30/12/2008

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Patíadas. Lidos à malta, cantados ao povo.

Entornei a minha diarreia mental em cima dos Lusíadas que tenho por aqui. Deu merda, claro está.

Canto I.
As armas e os barões assinalados (Curioso, como passamos metade da vida a pensar), que da ocidental praia Lusitana e quando temos de facto de pensar, só pensamos em asneira,
Por mares nunca de antes navegados, passaram ainda além da Taprobana - o importante é deixar as capacidades electromagnéticas fluir em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana - e entre gente remota edificaram sem nos importarmos se vamos ou não apanhar uma descarga que nos mate, Novo Reino, que tanto sublimaram;

Canto II.
Consegui finalmente um pouco de tempo para colocar os cortinados da sala.
E se buscando vás mercadoria que produze o aurífero Levante, canela, cravo, ardente especiaria, ou droga salutífera e prestante; não, pah... eram mesmo cortinados.
Ainda não percebi bem o esquema. Quem disse que furar paredes a apertar os parafusos do varão era cena para homens? É que acabei o dia a passar os cortinados a ferro e a fazer bainhas nos mesmos. Ou se queres luzente pedraria... Ok, já percebi. E quem disse que passar a ferro era coisa de mulheres? O rubi fino, o rígido diamante; pois, foi bem apanhado, é um facto.
O que importa realçar é que estava capaz de espancar o gajo do Ikea que disse que fazer as dobras dos cortinados era uma coisa engraçada e divertida... Daqui levarás tudo tão sobejo com que faças o fim a teu desejo.

Canto III.
Quem viu um olhar seguro, um gesto brando, uma suave e angélica excelência, que em si está sempre as almas transformando, que tivesse contra ela resistência? Perguntavam-me no outro dia, o que me aconteceu de melhor e de pior em 2008.
Desculpado por certo está Fernando, para quem tem de amor experiência; Lol, a sério... é melhor não irmos por aí.
Mas antes, tendo livre a fantasia, por muito mais culpado o julgaria.

Canto IV.
Muitas foram as afirmações do ano. 2008 não terá a habitual votação. Ó glória de mandar! Ó vã cobiça desta vaidade, a quem chamamos Fama! Utilizando o Estatuto dos Açores, perdão, o Estatuto da Patolândia, no meu blog, eu quero, eu posso, eu mando. Ó fraudulento gosto, que se atiça C'uma aura popular, que honra se chama!
Desde aquela deliciosa do Pato Afonso ("de uma forma não gay, penso em ti"), passando pelo "os funerais andam pela hora da morte", "és uma fila, mas não das de supermercado" e outras tantas, acho que o "és um neurótico que um dia chega aqui com uma caçadeira e nos limpa a todos" ganha o primeiro lugar. Que castigo tamanho e que justiça fazes no peito vão que muito te ama!
É sempre bom saber que nos têm em tão grande conta.
Que mortes, que perigos, que tormentas, que crueldades neles experimentas!

Canto V.
Alguém aqui vê o FX? Dá uma cena à noite chamada "Sin Cities", e é um guião de sexo pelas várias cidades do mundo. Trabalha por mostrar Vasco da Gama que essas navegações que o mundo canta não merecem tamanha glória e fama como a sua, que o céu e a terra espanta. Ontem passou um gajo cuja fantasia era levar um clister de cerveja, vestido de porco. Mas aquele Herói, que estima e ama com dons, mercês, favores e honra...
Alguém quer leitão recheado para o Ano Novo?
A lira Mantuana, faz que soe Eneias, e a Romana glória voe.
O mundo enlouqueceu, e o doido sou eu. lol.

Canto VI.
Certo, e já falei muito disto aqui.
A minha avó morreu. O meu último elo de ligação - por terrível que fosse - a uma família, desapareceu. Mas com buscar com o seu forçoso braço as honras, que ele chame próprias suas; não posso dizer que tenha ficado chocado, não foi como quando fiquei sem a minha Mãe. A minha avó já pouco falava, e os seus sentimentos por mim já sabemos como eram. Vigiando, e vestindo o forjado aço, sofrendo tempestades e ondas cruas; Foi horrível, chegar a casa e deparar com um cadáver. Contudo, não fiquei com a sensação de que tinha algo para lhe dizer. À minha Mãe Gansa, sim... vencendo os torpes frios no regaço do Sul e regiões de abrigo nuas; foda-se, tanto que ficou por dizer...
Mas é tão bom, saber que de repente a família paterna apareceu e sou tão desejado... :S engolindo o corrupto mantimento, temperado com um árduo sofrimento; yah, já sei, já sei, o sarcasmo é o oitavo pecado mortal e vou apodrecer no Inferno.

Canto VII.
Pelos portais da cerca a sutileza se enxerga da Dedálea facultade, sou informático e tenho um blog.
Ainda não percebi se a malta estranha por isso ou pelo que escrevo em figuras mostrando, por nobreza, da Índia a mais remota antiguidade.
Sim, talvez seja um louco, mas o facto é que apesar de parecer o contrário, a minha vida não é um blog assim tão aberto ao mundo como parece.
Não achavam que facilitava assim tanto, não era?
Afinal, sou só o parvo que escreve umas bacoradas aqui, não é? Sempre animado, sempre divertido.
Afiguradas vão com tal viveza as histórias daquela antiga idade, de facto, nem eu sei ao certo o que faço aqui...
"Quiiiiiiiiiiiis saaaaaabeeeeeeeeer quem sou... o que faaaaaaaaçoooo aquiiii; queeeeeeeeeem me abaaaaaaaaandonou, de queeeeeeeem me esqueeeeeci"
Qualquer coisa do género que quem delas tiver notícia inteira, pela sombra conhece a verdadeira.

Canto VIII.
Este interpreta mais que sutilmente os textos; parece que o acerto da contagem do tempo, vai obrigar a que atrasemos os relógios em 2 segundos durante o Ano Novo. Este faz e desfaz leis.
Fiquei confuso... a contagem decrescente vai começar no 12? Este causa os perjúrios entre a gente, e mil vezes tiranos torna os Reis. Eventualmente começará no 10 e quando chegar ao 0, ainda ouvimos "+1, +2, biba o Ano Noooovooo (hic)".
Como atraso o meu relógio 2 segundos? Tipo, não tenho nenhum relógio atómico aqui em casa. Até os que só a Deus Omnipotente se dedicam, mil vezes ouvireis...
De repente lembrei-me daquela música, o "Seven Seconds" que corrompe este encantador, e ilude:
'It's not a second | just two seconds away | Just as long as I stay | I'll be waiting"
Mas não sem cor, contudo, de virtude.

