31/10/2007

Fim do Dia

Passam alguns minutos da meia-noite.
A cozinha está já semi-arrumada (destaco o "semi"), os emails enviados para quem de direito (ou para quem, eventualmente), os parabéns enviados para os amigos aniversariantes e... dou por mim sentado uma vez mais na cama, com o portátil em cima e a bateria do mesmo prestes a terminar.
Nos poucos minutos de bateria que me restam, penso no que posso escrever acerca do dia de hoje. Um pequeno resumo que, claro está, possa resumir mais um dia de pato.
Subitamente, lembro-me.
Uma única palavra que descreve mais um dia da minha longa vida de pato urbano.

Foda-se.

Nem mais.
Boas noites e cumprimentos patinos.

P.S.: já agora, uma palavra aos amigos preocupados ;)
Acabo de descobrir que quando se passa uma ou duas noites em claro, na terceira noite já se consegue dormir. Deve ser por isso que estou a desfazer-me em sono.
Assim, acho que ainda consigo manter a minha sanidade mental nos mínimos aceitáveis.
;)

29/10/2007

Assim de repente...

Assim de repente um gajo pensa... por que motivo a vida não é fácil?
Por que motivo há gajos que nascem abençoados e outros morrem de fome em terras distantes?
De facto, os meus problemas não se podem mesmo comparar aos de tantos miseráveis que andam por aí caídos diariamente. Reparem... o Inverno está à porta... eu, a sair do trabalho, mesmo no quentinho do ar condicionado do meu carro consigo sentir o frio. Da mesma forma, o que não sentirão milhares de gajos a dormir ao relento?
Será que tenho mesmo o direito de reclamar?
É um facto que tenho uma vida de merda (só se safa mesmo a carreira) mas talvez reclame demais. É também um facto que mesmo só, tenho um tecto; mesmo sem mais ninguém à mesa, tenho o que comer; mesmo sem ninguém com quem partilhar os dotes culinários, tenho sempre o frigorífico a postos; posso ter a cama 'livre', mas tenho onde dormir (ya... a ideia era não dormir...); mas ponderando bem as merdas que me acontecem, sou um gajo com um pouco, mas só um pouco, de sorte. Pelo menos comparando com tanta gente que vai passar mais um Natal na rua. Pessoalmente, devo ir passar um Natal muito animado, sozinho na mesa com o fiel portátil e com uma coisa mais parecida com uma serpente no sofá... mas... estou em casa, ao quente.
E afinal, de que adianta também reclamar?
Vou-me queixar a quem? À malta de lá de cima? Aos de lá de baixo? Por vezes penso que se está tudo a cagar...
Faz algum sentido. Sou apenas mais um aglomerado de moléculas que, mais cedo ou mais tarde acabará a decompor-se algures num pote ou numa cova, transformando-se em merda de rato e dando origem a ouros seres vivos que andarão a rastejar por aí... o outro bacano tinha alguma razão com o 'nada se perde, tudo se transforma'.
O Murphy sim, é um gajo altamente; se os putos quando nascem, em vez de lhes ensinarem a Cartilha S. João de Deus, lhes transmitissem os sábios conselhos de Murphy, haveria por aí muitos menos patos desiludidos com tudo e com todos... com o mundo.
Mas que se foda... se não me queixasse também não haveria blog para ninguém.

Fêmeas

Para umas quantas mentes brilhantes, os males do mundo baseiam-se única e exclusivamente nas mulheres.
Possivelmente devem é ser rabetas...
Hoje apareceu algures uma notícia relatando que, num centro comercial qualquer, tinham criado lugares de estacionamento específicos para mulheres, mais largos e devidamente assinalados.
Concluímos assim que os piores condutores do mundo são mulheres.
Vamos ignorar então os putos inconscientes que, não tendo coragem para se matar, querem levar sempre mais alguém com eles nas corridas na Ponte Vasco da Gama; vamos ignorar as bolinhas de naftalina que há muito se deviam ter reformado e deixá-los continuar a entrar em contramão nas autoestradas; e vamos até ignorar o cabrãozinho numa carrinha da PT que certa vez decidiu fazer marcha atrás numa rua de sentido único e veio esborrachar-se no gajo que estava parado atrás dele... eu.
Mas enfim, são só as gajas que conduzem mal...

