31/01/2009

c'est la vie


nostalgia

Quando era pequeno, o meu herói de livros de puto era mesmo o Petzi.
Aquele urso era brutal... filho de pai incerto (o tipo nunca aparecia nas histórias) e com uma pandilha de órfãos casapianos que andavam sempre metidos em casa dele, as histórias até eram muito fixes.
Uma das aventuras era passada no Monte Everest, onde o Petzi e a malta faziam um boneco de neve.
Achei tanta piada a todo o conceito que, chateei os cornos a toda a gente para ir ver a neve. Então, lá fomos numas férias de Páscoa ver a neve à Serra da Estrela, indo a minha Mãe preparada para me fazer um boneco de neve, e a minha avó com uma saqueta com uma cenoura e duas azeitonas para lhe fazer a cara.
As coisas não correram exactamente como esperado... um forte nevão impediu-nos de chegar à Torre e a brincadeira foi feita à beira-estrada... por outro lado, a minha Mãe bem tentou, mas o boneco não era exactamente como aqueles grandalhões que vemos nos filmes (e nos livros do Petzi); as mãos geladas dela já só conseguiram fazer um bonequinho com uns 30 cm de altura... um boneco pequeno, mas muito orgulhoso dos seus olhos e nariz! Creio que nunca mais lá voltei.
Nessas mesmas férias, tive uma das grandes desilusões da minha incapaz vida.
Eu, como todos os ovos da minha idade, tinha uma chucha... já não me lembro bem, mas ela até tinha um nome... Estrela, Estrelícia...? Algo parecido.
Só que chegou o dia em que eu tinha de deixá-la. A minha Mãe lá me convenceu a deixar a chucha em casa e quando voltasse da Serra ela lá estaria no armário, guardada, à minha espera.
Ela ficou e eu parti. Mas quando voltei, ela já lá não estava. Depois disseram-me que tinha ido embora, para outro menino. Durante anos achei que a chucha tinha sido uma grande vaca, porque andava na boca de todos. Mas acabei por compreender que eu já não precisava dela, e que a sua borrachinha faria mais falta a outras bocas.
Foram tempos duros. Ainda hoje penso que gostaria de a reencontrar. Mesmo seca e ressequida, perdida num armário cá de casa, à minha espera, apenas para me dizer "Olá", ou simplesmente "Adeus".
Com estes sentimentos nostálgicos, recordo-me agora do meu antigo trabalho. Não pelo que fazia, porque era um trabalho de caca, mas sim pelos almoços com a malta, na cave daquele restaurantezinho lá perto.
A cozinheira fazia um arroz de feijão brutal, às segundas-feiras, que acompanhava sempre umas pataniscas brutais.
As pessoas continuam a surpreender-me. Quando menos esperamos, algo de bom acontece.
Quatro meses se passaram desde a última vez, e eu hoje bem notei um sorriso maroto na cara do empregado do restaurante onde almoçamos.
Após quatro meses a perguntar por ela e tendo sempre uma resposta amargamente negativa, hoje, o senhor levantou os pratos e disse apenas: "Então e quantas tortas de laranja são?"
Meu Deus, até me vieram as lágrimas aos olhos.
"Oh amigo, você não me diga... Fizeram mesmo a Torta de Laranja brutal aqui da casa????? :D:D:D:D:D:D:D"
É curioso, como pequenas coisas nos deixam tão contentes. O mundo pode ser um lugar escuro e merdoso, mas haja torta de laranja que a malta vai aguentando.
Uma vez mais, a cozinha já está semi-operacional. Pelo menos, o chão está colocado e a máquina de lavar roupa também. Posso finalmente lavar a pilha de roupa suja que tenho na casa de banho. Conto que dentro de uma semana esteja a processar a minha primeira refeição quente na cozinha (feita por mim, leia-se).
Hoje, como tinha dito, desloquei-me às Finanças. Descobri que estavam em obras e se tinham mudado temporariamente para um outro local da cidade... ok, lá fui e estacionei no subterrâneo mais próximo.
E para que serve esta história? Para nada em particular, não fosse a existência ironicamente cómica de dois cartazes em pleno parque.
Logo à entrada, afixado num pilar gigantesco cheio de riscos das portas traseiras de vários carros, um letreiro indicava: "Cuidado ao fazer a curva". Achei fascinante.
Mas mais engraçado era o aviso nas escadas... "Atenção, piso escorregadio quando está molhado".
Brutal! Brutalmente brutal! Se estivesse escorregadio com ele seco é que seria de admirar... mas ainda bem que o senso comum é sempre confirmado por estes pequenos e deliciosos momentos pagos pelos impostos de um gajo.

Feliz Natal!

30/01/2009

the tide is high

Isto era o top na rádio, quando andava a tirar a carta de condução.
A instrutora adorava a música e fazia questão de a cantar. Eu, sem alternativa, acompanhava.
Assustador é que ainda hoje sei a letra toda de trás para a frente :(
(a parte em que digo "I'm not the kind of girl" ainda me arrepia...)


o fim dos tempos

Começo a desconfiar que os tipos lá de cima me têm sob escuta...
Depois daquela piada de ontem, com a malta, ao final do dia, relativamente ao filho do Todo-Poderoso, acabei por me lixar. Pode ter sido apenas coincidência, mas não sei...
"Ah ah, o que é que Ele pode fazer mais?? Despentear-me?"
Parece que Ele também controla a malta do Gás e hoje lembraram-se de cortar o abastecimento na zona. É altamente irritante, quando acendemos o esquentador e vemos a chama a apagar-se à nossa frente. E tentamos várias e várias vezes, até que percebemos que não, de facto, não há mesmo gás...
Tomamos então a corajosa decisão de tomar o duche com água fria, e logo nos arrependemos, porque a água gelada pela noite e presa nos canos, invade-nos todas as partes do corpo de uma forma friamente assustadora.
A manhã torna-se assim enervante em todos os aspectos, iniciando no momento em que conseguimos gritar a plenos pulmões 'Foda-se, cabrões, filhos de uma grande puta' (os técnicos da LisboaGás) enquanto lavamos a cabeça com água gelada a escorrer-nos pelo corpo, e culminando no momento em que percebemos que a mesma água gelada nos vai prolongar a habitual e masculina erecção matinal até perto da hora de almoço.
Toda a análise política dos últimos tempos relativamente ao Freeport, já começa a dar-me piolho na micose. Epa, já sabemos que o Sócrates é um ladrão (como todos os outros que foram ao poleiro), já sabemos que se andou a encher à conta da malta (como todos os outros que foram ao poleiro) e já sabemos que o gajo se vai safar na boa (como todos os outros que foram ao poleiro). Tipo, é a vida de um português médio, ser fodido e enrabado. Das duas uma, ou se calam de uma vez por todas, ou arranjam também um poleiro.
Giro é ver que ainda há idiotas que pensam que vivem numa democracia... yah, é isso e os elefantes voadores cor-de-rosa que me lavam o carro durante a noite.
Já para o lado de lá do Atlântico, a malta anda toda excitada com o Obama... como se um preto no Poder fosse a solução para a crise internacional. Bem, sempre é melhor que um bronco que não sabe que há mais regiões para além do Texas... de qualquer forma, antevejo um futuro negro. Para os americanos e para nós. Mas para os americanos, sobretudo.
Adoro os dias em que peço manhãs de trabalho para resolver assuntos pessoais. Sabem o que é giro? Em vez de responder a mails e telefonemas de pessoas mesmo chateadas com a vida e que acham que os informáticos são uns imbecis, passo a manhã a aturar um cabrão qualquer numa repartição de finanças e que acha que eu sou um imbecil. Porreiro, pah!
O que é brutal, no meio de toda esta problemática, é que vou aturar aquele conas para o meio da multidão enraivecida e o Governo não me paga para isso. Ao menos no trabalho, sou pago para dar a apoio psicológico ao pessoal...
"AHHHHH, AHHHH, AHHHHHH, nada funciona!"
"Não... não vamos entrar em pânico" - enquanto estou numa sala a arder e com os servidores desfeitos no meio do chão e um extintor nas mãos - "é uma situação temporária e vai resolver-se em minutos" (e ainda tenho de dizer isto como se estivesse perfeitamente calmo); ainda dizem que sou pessimista... foda-se, o extracto de valeriana faz mesmo milagres (ou então é da mistura com o Frei Bernardo do almoço do dia anterior).
Há uns tempos achei que seria positivo arrotar com o meu currículo para o LinkedIn... não é mais que uma rede social (tipo hi5) mas para profissionais. Para completar o meu perfil, juntei-me a uma série de grupos (maioritariamente nos States), mas que partilham dados acerca do trabalho que faço diariamente.
Agora tenho dois problemas.
Primeiro, não sei o que andam os trolls dos americanos a fazer enquanto durmo mas, de manhã, tenho 30 ou 40 mails dos vários grupos na minha mailbox; segundo... até entendo que me façam propostas de trabalho, mas caramba, têm de ser todas para Espanha??? Foda-se, o que se passa com esta gente? Eu já fico deprimido quando tenho de ir a Espanha em trabalho (coisa ocasional) e ainda me querem oferecer lá trabalho em permanência???
Para os interessados, a cozinha está quase pronta. Bom, pelo menos o cromo dos canos e azulejo vai embora no sábado. Agora entra a parte em que o Pato Marques e Companhia vão ao Ikea, trazem de lá uma bancada e montam na cozinha. Já nem me chateio muito com isso, o que importa mesmo é que no domingo já tenho fogão, e poderei fazer o meu primeiro jantar caseiro depois de duas semanas (foram duas semanas, não foram?).
Às vezes sinto-me um bocado ranhoso relativamente à forma como abordo as questões... todas, mesmo.
"Olá Pato Que Mora no Cú de Judas, tudo bem? Como vão os teus skills de bricolage? Bons? Porreiro, 'bora montar a minha cozinha?"
No fundo, o que é preciso é tacto. Isso e não abusar dos enchidos.
Já não consigo ouvir o bacano que veio cá ver a cozinha... hoje liga-me e diz: "olhe, hoje não entre na cozinha porque acabei de meter o chão"; "Foda-se, oh amigo, eu não entro na merda da cozinha há duas semanas..."
No domingo, já devo ter isto tudo arrumadinho, pelo que poderei recomeçar a minha vida normal, na sala. Isto de estar sentado na cama é muito giro, mas tenho as costas todas fodidas de estar encostado à parede. Depois acham estranho quando dou aqueles estalos brutais ao pescoço...

