28/02/2008

e agora?

Felizmente, e tal como pensava, o dia foi igual ao anterior.
Tirando os cumprimentos da malta (o primeiro 'parabéns' teve o gosto mais agradável, diga-se...), fiz exactamente o mesmo que faço todos os dias, da melhor forma que sei.
Não comecei a levitar sobrevoando o pessoal, tomei o duche de sempre, o pequeno-almoço habitual, estacionei no mesmo sítio, fiz o jantar, coloquei a roupa a lavar... enfim, um dia como qualquer outro.
Sempre acreditei que não é um papel que faz um Pato. Os Patos traçam o seu caminho, com ou sem papel.
E, com muita satisfação, acordei um novo Pato, mas sendo o Pato Marques de sempre.
Acredito que a web seja universal, embora muitas vezes unilateral.
Suponho que estejam onde estiverem, haverá certamente duas pessoas bastante mais entusiasmadas com isto do que eu. Tenho a certeza que não me vão enviar emails, telefonar ou aparecer no messenger... mas acredito que para eles tenha sido uma festa.
Como calculo que leiam isto, embora não possam responder... o meu obrigado pela forma como me permitiram chegar até aqui.
Agora podia começar a ser um pouco mais mórbido... dissertando acerca de como a morte pode ser considerada um proxy; creio que não faz sentido meter-me com estas merdas.
Estou contente, de facto, mas não exultante.
Ok, custou, custou bastante em todos os aspectos, mas fez-se. Foi duro, teve os seus bons e maus momentos, mas deu para conhecer novos Amigos.
Agora...
Projectos, há. Vontade de os concretizar, também. Os Patos não param, os Patos teimam e, dê lá por onde der, os Patos voam!
Uma coisa é certa. Não abandono os meus parcos e fiéis leitores.
Este é o meu blog, o meu ecossistema, e havendo quem o queira partilhar, não desisto de publicar aqui e ali as minhas histórias, as minhas diarreias, a minha vidinha.

Gostava apenas de gravar a data aqui na web... há quem escreva nas árvores, quem pinte nas paredes e eu, deposito bits na rede mundial de dados.

27 de Fevereiro de 2008: está despachado, venha o seguinte!

a malta do farol

Para quem há muito não ouve disto :)
E é também uma das minhas favoritas.


25/02/2008

condicionantes

Numa das habituais diarreias intestino-mentais decorrentes da hora de almoço, discutíamos alegremente à mesa divagando acerca da potencialidade do Estado não ser mais que uma mulher.
Tecnicamente, o Estado alarga-se gastando o que não pode (ou melhor, o que é nosso) porque pode. O 'porque pode' é uma expressão politicamente correcta para designar o facto de algo ou alguém poderem efectivamente executar determinado tipo de acções sem que nós possamos impedir.
Por que é que a EMEL bloqueia carros? Porque pode!
Por que é que o Governo me enraba a carteira todos os dias? Porque pode!
Digamos que no formato de uma expressão utilizada com um sentido completamente distinto daquilo que significa actualmente para este pato, poderíamos dizer que quem pode, é fofo!
Voltando à teoria, o Estado será de facto como uma mulher com um cartão de crédito. Quanto menor o limite, maior o estrago. (alegrem-se os casados...)
Devo dizer que não tenho grande experiência a entregar dinheiro ao sexo oposto.
Para as mentes sujas que já devem estar a sonhar com a Nacional 1 ao chegar a Leiria, devo dizer que não...
Felizmente (ou não), nunca tive de soltar nenhuma fera dando-lhe o cartão para as mãos. Assim sendo, não saberei até que ponto o rapaz tinha razão.
Mas, duvidosas masculinidades latinas à parte, devo dizer que, sendo realmente verdade, o gajo deveria estar coberto de razão. Basicamente, o que deveríamos fazer ao Estado, seria boicotar os pagamentos.
Uhhhh... tipo, sem papel, a malta de S. Bento e respectivas raízes municipalizadas, teriam de se agarrar ao pauzinho e começar a fazer pela vidinha, como tantos outros animais que andam por aí a escrever em blogs.
Mas seria pedir muito que essa raça altamente evoluída de trapaceiros pudesse um dia trabalhar a sério e ganhar a brincar, como o comum dos mortais habitualmente faz.
Realmente, começo a acreditar que a mistura de cerveja com café tem um efeito deveras libertador no intestino, perdão, no cérebro da malta.
Falando em dinheiro, começo a ficar paranóico com as cenas da clonagem de cartões.
Dei por mim no fim de semana numa loja a fixar o movimento da empregada com o meu cartão.
O facto do balcão ser ligeiramente alto não ajudou, servindo apenas para dar a imagem de que seria um completo tarado... isto porque terminal para a direita, cartão para a esquerda, talão para o meio, e só quando a desgraçada me devolveu o cartão é que percebi que, embora estando efectivamente a olhar para o rectângulo plástico de pontas curvas, tinha estado a focar inadvertidamente o decote brutal que estava por trás...
Ainda pensei em explicar-me, mas que se lixe. Havia uma teoria engraçada há uns tempos acerca do lobo mau e que metia princesas à mistura. Não vou explicar.
Não me perguntem o número da copa. Ignoro mesmo... mas o cartão está porreiro.
E já que puxámos o assunto dos decotes, já alguém reparou que nas lojas de roupa as empregadas andam na maioria das vezes desberlengadas até ao umbigo? Tipo... um gajo vai a lojas de roupa para vestir... não para despir. De facto, não entendo o conceito.
E ainda perguntam: "Quer experimentar...?"; "Pois, depende... o quê, exactamente?"
Depois também é um facto que a moda dos umbigos é certamente arrepiante. Se no início tinha alguma piada ver um umbigo liso por cima do cinto... agora o mais frequente é ver todo o umbigo a escorrer pelo cinto abaixo. Lembra um gajo na BritCom, numa série chamada 'Little Britain' que se vestia de mulher... o detalhe é que tinha um barrigão de cerveja brutal. Do género... entre as mamas, ele tinha o umbigo. E agora é o que mais se vê por aí. Assustador.
A moda da cintura das calças pelos joelhos já passou há algum tempo. Infelizmente, a vida está má e a malta agora não as consegue segurar na cintura. Assim, elas acabam por cair. Pelo menos é o que parece.
Ontem ia eu a sair do meu carrinho, vou a cruzar a esquina, dirigindo-me à entrada do meu prédio, e eis que, subitamente, vejo algo estranho fitando-me debaixo do candeeiro da rua.
A medo, vou-me aproximando... até que percebo que estava a ser observado pelas nádegas sebosas de um gajo que se encontrava debruçado no motor do carro.
Das duas uma.
Ou ele estava numa onda mais fashion onde o que está a dar é ter as cuecas na cabeça e o rabo acima do cinto... ou então o tipo estaria a fazer algo ao carro que eu certamente não quereria ver. Mas para que conste... o tubo de escape é atrás e não à frente. Mas há por aí malta que faz maravilhas com os bujões da água...
De qualquer forma evitei o contacto e fui para casa. Assustado.
Enganaram-me com a história das meninas do gás. Um gajo convence-se que elas 'andem aí' com a bilha às costas... e ao cruzar a esquina vemos rabos peludos e sebosos!
É injusto, parece-me a mim.

a cor dos olhos é irrelevante

24/02/2008

murphy rules.

Horas a fio de processamento de inputs e outputs.
Dias de contínua filtragem de tráfego.
Semanas sem ser desligado.

Mas os routers parecem ter vontade própria.
Escolhem a altura 'exacta' no momento mais inoportuno para decidirem ter a sua falhazinha e deixar tudo pendurado.

23/02/2008

as pedras da calçada

A calçada portuguesa é simplesmente linda!
Não compreendo como podem dizer 'ah, levanta a cabeça, olha para cima' quando aos nossos pés temos algo tão singular, tão único.
'Pois, andas sempre à procura de moedas, ah ah!'.
Sinceramente, não compreendo como as pessoas não prestam atenção a estes pequenos detalhes.
E a forma como a calçada é colocada? Já se deram ao trabalho de parar um pouco para ver os tipos que a colocam? Peça a peça, com todo o cuidado, para não estragar todo o caos geométrico que ordena toda a estrutura. Depois temos os moldes. Sim, é verdade, existem moldes para as pedras de cor que dão origem às caravelas, curvas e toda a simbologia que é colocada no chão.
É fantástico como há malta que olha para todo o lado menos para estes pequenos pormenores que distinguem o nosso solo de tantos outros.
Tipo... há pessoal que chega a parar para olhar para um rabo... mas quantos param para ver algo efectivamente tao bonito como a calçada portuguesa? Chega a ser irritante. Por vezes dá vontade de pegar no pescoço dessa malta e encostar-lhes o focinho ao chão só para que vejam, nem que seja obrigados, que pisar este chão é um privilégio!
Possivelmente não serão obsessivos ao ponto de atravessarem uma avenida jogando uma partida mental que visará efectuar determinado percurso pisando apenas as pedrinhas de cor; ou então dando uma passada larga para conseguir pisar todas as caravelas que se encontram no caminho, tendo o cuidado de pisar o corvo que se encontra à direita com o pé esquerdo e o corvo que se encontra à esquerda com o pé direito.
Tenho a certeza que neste ponto os meus leitores já estarão assombrados com a minha pancada.
Mas se pensam assim, é porque nunca experimentaram. Dá um gozo brutal.
Pedra preta, pedra branca, passo curto, passo largo... e no meio de tudo isto, o objecto de todo o nosso encanto: uma simples pedra.
Diz-se que a felicidade assenta nas pequenas coisas da vida. É um facto... quer dizer, não fico particularmente contente por andar a olhar para a calçada. De facto, é mais uma questão de respeito.
Reparem... não é um simples bloco de cimento que é colocado no passeio, de forma assustadora e geometricamente regular, cobrindo 5 metros de uma só vez... é uma pedrinha imaculadamente branca que é colocada num pequeno espaço. Nenhuma é perfeita. Nenhuma tem medidas exactas. Mas é efectivamente aí que reside a sua beleza. Num espaço regular são colocadas numa irregularidade que acaba por regular o nosso andar. E isso é fantástico.