O Forno

Questiono-me se serei apenas eu, ou se haverá mais patos por este mundo fora que, assim que chegam a casa e durante penosas horas até ao nascer do dia seguinte, só têm vontade de enfiar os cornos dentro do forno e ligar o gás...
O delírio é ainda maior quando nos apercebemos que o forno é pequeno demais para nós.

28/10/2007

Mais um motivo...

Malta sem vida, que sai de casa ao fim-de-semana para tirar fotos à cidade onde vive... pancadas valentes...

The Life of Marques Duck

Muito honestamente... e para quem me conhece... esta merda não é realmente irritante?
What bright side of life???

Eu dizia-lhe onde é que podia meter o assobio...

merda nos cornos

Cada vez mais me convenço do que há já muito tinha a certeza.
Para se ter um cargo político, basta ter merda nos cornos.
Alguém me consegue explicar, por que foda de ideia é que se continua a fechar o Terreiro do Paço ao trânsito aos domingos???
Sendo uma das principais artérias da cidade de Lisboa e ligando os extremos oriental e ocidental da cidade, faz algum sentido que se feche a rua, reabrindo apenas às 20.00??
Já é um bocado estúpido fechar aquilo no verão... mesmo que se fechassem as ruas laterais, dever-se-ia manter aberta a avenida principal para escoar o trânsito... mas no inverno é brutal!!! Passei lá às 19.30, com 15º e uma escuridão incrível... quem é o tarado que vai passear para o Terreiro do Paço nestas condições?
O mais divertido é que para desviar o trânsito, os agentes da PSP para além de conseguirem obrigar os automobilistas a seguir em ruas de trânsito proíbido, conseguiram ainda a fantástica proeza de entupir tudo quanto é rua entre Santa Apolónia e o Cais do Sodré.

Depois ainda há malta que fica chocada com a pequena percentagem de portugueses que se dá ao trabalho de ir votar... atinem! Independentemente do Partido, a merda é toda a mesma; e quem paga é sempre o Zé... votando ou não, estamos sempre fodidos!

27/10/2007

diarreia de sábado à noite

O que os sábados têm de bom é a enorme alegria de sabermos que falta apenas um dia para recomeçar a semana de trabalho. E com ela, recomeça um pouco da rotina e controlo que temos sobre nós próprios.
Afogamos as mágoas no trabalho, rindo e dizendo umas piadas como se estivesse tudo bem, ignorando o nosso próprio eu que, propiciamente, fica bem enterrado no fundo do nosso ser. Sempre presente, é verdade, mas escondido, até emergir novamente do fundo do poço à noite, retirando-nos horas de sono mas também treinando os instintos mais recônditos da nossa entidade; no silêncio da madrugada, quando os bêbados já adormeceram após espancar as mulheres e quando as putas já regressaram às suas casas após uma noite de trabalho, quando até a carreira da madrugada da Carris já terminou o seu trabalho e os homens do lixo regressam à base, nesse exacto momento, na escuridão da noite e no silêncio de tudo o que nos rodeia, encontramos a nossa real lucidez. Entre o acordar de um dos sonos e o cair no seguinte, há ali um breve instante em que sabemos exactamente o que somos, o que queremos e para onde vamos.
É aquele momento em que acordamos com vontade de mijar e de beber água e em que temos a perfeita noção de que se o fizermos, acabaremos mais tarde novamente com sede e vontade de expelir fluidos. É a altura da noite em que mais nos custa termos os pés gelados e adormecidos.
Despertos e vigilantes os sentidos tornam-se mais apurados. Mesmo com rinite alérgica detecto os mais variados cheiros que emanam da rua e do prédio; a língua enrola-se na boca (na minha...) oscilando os terminais nervosos que interagem nos meus domínios; o tacto, esse, torna-se excessivamente delicado, tornando-se sensível ao acariciar dos lençóis; mesmo míope e em plena escuridão (ok, com uma ajudita da Lua e o candeeiro da rua) vejo o que mais ninguém consegue ver ao meu redor - o que é natural, pois estou sozinho no quarto...; no silêncio da noite consigo ouvir o que a minha consciência me tenta dizer e que eu ignoro durante todo o dia.
O que a consciência me diz?
Bom, a vida de um Pato é um livro aberto à Humanidade... mas também temos os nossos segredos.

