Já para não falar nos mortos que, de uma forma ou de outra, acabam sempre estranhamente vivos. Pelo menos para alguns de nós.
Certidões? Se nem a Ciência acerta com isso, para quê complicar as nossas vidinhas? Venham as "incertidões". Abram um gabinete da Loja do Cidadão e promovam a emissão de Incertidões.
Assim, deixamos de cair na ilusão de que tudo é certo e cor-de-rosa.
Sejam bem-vindos ao mundo real e a toda a sua certa incerteza.

Cumprimentos patinos



Anotações de última hora:

1.
Para que conste, já que não quiseram mandar o email...
"sinalética: processo de observar e registar os sinais, cicatrizes ou marcas para a identificação dos criminosos.
" - e nada mais.

2.
Parece que vai passar uma reportagem na TVI (essa bela pérola...) acerca do novo código penal (bom... isso existe?) e de criminalidade; entre os vários temas, vai abordar-se o das mulheres mal-tratadas.
De uma vez por todas e em especial para as mulheres mal-tratadas pelos machos latinos da zona: as expressões "cadeira pelos cornos abaixo" e "castração nocturna" existem por algum motivo, ok?

11/01/2008

crianças

A hipocrisia sempre me fascinou.
Ninguém sabe ao certo o que implica... contudo, a sua existência proporciona-nos momentos de insanidade em que louvamos o facto de não sermos humanos, mas sim patos (Isto e os unicórnios prateados que saciam pacificamente a sua sede nos lagos cristalinos rodeados de jasmim humedicido pelo orvalho matinal...).
Já todos devem ter visitado o YouTube.com (nota, o YouTube e não o YouPorn...); acho uma certa piada.
Qualquer puto pode abrir uma conta e inventar uma data de nascimento. Qualquer puto pode sacar as cenas do "The L Word"... Então, para quê o raio do ecrã intermédio para confirmar a data de nascimento? lol...
Tipo... um puto que queira mesmo ver a festa deve ir mesmo carregar no botão: "Não, eu sou menor de idade"...
E depois ainda temos a grande nação de além-mar...
A Rua Sésamo foi proibida porque o Egas andava a tomar banho com o Becas.
Quando é que os americanos entendem que por muito que tentem estes dois nunca vão virar rabetas?
Ainda se proibissem a Rua Sésamo por acharem que o Poupas era pedófilo, isso ainda faria algum sentido ("vem, vem com um amigo teu..") - isso sim, era estranho.
Mas o Becas e o Egas? Ya... é mesmo muito estranho andarem a tomar banho juntos...
E apanharem o sabonete, não?
De qualquer forma, toda a gente desconfia que os bonecos da Rua Sésamo são bichas... afinal, andam sempre com um braço enfiado pelo rabo acima. Isso também explica o olhar esbugalhado.
Mas eu sinceramente gostava de ver as 'Flores de Maio' na mesma situação. Perdiam logo as taras!
Vistas bem as coisas, os Egas e Becas deste mundo é que andam a ser sodomizados. Ninguém gosta de andar a contar histórias a putos com uma mão no recto. E deve ser péssimo para a prisão de ventre.
Deve ser como... bom, nem quero imaginar...

Anyway... é sempre fixe acreditar na inocência da malta para criar falsos sistemas de segurança.
Os putos não visitam sites porno porque há uma página com dois botões - "prosseguir" e "cancelar" - e uma pergunta simples: "Puto, o site é só para o teu pai... de certeza que queres ver a cabeça da Marisa Cruz no corpo de uma outra gaja qualquer?".
Assustador.
Em todos os sentidos.