voltinhas

Dando umas voltinhas no meu bairro, pela manhã, procurando ingredientes para o almoço, apercebo-me de uma dura realidade.
Bom, em primeiro lugar, não tenho motivo algum para ter sentimentos xenófobos ou racistas. Muito pelo contrário.
Contudo, é efectivamente esquisito quando quase toda a população de um dos bairros mais antigos e históricos da velha cidade de Lisboa começa a ganhar sotaque e a mudar de cor. É estranho, quando a velha mercearia do bairro, com o velhote que atendia os clientes e nos conhecia 'desde que éramos deste tamanhinho', fecha para dar lugar a mais uma loja de produtos chineses. É bizarro, quando o pequeno restaurante do bairro onde fizeram a festa do nosso baptizado, corre o risco de encerrar, para dar lugar a mais um restaurante indiano. É assustador, quando os arrumadores de Alfama e Mouraria começam a ganhar sotaque romeno.
Ainda há poucos anos, a malta aqui na zona era assaltada pelos vizinhos. Agora fica-se com a sensação que moramos na Damaia.
O Sting achava que era um inglês em Nova Iorque... eu começo-me a sentir um estrangeiro no meu próprio bairro.
Aliás, a Graça actual assemelha-se bastante a uma mistura de ex-república soviética com um misto de Chinatown e Cabul... e isso não é mesmo nada engraçado.

22/02/2008

cancela lá isso

Ao longe, aproximando-me da entrada do parque, detecto uma situação bizarra.
A jovem guarda do parque, pendurada na cancela, enquanto uma fila de veículos aguardava para entrar.
Apercebi-me pouco depois que o problema daquela malta toda era o facto da cancela não descer.
Estava... digamos... erecta. Posição semi-vertical e teimava em não descer por nada deste mundo. Mais interessante era a imagem da guarda agarrada literalmente ao pau, tentando puxá-lo para baixo.
Ainda pensei em sair do carro e explicar-lhe que quanto mais ela agarrasse, mais complicado seria que ele descesse. Depois caí em mim e achei que seria uma piada demasiado fácil.
Até porque entretanto ela lá ia conseguindo - a custo - meter a cancela para baixo... até outro macaco tirar o talão da máquina e a cancela voltar a ficar presa na sua posição semi vertical.
Pensei que pudesse haver arranjinho entre a cancela e a máquina dos bilhetes.
Finalmente, e algumas puxadelas depois, lá chegou a minha vez. Certo, a afirmação anterior pode dar azo às mais variadas interpretações... mas referia-me mesmo à vez de tirar o bilhete da máquina.
Assustador foi quando ela me disse para passar... à partida a cancela não iria desbloquear de repente e acertar-me no carro.
Foi então que entendi que ela só podia ser informática ou algo parecido. "À partida" é a expressão que a malta da IT utiliza quando não faz um boi de ideia do que poderá acontecer...
"Não há problema se fizer isto?"; "À partida, não..."
"O que acontece se desligar aquele cabo?"; "À partida, nada...".
Portanto, "à partida", conseguiria percorrer aquela zona de 5 metros sem levar com ela. A cancela, obviamente.
Claro que o pessoal duvida sempre. E ainda para mais eu... não adianta ensinar o Pai-Nosso ao vigário... eu sabia que à partida, ela não fazia um cu de ideia do que se passava com a cancela. O "à partida" é algo de relativo porque depende da posição do utilizador. É um pouco como as Transformações de Galileu.
O "à partida" do lado de quem o diz é sempre algo referente a um momento de relaxamento brutal. "Calma... à partida, não há problema".
Hoje apercebi-me pela primeira vez do quão irritante devo ser com o meu "à partida"; na posição de ouvinte só me apeteceu pegar na cancela e enfiá-la... bom, também não interessa.
Mas compreendo que seja de facto chato...
"À partida??? À partida, a cancela não me esmaga o tejadilho? À partida???"

trovoadas

Há algo ao qual acho imensa piada: os alertas da Protecção Civil.
Quando alertam, não acontece nada;
quando não alertam, a malta molha-se.

Já não há alertas como antigamente...

20/02/2008

flash

Não sei se os meus fiéis leitores já repararam mas, há algo de muito interessante na condução automóvel quando estamos parados em semáforos, engarrafamentos, qualquer coisa onde a velocidade instantânea do veículo seja nula.
De facto, o exercício poderá ser feito também com o carro em movimento mas, não será de todo aconselhável, visto exigir alguma concentração... o que se poderá tornar chato para a malta que cruza o nosso caminho.
Bom, claro que se estivermos parados, deixa de ser considerado condução... afinal, é apenas mais um tolo sentado num assento fofo e agarrado a um volante. Mas vamos ignorar esse detalhe idiota e tentar explicar a situação.
Os piscas dos automóveis são algo que me fascina desde tenra idade.
Quando um tipo liga o pisca e ouve aquele som magnífico do tic-tic, tic-tic, muitas das vezes nem reparará que o som acompanha efectivamente o piscar da luz. Qualquer coisa como tic-tic, flash-flash.
Obviamente, é complicado vermos os piscas a piscar quando estamos dentro do carro. Em parte, deve-se ao facto de estarmos dentro do carro. Mas se estivéssemos fora do carro, teríamos outro tipo de problemas, assentando mais concretamente no facto de não o podermos controlar. Como há coisas muito mais complexas e trabalhosas que também se resolvem, sugeriria que analisassem o piscar do pisca baseados no reflexo do veículo da frente ou, caso não seja possível, no reflexo de uma montra de uma loja... enfim, sejam criativos. Até porque na cidade não faltam locais onde podemos perceber o piscar do pisca.
A questão é o sincronismo do pisca com o pisca do carro da frente.
Caso nunca tenham dado conta, muito dificilmente vão conseguir ter dois carros juntos com os piscas a piscar no mesmo período de tempo. Se o tic for o som do pisca do nosso carro e o tac, o som do pisca do carro ao lado, nunca irão conseguir que o tic e o tac, tiquem ao mesmo tempo. Há sempre ali uma margem na forma de um deslocamento temporal que nos deixa doidos. A mim pelo menos, deixa-me. Ok, é certo que o meu cérebro pequenino é facilmente enlouquecível mas, também não há assim tantas coisas à face da Terra que me consigam deixar doido. Bom, na realidade, para além das enfermeiras, da 'coisa' e de uma erva aromática, creio que só mesmo o sincronismo dos piscas é que me consegue deixar assim. Certo, foi um golpe baixo... mas honesto.
De facto, a merda do tic e do tac nunca estão sincronizados.
É algo que me preocupa desde pequeno.
Se os construtores não chegam a acordo relativamente a um standard tão simples para "ticagem" dos piscas, como podemos nós acreditar que a indústria tem mesmo standards?? Quem nos garante que o motor a quatro tempos não tem tempos a mais ou a menos dependendo do fabricante? E o Dente Azul? Será que é mesmo um protocolo universal? Meu Deus!!!! Ontem de manhã estava parado num semáforo e comecei a ficar hipnotizado com o pisca do gajo da frente! De súbito entendi que a falta de sincronismo dos piscas estava a fazer abalar todos os alicerces do meu universo paralelo embutido neste cérebro pequenino que é o meu.
Se não posso acreditar no sincronismo dos piscas, vou acreditar em quê????
E como se já não bastasse o flash do pisca do gajo da direita a piscar mais rapidamente que o meu... de repente... pauu!!! mete-se um gajo atrás de mim com o pisca a piscar mais lentamente. E o gajo da frente? E o gajo da frente???? Olho para a direita, flash-flash, flash-flash; atrás de mim... flaaaaash-flaaaaash; e o tipo da frente tem daqueles piscas assíncronos com um flash longo e dois curtos, um longo e dois curtos. Merda!
Depois ouço o som do meu e o tic deixa de ter aquele som puro e cristalino... passa a ser mais um no meio de tantos, mas diferente de todos.
De súbito, a grande questão. Quem é que está fora do sincronismo: eu, ou qualquer um dos outros?
Tipo, tem de haver alguém que esteja sincronizado. Com o quê, não faço puto de ideia, mas alguém está sincronizado com algo, alguém, alguma coisa!
E se não for eu? E se for o gajo da frente?
Posso ir à marca e reclamar que não tenho o pisca sincronizado com o ecossistema? Na realidade trata-se de um ecossistema!
Não posso deixar de pensar que este problema ressurgiu nos meus cornos enquanto estava parado na Av. do Brasil, frente a um conhecido hospital psiquiátrico.
Mas, de qualquer forma, a situação abalou os recantos mais profundos do meu ser.
Não sei o que fazer.
Merda!

o que se conta por aí

A noite passada estive deprimido e liguei para o SOS Voz Amiga.
Fui atendido por um call center no Paquistão…
Disse-lhes que me queria suicidar.
Receberam a notícia com entusiasmo e perguntaram-me se sabia conduzir um camião.

e ainda mais spam...