Canto IX.
Já todo o belo coro se aparelha e o tempo anda uma merda.
2009 vai começar das Nereidas, e junto caminhava com chuva intensa e vento forte em coreias gentis, usança velha, para a ilha, a que Vénus as guiava.
Dizem que é uma depressão atmosférica.
Na minha opinião, o que a atmosfera precisava era do Tronco de Natal entalado entre as nuvens. Ali a formosa Deusa lhe aconselha o que ela fez mil vezes, quando amava. Isso ou uma dose de Xanax.
Elas, que vão do doce amor vencidas, estão a seu conselho oferecidas.

Canto X.
Assi foram cortando o mar sereno, com vento sempre manso e nunca irado; E o que me chateia a sério em tudo isto? Terminar o ano como o iniciei.
Até que houveram vista do terreno há uma série de universos encadeados e o bater de asas de uma borboleta na Tailândia origina um tufão em Nova Iorque e entraram pela foz do Tejo ameno. Tipo, alguém aí na Tailândia pode estoirar essa borboleta? A malta aqui deste lado já está farta de levar com ventos fortes!
Ano Novo. Qual será o efeito de me tentar empalar na Árvore de Natal? E à sua pátria e Rei temido e amado o prémio e glória dão por que mandou, e com títulos novos se ilustrou. Só tenho até ao Dia de Reis, depois desmonto-a...

29/12/2008

I only ask of God

a começar o ano

Não queria deixar passar a oportunidade, para deixar aos meus fabulosos leitores (que se mantém fiéis ao buraco negro recheado de lama que é este blog) uma pequena visão do que será 2009.
O novo ano está a chegar. Iupi. Wii. Ena. Brutal. Excelente. Foda-se.

a acabar o ano

Não queria terminar o ano sem partilhar com os meus fantásticos leitores que, infelizmente, não têm programa melhor, ou não visitariam este monte de esterco da web, uma imagem da minha fabulosa e solitária Árvore de Natal.

turno do ano novo

Amigo blog, estou aqui a pensar...
Olha que bom, já viste? Estou de férias... Ena! Iupi!
Não trabalho mais este ano! Vou começar o novo ano a coçar a micose porque estou de férias.
Acho que vou aproveitar os saldos. Vou sair de casa e comportar-me como uma gaja. Enfio-me nas lojas e vejo a roupinha.
Estou capaz de comprar uma tanguinha preta rendada. Depois visto-a e barro-me com manteiga de alho e coentros em frente ao espelho.
Nunca mais chega o novo ano, para voltar ao trabalho :(

28/12/2008

pois... é mesmo um mundo de cartão... prensado

arrumando ideias

Vamos supor que o número 1 não seria o primeiro número a constar na listagem de números. Melhor! Fossem o 17 ou o 18 os primeiros números, e só depois aparecesse o 1.
Aliás, agora que penso bem nessa merda, não era fabuloso, trocar o 31 com o 20? Teria imensa piada, porque ao passarmos isto para o calendário, o Ano Novo viria antes do Natal ou seja, estaríamos sempre a celebrar o Natal do ano seguinte!
E considerando que os nossos anos se regem após o nascimento de Jesus, já repararam também que o Novo Ano só se celebra 7 dias depois? Estamos desfazados no tempo! Deve ser por causa do Meridiano de Jerusalém... para o de Greenwich contam menos 7 dias.
Na minha perspectiva, passariam a ser ser mais 7 dias. Ou então trocava-se o 25 com o 31 e resolvia-se o problema. Até era mais económico, porque as festas eram celebradas todas no mesmo dia.
Falando em festas, tenho falado com algumas pessoas. Todas me desejam "continuação de Boas Festas".
Vamos a ver uma cena... mas quem lhes garante que as minhas festas começaram bem, ou foram agradáveis, para agora virem desejar a continuação simpática das mesmas? Está tudo a passar-se? Que merda!
Por que não desejam simplesmente Boas Festas? Ou então Boas Entradas? Aliás, por que raio se desejam boas entradas, se ainda nem sequer saímos do ano? É como quando estamos a comer e o empregado nos pergunta se queremos a conta... "MAS PORQUÊEEEEEE! E A SOBREMESA???? E O CAFÉ???? FODA-SE!"
Falando em sobremesa, creio que estou a ficar louco.
Sou fanático por torta de laranja. Gosto mais de torta de laranja que da minha própria vida (também não é difícil, lol).
Junto ao meu trabalho, há um restaurante que tem uma torta de laranja simplesmente orgásmica. E agora, sempre que consigo convencer a malta, vou lá almoçar... mas vai para mais de um mês que não há torta de laranja :(
Tipo, o que tem um gajo de fazer para conseguir uma torta de laranja??? Epah, não sou esquisito, também pode ser uma ceguinha, não tem de ser necessariamente uma torta, basta que tenha laranja...
A minha actual divisão psicológica entre o meu conceito de família e a família que entretanto reaparece, levam-me a considerar imensas questões acerca da problemática da minha vivência com o meu paizinho biológico... Já há quem afirme que eu sou a nova Esmeralda...
Muito a sério... nos últimos anos, reequacionei a minha visão de família. Acabei sozinho e, consequentemente, a minha visão de família já não inclui pais, tios ou primos... tenho quase 25 anos, vou acabar por casar, ter filhos e criar a minha família. É um bocado tarde para me impingirem novos conceitos de família; pseudo-família, talvez... mas não mais que isso.
A minha divisão sentimental encontra-se agora em Amigos, Família, e Psedo-Família, cabendo à última uma pequena percentagem... portanto, não me fodam os cornos e não me digam que de repente as famílias começaram a cair do Céu, juntamente com os saldos de Dezembro, porque isso, isso em concreto, é uma valente treta.