25/10/2007

Informáticos

O engraçado em ser um IT Guy é o preconceito.
Há pessoal que acha que como tem uma cor diferente é rejeitado; há pessoal que acha que as mulheres se devem sentir ofendidas e lutar pelo seu lugar ao mesmo nível do homem; epa, não é por aí, concordo inteiramente com igualdades.
Agora... no meio desta merda toda, que mal fazem os informáticos?

Nós sim, somos violados diariamente.
É uma violação psicológica à nossa sanidade mental!
Chamam-nos 'bichos do mato', 'nerds', geeks', 'antipáticos', 'alucinados'; somos os gajos mais desprezados à face da terra.
Tudo corre bem, ninguém se lembra de nós... há merda? O informático mete a cabeça no cepo... (a de cima, felizmente).
Mantemos a distância, evitamos o contacto, não conhecemos nomes nem caras. Para os informáticos tudo se resume a uma lista com nomes e IPs. Não é necessário conhecermos o utilizador para resolvermos um problema. Resolvemos e pronto. É o nosso trabalho e somos bons nisso! É para o que nascemos.
A malta não compreende.
Somos como médicos. Analisamos e resolvemos. O nosso paciente é uma máquina. Não estabelecemos relações. É o nosso mundo e não chateamos ninguém com isso.
O informático puro não fala de si, fala do mundo.
Quanto menos falarmos de nós, menos nos perguntam. O nosso trabalho baseia-se numa espécie de mística... no fundo, somos tipos que têm o poder. Fomos 'abençoados' com o dom de com um simples gesto enterrar uma empresa ou elevá-la ao mais alto nível.
É a responsabilidade que fala mais alto.
É o colocarmos o trabalho à frente de nós, porque há muitos que dependem do nosso trabalho.
Numa perspectiva mais romântica, somos os cavaleiros andantes que eliminam os dragões, perdão os 'bugs', do nosso reino, do nosso território.
Amados por poucos e odiados por muitos.
Somos a malta dos computadores.
Como diria um tipo conhecido, 'somos como drugeons'; não somos, porque os 'drugeons' não existem mas, se existissem, seríamos como 'drugeons'. Somos a geleia de ontem; claro que não faz sentido, porque a geleia dura muito tempo...
E enfim, é mesmo o fim.
Pelo menos o meu.
Passei-me dos cornos.
Foi agora.
A sério.

Falando nisso... no outro dia andei a converter os primeiros 25 termos da Sequência de Fibonacci para código binário. Só pelo gozo...
Divirtam-se.

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0000011000111101
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0001101001101101
0010101011000010
0100010100101111
0110111111110001
1011010100100000

voluntários procuram-se

Ora... os cornos já estão em sangue de tanto marrar nos armários; os nós dos dedos completamente rebentados (fodidos é o termo correcto) de esmurrar as árvores e postes que se cruzam comigo; os dedos dos pés completamente 'bolhados' dos pontapés na calçada.

Procuro um ser-humano (ou não) com uma camadita de gordura q.b. para poder espancar sem me magoar.

ainda as panteras...

É verdade... acabei por me lembrar entretanto da nossa mais recente leitora que nos acha uma certa piada...
Tipo... ela assina como 'Phanter'; o detalhe é que pantera em inglês escreve-se 'panther' e não 'phanter'...
Aliás... o que é uma 'phanter'?

Dúvidas, dúvidas... vai um dicionário prá mesa 5?
Porque os Patos são Homens de palavra, regresso hoje após um mês de paragem.
Era o prometido... 1 mês, 10 min, mesmo que o conteúdo dos mesmos não seja o mais agradável;
por mim, estou disposto a cortar com mais um mês... j4y