10/01/2008

age

Ultimamente, muita gente se tem questionado acerca da normalidade deste pato.
De uma vez por todas, os patos não são homens.
Os homens querem-se feios, porcos e maus (e com dinheiro...); os homens mantém-se em caves escuras para amadurecer, servindo apenas para se exibirem nos jantares... são como o vinho, basicamente.
Já os patos são diferentes.
Os patos nascem perfeitamente normais; ao longo da sua vida patesca, vão aumentando gradualmente o seu nível de idiotice e reduzindo o seu quociente de inteligência.
Eu já fui brilhante. Já tive rasgos de inteligência criando e optimizando tudo o que via; agora já estou na fase em que falo muito de futebol. O passo seguinte é falar dos rabos de pato das patas, culminando no deambular da minha pessoa através dos becos escuros do meu bairro.
Fui preso por narcotráfico. Aliás, foi na prisão que tirei o meu curso de informática e foi também lá que fui abençoado com o dom da escrita... mesmo sendo uma escrita de merda. Foi o meu passado que me fez ganhar as pequenas manchas na pele que toda a malta pergunta o que são.
Ya... não se pega... mas são as picadas das agulhas.
A minha pancada advém do consumo excessivo. Aliás, ainda hoje isto são linhas e linhas...
Mas o mercado está mau e não deu para ganhar muito. Aliás, aprendi que quem vende não deve consumir.

Como é facilmente verificável, estou consideravelmente pior.
A idade nos patos não perdoa.
Ficamos cada vez mais apanhados dos cornos à medida que os anos vão passando. Deve ser por isso que duramos tão pouco... o último que conheci acabou no forno.

Já agora... duas notas.
1. o aeroporto afinal sempre vai para o deserto...
2. estou ansioso pelo fim do mês para ver quanto vou ganhar com a redução da retenção para o IRS; a grande questão mantém-se: no final do ano, vou conseguir beber mais um ou mais dois cafés?? Mistério...

08/01/2008

mais três

Parte I: a merda de sempre

A vida é uma cena foleira.
A partir do momento em que vimos ao mundo (e sem sequer o termos pedido) começamos a ser fodidos à cabeça.
A malta antes de nascer devia ler todas as linhas do contrato e perceber exactamente naquilo em que se estava a meter. No fundo, tratava-se de uma simples forma de conhecer todos os factos para poder decidir se queria ou não ver a luz no fundo do túnel. Literalmente.
Por vezes sinto-me burlado.
Primeiro, um gajo não sabe muito bem como, começa a sentir. Está enfiado numa bolha elástica recheada de muco e alimenta-se daquilo. É um bocado nojento, mas no fim de contas acaba por ser o menor dos nossos problemas. Contudo, como também não seria justo para a nossa mãe carregar-nos o resto da vida na barriga, somos forçados a sair. E começa logo aí: ou sais a bem, ou sais a ferros. Uma vez mais, no verdadeiro sentido da expressão.
Enquanto andamos enfiados no muco, na barriga da nossa progenitora (eu sei que a conversa é estranha, visto ser um pato... mas como a Mãe Gansa não era totalmente normal - afinal, tenho a quem sair... - em vez de ovos tinha útero) ouvimos e sentimos o lado de fora da barricada. Uhhh... o poder, os sons, os parvos que tocam na barriga para nos sentirem as barbatanas a dar mais um biqueiro... Um tipo até fica entusiasmado. Simplesmente acho que era bem mais justo se nos dissessem logo como iria ser.
Se um gajo quando pede um empréstimo para comprar casa, carro, o que for, procura sempre inteirar-se de todos os factos, por que não fazer o mesmo quando tem de tomar uma decisão tão importante como vir ao mundo?

Parte II: javardice

Os americanos sentiram-se ameaçados... parece que um grupo de lanchas iranianas ameaçou três navios de guerra norte-americanos (uhhh...) que os fariam explodir.
Ya...
Alguém viu as imagens de computador no telejornal? Gostei especialmente das legendas...
"I'm coming up to you...", "We're gonna blow you..."
Tipo... já nem peço que conheçam a fundo a língua inglesa mas isto soa-me um bocadinho a badalhoquice...
Mas mesmo assim não percebo o pânico dos gajos... tendo em conta a proporção seria um pouco como sete anões tentarem assediar três seguranças da noite do Porto.