(momento de final do dia, convívio da malta no café junto ao trabalho: "Boa tarde, Imperial para o informático e Moscatel para o amigo"; "Moscatel não temos, o mais parecido é Favaios..." - às vezes pergunto-me se pertenço a esta galáxia; melhor só mesmo quando o mesmo gajo andou à procura de um queque de Mars...)

27/01/2009

goat detained over armed robbery

Na Reuters...

Police in Nigeria are holding a goat on suspicion of attempted armed robbery.
Vigilantes took the black and white beast to the police saying it was an armed robber who had used black magic to transform himself into a goat to escape arrest after trying to steal a Mazda 323.

Estas cabras andam umas doidas.

saga... cozinha... dia quê??

A cozinha começa finalmente a ter um ar decente.
Já tem azulejos em duas paredes...
O que tem alguma piada é que nunca faço o calhau voar nas casas de banho da empresa porque a pele do meu rabo é esquisita... e hoje descobri que o tipo da obra andava a aviar o dele na minha sanita. Cabrão... a minha sanita é sagrada, ok? É minha, só minha!!!
Antevê-se uma valente borga com 2kg de tremoço para os dias que se seguem. (quando voltar de terras de D.Quixote, eventualmente)

imortais

25/01/2009

saga (blá blá blá) dias 5, 6 e 7 e outras coisas











A cozinha continua um caos.
Será esta semana que volto a cozinhar? Quem sabe...
Tenho a casa cheia de pegadas. E depois eu limpo e no dia seguinte, quando volto ao final da tarde, volto a ter pedacinhos de terra, pedra e mais pegadas pela casa.
A ideia de ter a loiça coberta de pó irrita-me substancialmente. Ainda tenho muito trabalho pela frente após estes animais irem embora.
A sala está nojenta, o hall nem quero olhar para ele... como diria um amigo, "a palavra FODA-SE ocorre-me em várias línguas".
Entretanto telefonou a moça que passa a roupa a ferro: "posso ir aí na segunda-feira?"
Tipo... fazer o quê? Em primeiro lugar, a questão que se coloca é: onde é que vais passar a ferro? Depois, segue-se a questão: o que vais passar a ferro, visto que tenho a máquina de lavar roupa no meio da sala...
A BTL estava um sonho. Parece que a ideia é ter o menor número de pessoas e áreas de interesse por metro quadrado. Felizmente tinha convites ou ter-me-ia sentido roubado. De certa forma, foi tempo roubado, mas um passeio entre patos é sempre um passeio entre patos, pelo que não me posso queixar muito (e as espanholas dos balcões da Galiza também não eram más de todo; um ar limpinho, pelo menos).
A ideia de considerar Oeiras e Vila Franca de Xira como sendo atracções turísticas, também me deixou abismado.
Um gajo pode ir sempre a Vila Franca, ver a zona industrial e os cagalhões no Tejo... e, para quem conhece, até faço questão de dar ideia para um slogan: "Vila Franca at Night... vacas, sons e luzes."

Duas últimas observações a respeito das cenas que se ouvem num dia de trabalho:

a.
É sempre também muito agradável um gajo descobrir que, afinal de contas, tem um ar distinto. LOOOOL. Mas só quando anda de camisa... e mesmo assim é preciso tirar as calças para o provar. LOOOOOL (saudações, caríssimos patos)

b.
A descoberta da semana:
"Se não der para meter, faz força"



(Já agora, na foto... sem a chaminé, percebe-se que o Pai Natal nunca caberia no buraco. Agora os leitores com filhos e filhas já podem explicar às crianças - com provas - o mito do velho cabrão de barba branca)

23/01/2009

saga de um cozinheiro sem cozinha - dia 4

Cheguei há pouco a casa.
No percurso do segundo para o terceiro andar fui encontrando restos da minha cozinha.
Estou muito religioso. A primeira coisa que disse quando abri a porta foi qualquer coisa como: "Meu Deus! Nossa Senhora! Todos os Santos disponíveis!"
A televisão da sala está semi-coberta pela mesa da cozinha e pelos temperos. O acesso ao router está vedado pelo frigorífico. Eu não tinha ali uma cesta? Ah, ok, mudou-se para a casa de banho para dar lugar à máquina de lavar roupa. Hum... sobra um recanto no sofá para me sentar e jantar.
Uma vez mais, o pronto-a-comer do Pingo Doce continua a ser o meu sonho e salvação. Isso e os cereais.
Casa de banho. A sério. Eu compreendo que o tipo da obra queira usar a sanita. Se fosse eu, também gostaria de dar uma mijinha em casa alheia.
MAS ERA PRECISO DEIXARES O TAMPO DA SANITA LEVANTADO??? FILHO DA PUTA, CABRÃO, O TAMPO DA SANITA LEVANTADO DÁ COMIGO EM DOIDO! CUSTAVA ASSIM TANTO BAIXARES O TAMPO DA SANITA DEPOIS DE MIJARES? BILTRE! COÑO!
Do mal o menos, a sanita está mais limpa que o que estava quando saí de casa de manhã... não sei, mas vou perguntar-lhe o que usou para limpar o fundo, que estava nojento.
Curiosamente, e contrariamente ao que é habitual, o meu quarto é a divisão mais limpa da casa.

22/01/2009

if you're out there



(sem qualquer contexto de ordem política)

dá-lhe música

Por vezes pergunto-me em que estariam os compositores a pensar quando escrevem algumas letras de músicas.
Vejamos os Red Hot... "take it on the otherside"... Não vos parece fácil demais? Até para uma mente santa, esta é óbvia.
Olhem, levem vocês! O meu outro lado só tem um sentido, e é de dentro para fora.