A minha caixinha de correio tem vindo a ser alvo das mais interessantes mensagens de spam.
Depois do famoso 'Lotaria do Reino Unido', hoje fui brindado com esta bela pérola.

Olá, não sei nem como começar este email...
Fico até sem graça de falar por aqui, me abrir, te falar o que sinto por email
mas foi a unica maneira que encontrei sem correr o risco de me ferir novamente..
Juro que voce é tudo que sonhei pra minha vida, eu adoro estar com vocÊ
desculpa esta falando por aqui, mas foi a unica maneira..
Eu fiz uma animacao com nossas fotos, com maior carinho , espero que goste...
Vou te conquistar e te ter pra mim, JURO!

AMO VOCÊ... Julia


Análise Técnica:
1. Ok... primeiramente, o discurso é tipicamente brasileiro. Na volta é a mulher que me passa a roupa a ferro...
2. Não sei qual é o problema da jovem em abrir-se por email... tanta malta pelo mundo fora a fazer isso... normalmente não dá em nada, mas se insiste; ah, e se ela faz assim tanta questão em abrir-se, esteja à vontade!
3. Eu sou tudo o que ela sonhou? Caramba! A jovem deve ter sonhos muito limitados...
4. Adora estar comigo? Curioso... não me lembro...
5. Animação com as nossas fotos? Nossas? Que nossas? Foda-se, deves estar a brincar!
6. Vai conquistar-me? Hummmm... dificilmente... o 'juro' do final é que me arrepia... as brasileiras são normalmente 'macumbeiras' e ainda me faz uma merda qualquer com penas de galinha preta.
7. Julia? Julia...? Mas quem é a Julia???

Estes bots de spam andam cada vez mais estúpidos.
Conseguem até ser mais cromos que eu com o meu cérebro pequenino...

18/02/2008

nem mais

algoritmia

Estava a tentar desenvolver um algoritmo que pudesse descrever o cérebro feminino.
Observação única: é claramente um péssimo exemplo de programação colocar tantos 'Se' encadeados... contudo, também nunca ninguém disse que as mulheres são seres simples ou de complexidade reduzida.
Tentemos:

funcao torture(string nome_proposto, string nome_recebido, string ele_pensou, string ele_disse, string ele_fez)
{
....string result = " ";
....string_encriptada ela_pensou = 0x13243234235;
....string_encriptada ela_queriaOuvir = 0x123wsw9cxvkln;
....string_encriptada ele_deviaTerFeito = 0xoeq20eiwsf03t8r;

....se (nome_proposto = nome_recebido) entao
....{
........se (ele_pensou not= ela_pensou)
........{
............se (not ele_pensou)
............{
................result = "'tas fodido";
................go to linha_final;
............}
............senao
............{
................se (ele_disse not= ela_queriaOuvir ou ele_fez not = ele_deviaTerFeito ou not ele_fez)
................{
....................result = "previsivelmente, 'tas fodido";
....................go to linha_final;
................}
................senao
................{
....................result = "erro fatal; a porta vai fechar anormalmente - hoje dormes em casa";
....................go to linha_final;
................}
............}
........}
........senao
........{
............result = "impossivel";
............go to linha_final;
........}
....}
....senao
....{
........result = "you wish";
....}
....linha_final -> devolve result;
}


Afinal é tão simples!!! Por vezes tenho mesmo brilhantes rasgos de iluminação...

chovem gatos e cães

Gosto destes dias assim.
Uma 'coisa' aterrorizada com os trovões, um parque de estacionamento vazio e o gozo de ver em todos os canais de televisão o espectáculo das cheias.
Uhhh... Lisboa debaixo de água... Lisboa alagada... Lisboa parada com as enchentes...
So What? Todo o bom lisboeta sabe que isto já faz parte.
É um pouco como os atentados no País Basco, os tremores de terra na California ou a seca no Norte de África. A malta já sabe que quando chove, Lisboa molha-se.
Molha-se Lisboa e molha-se o pessoal todo que insiste em andar de transporte público. Nunca percebi qual é o gozo de estar numa paragem de autocarro debaixo de chuva intensa ou frio cortante. E depois os comboios param porque as linhas ficam molhadas e os electrões constipam-se, o metropolitano fica debaixo de água (literalmente) e os táxis... ah! os táxis. Os táxis andam à pinha.
Aliás, é algo interessante.
Há por aí malta que sabe quando vai chover por causa das dores nas unhas dos pés... outros, percebem quando vai haver trovoada devido às dores de cabeça... eu, quando vejo a praça de táxis do bairro às moscas percebo logo: "olha, temos merda..."; e o facto é que metros à frente começa o engarrafamento e começa também a minha guerra a atravessar a cidade, fugindo às avenidas e achando-me nas vielas...
O jornalismo é de facto algo de fascinante. Consegui assistir durante o jantar a uma sessão contínua de esclarecimentos acerca das chuvas torrenciais e da problemática ambiental no ecossistema.
Francamente... choveu. Qual é o trauma desta gente.
Para não variar, como é já habitual, o sistema de esgotos da cidade está na merda. E, como já é habitual, quando chove, a Capital fica debaixo de água.
Já referi inúmeras vezes que o país está a afundar-se, mas ninguém acredita. Mais! No dia em que Portugal afundar de vez, os lisboetas morrem afogados. Isto, porque não há a porra de um presidente de câmara coça-tomates nesta merda de cidade, que dê mais importância à limpeza das ruas e engenharia do sistema de esgotos do que ao rouba-trocos do estacionamento.
Percebo que seja mais fácil para esses gajos comprarem casa à custa do estacionamento dos outros que fazerem aquilo para o que efectivamente estão a ser pagos.
Não há volta a dar. A raça homo-politicus é composta de vermes. Quais sanguessugas que devoram incansavelmente os nossos parcos salários, ainda levamos com a merda toda que fazem.
Assim, não compreendo os especiais noticiosos, as primeiras páginas e o conceito de 'última hora' relativamente a uma chuvada que, como é hábito, fodeu toda a cidade e arredores.
Entendam uma coisa: notícia, não é o cão morder o homem; notícia, é o homem morder o cão. Quando cair uma carga de água que não inunde a cidade de Lisboa, isso sim, será caso para estranhar...

Cumprimentos Patinos.

17/02/2008

opiniões

A malta tem juízos de valor estranhos.
Tipo... vamos a um restaurante e o pessoal mete-se em discussões com os empregados relativamente ao facto de terem ou não uma ou outra marca de cerveja. Epa... posso ser eu que sou extremamente imperturbável com este tipo de merdas mas, cerveja é sempre cerveja, certo?
Claro que não é exactamente assim... afinal a cerveja sem álcool tem um sabor diferente da normal e com todas as mistelas e sabores que fazem actualmente, cada vez se parece mais com a água com gás. Mas já lá iremos...
O facto é que quando pedimos uma imperial, seja da marca A ou da B, é um dado irrelevante. Em primeiro lugar, não estamos a ver o barril debaixo do balcão; em segundo, duvido mesmo bastante que alguém seja capaz de diferenciar o sabor de imperiais de marcas distintas.
Há tempos fez-se um teste com a Coca-Cola e a Pepsi... dois copos, exactamente iguais, mas sem marca. A maior parte dos 'provadores' preferiu a Pepsi. Depois, o mesmo teste, mas indicando a marca: os mesmos testers preferiram maioritariamente a Coca-Cola. Então se é tudo uma questão de marca, qual é o problema desta malta com a cerveja?
Francamente! É certo que no mundo inteiro há cervejas com características diferentes. Até há aquela na Alemanha produzida artesanalmente num convento qualquer. Ok, assumo essa distinção. Mas entre Sagres e Super Bock, que merda de diferença faz se é de uma ou outra marca?
Os puritanos da cerveja que me perdoem, mas cerveja não é vinho... não andamos a saborear a cerveja às refeições. Não pedimos tinto ou branco, nem nos preocupamos se é verde ou não... é cerveja, mais nada. É basicamente uma merda que enfiamos para dentro em substituição da água mas que nos faz ter vontade de ir à casinha bastante mais cedo.
Não bebemos vinho aos almoços por um motivo simples. Não temos tempo suficiente durante os dias de trabalho para podermos saborear todas as suas características. Então, bebe-se cerveja. Mal comparado, é uma água com gás.
De qualquer forma, teria piada exigir uma imperial da marca xpto...
As águas.
Francamente. É um facto que as águas, consoante a fonte termal, possuem sabores distintos. Embora se diga que a água não tem sabor, a verdade é que a maior ou menor concentração de determinados tipos de minerais realça determinados pontos do nosso palato.
Mas refiro-me às águas normais. Puras. Sem corantes, nem conservantes...
Alguém acredita, mas a sério, alguém acredita que consegue distinguir a diferença entre uma Luso de Limão ou uma del cano do mesmo sabor? A partir do momento em que atiraram para lá o extracto de sabor a limão, a água perdeu toda a sua originalidade. Deixa de fazer sentido o facto de ser de uma marca ou de outra.
É do género de coisa que não interessa nem ao Menino Jesus.
Como o leite. Acham mesmo que o leite de marcas diferentes tem mesmo sabores distintos... quem é que repara nessa merda??? Será que uma vaca certificada produz leite com chocolate de sabor diferente? E afinal, quem é certificado? A empresa, a vaca ou as tetas? Eventualmente metem um piercing numa tetita da vaca dizendo "certificada"...
Caramba, a malta podia ter coisas melhores com que se preocupar.
Eventualmente até eu, em vez de estar para aqui a bloggar via 127.0.0.1... mas há gente para tudo :P