25/12/2008

mensagens

Adoro as mensagens que um gajo recebe. São fofas e meiguinhas...
"Que neste Natal, possas ter uma caixinha de amor que está embrulhada em tiras de paixão e forrada com tudo o que mais desejas, para que no próximo ano tenhas tudo o que de mais profundo sonhaste, e que morras afogado num mar de alegria, junto de todos os que amas... blá blá blá..."
Eu já nem sequer vou comentar os meus desejos de Natal. Após vários anos, acho que já só servem para me chatear e ter vontade de entalar o focinho nas dobradiças ferrugentas da porta mais próxima.
Agora que penso bem nisto, até encontro um fundo de piada.
As primeiras palavras que recebi na manhã do Dia de Natal, foram de um telefonema do trabalho.
Ho-ho-ho. O melhor presente que podia dar ao Menino Jesus era uma curta sessão de apoio técnico remoto...
Fiquei a imaginar que o Sr. Scroodge também trabalhava no Natal... mas esse fazia-o por valor-hora bem superior ao meu.
Ok, ok... o reconhecimento é excelente... mas da próxima vez que for ao Talho, vou tentar pagar os bifes com reconhecimento. Lol.
O que é triste é que pareço estar a transformar-me num animal que vive dentro de um conjunto de servidores.
Um dia destes caso com uma motherboard e tenho uma ninhada de leitores de cartões :(

actualização de informação

Então, os meus caros leitores pensavam que isto passava sem a Mensagem de Natal do Pato...
Nãaaa, eu não era ave para isso.
Acabadinho de chegar a casa, ainda mesmo antes de fazer o último vazamento urinário do dia (ou primeiro da manhã, dependendo dos pontos de vista espacio-temporais), devo dizer que, de facto, até teve piada.
Deve ter sido dos natais mais giros dos últimos anos o que, digamos, também não era muito difícil de concretizar.
De qualquer forma, tem sempre alguma piada passar o Natal com malta que nos conhece há muitos, muitos anos, e que não são necessariamente família, embora o sejam efectivamente (demasiado complexo para as 3 da manhã...).
Fico apenas ligeiramente fodido com o facto de ter oferecido um cd, comprado na nova Fnac do Vasco, que, curiosamente, vinha vazio... tipo, caixa embalada e sem cd... vai ser difícil de explicar no Apoio ao Cliente, mas conto regressar de lá com o problema resolvido.
Este ano já passou e o pesadelo das Festas está prestes a terminar. Amanhã, o almoço será com a família (a necessária, não a efectiva), terminando mais tarde com a Festa dos Patos.
Uma vez mais, o Papai Noel mandou-me levar na peida, mas também é justo, porque se ele passasse por aqui rebentava-lhe os cornos à paulada.
Hoje foi dia de trabalho (ou não) e a quantidade de álcool ingerida ao longo do mesmo, misturada com o avançado da hora e com o facto de me ter levantado cedo para burro, fazem-me ter uma visão afunilada das coisas. Acho que vou cair no colchão fofo da sala ao lado.
Uma palavra de carinho para com o pessoal que me enviou sms's de Natal, de números desconhecidos, e sem assinar: TIPO, EU NÃO SOU ADIVINHO, OK?

Definição de 'Noite Feliz': dentro de 24 horas, estarei deitado na caminha, sem conseguir pregar olho, como é já normal, pensando qualquer coisa como "amanhã é o meu último dia de trabalho do ano; que grande merda, vou ser novamente obrigado a tirar férias..."

Feliz Natal

24/12/2008

como já é habitual, todos os anos...



...

so this is Christmas

A felicidade natalícia invade o meu espírito como se de um saco de pregos de aço enfiados na traqueia se tratasse.
Estamos a horas de estar de novo a trabalhar, o que já anima as coisas.
A super-preenchida agenda de Natal, levar-me-á a vários pontos da região, o que me leva a recordar que ainda me faltam embrulhar uma carrada de presentes.
Só me apetece enfiar uma corda no pescoço e deixar-me estar, mas são pontos de vista.
De qualquer forma, teria alguma graça, passar o Natal numa bandeja de alumínio, no Instituto de Medicina Legal (ou Tropical, visto ser uma ave rara). Consigo encontrar algum humor sádico e negro no facto de estar aberto ao meio, de patas semi-atadas, como se de um perú pronto a rechear se tratasse. A ideia de me meterem a mão pelo rabo acima é que me assusta.
O dia já vai longo e já me perguntaram várias vezes por que não passo o Natal com a minha Mãe.
Tipo... caralho!
Gosto cada vez mais desta festa. Queria mesmo limpar o Rudolfo, esta noite. Com sorte anda tenho uma overdose de colesterol e passo o resto da vida fodido dos cornos.
De resto, não se esqueçam... à meia-noite, tudo a cantar o "Parabéns a Você".

22/12/2008

the time of my life

batendo ainda mais no ceguinho

O Natal, efectivamente, até é uma época com piada.
Consigo encontrar um pouco de paz nas luzinhas que brilham nas ruas, na quantidade imensa de Pais Natal que inundam e avacalham as ruas e até mesmo nas bolinhas brilhantes e coloridas que enfeitam as montras, fazendo-nos esquecer que estamos a comemorar um aniversário e não uma descida de saldos.
Contudo, estabeleço uma relação de amor-ódio com a época.
As cadeiras à mesa foram-se reduzindo a um ritmo estúpido... a minha Mãe gostava sempre de colocar simbolicamente, mais um prato na mesa. Seria para uma pobre alma que batesse à porta no Natal... Assim de repente, acho que enquanto professora, deve ter lido demasiadas vezes o Cavaleiro da Dinamarca.
Ninguém bate à porta a pedir tréguas de Natal, o telefone não toca e o Pai Natal, na melhor das hipóteses, fica preso nas traves da chaminés e morre desfeito em pedaços quando se ligar o exaustor.
Este ano, acho que simbolicamente, tiro as cadeiras todas da mesa de jantar. Já ter montado a Árvore foi um grande feito.
Eventualmente, se um dia tiver filhos, isto é capaz de ter piada. Vão andar a correr, à volta da Árvore, em delírio - como eu, quando era pequeno - enquanto o pai e a mãe tratam de construir a Ceia. Acho que o mais giro nisto tudo é imaginar as crianças a vibrar com a cena toda das prendas, enquanto os adultos lhes tentam explicar que apesar de se estar a comemorar um aniversário, não se cantam os Parabéns, mas sim músicas tótós com neve, renas e duendes.
Certo, porque afinal o Natal não parece ser sinónimo de alegria gratuita e paz para os Povos... é apenas sinónimo de alegria para as crianças, que se traduz na nossa alegria e vê-las felizes.
De resto, as pobres crianças que não têm ninguém, continuarão a morrer em todos os aspectos, abandonadas num qualquer ponto do Globo.
E não, não sou pessimista, nem vejo as coisas de forma negra e distinta de todos os restantes patos e mortais. Vejo apenas um pouco daquilo a que estupidamente chamamos vida, e que se desfaz em pequenos pedaços de merda cristalizada
A vida, como nós a conhecemos, não passa de uma pequena pedrinha semi-preciosa, que oscila perigosamente na ponta de um palito. Sempre que cai ao chão, estilhaça-se em mais uns quantos pedaços que são posteriormente colados. Não há vidas extra, nem número limite de quedas. Há apenas os cristais, que se tornam cada vez mais pequeninos.
No último Natal da vida de cada um de nós, podemos ter a felicidade de estarmos rodeados de filhos e netos e de todos os que gostam de nós. Ou então, estaremos algures a apodrecer. Mas, o facto, é que de uma forma ou de outra, os cristais terminam mesmo muito, muito pequenos.
O realismo, faz de nós pessoas com as barbatanas bem mais assentes na terra.
Infelizmente, o realismo torna-nos também mais pesados.
Se cometemos o erro de cair à água, é o fim do artista.
Em última análise, o Rudolfo parece ser um cabrito bem gordo. Alimentava na boa três ou quatro famílias durante bastante tempo. E os cornos davam excelentes calçadeiras.

