28/01/2008

o habitual

Como já é habitual, vou pegar num único post e transformá-lo numa mistela de ideias e borrenganços de tal forma gigantesco que ninguém o quererá ler.
Um pouco na onda de sadobloguismo, quando os autores escrevem e escrevem e escrevem mas toda a web se está literalmente a cagar para o que é dito. Mas os tipos divertem-se, e isso é que é importante.
Uma vez um médico disse-me que eu precisava de fazer um desporto de grupo, de forma a poder conviver e socializar mais: acabei no judo a dar e a levar nos cornos.
Agora isto é bastante mais calmo... escreve-se e pronto.

Parte 1: a rapariga dos meus sonhos

Vamos supor que um tipo qualquer, no rotineiro caminho para casa ou para o trabalho, encontra no metropolitano uma desconhecida.
Nunca a viu mais gorda mas de imediato o seu coração bate mais forte (bonito... se continuar assim ainda sou contratado para a revista Maria...) e é amor à primeira vista.
É fofo.
Agora vamos supor que a dita jovem entra na carruagem e ele nunca mais a vê. Como tal, começa a passar-se.
Felizmente, os informáticos são completamente passados dos cornos... ao que parece, a situação aconteceu mesmo.
Como o infeliz moço estava a passar-se completamente, decidiu fazer um esboço da rapariga dos seus sonhos, incluindo uma descrição e a hora e o local em que a viu pela primeira e última vez e... exactamente, dedicou-lhe um website.
A informação está toda neste link mas, ao que parece, ele já a reencontrou (malta com sorte...). Pelo menos foi o que li hoje num jornal online manhoso.
Enfim, bom para ele.

Parte 2: cenas deprimentes

Então é assim... ainda em relação ao post anterior, peço imensa desculpa ao Pato Pastel, mas não dá!
A sério.
Se começo a gastar todas as piadas ordinárias no blog, tentando não ser deprimente, o pessoal depois ao almoço começa a queixar-se que estou muito calado e sentem falta da merda que digo.
Depois tenho de me esforçar em dobro, tentando arranjar trocadilhos fáceis com a empregada brasileira do restaurante e o prato do dia... alheira.
É melhor continuar deprimente por estas bandas, para poder manter-me espirituoso ao almoço...

Parte 3: idiotas

"Tudo aquilo que um idiota diz que é urgente, é algo que um imbecil não fez em tempo útil, e querem que você, o otário, se desenrasque para fazer em tempo recorde..."
Hoje passaram-me esta afirmação.
Curiosamente, na Informática faz todo o sentido.
Acredito que faça sentido em muitas outras profissões, mas na minha assenta especialmente que nem uma luva.
Há sempre um roto qualquer que se lembra que um outro rabo não fez quando devia.
Assim, a tarefa simples que um bicha qualquer achava que seria exequível em 3 horas, passa para 3 semanas, com um grau de complexidade fora do comum.
Entretanto, já parte da ideia deixou o papel e passa para Produção, para a vida real.
Como o problema não foi resolvido, o problema passa a fazer parte do planeamento da equipa de desemerdanços ou seja, a Informática.
Esses heróis anónimos, sentados na base da cadeia alimentar e levando com toda a merda das camadas hierárquicas superiores, para além de terem de levar com o cheiro, ganham mais um projecto (o tal que era simples e se fazia em três horas) de risco altamente elevado (entretanto parte já estava a funcionar, lembram-se?), de prioridade máxima e tempo de execução reduzido.
Um bocado assim: "lembram-se daquele amendoim que demos a um elefante sem vocês saberem e que agora está transformado num grande bloco de merda enterrado no meio do território das hienas? Pronto, era para o irem buscar... mas não tenham problemas, não há stress... é para ontem."
Soubesse eu o que sei hoje e em vez de ir para a informática tinha era ido prostituir-me.
Garantidamente teria mais dinheiro e menos problemas. E nunca mais teria prisão de ventre.
De uma forma ou de outra, o informático é sempre enrabado, portanto...

Parte 4: aviões

Segue abaixo o workflow temporal da informação durante o dia de hoje:
13 :00 - caiu um avião em Portugal
13:30 - reportagens antigas de quedas de aviões; fala-se do caso Camarate
14 :00 - afinal o avião era um F-16 e caiu na base aérea
14:40 - entrevista a uma vaca que passou a dar manteiga com o susto
15:00 - o piloto está em estado grave e os peritos estão no local; há vítimas inocentes
15:20 - entrevistam-se as vítimas inocentes
16:00 - o piloto está vivo mas em perigo; afinal o F-16 caiu no mato
16:50 - descobre-se que devido a falhas de comunicação, o INEM demorou 1 hora a socorrer o piloto
17:00 - entrevista às testemunhas: "tivemos tanto medo... pensámos que era o Bin Laden"
17:10 - especial última hora em directo do Iraque
18:00 - o piloto está fora de perigo. Aliás, já está em casa.
18:35 - fala-se das horas de voo e da experiência dos pilotos; recomenda-se o Microsoft Flight Crash Simulator
19:00 - os motivos da queda estão a ser averiguados
19:15 - o Governo decide fazer um referendo para avaliar a necessidade de um estudo aos motivos da queda
20:00 - o avião caiu devido a problemas técnicos (não... havia de ser por causa da chuva...)
20:40 - outros F-16 que caíram devido a problemas técnicos
21:00 - o avião não tinha problemas; a nossa esquadra de F-16 é a melhor do mundo
22:00 - a Força Aérea não faz comentários mas os bombeiros afirmam que a culpa é do INEM
23:00 - mas caiu um avião?

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