independência

Hoje, no grandioso dia 17 de Fevereiro do ano da graça de 2008, em nome do povo livre da Patolândia, declaro independentes da restante Ordem Mundial, os céus azuis e lagos cristalinos Patinos.
Não viveremos mais na sombra opressora da humanidade. Declaramos hoje a nossa Independência.
Como brasão da nossa nova Nação, escolhemos o Pato de Platina, elemento base da nossa ancestralidade, voando a pique sobre um oceano de merda, potencial da nossa existência. Serão estes os símbolos da nossa sociedade, transpostos no fundo de uma bandeira negra.Autoproclamamos a nossa nova ordem, na qual o nosso povo viverá reprimido e míseravel, sob as minhas ordens.
Neste Principado, no qual serei Imperador, todos os patos e patas poderão finalmente viver em paz, acorrentados às garras da minha vontade.
Aproveito para apresentar desde já a minha Guarda Pessoal: os Patonianos. Estes terão a missão de repelir qualquer pensamento livre não-favorável aos meus interesses que, na verdade, são os interesses de todos os patos.
Irmãos Patos, liberdade eterna! Miséria controlada!
Saúdem o vosso novo tirano, eleito nas teias da democracia moderna.Viva nós!

what if



Antes mais, e apenas para que conste, não sou eu o autor destes lindos desenhos...
Descobri recentemente um website onde doidos espalhados por este mundo fora vão colocando gratuitamente os seus cartoons.
Na minha habitual insónia vou vagueando pelas listagens a ver o que há de novo.
Achei um piadão a este e a toda a sua irónica adjacência...

Pensamentos (ou diarreias mentais) a focar:
1. Se a malta continua eternamente na idade dos porquês, sai asneira;
2. Quando se pensa muito, procurando respostas a questões que não existem ou questões a respostas há muito explicadas, o ecossistema acaba perturbado (e depois temos tsunamis na Ásia);
3. É para ser racional? Ok... vejamos então assim: se Aníbal se tivesse questionado e pensado bem acerca da questão de atravessar os Alpes com o seu exército, possivelmente não o teria feito. Mas valeu a pena, certo?

***

Terminando... um agradecimento especial à malta do Google que deve ter lixado esta merda toda; duas horas e meia à espera para conseguir entrar no meu blog... é dose!

15/02/2008

previsivelmente

Porque, estupidamente, há sempre coisas que ficam pela metade.
São efectivamente pequenos os detalhes irreconhecíveis por pequenas distracções ou outras situações similares.
Mas também porque nem tudo se baseia em frases pré-feitas em muitos outros detalhes que deveriam ter sido melhorados, e porque de nada serve atirar indiscriminadamente o barro à parede se não continuarmos a tentar reforçar a estrutura de betão com algumas vigas de aço, parece-me que o ideal é continuar a tactear o terreno, embora muito às escuras, até encontrar os locais onde efectivamente podemos cativar.
O grande problema é talvez escrever muito e pouco fazer mas, na realidade, acredito que tenho criatividade para fazer melhor.
Porque também não se compreende muita coisa, mas acabamos por nos aproximar q.b. do cerne da questão.
Porque embora depois de se compreender, se possa até não entender.
Melhor ainda, mesmo após se conseguir entender, não se revela até ao momento em que efectivamente fará sentido revelar o que quer que seja. Porque há detalhes que soam melhor ditos que escritos.
E porque as paredes podem ser frias, distantes, mas tem-se sempre o aquecimento central e as fitas métricas.
E porque assustadoramente as paredes nos conseguem deixar completamente doidos, à nora, sem saber ao certo o que fazer ou pensar.
Mas, por outro lado, resta-nos a capacidade de tentarmos dar um passo para frente, mesmo sabendo que em retorno ganharemos dois ou três passos atrás.
De teimosia ou estupidez, pode-se sempre ter um pouco. Ou não.
De qualquer forma, acompanha esta leitura a previsibilidade de toda a problemática que é na minha óptica já duplamente reconhecida.


14/02/2008

fazendo as contas

Ocorreu-me de repente que foi o último dia de S.Valentim de 2008.
O 23º deitado às urtigas.
Isto começa a tornar-se deveras divertido.
De qualquer forma, o dia não foi tão deprimente como tinha pensado. O horário de trabalho serviu para estar assustadoramente calado a ouvir música enquanto desempenhava as tarefas habituais durante umas boas seis horas da jornada laboral. Creio que o dia de hoje deve ter sido terrivelmente deprimente foi para o meu chefe que, ao invés de ouvir um gajo durante 8 horas a dizer asneiras, aguentou quase o mesmo período de tempo a ouvir um doido que tentava acompanhar a letra das músicas enquanto enviava emails a documentar os vírus informáticos do Dia dos Namorados...
Chateia um pouco é o facto de, fugindo completamente à rotina anual deste dia, não ter recebido daqueles emails com as noivas russas que procuram maridos latinos. Sei de quem tenha recebido... que raio terá ele que eu não tenho? hum...
Por outro lado, comecei o dia com um amoroso telefonema de um amigo a pedir ajuda. Entretanto, tive uma agradável refeição a dois, à hora de almoço... com um outro amigo. Caros leitores, para além desta merda ser altamente marada, o meu maior receio é que nos 30 minutos que faltam até ao final deste dia, ainda mais um amigo me bata à porta com alguma ideia esquisita.
Já só pedia uma pequena variação no ecossistema anual relativo a este dia; de facto, começa a tornar-se altamente irritante.
A inconsistência do meu monólogo, insurge-se também relativamente monótona. Assim como este dia que, teimosamente, resiste e resiste ao passar dos anos.
No caminho para casa ainda levo com os casalinhos e os ramos de flores andantes que atravessam a cada passadeira, a cada 50 metros...
Hoje tive ainda uma pequena diarreia mental e dei-me ao trabalho de dissertar um pouco relativamente à quantidade de rosas que se devem oferecer. Creio que li algures que a quantidade ideal são cinco. Em primeiro lugar, as rosas não se oferecem aos pares... pelo contrário, oferecem-se em número ímpar, pois a última rosa a fazer par deve ser a pessoa a quem se oferece. É irónico mas, de qualquer maneira, sempre gostei do conceito. Sobram portanto a oferta de uma rosa (o sovina), de três rosas (sovina médio, que só quer uma noite de quinta para quarta gastando o mínimo possível) e mais de cinco rosas (o desesperado ou o tipo que vai tentar a sorte pedindo alguém em casamento). Assim, parece que cinco rosas é mesmo a medida ideal.
Li também algures por aí que, uma forma interessante de oferecer as ditas cinco rosas é trocar a quinta por uma de plástico. Depois, adiciona-se um assustador cartão que dirá qualquer coisa como: "vou deixar de pensar em ti, quando a última rosa murchar". É fofo. Acho impressionante a quantidade de informação inútil (inútil no sentido de não ser usada...) que um gajo encontra na web. É isso e uns blogs marados com informação idêntica.
Anyway... faltam 15 minutos e ainda não me bateram à porta. Seria uma grande cagada se um gajo aparecesse agora por aqui. Há que ter esperança :(

Ah! Última informação do dia: o autor deste blog, um anormal que se auto-intitula 'pato' (e não 'fofo', como uns e outros comentam) e que na realidade é um tipo bem humano, com todos os sentimentos e sentidos associados, sentiu a necessidade de ter uma presença na web um pouco mais 'normal'. Na realidade, algo que lhe desse um pouco mais de credibilidade... um local onde não comenta nada de manhoso mas faz sim um retrato mais sério da comunidade envolvente. Enfim, é uma literatura mais normal, não associada directamente à Patolândia :)
Achei que seria estranho revelar assim o link, ainda para mais no meio de toda a diarreia que o meu cérebro pequenino produz neste blog. De forma também a dar mais credibilidade às coisas, o link encontra-se no meu perfil patino e algures no fundo desta página. O motivo é simples... não quis associar directamente o verdadeiro perfil a este semi-submundo que gero por horas a fio. Parece-me a mim que seria altamente prejudicial à imagem :S

Sete minutos e meio. Está quase.
Divirtam-se.

psicologia

Sim, é verdade. Psicologia.
Pode não parecer mas tem uma relação muito estreita com a informática.
Quer seja naqueles dias mais complicados em que o informático não tem paciência para ouvir as dúvidas existenciais dos seus utilizadores, quer em toda a estrutura organizacional de uma empresa: a psicologia informática está sempre presente.
É muito importante sabermos como gerir determinadas situações e acalmar utilizadores em pânico. É normal. Um problema pode ser muito básico ou muito complexo visto na perspectiva do informático. Contudo, do lado do utilizador, tudo parece uma catástrofe de proporções brutais. Daí que nos sobrevalorizem demasiado.
O pessoal começa a contar demasiado com os técnicos de serviço, mesmo quando a situação ultrapassa o nosso domínio de conhecimento/actividade.
Um médico nunca se mostra assustado perante um paciente sem esperança alguma; um informático nunca pode dizer que não sabe fazer algo: se o fizer, coloca em causa o sistema e tudo aquilo em que os utilizadores acreditam. Perde-se a imagem do 'protector' que sabe sempre o que fazer, mesmo nas situações mais problemáticas.
Torna-se um pouco assustador porque temos de manter a calma e adquirir os conhecimentos necessários para desempenhar determinada tarefa, mesmo quando não temos know-how acerca da situação em causa.
Por outro lado, os informáticos devem funcionar um pouco como calmante para os utilizadores. São solicitados a estar presentes em todas as ocasiões, mesmo quando não há necessidade para tal.
Mas todos ficam contentes porque está o informático presente.
Na situação limite, estamos presentes a dar apoio técnico, mesmo quando não há computadores, acessos de rede ou qualquer outra coisa electrónica no espaço de quilómetros... mas nota-se alguma calma da parte dos utilizadores. É um pouco como colocarem bombeiros nos eventos públicos.
Ainda num outro ponto de vista, é stressante para os informáticos colocarem-nos em zonas públicas, prontos a dar suporte... não somos profissionais aptos a dar a cara. Pelo contrário, o nosso mundo encontra-se algures atrás de uma grande variedade de teclados, monitores, ratos e telefones.
Dar apoio, sim. Dar a cara, não.

palavras para quê?