Parte III: o Big Brother

Sinto-me particularmente feliz por não andar à procura de emprego.
Caso se verificasse tenho a certeza que me veria em apuros.
Naquela onda... facilmente se descobre o meu email, facilmente se encontra o meu perfil no hi5, facilmente - juntando os dois pontos anteriores - se chega a este blog...
Se o meu actual chefe tivesse feito uma breve pesquisa na net acerca de mim, certamente não me teria contratado... bom profissional, sim, mas completamente passado. Desde ladrar até cantar a música do Noddy (ou mesmo do Alecrim) durante o horário de trabalho... creio que estou a enloquecer o chefe.
Algo saudável.
É engraçado a quantidade de malta descuidada que anda por aí. Enviam os currículos para as empresas, sempre com emails do hotmail e cenas parecidas. Em cada 10, 8 aparecem no hi5. É uma forma interessante de saber com quem se lida.
Sugiro que dêem uma vista de olhos nos currículos que o pessoal mete online. Topem o que eles escrevem e depois metam o email no hi5.
Um bocado assustador, mas eficaz...


Nota do dia: ascendi à condição de Estupor.

06/01/2008

crimes feios

Gostei da entrevista a um advogado esta semana, acerca da detenção dos dois gajos que assaltavam casais de namorados nos carros.
"Acima de tudo" - dizia ele - "é um crime feio".
Agora já sabemos... não importa se é ou não crime; o que importa é que é um crime feio.
Gostava de conhecer a interpretação legal para um crime bonito... é um crime fofo, eventualmente.
Quando forem assaltados é naquela: "Ladrão feio, larga, larga! senta! Lindo!!!"

Já não se pode estar dentro do carro sossegado...
Tipo, já não bastavam as mudanças manuais a lixar o ambiente romântico (os americanos é que sabem... tudo automático) e ainda aparecem dois gajos (feios) para roubar a malta... Nem mais, é um crime feio!

lol

05/01/2008

todos os dias

Sejamos honestos.
Normalmente quando se fala em "departamento de informática" pensa-se imediatamente numa sala sem janelas, preferencialmente numa cave, com vários computadores e telefones por mesa e pilhas e pilhas de material velho.
Na realidade, pelo menos nos locais onde já trabalhei, nada pode estar mais longe da realidade.
Acaba por ser uma divisão semi-central, próxima dos utilizadores finais onde até há malta normal a trabalhar (não vou refutar a dos vários computadores por mesa...).
Isto apenas como uma breve introdução a algo que não está relacionado com informática mas que começa por essas bandas.
Simplificando. A minha sala de trabalho tem uma parede de vidro onde está gravada uma frase em letras brancas. Diz qualquer coisa como: "de nada vale ao Homem tentar conquistar a Lua se acaba por perder a Terra".
Dá que pensar, certo?
Por um lado, há momentos na vida em que arriscamos tudo para alcançar algo, mesmo sabendo que podemos perder o que já teríamos garantido caso não arriscássemos; por outro lado, se não arriscarmos, nunca saberemos o que poderíamos ter ganho.
Penso que o que importa pesar é se o que pretendemos alcançar compensa o risco do investimento. Independentemente do tipo de investimento, desde simples horas que podemos dedicar a algo ou a alguém, até algo mais financeiramente palpável.
Todos os dias, antes de entrar na sala, dou uma espreitadela à frase com a minha visão periférica e largo um breve sorriso. Um sorriso interior, claro. Afinal, contrariando o Elton John, i'm one of those who can easily hide... pelo menos algumas coisas. Depois queixo-me.
O sorriso parte do simples pensamento que é o facto de saber que o autor da frase estava enganado.
Claro que vale a pena tentar conquistar a Lua.
Obviamente, depende um bocado de quem é a Lua. Ou do que é efectivamente a Terra.
Mas parece-me que a grande questão reside no facto de, muito concretamente, não conseguirmos suportar a Terra se não tivermos a Lua. É um facto cientificamente comprovado que a Lua afecta as marés e até a disposição das mulheres. Muitas vezes é a Lua a culpada por recebermos uma resposta 'torta'... talvez pelo facto de ser mulher, a Lua tenha algum peso na mente feminina.
Logicamente, é sempre necessário perceber o que é a Lua.
Há que analisar sempre o que para cada um de nós se pode considerar como sendo a Lua. E, há também que entender o que classificamos como sendo a Terra.
Errado, é pensar que a Lua fica à nossa espera.
Já Júlio Verne afirmava que tudo o que um homem sonha, os que se lhe seguirem poderão efectivamente fazê-lo ou melhorá-lo (era qualquer coisa assim).
Então analisemos o seguinte.
Eu quero a Lua. Contudo, sou um calhau com pernas e fico-me apenas pelo desejo de ter a Lua.
Sejamos francos... se eu quero a Lua, o que mais não há-de faltar são outros tipos que também a querem.
E se um gajo não procura efectivamente colocar mãos à obra e conquistá-la... mais cedo ou mais tarde os americanos ou os russos chegam lá.
"Ah, e tal, porque eu tinha medo de arriscar e perder o que era certo na Terra".
"Ah, e tal, és um calhau".
É verdade que podemos arriscar muito para conquistar a Lua.
É verdade que até existe a hipótese de que a Lua não queira ser conquistada por nós. Afinal, tudo no Universo tem a sua própria vontade (esta última foi poética).
Mas... e se quiser? E se por uma ideia de merda, não avançámos, não caminhámos à conquista? Nunca saberemos. Ou então saberemos mais tarde e iremos arrepender-nos o resto da vida porque preferimos ficar na Terra, sentados na poltrona a olhar para o nada que foi conquistado.
Portanto, o gajo da frase (falando nisso, parece que era François Mauriac), estava decididamente enganado.
Se a Lua está ali, ao alcance do olhar... mesmo estando nós na Terra, mesmo estando a Lua a vários quilómetros de distância, onde quer que esteja, como quer que esteja (será mesmo feita de queijo?), por que não arriscar?
Que se lixe a Terra. A ideia base é dar tudo por tudo pela Lua. Uma coisa não poderá fazer sentido sem a outra, e vice-versa.
É o Princípio da Atracção dos Corpos.
E nós, estamos no meio.