Mas porreiro, porreiro, é o Ritchie com o Easy.
Desde quando um gajo é Fácil numa Manhã de Domingo? Que sentido faz esta merda? Um gajo levanta o cú cedo da cama ao domingo para trabalhar e o bacano fala em facilidades, como se fosse fácil ver a chuva torrencial a cair lá fora e, de dentro da cama, no quentinho, pensar "bela manhã, vou trabalhar".
Falando em trabalhar, já apanharam um colega de trabalho com um nome tipo Cristo, Jesus, Deus...? Não? É altamente.
Infelizmente, quando lhes mando emails fico sempre na dúvida, como poderei escrever: "Olá Deus, cumprimentos da Informática"?? O que me deixa passado é a parte do "ao seu dispor, 24 horas por dia, 7 dias por semana" - o gajo não dorme!!!! E se começa a lembrar-se de lançar service calls às 5 da manhã???
É sempre marado atribuir uma conta de correio electrónico a um tipo que é omnipresente. Foda-se, os meus servidores não são omnifuncionais! Por vezes mando-os abaixo de madrugada, para que ninguém note... mas se tenho um utilizador divino, caramba, tenho o esquema da 'alta disponibilidade' completamente lixado.
Pah, eu não faço milagres, tu não mexes em computadores, que tal?
Chego a casa e encontro mais um bilhete da senhora que limpa a casa de banho e passa a ferro (faz pouco mais que isso).
"Olá Pato Marques" Acho sempre comovente, a forma como ela escreve no guardanapo. Cordial e, ao mesmo tempo, reconfortante. "Olá Pato Marques". lol
E logo de seguida, indica a merda que fez durante o dia.
"A sanita estava a verter água, então fechei a torneira de segurança..."; yah, se calhar se tivesses olhado bem, vias que a borracha é que estava solta... era só encaixar. Mas o que me lixou a sério foi o parágrafo correspondente ao shampoo. "Aproveito para explicar por que está o shampoo de pernas para o ar; deixei-o cair e o fundo partiu-se"; agora tenho o meu frasquinho plástico verde, com aroma de citrinos, vertendo pela área inferior.
Ainda não percebi por que motivo avisam a malta que vai chover.
"Amanhã vão estar chuvas torrenciais, Alerta Amarelo com Bolinhas Laranja em todo o país!"
Conclusão... um gajo mete os pés na rua e até para entrar no carro encontra trânsito. O Sr. Manuel vai de carro até à Padaria para beber o café da manhã; a D. Luísa mete-se no carro para ir até à paragem de autocarro e parar em segunda fila para cumprimentar o Sr. Manuel (que vinha a sair da padaria) e um gajo coerente que leva o carro para o trabalho todos os dias, é que se fode.
Deixem chover, foda-se!

saga de um cozinheiro sem cozinha - dias 2 e 3

Previsivelmente... nem adianta meter as fotos.
Lado positivo. O técnico do seguro visitou hoje o ninho.
Amanhã começam a partir o resto.
Considerando que já me estou a passar porque tenho o conteúdo da cozinha na sala, nem quero pensar no que vou sentir no fundo do umbigo quando, dentro de umas horas, voltar a casa do trabalho... foda-se.

patos no trabalho

As conversas de escritório são sempre fabulosas.

"Se não te calas, enfio-te a puta da régua pelo cú acima"

Não entendo, toda esta violência comigo...

20/01/2009

beggin'

a mesa

Digamos que a minha vida profissional, em termos de mesas, demonstra uma evolução na carpintaria técnica.
Quando trabalhava na faculdade, não tinha mesa; depois, quando ascendi a estagiário, numa empresa de renome, deram-me uma mesinha pequenina no meio do corredor. Os meus bons colegas ajudaram-me a colocar a dita mesa dentro da sala, porque achavam que não era digno espetarem comigo no meio de um corredor. Malta porreira... mas para as histórias de lareira e cadeira de balouço a contar aos netinhos ficará o dia em que um superior referiu que um estagiário estava abaixo de um cão. Não adiantava eu ter opinião. Fiquei mesmo fodido.
Acabei por sair para outra empresa onde, agora, ganhei uma mesa de metro e meio.
Ahhh, excelente!
Adoro a minha mesinha com dois monitores e um computador por baixo. Gosto tanto dela que era capaz de possuí-la em cima de uma mesa maior, naquelas tardes de gestão solitária de eventos de servidor...
O que me deixa surpreendentemente passado é o facto de toda a mesa, em apenas metro e meio, ter o poder de me deixar completamente comunicável com o resto do mundo ou perfeitamente indisponível, no limbo da Terceira Geração.
Se coloco o telemóvel na ponta da mesa do lado esquerdo, não tenho nem um único sinal de rede que seja... do lado oposto, fico comunicável.
Engraçado é explicar isto à malta.
"Tentei ligar, mas tinhas o telemóvel desligado..."
"Ah, não... estava era do lado esquerdo da mesa"
Penso que eu e o mobiliário de escritório não somos compatíveis. A chave do meu módulo de gavetas não funciona (creio que nem existe..), pelo que a abertura e fecho das gavetas trancadas é feita literalmente, à trancada. E resulta, o que é impressionante: uma marretada valente no local certo, abre qualquer gaveta.
No meu trabalho anterior tinha uma cadeira que chiava. Como tenho o hábito irritante de passar o dia a tremer a perna, era o ser mais amado do open-space lá da zona... se tivessem um gajo no meio do espectáculo a fazer "nhiiick, nhiiiiick, nhiiiiiiick" durante horas a fio, seriam bem capazes de o odiar.
Agora, tenho uma mesa maior e uma cadeira que não chia. Sinto-me carpinteiramente realizado.

out of reach

frase do ano

"Levar no cú e cagar é uma diferença meramente vectorial."

(não é minha, como alguns pensaram; mas é digna de estar publicada)

19/01/2009

saga de um cozinheiro sem cozinha - dia 1

No âmbito de um acordo com o proprietário actual da minha casa, tenho a cozinha em obras. Começou hoje, com a tentativa de localização de uma infiltração. Afinal, a pequena infiltração que atacava o vizinho do andar inferior, era uma grande confusão de canos podres :S
Sabia que eles hoje vinham cá procurar a infiltração (e rebentar-me a cozinha)... então, após chegar a casa, ter percebido que até estar tudo arranjado, não poderei utilizar a cozinha, e ser presenteado com um cheiro a canos brutal, decidi que todos os dias iria fotografar a cozinha, para que todos pudessem acompanhar o andamento do caos.
Descobri que o forno e o microondas são os melhores amigos de um homem solteiro sem cozinha. Tipo: eu quero a minha bancada, o meu fogão e o meu lava-loiças a funcionar!!!!
Estou há três horas em casa e já me estou a passar com isto. Conhecendo este pessoal como conheço... terei tempo de sobra para ver o meu mundo culinário a desabar.
(Pode não parecer, mas toda a parte inferior que se encontra destruída, respeita à canalização de água e esgoto - daí ter tudo inoperacional) Adorei a parte de ter a velhinha pia de
mármore encostada ao frigorífico - não dá para ver...
Até ao próximo episódio.

17/01/2009

fireworks

idade da inocência

Demasiado bom para ficar nos meus Archived Mails...

como decidir com quem casar?
"Precisamos de procurar alguém que gosta das mesmas coisas. Se tu gostas de futebol, ela também deve gostar e quando estás a ver um jogo ela deve trazer-te batatas fritas e cerveja"
Alfredo, 10 anos - e depois caíste e acordaste, foi isso?

"Ninguém decide sozinho com quem casar. Deus decide por nós muito tempo antes, e só temos é que aceitar."
Cristina, 10 anos - isso e ser voluntariamente enrabado.

qual a melhor idade para casar?
"A melhor idade para casar é aos 23 anos, porque assim já conheces o teu marido pelo menos há 10!"
Maria, 10 anos - olha, já não vou a tempo.