13/02/2008

a importância de ser Valentim

Certo... estamos exactamente a 18 minutos do dia cor-de-rosa às bolinhas.
Felizmente deverei estar a trabalhar; sempre evita mais ou menos pensamentos mais estúpidos da minha parte.
Fechado na sala da IT, com a famosa janela para as traseiras do prédio, não deverei ver casalinhos, mãos dadas ou ramos de flores.
Quero convencer-me que o dia de S.Valentim não é mais que a celebração da morte de um gajo, como aliás já tinha referido. Contudo, o autocontrolo é coisa que nos últimos tempos não parece enquadrar nas minhas características particulares. Assim, cheira-me que mesmo antes de ter tempo de pensar em quão deprimente o dia se poderá tornar, já efectivamente o dia estará deprimente.
Sinto-me um Cupido.
É o meu trabalho.
Relacionar pessoas, independentemente do local onde se encontrem.
Garanto que a ligação é estabelecida e que mais um equipamento se encontra ligado.
Ligações de rede: o servidor sente-se só? Vamos a ligar mais um terminal à rede para fazer parzinho com ele.
E, subitamente, as taras e paragens matinais do servidor deixam de ser problemáticas porque o animal encontra algo melhor para fazer.
O próprio registo de logs é a loucura. Servidor A tentou contactar Terminal B; Terminal B rejeitou contacto e credenciais de Servidor A; Servidor A executou novo request a Terminal B como Administrador; Terminal B aceitou o pedido de ligação a Servidor A.
Só me faltava andar a correr pelos corredores com uma cuequinha cor-de-rosa e empunhando um arco e flecha.
É irritante o facto de prever que até as máquinas encontrarão algures na rede o seu par. E conseguirão efectivamente estabelecer ligação.
Vistas bem as coisas, às vezes chateia-me mesmo o facto de não ser um servidor qualquer...
Enfim, calculo que amanhã deva ser o dia indicado para a malta não abusar da sorte a chatear o informático.
Embora não faça sentido algum... afinal, é um dia normal, um dia como todos os outros... um dia de merda em que passarei mais uma noite a utilizar os meus dotes culinários para fazer uma refeição para dois: um prato para servir no sofá da sala a uma coisa qualquer chorosa, outro para servir na mesa da cozinha, na companhia da minha ilustre pessoa.
(Meia-noite: daqui a 24 horas isto é capaz de passar)

álgebra linear

Já referi isto muitas vezes neste blog.
Um informático na minha idade constata que passou exactamente um terço da sua existência a estudar verdades inegáveis, matérias inquestionáveis e certezas incondicionais.
Na verdade, um tipo na minha idade e a esta hora da noite, deveria era estar nos copos e a preparar uma noite de quinta para quarta. Confesso que não é exactamente o programa que mais me fascina. Mas por esse mesmo motivo, não me posso também queixar muito por estar sozinho.
É um facto que não tenho 100 anos, não sou um tipo acabado nem tenho a linda cara do Zé Cabra.
Possivelmente vejo as coisas de forma ligeiramente diferente da malta da minha idade - certo ou errado, torna-me mais velho; acabado também não estarei... embora tenha andado a passar essa imagem no Especial S. Valentim com o meu amigo Afonso, a verdade é que já por algumas vezes me dei ao luxo de ignorar insinuações de umas e outras, chegando mesmo a ser altamente antipático e tendo a noção perfeita de que poderia estar a magoar alguém, da mesma forma que tantas vezes também já me magoaram a mim. Não é uma questão de vingança, é apenas uma forma fácil de resolver as situações. Creio que sempre preferi atirar com um irrevogável 'não' do que alimentar esperanças. E no fundo talvez seja um dos muitos aspectos a melhorar na minha pessoa... ter um pouco mais de tacto e lembrar-me um bocado dos sentimentos das outras pessoas. Ninguém deve gostar de ouvir um 'não' e os meus são normalmente muito duros. Se o faço... é porque não estou mesmo minimamente interessado. Penso que há um limite e, quando começam a entrar em determinada realidade, tenho o hábito de não colocar travões - atiro simplesmente um calhau gigantesco para o meio do caminho, eliminando assim todas e quaisquer hipóteses que possam inventar do outro lado; não morro de amores por mim, nunca gostei de me andar a ver ao espelho (não creio que seja nada assim tão especial que valha a pena perder tempo nisso) mas, tenho a noção perfeita (presunção ou realismo, como lhe queiram chamar) que há pessoal efectivamente muito pior que eu.
Talvez esta minha perspectiva se enquadre um pouco na mítica questão de me classificar como pato. Sou um pouco irritante com o meu grasnanço, dou umas voltinhas no lago e embora a malta me ache muita piada, serei efectivamente bastante mais apetecível no forno com umas rodelinhas de laranja. Só para que conste, não estou a tentar nenhum trocadilho de índole sexual.
Assim, nunca fui um tipo apressado para ir buscar o milho (agora sim, é um trocadilho de cariz sexual).
Não ajo irreflectidamente nem tenho propensão para me atirar ao primeiro peito de franga que me aparece à frente.
Contudo, quando o faço, há motivos que a própria razão desconhece como aliás, seria de esperar neste tipo de situações.
A paciência é efectivamente uma virtude. Afinal, se sempre fui pato capaz de jogar SimCity pela madrugada fora, não me faz confusão ir tentando cimentar outros caminhos, independentemente do tempo que possa demorar.
Também por este motivo, não tenho nem nunca tive o hábito de andar a disparar em várias direcções.
Gosto de manter a minha sanidade mental e, por muito que isso possa custar a compreender aos meus amigos patos, as relações não são sistemas de equações lineares em que quando uma delas fica pendurada, mudamos para a debaixo, resolvemos mais uma variável e voltamos novamente à equação linear inicial... pelo menos no meu ponto de vista. Embora me custe dizer isto por causa do trauma que obtive com Investigação Operacional, gosto mais de ver as relações como aqueles sistemas meio-marados em que resolvíamos tooooooda uma equação antes de passarmos à seguinte.
No fundo, baseia-se nisto: a partir do momento em que existe uma porta aberta, por ínfima que seja a abertura, há que esgotar todas as hipóteses até se chegar ao limite. Esgotámos todas as hipóteses... pensamos e arranjamos mais umas quantas soluções. Somos engenheiros caramba! O nosso trabalho é resolver aquilo que outros acham inexequível!
Claro que havia sempre aquelas equações sem solução. Tipo... mas não acredito que as coisas sejam assim tão científicas. Há equações com solução e... aquelas que dão luta.
E claro, como não poderia deixar de ser, por vezes sem motivo aparente, por muito estranho que possa parecer, ridículo ou impensável, as equações tiram-nos o sono. Ficamos horas a fio a pensar em toda a sua intrigante construção, na beleza das suas variáveis e na possibilidade da existência da sua solução.
A equação ainda não saiu do papel? E depois? Acaba por ter piada o pré-conhecimento da equação antes da implementação final na forma de uma estrutura neural de dados. E vejamos... se calhar até é esta a forma correcta de se fazer as coisas e ainda por aí imensa malta enganada.
E se, muito dificilmente, o sono bate à porta, ainda temos tempo no limiar da madrugada de acordar em sobressalto cabeceando violentamente o armário que pende acima da cabeça.
Quando se gosta mesmo de equações, ou melhor, quando existe mesmo uma solução pendente de uma equação, que nos tira o sono e preocupa, acaba-se a dissertar matematicamente noite dentro, debitando caracteres num teclado. E pensamos... por que não?
A problemática encontra-se aqui ligeiramente deslocada. A situação é que estamos apenas a analisar um dos lados... o problema é bem maior quando se verifica o contexto do lado da equação.
Afinal, para quê facilitar a solução? Valerá a pena? Poderá tratar-se de uma verificação analítica tentando perceber o que estamos dispostos a fazer para a encontrar. O que somos capazes de fazer no limite da resistência, o que pretendemos ao certo, até onde seremos capazes de ir para resolver finalmente a equação.
E compreende-se também o lado 'equacionário' da questão... poderá existir uma preocupação que assenta na questão do que irá o tipo fazer depois de encontrar a tão complexa solução.
É uma questão simples, de resposta ainda mais simples. De facto, há por aí uns quantos tipos que gostam de desafios. Um desafio só é um desafio enquanto não existe solução. O que garante que não se mudará de desafio depois de descoberta a solução? Algo simples... ninguém dá o máximo de si para largar tudo e partir para outro desafio. Seria algo imbecil.
As equações não são como um brinquedo na mão de um matemático que, quando se farta, atira com elas para a margem de uma folha... não deve ser algo em que as equações devam ter dúvidas.
Claro que há matemáticos para todos os gostos, assim como há uma vasta gama de equações para solucionar.
Este em particular, é dos que se mata a resolver a equação. Mas depois não a atira para o canto da folha. Pelo contrário - fica tão contente que desata a escrevê-la vezes sem conta em todas as folhas que encontra...
Mas há efectivamente equações muito complicadas.
Não é por sermos simpáticos, loucos ou patos que chegamos à solução.
É sempre necessário ter uma grande dose de criatividade para marcar a diferença (e ter um blog não parece abonar muito a favor).