20/12/2008

something about

Quando andava na primária, por esta altura devia andar a curtir o teatrinho de Natal.
Como a escola tinha vários anos educativos, os putos da infantil tinham sempre direito a uma pequena actuação na festa dos crescidos...
Meu Deus. Os gajos iam sempre cantar a mesma merda!
"Pinheirinhooooo, ohh pinheiriiiinhoooooo... meu amigoooo pinheirinhoooo"
Epa, que mal lhes terá feito o raio do Pinheiro...
Eu não gosto muito de pinheiros, mas acho que nenhuma árvore merecia aquilo. Se eu fosse uma árvore, ficaria deveras irritado com o facto de andarem a desafinar com o meu nome.
Na primeira classe, no meu primeiro teatrinho, fiz de árvore.
Foi uma emoção. Pela primeira vez na vida, fiquei parado no mesmo sítio durante duas horas.
Só devo ter mexido um pouco quando se meteram à minha volta a cantar o 'Pinheirinho'...
A festa das compras é também sempre algo agradável.
Um gajo tem um ordenado extra, duas vezes ao ano. Numa delas, paga seguros, na outra, compra prendas. LOL.
Hoje, na Odisseia das compras, acabei numa loja com cenas específicas.
A moça do balcão, sempre simpática, pergunta-me:
"Deseja uma caixinha de oferta?"
'Olha que bom' - pensei - 'vão fazer o embrulho, fixe!'
"Claro, pode ser"
"São 3.5 Euros"
"Deixe estar... faço eu em casa..."
Na realidade, a primeira coisa que me passou pelos cornos foi qualquer coisa como "putaaaaaa!"
Senti-me um bocado como quando vou a passar naquelas ruas manhosas, e me perguntam se quero festa... e só depois dizem o preço. Não sei, mas acho que é publicidade enganosa.
De repente, senti-me um bocado mal... a minha avó paterna ficou um bocado triste com o facto de eu não passar lá a Véspera. Ok, vou no Dia de Natal, mas ela, apesar de afirmar o contrário, ficou meio estranha... qualquer coisa nos olhos...
Lamento, não dá para fazer nada. Ainda é cedo para estas merdas de família que volta e dá meia volta que volta e volta a voltar...
Neste momento, tudo o que me passa por esta mente doente é demasiado complexo e longo para o que a margem deste simples blog pode conter.


18/12/2008

nothing else matters

informação...

Passaram-me esta informação.
O Bart Simpson fez ontem 28 anos.
Na série, curiosamente, parece ter 12 anos. Bom, mas na realidade há muita malta de 28 que mais parece ter 12, pelo que o atraso no desenvolvimento do Bart nem é assim tão anormal.
"Quando eu era pequenino, quando eu era pequenino", ok, talvez não tão pequenino assim, achava mesmo piada a telefonar para casa através de números desconhecidos, fazer uma voz mais grossa e pedir para falar com a minha Mãe... depois era só dizer que era um agente da Judiciária e que o Pato Marques se encontrava na morgue, vítima de um terrível acidente, pronto a ser identificado.
Tinha alguma piada, ouvir a minha pobre Mãe em pânico (com a ideia de ter o ovo esmagado debaixo de um camião)... infelizmente não durava muito tempo, porque desmanchava-me a rir com a ideia de me desfazer em pedaços debaixo de um eléctrico, ser brutalmente assassinado com uma picareta ou ter caído à linha do metropolitano.
Não sei, mas acho que sempre tive um pouquinho de nada de Dexter, capaz de rebentar com a minha própria pessoa. A ideia de me ver numa poça de sangue, agrada-me; recomendo vivamente o livro "A realidade agora a cores" do Rui Zink.
A senhora que me passa a roupa a ferro, soma e segue.
Agora deixa-me um bilhetinho na mesa da cozinha, como se estivesse a falar directamente comigo... achei alguma piada ao monólogo dela, debulhado no adorável guardanapo branco.
"Oi, tudo bem? Comigo tudo bem. É preciso comprar Sonasol. Compra você ou compro eu?"
Não percebo muito bem a ideia deste tipo de discurso, sobretudo quando é transmitido poeticamente numa folha de papel... estive tentado a deixar-lhe um bilhete (talvez fosse essa a ideia) dizendo apenas: "Comigo tudo bem. Obrigado, no sábado passo no Lidl e trago Sonasol."
Posso ser sou eu que sou doentio e neurótico, mas estas mensagens são altamente.
Hoje, uma vez mais, fui enterrar-me na livraria à hora de almoço.
E quem estava lá, quem, quem?
Um bacano, sentado num dos sofás com um ar de prazer inexplicável...
Até aí tudo bem. Mas o tipo olhava para o céu (da livraria), sorria como se estivesse numa sessão de masturbação assistida, e agarrava-se à almofada como se fosse a pessoa mais valiosa da sua vida.
Achei aquela merda arrepiante. Um gajo ser doido, ainda vá, agora agarrado a uma almofada que já passou por umas centenas de rins... hum... manhoso!
Agarrar por me agarrar, prefiro o meu Snoopy, que recebi quando tinha um ano, e que ainda se encontra no meu quarto, com uma t-shirt vestida dizendo "abraça-me".