"Não existe melhor idade para casar. Tem de se ser muito estúpido para querer casar."
Fernando, 6 anos - más experiências? precisas de falar?

o que têm os teus pais em comum?
"Nenhum quer ter mais filhos"
Ana, 8 anos - vida animada, aí em casa, não?

o que fazem duas pessoas no primeiro encontro?
"Os encontros são para as pessoas se divertirem, e devem aproveitar para se conhecer melhor um ao outro. Até os meninos têm coisas interessantes para dizer, se lhes prestarmos bastante atenção"
Luísa, 8 anos - ahahahahah aahahahah ahahahahahahah! aahaahahahahahaha ahahahahaha ahahahahaha ahahahahahah ahahahaha ahaha hahahahaahahahahahahahahh aaaaaha hahahahahaha ahahaha aahahahaha ahahaha ahaha ahahah ahaaha aha aha ah (não dá, já não consigo respirar)

"No primeiro encontro contam-se mentiras interessantes para se conseguir um segundo encontro"
Martim, 10 anos - é por essas e por outras... cabrão!

o que fazias se o primeiro encontro não desse certo?
"Ia para casa e fazia de conta que tinha morrido. Melhor, mandava publicar nos jornais da região que tinha morrido."
Carlos, 9 anos - e achas que ela ia ao velório? optimista...

quando se pode dar o primeiro beijo?
"Quando o homem é rico."
Pamela, 7 anos - yah, é isso... tás lá.

"Quando se beija uma mulher, tem que se casar e ter filhos com ela. É assim a vida."
Henrique, 8 anos - é de respeitar; tão novo e já sabe como são as coisas...

é melhor ser solteiro ou casado?
"Para as meninas é melhor ficar solteiras, mas os meninos precisam de quem limpe..."
Ana, 9 anos - é oficial, estou condenado.

o que temos de fazer para que o casamento tenha sucesso?
"Temos de dizer à nossa mulher que ela é linda, mesmo que se pareça com uma camioneta estampada..."
Ricardo, 10 anos - ui

ora toma!

"Ordinariamente todos os ministros são inteligentes, escrevem bem, discursam com cortesia e pura dicção, vão a faustosas inaugurações e são excelentes convivas. Porém, são nulos a resolver crises. Não têm a austeridade, nem a concepção, nem o instinto político, nem a experiência que faz o estadista. É assim que há muito tempo em Portugal são regidos os destinos políticos. Política de acaso, política de compadrio, política de expediente. País governado ao acaso, governado por vaidades e por interesses, por especulação e corrupção, por privilégio e influência de camarilha, será possível conservar a sua independência?"
(Eça de Queiróz, 1867 in "O distrito de Évora")

16/01/2009

otherwise

cai a noite na cidade

Dizem que a noite é uma excelente conselheira.
Já não me fio muito nisso. A noite é fria e escura, não nos permite fitar o horizonte e planear trajectos.
A noite é sempre uma valente sacana porque nos oprime a capacidade de pensar logica e ponderadamente sobre tudo. Por outro lado, é também à noite que se desenvolvem em nós as mais variadas e rebuscadas teorias acerca de tudo o que nos rodeia.
É complexo. Por vezes, nem eu mesmo entendo o efeito da noite e da Lua na minha pessoa (quanto mais nos outros).
Os livros que nos obrigam a ler forçam-nos sempre a diarreias mentais de elevada complexidade. Já li de tudo, desde os livros mais manhosos aos mais conhecidos. Ok, gosto de ler (e nada de e-books, gosto mesmo é do papel; creio que sou um bichinho da prata).
Mas os que nos obrigam a ler é que nos dão mesmo a volta à pinha. Lembram-se da Aparição? O professor deprimido que ia dar aulas para Évora e lá encontrava um mundo novo? A cena do Carolino, que apedrejava as galinhas sempre teve alguma piada.
E a Manhã Submersa?? Pahhh, o gajo meio-enfiado no Seminário, meio-enrolado com a criada... adorável. Mas o que teve mesmo um impacto tremendo (voltando à noite, Lua e afins) foi o Felizmente há Luar... Porra, ainda hoje quando passo em Caxias parece que ouço os gritos do gajo lá ao longe.
A visão optimista de que está tudo na merda mas que 'Felizmente há Luar', dá efectivamente conta da cavidade subconsciente deste pato. Ahh, porque como há luar toda a gente pode ver, é uma luz que brilha no escuro e rasga a impureza do que não é revelado...
Tipo... vão encher-se de moscas no penhasco mais próximo, pode ser?
A bem dizer, nem o dia e o Sol compreendo.
Aliás, se tivesse de analisar bem a questão, diria que entendia o Sol e compreendia a Lua. Mas não o oposto.
Eu acho que a noite, de conselheira não tem nada. A noite é mais uma consultora de uma daquelas empresas que levam os olhos da cara, para nos fazerem um relatório de 600 páginas em que explicam que temos um problema. E depois tratam de nos fazer um orçamento para uma nova análise que relata como conseguimos arranjar um problema. E o mais curioso no meio de toda esta questão, é que ninguém, em toda a análise, consegue encontrar uma solução simples e exequível.
A noite deve ter escritórios algures numa grande avenida de uma metrópole. O Sol, esse, é um cagão que só chega daqui a umas horas. E eu, bom, eu, perdido entre a noite e o dia, vou é armar a tenda para debaixo dos lençóis porque, mesmo sem dormir, com um colchão por baixo sempre se está melhor.

14/01/2009

by your side

os pardais

Como entendo agora Camões e a cena das Tágides...
Obviamente que não me comparo a Camões, isso seria altamente estúpido. Pelo menos acho que não sou tão chato. A sério, quando um gajo vê que tem tudo para escrever e, ao mesmo tempo, não tem nada, é imensamente aborrecido.
Há dias em que sabemos exactamente o que pretendemos escrever mas não o queremos divulgar.
Claro que o meu blog é mais refundido que as Receitas no Orçamento de Estado, mas diz a Teoria dos Seis Graus de Separação que eu conheço uma pessoa que conhece uma pessoa que conhece outra... e amanhã tenho o vizinho de 80 anos a bater-me à porta a perguntar acerca do post de hoje.
Vinha a ruminar no caminho para casa e a ouvir a rádio habitual. Estava precisamente parado numa passadeira perto de casa, aguentando a embraiagem para deixar passar uma velhota que, encolhida do frio e sozinha, atravessava a rua, quando nas notícias anunciavam a deslocação de uma verba para apoio dos refugiados em Gaza.
Assim de repente, parece-me uma cretinice de merda.
Infelizmente, ou não, conheço suficientemente bem o bairro em que moro, para saber que 90% da população vive sozinha e tem mais de 70 anos. Até mesmo para um tipo meio anormal, estúpido e amacacado, como eu, faz doer um bocado naquela merda chamada coração que nos limpa o juízo em 90% do tempo, ver as velhotas a ir ao Banco de manhã bem cedo, só para poderem conversar um pouco com os funcionários. É cretino, porque os funcionários que lhes entregam as reformas, são um pouco como netos, sobrinhos e afilhados. Dão-lhes um pouco de atenção, antes delas se retirarem novamente, com os ossos fracos e mal-alimentados, mais as suas pensões de merda, para as pequenas casas sombrias onde, na maior parte dos casos, nem água ou esgoto têm...
O curioso nisto, é o desleixo perante a situação porque, como irão morrer em breve, estão acabadas e em final de vida, nenhuma mente brilhante no Município ou na Junta se lembra de fornecer um pouco mais de conforto e qualidade de vida nos seus últimos anos de existência terrena.
O positivo no meio de toda esta questão, é que por cada idoso que é humilhantemente afastado, bastando para isso virar as costas ao problema, poupa-se um tostãozinho para o novo carro da Câmara ou, em última análise, para o saquinho a entregar aos refugiados que andam há anos a matar-se uns aos outros por causa de um pedaço de terra.
O que dá vómitos, em toda a situação, é o facto das imobiliárias e senhorios aguardarem pacientemente, quais corvos e abutres, pelos restos mortais dos velhos inquilinos, de forma a venderem o seu terreno no Centro da cidade, para mais um empreendimento de luxo.
E assim se acumulam barracões de vidas terminais lado a lado com sumptuosos apartamentos de novas gerações.
Eles lá continuam, virando as costas.
Eles lá continuam, adoptando os funcionários dos Bancos em troca de um pouco de companhia no final do mês.
Eles lá continuam, em terras distantes, morrendo por uma causa à conta dos nossos esquecidos.
É giro, agradável e positivo.