janelas

O que me deixa um bocadinho (mas só um bocadinho) passado é as formatações de disco.
Ok. Tenho o disco carregado de merda.
Ele são backups, configurações, projectos e afins.
Finalmente, tenho um pouco de tempo e decido-me a formatar tudo.
Detalhe: passo dias da minha vida a fazer isto às máquinas de outras pessoas. Ganhei a capacidade de conseguir prever quanto tempo vai durar uma instalação; consigo ouvir os discos, os leitores, a máquina no seu todo e proceder a análises e configurações. Sei exactamente qual é o ecrã de configuração que vai aparecer a seguir e creio que era capaz até de estar a tomar banho ou a dormir e a instalar um sistema operativo ao mesmo tempo.
Quando chega a minha vez, acho esta merda tão maçadora...
Dá-me um trabalhão e um sono para colocar tudo a funcionar...
É um facto que é a minha máquina mas, na verdade, quando configuro uma máquina a alguém faço-o como se fosse para mim. E com isso, garanto que bem cuidada, a instalação vai durar meses.
Mas é tão chato, tão aborrecido... gostava mesmo de poder atirar com um registo de apoio no meu helpdesk e esperar que um outro eu viesse resolver isto...

04/01/2008

e ainda mais Natal

...a sério. Apesar de tudo, o Burns gosta do Natal.