17/12/2008

mudança

Sem dúvida que o mundo é feito de mudança.
Há uns anos rodávamos a merdinha no telefone e agora carregamos num contacto do Outlook e fazemos uma chamada. É positivo.
Mesmo assim, a estupidez humana parece não ter qualquer problema em manter-se constante.
Gosto imenso da malta que me dá toques para o telemóvel com números anónimos. E depois ainda ficam à espera de chamada de retorno...
Mas melhor são aquelas sms's vindas de um número anónimo: "td fixe? liga-me"
Pah, Foda-se! Grande Animal! Não tens o número identificado, como porra é que te vou ligar se não faço corno de ideia de quem sejas???
Às vezes pergunto-me da utilidade de uma passadeira na estrada. A malta já se atira para a frente do trânsito como se não houvesse amanhã portanto, para que raio meter uma passadeira?
Não sei bem qual é a ideia da malta, mas devem querer que eu sinalize a minha paragem na passadeira com centenas de metros de antecedência.
Um gajo pára sempre na passadeira. Mas, mesmo assim, a malta chega a meio, hesita, volta atrás e mesmo com um gajo parado a cinco metros da passadeira, levantam o chapéu de chuva e gritam "seu doido!".
Nessas ocasiões, os momentos que se seguem são iluminados por uma cabeça fora do carro que grita "seu cabrão! Putaaaaaa! Não estou parado?????"
Tenho de avisar a velhota quando vou a cruzar a esquina? "Vizinhaaaaaa, olhe, vou parar aí!"
O importante é que sejam felizes, paradinhos na passadeira, a reclamar dos males do mundo.
Já as maratonas, decorrem sempre no meio da estrada.
A minha posição oficial: eu não ando com o carro em cima dos passeios, pois não? Então por que caralho de ideia é que tenho de fazer desvios por toda a cidade ao fim de semana porque uns gajos se lembraram de ir correr para o meio da estrada????
Um gajo paga a prestação do carro, paga combustível, paga Imposto Automóvel, paga Imposto de Circulação, paga parques e combustível e, no final, não posso andar por onde quero porque a malta anda a correr.
Pah, se querem assim tanto andar na estrada, vão à Repartição de Finanças mais próxima, paguem o Imposto de Circulação e enfiem o comprovativo na cavidade rectal. Depois disso, aí sim, vão correr na estrada.
Perto do meu local de trabalho, há um café. Ok, até aí nada de especial.
O café serve umas tostas simplesmente brutaaaaaais, e a malta costuma ir buscar para comer no trabalho. As empregadas até são fofas e os preços baixos.
Reclamar de quê, então?
O animal que está a servir ao balcão, tem sempre um sorriso de felicidade no rosto como se estivesse em permanente atitude de afagamento assistido. O gajo ri, conta piadas, transborda alegria por todos os poros.
Tipo, às vezes consegue ser mesmo irritante.
Como se de repente o céu fosse azul, as andorinhas passeassem pelos ares, os namorados vagueassem pelos jardins e pequenos gnomos saltitassem com caldeirões de moedas de ouro pela rua.
Não quero ser mauzinho, mas fico com vontade de lhe enfiar uma azevia (que por sinal, são excelentes) pelas narinas abaixo, até lhe sair o muco pelos poros do rabo.

Feliz Natal.

14/12/2008

então é Natal... (parte II)

Ok, a pedido de muitas famílias...














(ficaram lindas, alinhadas junto ao portátil :P)
Quanto à descoberta... não foi assim tão brilhante, e não demorou dois, mas sim três minutos. De resto, só posso agradecer ao Mestre que me deu as aulas de Matemática Discreta.
2º lugar, 3º lugar... tanto faz. O que importa é a malta divertir-se, certo?

13/12/2008

get off

então é Natal...

As festas de Natal das empresas são sempre algo curioso.
O amigo secreto, por exemplo, é sempre uma cena altamente interessante, onde o amigo, curiosamente, acaba por ser tudo menos secreto.
Merda engraçada, logo a seguir ao sorteio. "Olha, quem é que te saiu?"
E no fim, isto é um carrinho de esferas que termina quando toda a gente sabe quem é o amigo secreto de toda a gente, e só nós não sabemos quem é o nosso amigo secreto.
O mais giro é oferecermos coisas que revelam sempre a nossa identidade. "Olha, um livro de informática... Ahhhhhh! Foi o Pato Marques!" (foda-se... era isso ou uma caixinha de chocolates).
Por outro lado, as prendas que recebemos deveriam revelar sempre um pouco da imagem que passamos aos outros. Talvez por isso, este ano, me tenham oferecido um conjunto de mamas magnéticas para colocar no frigorífico.
A bem dizer, são cinco mamas, o que me deixa a pensar se terei recebido duas mulheres e meia, ou uma vaca com uma teta amputada.
Do mal o menos, sempre vou a Marrocos. Wiii.
É mais uma coisa que risco da lista de coisas a fazer antes de morrer (visitar África) e talvez volte casado com uma indígena berbere.
Ou duas.
Ou não.
Se a memória não me falha, foi por esta altura, há uns 20 e tal anos, que fiz a minha Mãe passar a maior vergonha da sua vida.
Num centro comercial, tinha acabado por passar por uma funcionária simpática de uma lojinha, e achei por bem sentar-me no corredor, tirar a tubagem de farinha Amparo para fora e afagar-me como se não houvesse amanhã.
Obviamente que a malta que ia passando achou um piadão a um puto com uns dois anos a aliviar-se no centro comercial. De repente, consigo perceber por que motivo a minha Mãe achava que eu tinha uma pancada valente, por que razão me chamam neurótico e por que me oferecem conjuntos de cinco tetas nos almoços de Natal.
Lol.

saudades

Efectivamente, só quando perdemos quem menos esperávamos perder, é que percebemos a falta que nos faz e os erros que cometemos.
Ok, estou sempre a gozar com a minha mulher-a-dias, com o facto de ser uma jovem e de me ter apanhado de toalhinha enrolada a sair do banho... há dois dias que não aparecia por cá, e então liguei-lhe.
Então parece que está de cama, doente :(
"Ah, mas se o Pato Marques precisar, traga-me a roupa e eu passo a ferro aqui"
"Nãaaaaao, que ideia! Descanse que nós falamos para a semana... eu cá me arranjo..."
Agora estou a pensar... foda-se, como raio vou arranjar-me? A próxima semana terá de ser baseada em camisolas e t-shirts... camisas andam todas por passar.
Mas tenho pena. Tipo, coitada :(
Nem me atrevo a tentar passar a roupa... as calças ficam sempre com três ou quatro vincos, e as camisas, essas, ficam como se tivesse enfiado as pernas nas mangas.
Tenho saudades da senhora. Snif.
Não me interpretem mal, não sou assim tão egoísta que só me preocupe com a roupa.
Entretanto, lia numa notícia que descobriram um buraco negro no centro da Via Láctea com o diâmetro do Sol.
Tipo, já toda a gente sabe que a nossa galáxia é feita de leite - vista da outra ponta do universo, mais parece uma vaca gigante. Mas agora, com um buraco no meio, está esclarecido: vivemos num enorme donut! E eu faço parte do recheio! :D
Uma marca de cenas para crianças fez um penico com o formato de um pato.
Tipo, é coerente.
Como se já não bastassem os crescidos, vamos ensinar também as crianças a cagar nos patos.
(Já tinha falado nisto, ou não? A idade não perdoa...)

are we ducks?