12/02/2008

incentivos

Há bem pouco tempo, um amigo meu veio pedir-me um conselho.
Pretendia que lhe indicasse um bom restaurante onde pudesse levar a namorada neste S.Valentim.
Bom, claro que tal indicação nunca se deveria à minha larga experiência em levar tampas, mas sim ao facto de ser um bom garfo.
De facto, foi algo com o qual nunca me preocupei: penso que nunca tive necessidade de levar ninguém ao restaurante porque normalmente acabava sempre tudo antes.
Na realidade, creio que existe um mito que tem de ser quebrado.
Ah, e tal... os homens não gostam de assumir compromissos.
Ah ah ah... pelo contrário! Curiosamente comigo foi sempre ao contrário. Penso que o sexo oposto tem um grave problema comigo e com a expressão "compromisso mais sério". É que tipo... normalmente são os homens a querer a noite de quinta para quarta (Fase IV) e a ficarem-se por aí.
Depois sempre temos as jovens que só para as arrastar à Fase I é um caso sério...
De qualquer forma, lá sugeri um restaurante muito bom e apropriado à ocasião.
Possivelmente o meu amigo irá marcar uns pontos. O que é bom. Haja quem os marque, lol.
Mas parece-me a mim que a questão acaba por ser um pouco deprimente.
É que a malta já sabe que sou o encalhado da Liga dos Solteiros... mas pedem-me estas opiniões.
Se estivesse na situação oposta penso que eu seria a última pessoa a quem iria pedir conselhos deste tipo. Seria um bocado naquela: "O gajo nem a consegue levar a sair...! Ainda lhe vou pedir conselhos de restaurantes?"
Mas agradeço a confiança depositada na minha pessoa. Nota-se que há aqui algum reconhecimento das minhas bases grastronomico-hoteleiras e também alguma consideração e respeito pelas minhas capacidades... :S
No fundo, deve ser uma espécie de incentivo por parte do meu amigo, de forma a tentar fazer este pato acreditar que não é um caso perdido.
Veremos se ele tem razão.

11/02/2008

Mais um ano

Ora aí estamos na recta final para o dia de S. Valentim.
Para quem não sabe, Valentim foi bispo durante o governo do Imperador Claudius II (isto segundo a wikipedia... até posso estar a referir uma gigantesca asneira); parece que para fomentar o crescimento do exército, o Imperador proibiu os casamentos... a lógica seria qualquer coisa como 'se não tens família, alistas-te no exército'... basicamente, um gajo agarrava-se ao pau, ou melhor, à espada, e ia para a caserna.
Parece ligeiramente desagradável. Lembra a vida de alguns patos. Mas sem a caserna.
Acontece que o Bispo continuou a celebrar casamentos em segredo, até que foi descoberto e condenado à morte.
Enquanto esteve preso, aproveitou para papar a filha do carcereiro, que era ceguinha... também enquanto esteve preso, os jovens escreviam cartas e atiravam flores dizendo que ainda acreditavam no amor. Parece fofo. Daí que a tradição dos bilhetinhos se tenha mantido até hoje. É a escrita ao condenado.
A melhor parte vem agora.
O Bispo Valentim foi decapitado no dia 14 de Fevereiro de 270 d.C.
Assim, o que a malta celebra, não é mais que o corte de mais uma cabecinha.
Eu bem falo na castração nocturna, mas ninguém acredita...
Parece-me a mim que a própria circuncisão não é mais que uma metáfora muito particular ao dia dos Namorados que, por sua vez, se baseia também no corte de uma cabeça.
Confesso que para post do Dia dos Namorados isto está a tornar-se um pouco nojento demais.
Aliás, para os leitores que me conhecem, isto para post começa a deixar um pouco a desejar... devia ser uma escrita bem mais deprimente e repressiva.
De facto, gosto do facto da malta celebrar a morte de um bispo. Parece algo coerente.
"Meu caramelozinho de leite coberto de chocolate... toma este raminho de flores como prova do meu amor e símbolo deste dia em que um gajo qualquer foi decepado"
É uma onda um pouco mórbida... mas há gostos para tudo.
Havia um que se cortava para a namorada 'beber' o seu sangue... isto parece-me ser deveras estranho.
Claro que depende de muitos factores, passando pelo local do corte até à forma como o sangue era retirado. De qualquer forma parece-me que há fluidos bastante mais interessantes para serem 'trocados' sem ser o sangue. Afinal, não somos mosquitos...
O Dia dos Namorados parece ser também uma espécie de Natal. Ao longo do ano, temos os casalinhos às turras, encornando-se uns aos outros mas, ao chegar o S.Valentim... "Meu amorzinho...".
E assim permanecem por mais umas horas, até ao raiar do dia 15 de Fevereiro.
Na verdade, poucos são os que fazem efectivamente alguma coisa para que seja Dia dos Namorados todos os dias. Ao que parece, cerca de 90% da malta apenas quer uma noite de quinta para quarta.
Só 10% captam a verdadeira essência da situação.
Mas enfim... a malta parece gostar... animais de merda.
E depois há sempre toda a cobertura publicitária em torno do Dia de S.Valentim: "Surpreenda a sua cara-metade neste dia...".
Foda-se! A cara-metade não quer ser surpreendida no S.Valentim!!! Isso é algo previsível... depois é aquele sorriso amarelo: "Ah... que bom... uma surpresa...!"; a cara-metade quer ser surpreendida é quando não está à espera, o que torna a situação numa efectiva surpresa.
Será assim tão complicado entender esta merda?
Na volta sou eu que estou enganado... afinal, sou eu que vou passar mais um 14 de Fevereiro sozinho.
Eventualmente deverá haver alguma relação.

Enfim. Tecnicamente, a malta deve então é divertir-se, surpreender alguém especial com algo que não será uma surpresa e, acima de tudo, festejar mais uma cabeça no balde.

Altamente.

10/02/2008

Pato Preto, Pato Branco: Especial S. Valentim

Estimados leitores,

Não percam, até dia 14 de Fevereiro, as melhores tampas para darem aquela pessoa especial.
No Pato Preto, Pato Branco.

Quem desejar contribuir, basta fazer um comment com uma tampa de sua autoria.

Divirtam-se.

09/02/2008

E agora para animar ainda mais, tenho a mailbox do pato.marques@gmail.com a ser atacada por inúmeras mensagens de SPAM.
O detalhe: o assunto é sempre o mesmo. Ganhei a Grande Lotaria do Reino Unido!
É ligeiramente irónico. Terei os meus motivos para o achar, mas é irónico.
E está a atulhar-me a caixa de correio.

pancadas

Gosto imenso do meu telemóvel.
Geração anterior à actual, coberto com borracha, altamente robusto e resistente a poeiras. Mesmo à minha medida. O ideal para um informático que anda sempre a sentar-se em cima do telefone ou pendurado nas altura dos bastidores de rede.
Vezes sem conta o telemóvel caiu; vezes sem conta manteve-se em funcionamento.
Só tem um problema. Um bug irritante... sempre que o desligo tenho problemas em ligá-lo novamente. De qualquer forma, atirando-o à parede fica novamente a funcionar. Sempre imaginei que fosse uma feature e não um bug.
Anyway... os meus pontos iam expirar agora e tive de os usar.
É algo chato. Agora tenho o antigo telemóvel calado.
Nota-se um certo ar deprimente no aparelho. Parece mesmo que amuou.
De facto sinto-me culpado.
Se fosse um telemóvel e servisse minimamente o meu dono durante quase dois anos sem lhe dar problemas, ia ficar mesmo chateado se fosse trocado por um mais recente.
É que na realidade nem o queria trocar. Foi mais por uma questão de princípio. Os pontos acumulados iriam expirar caso não lhes desse uso. Seria um pouco como ser roubado pela própria operadora.
Parece algo meio doentio, mas é a realidade.
Tenho pena do probrezinho, desligado, sem cartão, mas com um ar de abandono... como se fosse um pato de estimação largado à beira da estrada nas férias.
Agora penso no que acontecerá se o voltar a ligar. Tenho andado a pensar em meter-lhe um cartão de uma daquelas operadoras low-cost, mesmo usando outra rede... só não queria mesmo enterrá-lo assim.
Não faz sentido "desligá-lo da máquina", logo agora, no auge da sua juventude electrónica.

Falando em pancadas... a "coisa" esta noite fez o favor de se estatelar repetidas vezes a caminho da casa-de-banho...
Não que me chateie muito; o que me faz passar é ter de me levantar de madrugada para a levantar e ainda ter de limpar o sangue que ficou no chão depois de ter rebentado a canela na queda.
Pergunto-me se a 'coisa' não poderia fazer este tipo de coisas durante o dia. Mas seria pedir muito...
É que tem um timing perfeito. Logo naquela hora, entre as 4 e as 5 da manhã, quando estou finalmente quase a conseguir adormecer... bummm! O que foi isto? Ah... caiu outra vez...
Mas afinal, quem é que mija às 4 da manhã????