caquinhas

Um gajo pensa.
Ou não.
De qualquer forma, vamos supor que um tipo está numa daquelas lojas (mais valia dizer armazéns) de componentes informáticos sem qualquer apoio personalizado. Aliás, nesses sítios, o díficil é arranjar um gajo que saiba o que quer vender...
Não refiro nomes, seria foleiro. Mas vamos supor que é um daqueles pseudo-supermercados que existem enfiados no meio dos centros comerciais e onde a malta da periferia se junta e discute como se soubesse do que está a falar.
Anyway... creio que já deve ter acontecido a todos, encontrarem-se à frente de uma prateleira com várias caixas, todas elas iguais, todas elas com o mesmo produto.
Não sei porquê, mas a verdade é que tenho tendência a olhar para a mercadoria como se fosse comida ou uma merda do género.
Instinto básico. Os gajos quando fazem a reposição do produto, enfiam o mais fresco para trás e metem o lote antigo à frente. Então é simples, faz-se uma rápida permuta e vai-se buscar a caixa que se encontra mais atrás.
Retira-se a caixa do fundo e empurram-se as da frente para trás.
Vamos agora supor que o pessoal é todo apanhado dos cornos (ou seria passado de todo?) e fazem todos a mesma coisa. Ao fim de três clientes, tenho a porra do lote antigo novamente atrás, o novo desapareceu e, se fizer a mesma brincadeira, vou levar a placa gráfica que se encontra menos 'fresca'.
Lá está. Rói-se o rabo do gato, o que a malta quer sei eu e levo a caixa mais antiga.
Curiosamente, sinto-me realizado. Afinal, e para todos os efeitos, peguei na caixa que se encontrava mais no fundo, embora não seja a mais recente. Embora por instantes fique convencido do contrário.
Assim se criam pancadas valentes...
O facto é que toda esta conversa não faz sentido nenhum porque, vistas bem as coisas, a motherboard não é um pacote de leite e, na realidade, as reposições de stock na informática não são assim. Na verdade, da próxima vez que o stock for reposto, o mais certo é que seja um chip que é uma evolução do anterior, fazendo disparar o preço para mais 10%...
Como nem sequer seria dia se não dissesse isto, aí vai. É fofo!
Contudo, e para quem julgava que a história já tinha terminado, há um conceito ainda mais profundo.
Temos dez caixas todas iguais, todas pertencentes ao mesmo lote. Temos uma coisa linda denominada produção em série que fode as teorias todas. E, com a maravilhosa produção em série, temos as margens de erro. E, supondo um erro de 10%, há uma dada probabilidade de que, em dez gajos que apanhem as caixas, um não consiga montar o sistema porque o componente tem defeito. Ainda para mais, abordando a já famosa Lei de Murphy, há uma probabilidade de 90% que seja a caixa em que agarrei que tenha o problema.
O mais curioso no meio de toda esta ciência da caca, é que independentemente da caixa em que pegar, a probabilidade de 90% de cagada certa está assegurada.
A cagada (ou caquinha, como é vulgarmente denominada nos serviços de informática) tem tendência também a derivar (ou primitivar, quem sabe) numa chuva de merda brutal.
A pequena caquinha, que se pode resumir por exemplo, na alteração da permissão de acesso de um utilizador a uma pasta, pode provocar a quebra de um servidor que foi atolando pedidos para aquele utilizador e fodeu a memória toda...
É o chamado "Efeito Borboleta" ou, se preferirem, o "Efeito Pescoço da IT no Cepo".
Os serviços de informática são também reconhecidos pela sua capacidade de coordenação e descontextualização de tudo o que se passa.
A informática não é mais que Informação processada de forma Automática. Engraçado é que para o processamento ser efectuado de forma automática, há sempre um ou dois gajos na informática (ou patos, quem sabe) que vão dando à manivela para as merdas funcionarem.
Fixe, são os sistemas de desinformação.
Funciona da seguinte forma (e esta é apenas uma variante):

10.00: o macaco da IT detectou um problema;
10.01: o macaco da IT começa a resolver o problema;
10.30: o utilizador final detectou o mesmo problema;
10.31: o utilizador final informa a IT que há um problema; o macaco da IT diz que não sabe de nada mas vai ver o que se passa;
10.32: o macaco da IT envia um email a todos os utilizadores, explicando que há um problema;
10.35: o problema foi resolvido pela IT;
10.36: o utilizador final volta a reportar à IT que havia um problema há 5 minutos atrás;
10.37: o macaco da IT envia novamente um email a todos os utilizadores explicando que fez algo para resolver um problema que afinal não existia;
10.38: os utilizadores começam a refilar porque sim, existia um problema (apesar de já estar resolvido);
10.39: resposta base da IT: "após análise técnica, não foi detectado nenhum problema... é possível que tenham ocorrido falhas temporárias devidas a situações externas aos nossos serviços".
É óptimo começar o dia sabendo que afinal não tenho um, mas sim dois leitores. (lol)