12/12/2008

mais qualquer coisa sem interesse

A minha caixa de correio é algo semelhante a um guisado com vários dias. Qualquer dia ganha patas e desaparece.
Fico com a sensação que toda a gente, em todo mundo, acha um piadão a mandar-me mails de merda. O curioso é que, frequentemente, tenho mais emails na pasta de Spam, que na Inbox... o que é positivo.
Acho o máximo, aqueles empregadores que em tempos recusaram os meus serviços e me mandaram emails de resposta a dizer que eu era jovem, e que ainda não tinha experiência... agora atulharem-me a caixa de correio com publicidade directa.
Estava a ver um email que me enviaram hoje, na onda de newsletter, e perguntava-me por que raio estaria eu a receber aquela merda... "ahhhh, mas espera lá... eu concorri a uma oferta de emprego nestes gajos!"
Durante o meu dia de trabalho, gosto de estar concentrado com a música que gravo no meu mp3.
Não há nada melhor que fazer uma intervenção de alto risco num servidor, completamente isolado do mundo, entregue apenas ao sempre presente leitor de mp3.
Até aqui tudo bem. O que é chato, é que gosto de ouvir cada música do principio ao fim, sem interrrupções. Se, por acaso, me interrompem, tenho de voltar a meter a merda da música a tocar desde o início.
Hoje, no cúmulo de uma série de interrupções durante uma operação, vi-me obrigado a ouvir o "it must have been love" cinco vezes... e o chato é que a interrupção ocorria sempre no final da música, quando faltavam 4 ou 5 segundos para acabar.
Arggghhhhhhh!
Ok, malta que anda sempre online, como eu: já devem ter reparado que um banner irritante que anda a povoar alguns websites, é uma cena do Jogo da Morte, ou merda similar.
Basicamente, permite-nos prever quanto tempo mais vamos viver.
Eu francamente, acho de extrema utilidade.
Bem, eu tinha em ideia que iria morrer aos 33 anos, crucificado... mas, de facto, se for mais cedo, epa, avisem...! Acho que era coerente, porque há uma série de merdas que posso evitar fazer, se souber que morro amanhã. Lavar e secar a porra da roupa seria uma delas.
Aproveitava para pedir um crédito chorudo ao Banco, doar tudo a uma instituição qualquer, e depois morrer. Ao menos, uma vez na vida, seria eu a foder o Sistema. Ora tomem!
Um último pensamento para a noite: eu não sei de quem foi a ideia de me lixar o sábado, mas foi excelente...
Um gajo já não dorme durante a semana, e ainda perde a manhã de sábado e o Programa da Lucy, os Power Rangers, os Simpsons... epah, merda!
Um viva às omeletes sem ovos.

09/12/2008

aaaaall I want for Christmaaaaaaas

Hoje inicia-se oficialmente o meu Natal.
Desde puto que monto a árvore sempre no dia 8, porque era também o antigo Dia da Mãe.
Isto pode até nem fazer grande sentido mas, apesar de ser deprimente andar a montar uma árvore que sou obrigado a ver todas as noites e ainda levar com as recordações que esta merda origina, acabo a montar isto, não para mim, mas para a Mãe. É positivo, no seu todo.
O Natal traz-me sempre o meu espírito mais profundo do Natal ser quando o Homem quiser.
Se isto já é assim nos dias que correm, não quero sequer imaginar em vários períodos ao longo do ano.
Bom, não me interpretem mal. Adoro o Natal.
Só odeio o meu, de há alguns anos para cá. Mas isso são detalhes.
Depois há toda a problemática do Natal politicamente correcto. Eu não queria ser desmancha-prazeres, mas de facto, preferia fazer a festa com outra pessoa. Mas lá está, ando a ver se ganho o meu lugar no Céu ou coisa que o valhe.
As televisões também já substituiram o logotipo ranhoso por um logotipo que dá a imagem de que já é Natal. É tãaaaaao agradável e fofo ver as bolinhas de Natal a boiar no canto superior esquerdo do ecrã...
É isso e o Natal do Hospitais. Há muito tempo que não vejo isso, mas recordo-me quando era puto e me sentava no chão da cozinha a ver, abismado, os desgraçados que estão no hospital, muitos deles desmembrados ou em cadeiras de rodas, enquanto um cabrão qualquer no palco gritava para eles meterem as mãos no ar e saltarem. Parece-me a mim que é muita filha da putice.
E bom, como é Natal, de repente toda a malta na rua vem com acções de caridade. Yah, é que os sem-abrigo só têm frio no Natal, os pobres também só passam fome por esta altura, e os putos abandonados só precisam de uma família por estes dias. O que vale é que daqui a umas semanas voltamos para as sombras e os gajos que se fodam.
Já o meu vizinho psicótico que se esconde atrás do meu carro para me dar as boas noites e fazer-me borrar o almoço nas cuecas, é bem mais coerente. Passa o ano a pedir-me dinheiro para o café que vai beber com os amigos imaginários, num café também ele imaginário (na volta nem ele existe e o louco sou eu)... mas chega a 1 de Dezembro e pára. Está certamente a guardar-se para Janeiro.
O que me lixa também nesta merda é que de uma forma ou de outra, não passarei o Natal sozinho em casa... seria demasiado estúpido, embora não negue que me apetecia; mas isso implica que não poderei dedicar a tarde da Véspera (yah, porque de manhã trabalha-se... mundos imperfeitos e mal-pagos) a preparar o bacalhau, as couves, os meus pratos habituais para esse dia, e a fazer as fatias douradas e essas cenas todas.
Epa, gosto mesmo de cozinhar. Gosto ainda mais que de chocolate, e agora que deveria ter todo o tempo do mundo para fazer essas coisas descansado (contrariamente aos outros anos), trufas: tiram-me de casa.
Prometo que levo um cozinhado qualquer... isso ou passo-me.
A noite já vai longa, a merda do derrame ocular ainda não desapareceu e amanhã é dia de trabalho.
Apenas dois últimos pensamentos.

Versão A: lembram-se da "Minha Agenda"? Aquilo era uma música mesmo nojenta e depois passava a Mafaldinha a cantar... "Pai Natal, este ano, eu queroooo que sejaaaa... | a Minha Agenda, a Minha Agenda" e depois faziam um compasso de espera, porque sem isso perder-se-ia a magia de tudo e largavam o acorde final: "...de 99". Disse 99 como poderia dizer outro ano qualquer, mas o facto é que cantavam sempre o ano seguinte. Perguntava-me se não teria piada a fazer uma musiquinha para meter aqui: "Pai Natal, seu cabrão, eu quero que vás... levar no rabo, levar no rabo (espera... espera... espera...) em 2009!"

