O Almoço
Começo a ficar com uma inquietação pendente.
Aos poucos, vou percebendo aquilo de que já suspeitava há algum tempo. É altamente enervante mas o pessoal tem alguns problemas a falar de mães e de morte ao pé de mim.
Um fala na mãe e, de repente... silêncio constrangedor... como se de repente olhassem para mim (não directamente, mas de lado) com aquele ar de pena que me faz passar completamente dos cornos. Outro fala de malta da família que morreu há pouco tempo e logo a voz do silêncio dá azo à conversa.
O silêncio torna-se ainda mais pronunciado no sentido de que eu também me mantenho em silêncio.
Tipo... vou dizer o quê? Para pararem com aquela merda de se calarem? A malta ainda não deve ter percebido que me passo mais rapidamente com este tipo de cenas do que se falarem normalmente.
E lá está! É mais um dos motivos para ser um excelente anti-social. Quando todos ignoram o que se passa, deixam de discriminar socialmente um pato em termos de conversação...
Foda-se, será que não se podem comportar como pessoas normais e deixarem-me com os meus problemas?
É que ainda pior é o facto de depois ninguém dizer mais nada e recair sobre mim a obrigação de mudar o rumo da conversa, dizendo mais uma javardice qualquer mesmo sem ter vontade nenhuma para.
Felizmente, na cabeça saí aos lados maternos, o que me faz ter uma alta criatividade, mesmo que seja na javardice, tendo o dom de converter uma natureza morta qualquer (nem que seja um prato de azeitonas) numa conversa rebuscada que termina sempre na cueca - enfim... qualquer coisa parecida com os posts de merda que faço por aqui.
O Trabalho
Ok... de facto, um dos pedidos de hoje foi deveras invulgar.
Qualquer coisa como um gajo que implorava que lhe resolvesse os problemas de Viagra.
Sim, dito desta forma.
Afinal era mesmo a configuração do anti-spam de mais um servidor - por falar nisso... caguei... ainda não lhe resolvi isso; lá vai ter de ficar para amanhã.
De qualquer forma, dá que pensar.
Eu não recebo este tipo de merdas no meu email. Eventualmente, só recebe quem precisa. Tentei explicar isso ao gajo mas ele não foi na conversa.
É violento, de qualquer forma.
Eu não resolvo problemas de Viagra a ninguém? Terei focinho de contrabandista?
O Inferno
Finalmente, em casa.
É irritante, mas é muito complicado quando por muito que façamos exista sempre alguma coisa com problemas.
O comer nunca está bom, a casa nunca está suficientemente limpa e gosto especialmente do detalhe de a roubar.
A 'coisa' deve mesmo pensar que me levanto a meio da noite, em plena insónia, e vou arrastar o rabo gelado pela casa para lhe atacar o mealheiro... Era fácil demais. Dá-me muito mais gozo saber que ela esconde tão bem dinheiro dela que acaba por se esquecer onde o colocou. Depois anda tipo galinha doida a acusar tudo e todos. Nem a mulher-a-dias escapa.
O que também tem piada é que normalmente são as empregadas as primeiras a serem acusadas. Aqui não... primeiro é o neto, que nem sequer estava em casa e só depois a empregada.
Depois descobre que se tinha enganado e afinal o dinheiro estava noutro sítio.
Desconfio que já estamos no nível de maldade pura. Por muito cedo que me levante para tomar o duche matinal, consegue sempre arranjar um motivo para abrir a água quente noutro ponto qualquer da casa e presentear-me com um jacto de água gelada.
As correcções são importantes. Não fiz o que deveria ter feito, fiz o que não era para fazer e ainda nem sequer pensei no que fiz... é a rotina da 'coisa'.
No fundo, acabo por pensar: mesmo que lhe atirasse com qualquer coisa aos cornos, era bem capaz de se levantar e dizer que não tinha atirado bem e que se fosse a minha Mãe ou o meu Avô certamente que teriam feito melhor.
Relativamente aos Parabolóides Hiperbólicos... são uma forma geométrica. Estão a ver a sela de um cavalo? O Parabolóide Hiperbólico tem essa forma exacta.
Por que me lembrei disto? Calhou... devo ser doido.
Cumprimentos Patinos.
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