02/01/2008

Porcos

César, no Triunfo dos Porcos, adicionou aos mandamentos da Animal Farm o conceito de que todos os animais eram iguais, embora alguns animais fossem mais iguais que outros.
Foi algo que sempre fez algum sentido nestes meus já queimados cornos de pato.
De facto, o Bola de Neve é que estava enganado com todos os seus sentimentos de democracia. A malta gosta de ser governada. O pessoal quer é seguir a manada e o pastor. E se o pastor for um tirano, tanto melhor.
E os animais demoraram muito tempo a perceber isso.
Daí que não me choque por aí além que o presidente da ASAE tenha sido apanhado a fumar num recinto fechado. Aliás, não me choca mesmo nada que até se tenha desculpado com o facto de um casino ser uma casa de jogo e tal não estar contemplado na Lei... ya, uma casa de jogo não é um recinto fechado.
Era um bocado como um gajo ser apanhado a 180 na A1 e dizer ao GNR... "Sôr Guarda! A Lei aplica-se às estradas! Isto é uma auto-estrada...".
Afinal, foi também um alto cargo da PSP que foi apanhado há uns tempos a conduzir uma moto onde tal não era permitido... mas há animais mais iguais do que outros. Os porcos, eventualmente.
Afinal, os porcos continuam a usar fato e a ter altos cargos. E são sempre os Hércules, os Bolas de Neve e os Benjamins a levar com o taco...
Contudo, os porcos esquecem-se que até mesmo os carneiros se revoltam.
A malta passa-se e, com os patos à frente, segue tudo a marrar até esmagar os opressores.
Este pato hoje está um bocado a apontar para o intervencionista.
Não é mau. Antes isso que pessimista. Ou mórbido, lol.
Embora a morbidez seja uma das minhas características.
Mas como dizia, há uma cena no Triunfo que acho linda. Uma entre várias, claro. Mas há uma em particular, em que os porcos se encontram na fábrica e se apresentam assustadoramente humanos. Parece mesmo S.Bento... a diferença é que para essas bandas são os humanos que se assemelham assustadoramente a porcos.
Bom, na realidade não há grande diferença entre um político e um porco...
Em Química sempre aprendi que havia dissoluções e soluções.
É um bocado assim... Dissolução é um gajo pegar num político e atirá-lo para uma tina de ácido até que se dissolva; Solução, seria fazer isso com todos...

01/01/2008

optimismo

Teria sido realmente muito fofo começar o ano de uma forma optimista.
Seria ideal começar o ano ao lado de Alguém especial ou mesmo junto da família.
Era óptimo estar com amigos, na borga, olhando para o ano anterior como uma nuvem negra passageira e para o ano que chega como o sol que surge atrás das nuvens de tempestade.
Calculo que teria sido inteligente da minha parte mandar-me de casa quando tive hipótese, de forma a que neste momento não me sentisse na obrigação de acompanhar a 'coisa' ranhosa que tenho no sofá até ao fim dos seus dias.
Já agora, a respeito da 'coisa'... para os leitores que ainda não apanharam, é mesmo a minha avó materna. O que faz de mim um 'coiso', eventualmente.
De qualquer forma, se eu já não andasse por estas bandas, muito provavelmente cagaria na solidão da 'coisa' e teria aceite os convites da malta para o Natal e Ano Novo.
Infelizmente, mantenho-me em casa. Infelizmente, tenho este princípio estúpido de não a abandonar por muito cabra que ela seja e por muito mal que me trate. Infelizmente, mantenho esta penitência que me fode os cornos até aos confins do hipotálamo.
E assim, perdem-se todos os sonhos e ideias criativas, para se cair na dura realidade.
Começa-se o ano com alguém ao lado, sim, mas que faz questão de apontar o dedo a tudo o que de mau um pato tem e ao pouco que de bom tem também, conseguindo dar a ideia de que a melhor das atitudes é uma filha da putice tremenda.
De qualquer forma, é simpático saber que existe quem nos odeie por muito bem que lhe façamos.
Gostei de começar o ano sem necessitar do meu pessimismo habitual porque tinha perto de mim quem me vaticinasse um futuro negro.
E assim, por breves instantes, mas mesmo só por breves instantes, este Pato conseguiu acreditar que o ano que entra até lhe poderia trazer qualquer coisa de bom e agradável. Exacto, porque sendo os patos do 'contra', só mesmo para chatear conseguimos ter o optimismo necessário para acreditar que algures no tempo, nem que seja num horizonte bastante longínquo, as merdas até irão correr bem.
Agora que as festas acabaram e que Algo ou Alguém, lá para Cima ou pelas ardentes terras de Baixo, já deve ter escrito o que de bom e mau me poderá suceder em 2008, posso sacudir novamente as penas, enterrar 2007 em todo o seu esplendor e olhar para o novo ano com olhos de Pato.
Por muito pouco sexy que esta conversa possa parecer aos olhos do meu Amigo Pato Afonso, o que é um facto é que consegui sobreviver a mais um ano nojento. Ainda não descobri o que me faz sobreviver a estas merdas e continuar a voar em frente. Ainda não percebi por que motivo, todos os dias sem excepção, me levanto da cama disposto a encarar mais um dia com uma mente aberta e um sorriso no bico (mesmo que seja um sorriso amarelo...). Ainda não percebi por que motivo supero a vontade de me atirar para uma zona de caça e deixar-me cair num qualquer forno de lenha numa travessa com arroz e laranja.
O que é um facto, é que vou sobrevivendo.
Acho que o faço só mesmo para chatear.
Quanto mais tentam afundar este Pato na merda, mais ele se debate.
Fodam-se aí.
Meteram-se com o Pato errado.