06/02/2008

Absurdos

Ontem fui ao Pingo Doce.
Uma das lojas mais normais, daquelas enfiadas no meio dos bairros, longe da agitação 'hipermercantil' de lojas mais afastadas do centro da cidade.
Lá encho a cestinha e vou pagar. Depois de esvaziar a cesta no tapete rolante, passo normalmente pela caixa, pronto para pousar a cesta e pagar. De repente, o alarme da caixa começa a soar... notando que algo não estava bem, dignei-me a retirar os headphones dos orelhudos pedaços de carne e cartilagem que tenho nas laterais cranianas para tentar perceber o que a jovem da caixa me queria dizer (e não, não era o preço...).
"Ah, sabe... a cesta tem de ficar do lado de dentro da loja..." (os gajos metem alarmes nas cestas... liiiinnnndo)
Já com os sensores de ironia e sarcasmos a dar o toque, olhei para trás de mim... à vontade umas dez pessoas na fila e, de facto, uns ditos suportes para as cestas lá bem ao fundo.
Para não me chatear disse apenas:
"Ah... pois, bom para si..."
A jovem da caixa olha-me com um olhar irado como se fosse a coisa mais normal do mundo esvaziar a cesta a cinco metros da caixa e ir para a fila de pagamento com os congelados na mão; creio que na verdade ela estaria mesmo à espera que eu abandonasse as compras na caixa e fosse colocar a merda da cesta onde ela queria.
Não é que não o fizesse... mas achei que seria contra os meus princípios - até porque por muito tarado que seja, nunca me passou pela cabeça andar a passear as compras na mão quando podia levar a cesta até à caixa.
Então ela insistiu, com um risinho amarelo, como se estivesse a falar com um imbecil:
"Não, não, não está a per-ce-ber..." - separando as sílabas desta forma... - "não pode deixar a cestinha aí junto à caixa, tem mesmo de recolocá-la lá dentro".
Este é o ponto em que me passo completamente, estoiro e dou uns berros dentro da loja...
"Vamos a ver! Olhe, se faz assim tanta questão, leve-a você!"
Podia ter explicado os meus motivos, que tal lógica não fazia sentido, mas seria muito para ela...
Aliás... lixado como já andava, teve muita sorte em não a ter mandado à merda a ela, às compras e ao Pingo Doce.
De qualquer forma, era bem mandada. Largou a caixa e foi ela mesmo colocar a cesta dentro da loja...
Creio que há algo a retirar desta história... se pensam que eu sou doido, a jovem da caixa do Pingo Doce deve ter mesmo taras fortes... com a ideia fixa com que estava, deve ser daquelas que fazem castração nocturna a um gajo. Daquelas com quem convém dormir com um olho bem aberto, não vá uma faca ou tesoura deslizar até zonas perigosas... e acordarmos com um enchido na mão. Solto.

Postais.
De Natal, Ano Novo, Dia dos Namorados.
Certo. Faz algum sentido nos dois primeiros casos.
Vou então reformular.
Postais.
Do Dia dos Namorados, Dia da Mulher, da Mãe, do Pai... postais desse tipo.
Sempre que vou a um desses websites que fornecem cartões para enviar por email, reparo em algo deveras estranho.
Há sempre uma opção merdosa no final que refere qualquer coisa como "carregue aqui para enviar a mais destinatários".
Faz todo o sentido, sem dúvida alguma... isto porque um tipo normal tem cinco ou seis "mais que tudo", dez mães e quinze pais...
É uma pergunta lógica. De facto, é a situação mais normal deste mundo. "Deseja enviar o seu cartão a mais alguém?" É... deve ser... a malta envia a três ou quatro diferentes, não vão as coisas dar para o torto... deve ser o conceito de 'plano de contingência' para os e-cards...
É isso e o gajo que entra na papelaria... "Tem cartões que digam 'Ao meu único Amor'? Fixe, dê-me aí uns vinte.."

Continuo a achar uma boa merda enviarem-nos os recibos do ordenado com a indicação da quantia que retiraram para dar ao Estado.
Estraga o dia a um gajo.
É do género: "Toma lá o teu ordenado... Ah, e sabes o dinheiro extra que dava mesmo jeito para as férias, para as obras lá de casa ou para outra coisa qualquer? Podes dizer adeus... Nunca mais o irás ver!!! Ah, aha! Foi para o buraco negro orçamental! AH, AH, AH..."
De facto, sei mesmo que a partir do momento em que entrou nos cofres do Estado, desapareceu. Desapareceu no formato de mais uma viatura de topo para mais um administrador ou secretário de estado, ou para uma qualquer extravagância de um rabeta qualquer de S. Bento.
O meu dinheiro não vai abrir escolas, urgências hospitalares ou servir para aproximar o Interior do Litoral. Trata-se única e exclusivamente de uma espécie de roubo legal, agendado para todos os finais de mês da minha vida profissional.
E isso é chato.
...

05/02/2008

patos

Os patos não são frágeis.
Pelo contrário, os patos são animais complexos, trabalhosos para capturar.
Iludam-se aqueles que pensam que um pato vai a voar e, de repente, cai no chão para ser abocanhado por um retriever ou canino parecido.
A fragilidade patina é um mito.
Somos animais duros. Podemos estar carregados de complexos, incertezas, inseguranças, dúvidas existenciais... contudo, é preciso mais do que um piano de cauda atirado de um vigésimo andar para rebentar connosco.
Conseguimos ferver em pouca água, é fácil termos as entranhas aos saltos pedindo-nos para rebentar com qualquer coisa... mas a calma e serenidade que passamos ao mundo é a de que somos os animais mais felizes à face da Terra.
Aparentemente, os patos não têm problemas; de facto, os patos são é efectivamente o seu próprio problema.
Somente alguns priveligiados nos conhecem realmente. E, mesmo os que têm esse privilégio, dificilmente conseguirão encontrar o cerne e a motivação que nos leva a pensar de determinada forma, a fazer as coisas de determinada maneira, a dizer o que devemos e o que não devemos.
Os patos escondem-se nas sombras da web, passando ao seu fiel teclado os seus sentimentos mais recônditos como um pianista faz com o seu piano.
Temos a nossa quota parte de estupidez; somos impacientes e teimosos q.b.; mas definimos objectivos e lutamos por eles. Nunca ninguém teve coragem de se colocar entre um pato e o seu destino.
Podemos atravessar tempestades, frio cortante ou ondas de calor que nos queimam as pontas das penas direccionais; podem tentar desviar-nos do nosso rumo, baralhar-nos ou até mesmo tentarem abater-nos.
Parece simples mas quando um pato levanta voo, sabe exactamente onde vai aterrar. Até poderá desfazer-se a tentar, poderá tombar na sua derradeira aterragem mas sabe que é algo que tem de fazer. Por si e por todos os patos.
Os patos são parvos, é um facto assente.
Sabem que podem rebentar-se todos a tentar aquele que poderá ser o seu último voo.
Ouvi algures que a vida era demasiado curta para desistirmos sem dar luta.
Os patos levam a máxima muito à letra, mesmo. Os patos não desistem, é só.
Podem esperar dias, aguardar meses, lutar durante anos mas... até ao dia em que o seu pescoço é uma vez mais torcido ficando com a cabeça pendente no seu orgulhoso peito, desistir daquilo em que acreditam é algo que não está ao alcance do seu vocabulário.
Sabem que há aterragens duras (e se o sabem...), sabem que o seu voo nunca é garantido, mas... um pato que acredita é um perigo. Desafia tudo e todos para levantar voo e aterrar.
Os simples humanos dão o seu melhor; os patos oferecem a sua condição patina.
Os simples humanos desistem com medo da queda; os patos sabem à partida que as probabilidades estão contra eles e poderão magoar-se seriamente a tentar.
Os simples humanos encaram tudo como uma nova aventura; os patos sabem que existe uma única aventura: a sua vida - e dão tudo por tudo para conseguir o alinhamento perfeito com a felicidade. Pelo preenchimento das zonas despovoadas do seu ser.

***

A pedido do meu amigo Pato Afonso que anda a começar a encontrar em si a depressão já característica em mim, peço aos meus leitores que façam um exercício. Tentem ao menos salvar aquele pato, já que este não tem cura...

Suponham que são Engenheiros Informáticos e que amanhã uma catástrofe natural ou coisa parecida destruirá o mundo como o conhecemos... será uma nova Idade da Pedra.
Enquanto informáticos, o que poderão fazer para ajudar a reconstruir o Mundo?
Isto é sério... pensei que era só eu que tinha estes problemas mas, com o Pato Branco a pensar assim começo a ficar realmente assustado. A ideia é eu ser o Pato Preto, o pessimista, o infeliz com a vida e ele ser o Pato Branco, o optimista... a web é pequena demais para dois patos pretos!
Larguem as vossas sugestões por aqui. A malta agradece!
Quase a terminar mais um feriado.
Felizmente.
Faltam cerca de 4,5 horas.
Creio que se amanhã alguém me perguntar como passei o feriado, vão voar monitores e teclados...