brilhante...

pó de arroz

os loucos

Neste pequeno universo de delírios e demências, há um conjunto de coisas que me fazem passar completamente.
Já toparam bem o esquema das ATM's? Epah, é de enlouquecer um gajo.
Um depósito. Um mero depósito... uma, só aceita notas de 10€, a outra, só deixa depositar notas de 20; pelo meio encontramos uma outra que nos come o dinheiro, e só a rápida intervenção de um amigo que dá uma valente marretada na máquina com um chapéu nos vale...
Por acaso é algo curioso. A certeza com que eu afirmo "estás doido? Não batas na máquina que é pior..." contrapõe-se com a evolução dos acontecimentos pós-marretada. Funciona! Brilhante...
Esta nunca me ensinaram na faculdade... quando algo não funciona, arreiam-se umas valentes biqueiradas e fica tudo resolvido. Resta o ar assombrado dos funcionários que pensam que vamos arrancar a ATM da parede a pontapé.
O próximo elemento, já o referi várias vezes neste blog.
Aconselho vivamente todos os leitores a tentarem dar um pulinho à Livraria Bulhosa de Entrecampos (preferencialmente à hora de almoço).
Habita por lá um louco, que vagueia lentamente pela livraria, como uma hiena que busca a presa. Depois, ao encontrar o objecto desejado, senta-se ao lado dele, pronto a dar-lhe uma seca descomunal.
Ok, mas secas também eu dou e ninguém se chateia, não é? Pois... mas então tentem aturar aquele.
É que independentemente do que um gajo esteja a ler no sofá, o tarado consegue iniciar uma conversa que termina invariavelmente aos gritos no meio da livraria, reportando ao mundo os seus desgostos amorosos...
O bacano apanha um gajo a dar uma vista de olhos num livro de culinaria: "ahhh, pois, excelente livro... mas já reparou que elas só cozinham para nós quando não estamos casados? Depois são umas porcas, umas vacas, blá, blá, blá..."; se apanhar alguém a ler um livro de design ou arquitectura, é bem mais subtil: "sabe... as mulheres são seres infiéis, como as paredes de betão da casa que tem aí no livro..."; mas a loucura é com os romances... aí o tipo nao se cala e desata a gritar: "E nunca houve uma que não me abandonasse!". Epaaah, foda-se, quem quer aturar um tarado como tu?
(para que conste, é o mesmo gajo que se abraça orgasmicamente às almofadas dos sofás da livraria... algo que referi num post anterior).
A sério... o gajo assusta por ser excessivamente passado. Um dia ainda teremos os dois uma conversa.
Em última análise, espeto-lhe com as "1000 melhores receitas de culinária" na pinha e a situação resolve-se.
Eu francamente não sei que mulher lhe terá feito mal, e como o terá feito... mas por favor, alguém vá lá falar com o gajo porque aquilo já passa os limites do tenebroso.

12/01/2009

em antevisão...

o resumo da noite

Isto é uma BOLA





Isto é um BALÃO









Isto é uma CABRA






E este...

olá Jude!

Isto é meio idiota (eventualmente, completamente idiota) mas a pergunta 'o que sou?', multiplica-se exponencialmente por todos os (poucos) neurónios que possuo.
Haveria questões bem mais interessantes a levantar, sobretudo porque a questão à qual pretendo resposta, muito possivelmente apenas eu a poderei encontrar.
Confesso que deveria ser bastante mais divertido, um tipo acordar a questionar-se por que motivo as pizzas redondas são entregues em caixas quadradas, ou então por que razão o chá preto é 'yellow labeled'... mas tratam-se de questões com uma universalidade demasiado abrangente para que o pequeno cérebro deste pato consiga entender ou até mesmo compreender.
No filme "I Robot", o Sonny é um robot (quem diria) que travava também uma luta acerca do porquê da sua existência. Simplesmente, se fosse um robot, como o Sonny, teria o poder de mandar um reset à memória e desligar-me deste tipo de questões sempre que necessário.
Creio que a ideia não deve ser exactamente podermos fazer esse reset, mas sim termos alguma capacidade de acumulação sensorial e de gestão de memória.
Deve ser por isso que somos seres-humanos, com sentimentos, refracções físicas e alongamentos psicológicos.
"Afinal somos humanos..." imagine-se.









(o meu Precioso)

Os seres-humanos são também uma espécie lixada.
Nunca pensei que o assédio a este pato fosse tão elevado por ter uma viagem para partilhar.
Vamos a ver uma cena: ou me consideram a mim o pote de mel (o que seria altamente duvidoso) ou as passagens estão barradas com doce... queria apenas esclarecer publicamente que, independentemente do que possam tentar, eu, o Pato Marques, já tenho companhia e não é do sexo feminino.
E agora é o momento em que me apelidam de paneleiro ou outros nomes feios... Se se querem fazer a mim, ao menos façam-se pelo que sou, mas por uma merda de viagem é que já irrita um bocado. De um momento para o outro já sou um gajo brutal...
De qualquer forma, faltando pouco mais de quatro meses, encontrei um blog excelente, de um tipo que escreve as suas crónicas de Marrocos. Vejam porque é bastante interessante http://marrocos.wordpress.com/.



Finalmente, e para acabar a noite em pleno, o mundo da informática está a mudar. Parece o Império Romano, mas para quem não se apercebeu, o Windows XP vai deixar de ter suporte; o Windows Vista, a maior merda fabricada desde o Windows Millennium Edition, está a dar o bafo... e outra potencial bosta está a caminho. Depois das Aventuras dos Sete, temos o Windows 7, a chegar em todo o seu esplendor.
São excelentes notícias, para a malta da informática: mais incompatibilidades, mais poeira para os olhos, mais e menos de tudo menos de dinheiro. Creio que se o meu salário aumentasse sempre que a Microsoft lança um update... ui, era excelente!
Há muita coisa porreira por aí... desde Fedora Core até Ubuntu, passando por Red Hat e Alinex. Agora... peço é que comecem a usar essas cenas, senão ficaremos agarrados à .net Framework para a eternidade. E garanto-vos, não é o que queremos para os nossos filhos.
Um destes dias ainda falo do acordo ortográfico (que também já me anda a dar a volta à pinha), mas não me parece que seja hoje.

Cumprimentos Patinos!

10/01/2009

La Cosa Más Bella



Não sei se já repararam, mas o raio dos clips do Eros estão todos bloqueados no YouTube, não deixando a malta partilhar. É altamente cretino, porque a 'partilha' é um pilar básico de qualquer rede... fdp's...
De qualquer forma, estava disponível no iJigg.com. Ah, que coisa mai' linda!

pop( )