um novo nascer de dia

Sim, soa um pouco a uma daquelas balelas poéticas.
A noite caída do ano passado terminou, erguendo o véu de um novo amanhecer... chegou o novo ano.
Ya... deve.
E com o novo ano começa também a velha e idiota cena de se começar a medir e quantificar as merdas que vamos fazendo ao longo deste mesmo ano. Tal como se passou com o último dia do ano passado, entramos agora na paranóia do primeiro dia do ano.
Com ele chega a primeira refeição, o primeiro banho, o primeiro post e afins... Raios, mas isto não termina?
Calculo que esteja mesmo a passar-me. A sanidade mental e a loucura extrema percorrem afinal duas rectas paralelas que se vão aproximando gradualmente. Enfim... que rectas? Esta merda parece mesmo é um parabolóide hiperbólico...
E depois temos os telejornais, inundados com a felicidade da chegada de um novo ano. Meia-hora a ver as passagens de ano em todos os locais do mundo e... imagine-se! as contas para o custo de vida neste novo ano. Que fofo. Vou passar o ano a pagar contas ao Estado e aos Privados. Depois falam em poupança...
Aliás, faz algum sentido celebrar uma merda que não é única?
Celebramos o final do ano como se não houvesse amanhã. Como se fosse algo único e, consequentemente, fofo. Afinal, um gajo liga a televisão e vê o final do ano vezes e vezes sem conta... Nova Zelândia, Austrália, China... foda-se, como se um Ano Velho não bastasse ainda se tem de levar com vários.
Felizmente, e uma vez mais, amanhã é dia de trabalho.
Mais um dia e acabava enforcado no estendal da roupa. Ou a 'coisa'...

início do ano

Para não variar, começei o ano com gajos a ligarem-me e a mandarem mensagens e emails...
Uma pata, por favor?

Eu não quero começar o ano assim!!!!

gatos

Eu nem acredito que os Gatos Fedorentos passaram mesmo a noite toda a fingir que estavam na passagem de ano de 1984-85...
Eu sei que 1984 foi um ano muito importante. Afinal, vim ao mundo por essa altura... mas isto é de loucos.
Detalhe: eu é que bebi e a 'coisa' é que anda a arrastar-se aos trabolhões pela casa. Lindo...

hic

Devo dizer que beber uma garrafa de espumante sozinho no espaço de meia-hora tem um efeito fantástico num Pato...
Não fosse o meu habitual controlo (mesmo quando estou perfeitamente descontrolado) e acabaria a escrever aqui muita merda que não deveria escrever.
O que é engraçado é que tenho dois teclados. Pelo menos vejo dois... e está a começar a custar imenso a escrever. lol

2008

Pronto, parece que chegou.
Será este ano que fico com os corninhos todos queimados?
Não percam o próximo episódio (ou post) porque eu também não.
E mesmo só para que conste: é o Ano Internacional da Batata. E quanto a isso... batatas!