Versão B: Não tem nada a ver com o Natal... mas os anões, quando vão à farmácia... tipo, os médicos receitam-lhes a dose de adulto ou de criança?

Bons sonhos. Feliz Natal.

08/12/2008

...

FODA-SE!
FODA-SE!
FODA-SE!!!

ARGHHHHHHH!

:@

Sonata Artica

pipocas

Somos pipocas.
Daquelas que vêm para fazer no microondas, à laia de presente surpresa. Ok, é um facto que sabemos sempre se são doces ou salgadas, só que também nem toda a gente gosta de pipocas salgadas ou de doces.
Na realidade, atiramos com o pacote para a grelha e ficamos a ver-nos assar e a fazer 'pop', enquanto questionamos que sabor sairá.
Uma vez por outra, achamos que é uma grande ideia atirarmos com um pacote de manteiga pela cabeça abaixo, mas só momentos mais tarde percebemos que a ideia não foi assim tão inteligente. Como aliás, a maior parte das ideias geniais, que derivam sempre em merda.
O problema é que gostamos mesmo de um dos sabores. Ninguém gosta de pipocas doces e salgadas ao mesmo tempo. E se as pipocas já são tão boas doces, que merda de ideia foi a de meter a manteiga derretida por cima?
Foda-se.

07/12/2008

música de elevador

Os humanos são seres curiosos.
Reparei hoje, algures no Vasco da Gama.
Quando estão à espera do elevador, não parecem compreender que se querem descer, carregam no botão com a seta para baixo, e se querem subir, carregam no botão para subir.
Aparentemente, a malta pensa qualquer coisa do género: "ah, eu quero que o elevador suba, então vou carregar nesta merda para subir". Foda-se, mas como raio sabem eles que o elevador está no piso de baixo? Pode estar no piso imediatamente acima! Então, apercebem-se dessa merda e dizem: "ah, o melhor é carregar também para baixo, para que ele desca".
E depois, um caralho como eu é que se fode, porque ou está dentro do elevador, que abre as portas duas vezes em cada piso, ou então está fora do elevador, que se vai atulhando de broncos que carregam duas vezes no santo botão.
Um gajo vai no elevador, com ele a descer. Alguém carrega no botão 'para o elevador subir... porque anda lá por baixo', e quando a porta se abre desnecessariamente, mesmo com a luz do lado de fora a indicar que vamos a caminho do quarto círculo do Inferno, metem os cornos dentro da porta e perguntam: "vai subir?"
"Nãaaaaaao, meu grande cabrão!!!! O filho da puta do elevador vai a descer!!! Não vês a foda da luz do lado de fora a indicar que vai a descer????? COÑO!!!!""
Parte II.
Do lado de fora do elevador, aguardando pacientemente que o elevador passe no sentido ascendente, tratei de carregar no botãozinho para subir.
Apenas a luz de subida está ligada e espero. Penso na vida, e espero. Aliás, deve ser o que faço melhor na vida, mas pronto.
Passa um troll e pergunta: "está à espera para subir?"
"Não, estou apenas a coçar os tomates em frente da porta do elevador, enquanto falo com o meu amigo imaginário."
Então, apesar da luzinha estar acessa, o gajo vai e volta a carregar. E carrega novamente. E carrega mais uma vez. E farta-se e fica a carregar até o elevador parar.
Yah, é que para quem não sabe, os elevadores funcionam com um sensor de pressão. Ou seja, o elevador só pára se ficarmos a carregar compulsivamente no caralho do botão de paragem.
Também no fabuloso Vasco, há uma cena brutal na entrada do parque.
Normalmente, os parques de estacionamento possuem uma luz que indica quando a lotação está completa. Já este, tem um cartaz à entrada que indica "lotação livre".
Epa, eu nem me chateava muito, não fosse o meu dinheiro a pagar estas merdas.
O que virá a seguir? Letreiros a indicar "não há perigo: chão seco" ou "elevador a funcionar"?
Mais abaixo, na entrada, uma jovem com o símbolo da ViaVerde estampada na camisola, mesmo no meio do mamilo esquerdo, perguntava: "bilhete normal ou Via Verde?". Foda-se! Para quê essa merda? Sou um inválido, é? Não tenho bracinhos para sacar o bilhete!?? "Não filha, e um bico, pode ser???"
À saída, e como estamos numa movimentada época onde todos tresandam alegria e felicidade, os seguranças do estacionamento faziam o favor de colocar o bilhete na máquina.
O que é algo coerente e muito mais rápido...! Em vez de colocar o bilhete directamente na máquina, dou-o ao segurança e coloca-o ele... Alguém aqui estudou Teoria de Grafos? A mesma situação? Dois nodos? Um nodo? Um é menor que dois?? A cena do caminho mais curto???
Valha-nos no meio de tudo isto, a musiquinha de fundo do elevador.
Relaxante, simples, enervantemente repetitiva:
"zumpará-pará-pará pum pum pá pá zumpará-pará-pará pum pum pá pá zumpará-pará-pará pum pum pá pá"

doutor, preciso de ajuda

"Sou uma vaca gorda que tem as mamas junto ao umbigo, tenho uma gordurinha na barriga e doem-me as costas, possivelmente do tempo que passo dobrada.
Já agora, tenho um QI inferior a 0, ou não estaria a mostrar as tetas ao mundo na TVI.
O que acha que se pode fazer?"

Apenas uma sugestão do Doutor Pato: manda abater.