Cansado, mas tentando dar a volta à insónia, debatia-me aqui violentamente com um filme.
"About a boy", com o Hugh Grant.
Não tenciono comentar porque, de certa forma, não me agrada particularmente estragar a festa a quem nunca viu o filme.
Contudo, o filme começa com uma brilhante afirmação. "Nenhum homem é uma ilha".
Cada vez mais derreto grande parte do meu tempo isolado, pensando no que faço aqui.
É um facto que deve ser uma questão comum a todos os seres-humanos. Eu iria mais longe e, eventualmente, até os animais terão alguma lógica de pensamento. Lógica essa que, possivelmente nós, humanos, ainda não entendemos.
Mas às vezes esqueço-me que isto não é um blog do mundo. É meu. Não interessa o que escrevo aqui, sou um cidadão anónimo do universo; muitos pensam conhecer-me, poucos me conhecem efectivamente e, para a humanindade em geral sou um grão de poeira no meio da deslocação temporal.
Não preciso de ser um porco idiota ou um génio do silêncio perdido no meu mp3. Basta ser efectivamente o velho e real autor, escondido nas penas de um pato imaginário.
Deverá existir um motivo concreto para me encontrar aqui, a estas horas, a divagar acerca da existência de um motivo. Só que não faz sentido.
Uma vez disseram-me que ninguém é insubstituível. Acredito mais ou menos nisso. Pelo menos no que respeita à minha pessoa sim, não sou insubstituível.
Metade da minha família foi cremada. Em relação à restante metade, mantenho um saudável afastamento social.
Há dias, alguém me perguntou se morava sozinho. A resposta gerou obviamente a clássica pergunta respeitante ao que seria feito da família. Yah... pois.
Tento ver isto com algum do humor negro que herdei da minha Mãe mas, por vezes (a esta hora, sobretudo) é bastante complicado conseguir entender.
Sou um tipo banal, com uma profissão banal. Não faço mais nem menos que o que outros como eu são capazes de fazer. Lá está, haverá mais como eu; podemos criar uma associação de anónimos, se estiverem para aí virados.
Acho alguma piada ao meu horóscopo diário. Lamento, não tenho culpa que me atirem com o Destak ou o Metro para dentro do carro todas as manhãs. Gosto de ler e o "Caminho das Estrelas" desperta alguma da minha curiosidade.
Dizem os Astros que o caranguejo é um animal que acima de tudo, tem um forte sentimento de casa e de família.
Lol. Não posso deixar de achar que isto é brutalmente hilariante. Passa das três da manhã, estou sozinho numa casa e sem ninguém com quem falar. Talvez eu não queira falar. Talvez já esteja de tal forma viciado em devorar tecla atrás de tecla no computador, que seja a escrita o único escape. A partir das 20, deixo de falar. O meu mundo passa a ser só letras, até às 8 horas do dia seguinte. Apercebo-me agora que não dou uso às cordas vocais durante pelo menos 12 horas do meu dia.
No meu mundo perfeito virtual, iria acordar a minha Mãe, sentar-me na cama com um chá quente e falar. Num meu mundo perfeito real, não o faria, porque nunca quis chatear os outros com as minhas coisas. No meu mundo real, dou conta do juízo a um monte de bytes online. Sério... se fosse um blog e tivesse um autor como eu, acho que largava um void() e mandava-me para o infinito.
É que estou brutalmente cansado, mas não tenho sono; e acabo aqui caído a escrever nos intervalos da programação em ASP e C#.
Acho apenas estúpido, porque tecnicamente deveria estar naquela idade em que nem sou carne nem peixe, ou seja, deveria procurar afastar-me da família para iniciar a minha vida sozinho e, por outro lado, ter o sentimento activo de família, casa, coisas dessas...
Ingrato é o facto de não ter de ir para a primeira hipótese porque, afinal, já não existe ninguém por perto para me poder afastar; por outro, considerando que a maior parte das famílias actuais se constitui perto dos 30, ainda me faltarão uns cinco anos para me preocupar em trocar o Corsa por um monovolume e arranjar a casa grande com jardim para as crias andarem a brincar.
O lado positivo disto tudo é o facto de, cruelmente, existir malta bem pior que eu. A ver... tenho casa, carro, trabalho e os melhores Amigos e Amigas do mundo. Tecnicamente nem deveria ter motivos para me queixar. Mas apetece-me.
Amanhã, uma vez mais, vou acordar e dizer "foda-se".
Amanhã, uma vez mais, vou cair na rotina habitual.
Amanhã, uma vez mais, vou cair naquele pensamento negro que toda a gente diz para eu não ter, mas que me gera toda a dúvida existencial da criação das ilhas (ilhas essas que aparecem altamente bem definidas no filme que referia no início).
Aqui a fada do lar acha que vai largar a escrita que não é escrita e tentar agarrar o João Pestana. Está a parecer-me que é daqueles dias em que só penso, digo e escrevo merda. E isso é terrível para o blog. O gajo fica deprimido e que eu saiba ainda não existem Análises Freudianas a Estruturas de Dados Online.
Amanhã há mais.

sexta-feira

09/01/2009

a matemática do nada

Saí de casa sem reparar no frio que estava.
Somente quando liguei o carro e surgiu o alerta de piso escorregadio no ecrã, é que me dei ao trabalho de perceber que estava um frio de gelar a peninha mais quente.
Mas o post não é acerca de frio. E muito menos acerca de penas.
Acontece que a meio caminho do trabalho, consegui ter uma visão puramente matemática do frio que estava.
Paaaahh! A relação entre o frio que está na rua e o aquecimento do carro pode ser transposta segundo um multiplicador de 10 unidades. 2.5ºC na rua, 25ºC no carro. Brutal!
Fiquei mesmo contente com a ideia.
E isto serve para quê? Absolutamente para nada.

08/01/2009

e nem sequer é Novembro...

welcome to the dark side; cookies must be enabled

Estou a tentar ser menos porco. Menos obscuro. Menos idiota.
Afinal, estou a chegar aos 25 e já deve cansar ouvir um gajo que consegue fazer uma piada com qualquer merda.
Tipo, por um lado, é um dos pilares da javardice de um Pato Marques, mas suponho que já esteja na altura de alterar este feitio.
Epa, mas porra, a tentação escorre por todos os lados.
Hoje, lá estava eu muito sossegadinho, calado com os pensamentos negros habituais quando alguém me cumprimentou.
Não percebi bem o aceno de cabeça, mas depois percebi que estava com a boca cheia de uma sandes qualquer e que por isso, fazia apenas gestos com a cabeça.
"Ok, Pato... controla-te, não uses a piada clássica da boca cheia"
Aproximei-me para o cumprimento e pás! Era uma sandes de salsicha.
É duro. Consegui em cinco segundos criar 15 piadas envolvendo os termos "boca cheia" e "salsicha". Como se não bastasse, ainda se justificou com a porcaria que estava a fazer com a sandes (cujos pedacinhos de salsicha iam caindo para o guardanapo) referindo qualquer coisa como a falta de prática a comer aquilo.
Epaaaa, não é justo!
Mas ok, vou tentar. Evitar pensamentos impuros a ver se começo a controlar o meu instinto asneiral.
Do mal o menos, o facto de conseguir pensar nas coisas sem as dizer, já é um passo na minha reconstituição social. Quer dizer que já consigo conter estar merdas. Mais um pouco e deixo de pensar asneira.
Contudo, a tentativa de bloqueio destas coisas origina-me as mais curiosas e imbecis análises de pensamento.
Ocorreu-me entretanto a ideia de um franchise de comida a peso, em que os frangos eram vendidos à unidade.
A sério, isto é demasiado estúpido. Mas foi algo que me veio à cabeça durante o dia.
Uma revelação também do dia de hoje, foi a tentativa de verificação da hipótese que refere que o Noddy é xunga (por conduzir um yellow cab...) e que o Ruca é leucémico.
Yah, a ideia é terrível, concordo.
Mas este estupidamente incrível humor negro, sádico e macabro parece não ter fim. Quer dizer... o Noddy, xunga?? Por conduzir um carro amarelo? Epa, tem dias... se for um Ferrari ainda vá; a questão só se coloca se for um Fiat Punto ou um Seat Ibiza. Ah, e há ainda a questão do gajo não ter subwoofer na bagageira porque dessa forma não arranjaria espaço para meter a Gata Cor-de-Rosa.
Uma ideia abstracta... já viram que no Noddy, todos os diabretes são pretos? Quererá dizer alguma coisa?
A malta já sabe que os Teletubbies (é assim que se escreve?) são paneleiros porque fazem a filinha de enrabamento matinal; os americanos deixaram de passar a Rua Sésamo porque o Egas (grande! és o maior!) e o Becas tomavam banho juntos; e o Noddy passa a ideia de racismo qualificado. É que a Enid Blyton não se contentava em chamar 'Diabretes' aos gajos... não, tinha de ser designação+cor ou seja, 'Diabretes Pretos', logo para matar as dúvidas à cabeça!
Vou evitar as piadas acerca do Ruca... acho demasiado negro, até mesmo para mim.
Entretanto, notícias de além-Atlântico, lol.
Toda a gente conhece a wikipédia, certo?
Então imaginem uma wiki-porn-pédia com os contactos das "garotas" brasileiras... yah, já está online em http://www.wikigp.com; só para tirar as dúvidas, o próprio site indica "O WikiGP tem por fundamento apenas catalogar as acompanhantes independentes em atividade, não tendo vínculo comercial com as acompanhantes aqui listadas, estabelecimentos do gênero ou sites de acompanhantes.". Está certo... "apenas catalogar" seres-humanos, não é? Parabéns...
Achei particular piada à secção de pesquisa por preço, onde descobri que há jovens avaliadas em $60... para além de altamente degradante, parece-me um preço demasiado baixo. A menos que seja a Raimunda, a que era feia de cara e boa de bunda.
Prometo que vou parar de escrever (só por hoje, não se preocupem) e tentar dormir mas... só para largar o presunto na madrugada, uma última questão que coloco ao mundo:
Afinal, a Matemática, foi descoberta ou inventada? (se quiserem tentar esclarecer este ignóbil pato, estejam à vontade... mas justifiquem, por favor).