Ser enrabado era capaz de custar menos que andar neste Inferno. Foda-se!

canções


Um dia escrevo-te uma canção.
No restaurante onde costumo ir almoçar, os cafézinhos finais são acompanhados por um agradável pacotinho de açúcar onde todos os dias encontramos uma frase diferente.
Bom, relativamente ao agradável, devo dizer que a questão é um pouco dúbia. De facto, as frases mais agradáveis são sempre para guardar religiosamente porque não são de todo as indicadas para referir numa mesa cheia de gajos.
Seria interessante, sem dúvida alguma, virar-me para um colega e dizer que lhe iria escrever uma canção... deveras interessante, mas não para mim.
Por outro lado, não é totalmente verdade que as frases sejam sempre diferentes. Pelo menos as minhas são assustadoramente recorrentes. "Um dia escrevo-te uma canção", "um dia escrevo-te uma canção", "um dia escrevo-te uma canção"...
Penso que é um bocado chato.
Isso e o bloco de texto final.
"Hoje é o dia" seguido de "Encontros Perfeitos".
Pergunto-me se o gajo que escreve estas coisas não gostaria de ir enfiar qualquer coisinha no recto.
Epa, é o que dia até corre minimamente merdoso, o almoço come-se e, para acabar em beleza, espetam com estas coisas no café de um gajo.
Não me parece ser justo. Passa ali a raspar a crueldade.

Recentemente passaram-me a informação relativamente a mais uma fantástica obra informática.
Se forem à página do Ikea, no canto superior direito têm um link com a indicação "Pergunte à Anna".
A Anna não é mais que uma assistente virtual que dá informações acerca do Ikea.
Claro que as mentes porcas dos informáticos são capazes de tudo... basta pensarem um pouco e conseguirão encontrar as perguntas a que me refiro.
Contudo, a moça foi programada com tal distinção por aqueles informáticos que consegue dar tampas a um gajo com toda a classe.
Como referi há dias, agora devo ter batido o meu recorde pessoal: até de uma jovem que habita num disco rígido consegui levar uma nega.
O Pato soma e segue.

(Só uma coisinha... já repararam que, da forma como fiz a digitalização do pacote de açúcar, parece que a imagem está toda inclinada? ih ih ih... efeitos do feriado em casa)

04/02/2008

ecossistemas

Os ecossistemas andam perturbados.
Existe, ou pelo menos deveria existir, um equilíbrio natural, uma ordem comum das coisas.
Sinto que nada está como deveria estar, nem sequer a jarra de flores na mesa ou a disposição dos cartões na carteira.
Sai-se de casa, entra-se em casa, trabalho, in, out, e parece mesmo que anda tudo de pernas para o ar.
É esquisito, meio marado.
Vi uma vez um filme (que até metia patos ao barulho) onde uma das personagens afirmava que 'era uma ilha'.
Segundo ele, todos os homens eram ilhas. Universos bem definidos onde tudo era medido em unidades de tempo.
Não é suposto sermos ilhas.
Existe um único ecossistema onde todos coexistimos.
Vou tentar ser menos vago... quando alguém, algures no mundo, mete a mão nas calças e coça o rabo, na realidade está a coçar não só o seu rabo, mas o rabo de todos nós.
Se calhar não foi o melhor dos exemplos...
Há uma certa ordem no caos. O próprio caos tem alguma ordem. Uma ordem caótica, mas não é por isso que deixa de ter ordem.
Isto é tudo como que um puzzle com peças bem definidas e encaixes únicos. Não é possível ter a mesma peça em dois locais ao mesmo tempo. Encaixa ali e pronto.
Enquanto isto se processa assim, o ecossistema está a processar.
Cheira-me que andam por aí vários ecossistemas à mistura, eventualmente de submundos e universos paralelos. Os unicórnios malhados já não saciam a sua sede nas margens dos lagos cristalinos onde pequenos servidores brotam do nada.
Pelo contrário... andam a cair dos céus mainframes de grandes dimensões que se esborracham violentamente nos unicórnios, fadas e elfos que passeiam pacificamente pelos caminhos de terra ladeada de flores.
Os patos não têm medo, mas ando um bocado assustado.
Cabos de rede de categoria 6 enrolam-se nas minhas barbatanas como ervas daninhas; aparecem por todo o lado... os ratos ópticos escondem-se nos becos escuros deixando visível ao longe o seu olho vermelho cintilante.
Os unicórnios, andam a desaparecer. E com eles, outras tantas criaturas fantásticas.
Não bebi nada ao jantar, caso se estejam a perguntar acerca.
Mas é algo manhoso.

02/02/2008

carnavais

Não sei porquê mas, tal como outras tantas coisas na vida, nunca morri de amores pelo Carnaval.
Nunca gostei de brincar mascarado, pregar partidas idiotas (guardo isso para o 1º de Abril) ou andar a gritar feito doido pelas ruas.
A única coisa que realmente tinha piada era ver as bundinhas (e não só...) brasileiras desfilando pelo sambódromo. Sim, nos bons e velhos tempos em que só tínhamos as brasileiras a desfilar na televisão, era espectáculo para a noite toda ficar a ver as maravilhas exóticas de além-mar.
Agora, com a massificação do culto da bunda e da teta, já nem isso tem graça.
Aliás, gosto especialmente da forma como anunciam alguns carnavais... "O Carnaval mais brasileiro de Portugal...". Ena... é isso e ver o Professor Caramba como Rei do Carnaval de Merdice-a-Velha.
Hoje em dia há bundas a desfilar por tudo quanto é sítio. Como tal, perdeu-se a mística da raridade.
Por que é que os Ferraris são tão cativantes? Lá está, porque são peças quase únicas, raridades apenas ao alcance de alguns.
As bundas eram assim... agora não passam de Fords, Hondas e afins... :(
De qualquer forma não resisto à piada refundida da noite: há aquelas peças tão raras, tão raras e cativantes que... puff. Existem, não existem, não passarão de alucinações?
O Carnaval nunca teve assim tanta emoção...
Creio até que algures aqui no ninho tenho uma foto da minha nobre pessoa vestida de Abelha Maia e a chorar que nem um perdido.
Normal... qualquer puto com 2, 3 anos vestido como um animal que é enrabado por um pato preto chamado Calimero choraria que nem um perdido.
Este ano até estive tentado a abrir uma excepção.
Na segunda-feira poderia ir mascarado para o trabalho.
Até tive uma ideia brilhante.
Arranjava um fato preto ou vermelho e uma foice à 'coisa' e umas roupas rasgadas e umas correntes para mim. Faríamos um excelente par com o tema "O demónio e o condenado"...
Creio que finalmente consegui ter uma piada engraçada... ou não.
Falando em carnavais, foram hoje os funerais dos putos assassinados em Rio de Mouro.
Ao que parece, a polícia esteve presente, mas à paisana.
Na realidade, não foi assim tão à paisana como possamos pensar.
Não iam fardados, é um facto, mas eram os únicos brancos naquela zona... Ya... facilmente identificáveis.
De qualquer forma não haveria grande diferença.
Diariamente há por aí uns tipos mascarados de polícias a fingir que nos protegem e uns palhaços mascarados de médicos de emergência a fingir que salvam vidas... só me chateia por dois motivos: o primeiro é que são os impostos aqui do macaco que lhes pagam os ordenados; o segundo é que essa merda faz-me acreditar que é sempre Carnaval.
Acho que no ano passado usei uma afirmação idêntica... devo estar a ficar velho e a perder qualidades. Qualquer dia ainda fico sem leitores.
Para além da cena da Abelha Maia só me lembro de mais duas máscaras... a de cowboy (mas dos duros, não dos rabetas da Montanha do Rabo Partido) e a de Zorro. Acho que era mesmo opção minha, mas nunca quis mascarar-me de outra coisa. Era sempre Cowboy, Zorro, Cowboy, Zorro... era mesmo tarado...
Bom, como a maior parte da malta já deve desconfiar, não sou exactamente um Pato.
Sejamos lógicos. Apesar de serem as únicas aves capazes de matar um tubarão bicando-lhe os olhos, os patos não falam, andam, conduzem ou desempenham outras tarefas humanas. Na verdade, até o escrever num teclado seria demasiado complexo para um tipo sem dedos.
Há que ser prático. Um tipo com asas nunca conseguiria coçar os jardins suspensos. Eventualmente esfregar... mas não coçar...
O facto de ser pato é mesmo numa abrangência muito mais metafórica.
Dessa forma, pensei até em mascarar-me de pato. Era fácil.
Cobria-me de mel (isto agora teria muitas interpretações... muitas delas obscuras) e atirava-me para um monte de almofadas de penas estrategicamente rasgadas. Umas mangas compridas resolveriam o problema dos patos não terem mãos e, quanto às barbatanas... bom, quando estou descalço os meus pés assemelham-se mesmo muito a umas barbatanas. Bastaria manter os dedos juntos e não teríamos problemas.
A única coisa impeditiva de vestir tal fantasia seria o rabinho característico dos patos. Teria de enfiar um espanador no recto e deixar as penas de fora. Para além de acreditar que seria deveras desagradável (porque deste rabo só saem coisas, não entram) creio que não teria coragem para tal.
Assim, elimina-se a fantasia de pato.
Enfim...
Na minha brilhante condição humana e metaforicamente patina, tentarei sobreviver a mais um Carnaval, evitando heroicamente os ovos e balões de água que costumam cair das janelas por esta altura, e vestindo a minha já famosa bipolar fantasia: a de informático tarado durante o dia e de escritor frustrado, solitário e nojento durante a noite.

Divirtam-se patinamente.