05/12/2008

ruby

leopoldinaaaaaaaa

Tenho andado a ler umas coisas curiosas de um livro que comprei.
Imaginem que, na mitologia egípcia, o pato é associado a Ísis,a deusa dos mortos - agora sim, faz sentido.
Em diversas outras culturas, está associado à imortalidade - os patos que se prezam, andam sempre com uma espada atrás... e decepamos os outros patos que se cruzam no nosso caminho. É que no final, só pode haver um.
Já na China, simboliza a fidelidade e a harmonia matrimonial (coisa fofa)... e para os Celtas, era a representação da honestidade.
Conclusão que posso retirar disto:
Os patos podem ser fiéis e honestos, mas no final, fodem-se sempre sem cabeça e no forno.
A Patolândia é um país doentio.
Andamos às bicadas aos cornos uns dos outros, fodemos as penas e, o nosso único e previsível destino, é terminarmos os nossos dias numa travessa de barro, com arroz enfiado no cú e um chouriço no pescoço. Já as patas (as barbatanas, para não haver confusões), boiam no molhinho da sopa, na tigela da nossa existência.
Uma das afirmações que mais ouço, é a do "só quando as galinhas tiverem dentes". Bem, não é mais profundo que a do "só quando o Inferno gelar"... o que não faz grande sentido, porque está um frio do caraças cá em casa.
Já repararam que nunca se diz "só quando os patos tiverem dentes"?
É sempre com as galinhas, e nunca com os patos.
Tenho um parente afastado que tem uma quinta qualquer no cú de Judas.
Da última vez que lá fui, com a minha imensa pancada, dediquei-me a observar os patos. Tipo... os gajos tinham uma espécie de agulhinhas no interior dos bicos.
Isto quer dizer que afinal, os patos têm dentes!!! Cena brutal!
Lembram-se do gajo que dava na televisão todas as noites à procura do Pai Natal? Foda-se! Aquela merda era irritante!
Era sempre na hora do telejornal - não me lembro se antes ou depois, porque durante não seria certamente - e o cabrãozinho terminava sempre com o "eeeeeee, afinaaaal... onde está o Pai Natal??"
"Tá enfiado no teu cú, paneleiro de merda!"
E mais nojento que isto é a puta da Leopoldina.
Tive a infelicidade de fazer parte dos primeiros anúncios daquela andorinha merdosa. Parece o Poupas... só que esse era pedófilo. A cena do "Sol nasceu, traz um amigo teu, aprender como se faz..." hummmmmmmm.
A Leopoldina era mesmo era uma bardanasqueira.
Durante três dias a fio, andámos a cantar nos corredores de um armazém de uma superfície comercial, vestidos de pijamas.
Não era mau de todo, mas ao almoço, os gajos mandavam-nos ao fast-food e lá íamos nós pelo Centro fora, com o caralho dos pijamas e chinelinhos de quarto.
E no final, nem apareci. Meteram-me a passear um cabrão de um urso branco que era três vezes maior que eu. No anúncio, via-se um urso, mas não o que estava por baixo.
Desde essa altura que não suporto a Leopoldina.
Pior que ela, só mesmo a puta da música.
Ando a tentar controlar-me. Ainda não vi os anúncios habituais na rua.
Quando vir algum é bem possível que o desfaça à paulada.
A avestruz merdosa não podia arranjar uma doença terminal qualquer?

04/12/2008

quase, quase, mesmo...

quase lá

Sempre que visto umas daquelas calças mais desportivas, para andar por casa, lixo-me.
Já contei várias vezes que foi a D.Amélia, na primeira-classe que me ensinou a atar os atacadores e a dar nózinhos... infelizmente, nunca me ensinou a desatá-los.
Então, agora, sou um géniozinho a dar nós nos cordões das calças e depois quero ir à casa de banho e morro pelo caminho porque não consigo tirar o dito cujo.
"Sai, cabrão! Sai!!!" Mas não sai, porque o nó está demasiado apertado.
É nestes momento que gostava de mandar retirar duas costelas, para conseguir chegar com a boca aos cordões das calças e conseguir roer o nó (sem segundas interpretações, por favor).
"Faz a barba, assim não mostras a cara..."
Tipo, vamos lá a ver uma cena. Eu conheci a minha Mãe durante 23 anos e nunca lhe fiz a vontade em relação a tirar a barba.
Nesses termos, por que raio haveria eu de fazer a vontade a uma avó que conheço há pouco mais de um mês?
Afinal, a minha teoria inicial do sofá parecia estar errada.
A malta continua a dar o bafo aqui no terceiro piso (ou quase a dar o bafo...).
Posso ser eu, que dou azar ao pessoal, ou então é mesmo qualquer merda obscura no prédio. Como tenho algum pânico de morrer sozinho, deixo aqui o aviso... caso não escreva no blog durante mais de 48 horas, passem pela Patolândia e sigam o cheiro a enxofre. Contento-me com três ou quatro jovens de peitos fartos a chorar em cima do caixao.
Curiosamente, reparei que algures numa das ruas do meu bairro, alguém graffitou "sorri para a vida!" com um imenso smile à frente.
Devo referir que sempre que vejo aquela merda, só me dá mesmo vontade de pegar fogo à parede.
Sorri para a vida??? E o sorrisinho, é daqueles amarelos, não? Quem terá sido o porco que andou a fazer aquela merda? O graffiti não me chateia, o que chateia a sério é o que o bacano escreve!!!
Eventualmente, algo com piada: agarrar no artista, comprimir-lhe os cornos contra a parede, e raspar o sorrisinho ao smile com o escalpe do biltre.
Quando terminasse, não resistiria a questioná-lo se ainda queria continuar a sorrir para a vida.
O Natal está a chegar e, de repente, ocorre-me apenas pegar no Pai Natal e esventrá-lo violentamente, até que se afogue no próprio muco.

Querido Pai Natal, aguardo por ti à janela. Com uma carabina.

01/12/2008

mais água

waterloo II

E o Senhor disse:
"Lázaro, levanta-te e anda"
E o Lázaro levantou-se e a água voltou.
Infelizmente voltou, mas apenas ao final do dia; o docinho do feriado foi lavar roupa e loiça que se acumulava...
Sou um pato, adoro água, sinto-me sujo, quando não vou ao lago.
Então, e como precisava mesmo de banho, achei por bem contactar a minha família para poder proceder à desinfecção. A imagem de me deslocar para fora de Lisboa com uma mochila de roupa, para ir à casa de banho do meu pai, será daqueles pensamentos que ficarão recalcados quando for velhote.
De qualquer forma, sinto-me um bocado 'traidor'.
Numa vida semi-normal, estaria a chatear os meus amigos para usar a casa de banho deles... mas como fico com a ideia de que estou mesmo a incomodar, prefiro dar a volta à cidade para tomar banho num local onde acho que não tenho o direito de sentir que estou a incomodar porque, afinal, não fui eu que me abandonei.
Toda esta questão é demasiado complexa e com o derrame ocular com que estou, não me parece grande ideia divagar muito à frente do ecrã do computador.
Ontem, estava a dar o Big, com o Tom Hanks.
Basicamente, um puto deseja ser adulto e o desejo concretiza-se. Depois, enquanto adulto, percebe que já não vai poder voltar a ser criança e que, consequentemente, terá de assumir as responsabilidades inerentes à sua condição.
Foda-se.
O Natal está a chegar e eu queria voltar uns bons anos atrás, quando saltava no colo da minha Mãe e puxava os cabelos dos braços do meu Avô. Até as caneladas que atirava com toda a força ao meu pai, parecem agora revelar algum interesse sádico no meio de tudo isto.
O facto é que não sei o que fazer, porque aquilo que tenho de fazer, não é efectivamente o que queria fazer. Mas que se foda, um gajo cresce, deve fazer parte do pacote.
Obrigado Pai Natal...