Cumprimentos (nocturnos) patinos!

07/01/2009

Lisboa

ice-t

Está um frio de rachar.
Os analistas meteorológicos (nunca percebi bem esta ideia... afinal, eu sou analista de sistemas e não prevejo a falha dos sistemas com uma mínima de 6 bytes na manhã de sexta-feira) sugerem que quinta e sexta as temperaturas mínimas estejam abaixo de 0ºC em Lisboa.
De facto, a ideia que já trabalhei várias vezes do "saio contigo quando o Inferno gelar" afasta-se cada vez mais do conceito de utopia.
Encontrei uma explicação para a vaga de frio.
O problema está na Islândia, que entrou recentemente em falência. Os cabrões dos esquimós, como não têm dinheiro para aquecimento tentam soprar para aquecer as mãos.
Só que como o fazem atrás dos icebergs (imaginem uma centena de gajos a soprar para um bloco de gelo gigante) o ar que passa congela e é apanhado pelas correntes do Atlântico, que o trazem até nós.
Um apelo à comunidade esquimó: Por favor, independentemente do dinheiro que não tenham, se querem aquecer as mãos, metam-nas no cú e peidem-se de seguida. Mas, pelo amor da santa, não soprem, tá ok?
Até porque um peido, efectuado de forma concertada (lembram-se quando nos mandaram saltar todos no escritório a meio do dia para alterar a translação da Terra?), poderá trazer grandes melhorias a esta vaga de frio.
Está cientificamente provado que uma grande percentagem dos gases de estufa são provocados pelos peidinhos metânicos dos bovinos.
Ora, está frio... o que quer dizer que estamos com carbono a menos a estufar-nos.
Vamos lá, pessoal! Vacas de quatro e de duas patas, bois e cabritos! Vamos lá a comer uma feijoada para lançar uns gases para o limbo atmosférico, pode ser?
Aumentam-se novamente os gases de estufa, esta merda aquece e ficamos com um Inverno fofinho, que tal?
Teremos de pedir contenção aos frequentadores de rodízios, para que as vacas não sejam extintas. Quanto mais vacaria, melhor, para a malta ter isto bem aconchegado...
Poder-se-ia dar a extinção bovina e depois era uma merda, porque isto ia ficar mesmo frio. Ainda mais.
Afinal o George Bush é que tinha razão em não aderir ao Protocolo de Quioto. Havia uns quantos tornados do lado de lá do mundo e umas massas de gelo a derreter... mas em contrapartida era verão durante todo o ano na Europa.
De resto, já sabem, toca a pegar nos cachecóis porque esta merda vai mesmo gelar.
Visão dramática: com sorte, forma-se uma estalactite (não estalagmite...) aqui no tecto, que me acerta em cheio nos corno. É um facto que vai fazer um bocado de porcaria aqui na sala, mas deixam de ter de aturar as minhas teorias de merda neste blog ainda mais merdoso.
Burn it!

05/01/2009

mona lisa

Continuo a não tirar da cabeça o 'fly me to the moon', mas achei por bem colocar algo diferente.
Já agora... recomendo vivamente o 'Sorriso de Mona Lisa'; apesar da Julia Roberts ter efectivamente um sorriso lindo, o filme em si é simplesmente fantástico.


"tou xim?"

O que mais gosto nas lojas de produtos electrónicos é o facto da maior parte do pessoal que por lá anda, não fazer corno do que raio tem para vender.
Um bocado idêntico ao padeiro cego da padaria ali da rua...
"Oh, senhor Zé, tem bolas?"
"Ahhh, não sei, não sei... não 'tou a ver..."
Só que estes são casos bem mais graves porque, de facto, para além de terem três olhos, nenhum deles vê o que deveria efectivamente ver
Numa loja, o cromo do balcão estava mais interessado nas mamas da colega e na bolachinha que mordiscava enquanto me atendia que em saber efectivamente de que modelo específico eu falava... já na outra, o problema prendia-se com o sotaque da funcionária que, por seu turno, não percebia porra alguma do que eu dizia.
Epa, vamos a ver uma cena: é assim tão complicado eu chegar a uma loja da especialidade com a referência de um modelo em particular, modelo esse que é vendido nessas lojas, e os funcionários ainda duvidarem que a referência exista?
"Epaaaa, fooooda-se! Só me apetece pegar-te na cabeça e atirar-ta repetida e compulsivamente contra a parede, até perceberes que o modelo está de facto registado na tua base de dados!!! Vai lá, vai, vai, vai ver, cabrãozinho! Larga as mamas da tua colega e vai tentar perceber o que tens para vender!!!!!!"
Quando eu era mais novo e procurava o primeiro trabalho, todas essas empresas recusavam os meus serviços porque eu 'não tinha experiência'... curiosamente, pareço saber mais do produto que eles têm para venda que eles próprios, o que é empresarialmente deprimente.
Eventualmente baixaram a fasquia nos recursos humanos.
Posso ser muito conservador, mas na minha curta incursão por um balcão, atendendo directamente o público, tinha sempre a ideia que o cliente é o mais importante. Saber sempre o que o cliente quer é uma prioridade e, mais importante, conhecer todos os produtos que temos...
"Referência Xpto...? Isso é nosso?"
"Yah, está no vosso site..."
"Ah, então vou ver no site..."
Pois, e estás a chamar-me mentiroso porque vais verificar se é mesmo verdade e se a referência existe, não é? Porque estás a dizer directamente ao teu cliente que não sabe o que está a dizer!!! E porque és um grande animal, que não sabe sequer portar-se convenientemente a um balcão! E porque eu não tinha mais nada para fazer que não decorar referências imaginárias... isso e coçar os tomates enquanto converso com o duende imaginário que habita o meu ombro direito! BRONCO!
Ou então sou eu, que vejo mal as coisas e compreendo tudo ao contrário.
Noite de cão.
Pergunto-me o que será uma noite de cão. Afinal, não sou um cão, mas sim um pato. Contudo, se fosse quantificável a definição de noite de cão, certamente consistiria em acordar a cada 60 minutos.
60 minutos olimpicamente cronometrados.
Afinal, por que lhe chamam 'noite de cão'? 'Vida de cão', 'qualquer coisa de cão'...? Qual o motivo para relacionar isto com um cão?
O facto de ser cão é algum impedimento social? Um gajo já não pode ser cão à vontade?
E não ser cão, também é mau?
Por que não posso dizer "tive uma noite de funcionário de loja de telemóveis!"? Aí sim, já poderia soar a conteúdo ofensivo.
Aliás, assim de repente, era de ver o animal que não conhece a merda da referência que tem para vender, a acordar à noite de 60 em 60 minutos!!!!
Apeteceu-me enfiar-lhe um telemóvel no rabo em modo vibratório. E depois telefonar várias vezes para ele.
"Estou???? Fala do Recto??"
O chato é que ele podia gostar.

03/01/2009

carros

Hoje, ao volante, reparava num gajo que ia à minha frente.
Bom, na realidade não ia bem à minha frente. Ou, pelo menos, o carro ia, mas não o condutor.
Há uns tipos por aí que, por motivos que permanecem obscuros para a minha pessoa, não mantém a cabeça atrás do volante, mas sim atrás do rádio.
Pergunto-me para que raio querem eles um airbag... eventualmente esperam que o cd que está a tocar seja almofadado ou cena parecida.
Portanto, tentando perceber bem o núcleo da questão: da cintura para baixo, mantém-se no lugar do condutor; depois, a coluna faz uma diagonal que se prolonga acima da alavanca das velocidades, esticando o braço esquerdo sobre o volante e o direito a segurar o travão de mão... sabe-se lá quando podemos precisar de o utilizar em andamento, não é?
O meu carrinho continua a fazer das suas.
Liguei-o e... nada.
Tipo, mas o carro está ligado? Hum, parece que sim, pelo menos consigo ouvir o motor; mas... não falta nada? Uma merda iluminada à minha frente, talvez?
Pois, por um motivo que não consigo justificar, o computador de bordo parou, simplesmente... nada de velocímetro, conta-rotações, indicadores luminosos ou qualquer sinal de vida no interior do carro, à excepção do leitor de cd que continuava a tocar como se não houvesse amanhã... cinco minutos de palavrinhas meigas e, estupidamente, voltou a funcionar como se nada fosse.
E são estas merdas que acontecem, que me fazem fazer figura de idiota quando levo o bolinhas à Opel...
"Ouça... o gajo parou, simplesmente!"
"De certeza que foi este carro?"
Curiosamente, e percebendo que o problema estaria no computador de bordo, ocorreu-me utilizar a primeira regra dos sistemas informáticos. Desliguei o carro, saí e voltei a entrar. Giro, não funcionou.
O que tem alguma piada no meio disto tudo, é que apesar de o carro me dar conta do juízo nos momentos mais marados, não seria capaz de o trocar.
Aquele olhar doce com que os faróizinhos me fitam quando está com o depósito do limpa-vidros vazio, ou o martelar ternurento dos quatro cilindros quando entra finalmente em velocidade de cruzeiro... ou até mesmo a birra do auto-rádio sempre que forço um bocadinho mais aquela segunda.
Obviamente que isto não invalida que a ideia de poder ter um problema mais grave enquanto faço uma viagem na auto-estrada me assuste um bocado... mas é um risco que estou disposto a correr (embora possa terminar a voar num viaduto... mas também, sou um pato, certo?).
Hoje fiquei também a pensar com algo que me disseram.
É daquelas coisas que me custam sempre um bocadinho a digerir no momento, mas que depois se tornam claramente lógicas...
A nossa vida, é como uma viagem num autocarro urbano.
Quando somos pequenos ovos, usamos o "banco dos palermas" no fundo do autocarro. Somos anónimos e nem nos preocupa que sejam os lugares mais desconfortáveis.
Depois, em algum momento das nossas vidas, começamos a usar os lugares da frente, perto dos velhotes, talvez por nos sentirmos mais confortáveis perto daqueles que poderiam ser os nossos avós.
Então, um dia, mudamos para os lugares centrais, começamos a conviver, a socializar mas não esquecemos que nos encontramos perto da saída, prontos a saltar para a liberdade.
Uma bela manhã, damos por nós a conduzir o nosso próprio autocarro. Mesmo que esse autocarro seja o nosso Opel manhoso de primeira série. Mesmo que estejamos atravessados, a conduzir o bolinhas com a cabeça debaixo do espelho retrovisor...

Momento deprimente: acabei de receber um convite para uma rede social chamada 'gaylog'... :'(

blooping

De repente comecei a receber os votos dos meus amigos e amigas para 2009. Gostava de saber por que raio a maioria me deseja mais sexo para este ano...
O sexo é tudo?
É pelo sexo que vou passar menos tempo no computador? A ver televisão? A trabalhar? A bloggar?
Consigo pensar em várias actividades distintas, que não envolvem sexo, que culminam num melhor aproveitamento do meu tempo.
Ok, se vier por acréscimo também não me chateio, mas não se encontra no topo da minha wishlist para 2009.
Não, não, a ver se percebo... o sexo irá resolver todos os meus problemas e, subitamente, vou ser um animal mais normal, sem os meus problemas de sarcasmo agudo ou arrogância precoce.
Gostei em particular de uma das mensagens, mas ficará alojada no meu email.
Yahh, que chovam patas de todas as formas e feitios, como se a quantidade do dilúvio pudesse ser compatível com a qualidade do produto...
Mas está certo, eu é que tenho graves problemas mentais, daqueles que fazem um gajo acreditar que uma banheira de champanhe com morangos a boiar rodeada de velinhas em bases de chocolate fazem mais sentido que uma queca descontrolada...
E depois há aquele gajo que sempre que entra numa sala diz em voz alta: "Eu sei que me conseguem ouvir!!"
Se estiver enganado, também nunca ninguém irá descobrir; caso contrário, os tipos que estiverem a fazer a escuta vão passar-se, lolol.
Este ano, optei por não enviar sms's de ano novo.
A crise assim o obriga. Creio que foi mais divertido.
Optei por enviar emails.
E, desta forma, acabei por prestar um serviço à comunidade! Não enviando sms's, também ninguém respondeu. Poupei eu e pouparam os meus amigos!
Sinto-me o melhor dos amigos... o 'amigo poupa dinheiro aos outros'. Lol.
Estou a terminar a noite a ver televisão (deve ser por não haver sexo...).
Não acham os anúncios altamente irritantes?
O tempo é patrocinado, as notícias são patrocinadas... meu Deus, até a programação do canal é patrocinada por alguém! Um dia destes até os compromissos comerciais são patrocinados por qualquer coisa!
"De seguida, um anúncio à manteiga Mimosa, oferecido por Becel!"
E já agora, por favor... malta da Fox, troquem de anúncio, POR FAVOR!!! ESTOU A ENLOUQUECER COM A MERDA DO ANÚNCIO DA NISSAN! ENTENDAM UMA COISA: CARROS A SALTAR E A DANÇAR, JÁ É UMA MERDA IRREAL, MAS PASSAREM SÓ ISSO CONTORNA OS LIMITES DA QUINTA DIMENSÃO!!!

02/01/2009

it just keeps rainin' (tears from my eyes)

Hoje, estava no carro sintonizado na rádio habitual, e alguém telefonou (para a rádio, não para mim) solicitando que passassem uma música que não ouvia há muito tempo.
De facto, pode dizer-se que é uma música mais ou menos 'do meu tempo'... e do tempo de muita gente. E, de facto, lembrei-me de ouvir isto, há alguns anos.
Estou a envelhecer a olhos vistos. Se me enfiassem num barril de casca de carvalho, ainda era capaz de valer qualquer coisinha num leilão, dentro de alguns anos.


frutas

Desde pequenos que nos dizem para lavarmos a fruta antes de a comermos, correcto?
Então, antes de comermos uma maçã, lavamos a casca. O mesmo acontece com as pêras, com as uvas, as cerejas... enfim, tudo o que possui casca comestível, lava-se. Faz sentido, porque a ideia é limpar toda e qualquer parte da fruta que tenha andado em contacto com pesticidas, insectos ou até mesmo com as mãos apalpadoras do pessoal na frutaria...
Até aqui tudo bem.
Por outro lado, não lavamos as bananas antes de as comermos... creio que nunca vi ninguém enfiar uma banana debaixo de água (em contrapartida já vi enfiarem-nas noutros sítios...) e comê-la de seguida. Isto porquê? Porque a casca das bananas não se come.
Então, se lavavamos a fruta cuja casca se come, e descascamos simplesmente a fruta cuja casca não se come... alguma mente iluminada é capaz de me explicar por que motivo há tanta gente que lava as laranjas, tangerinas e clementinas antes de as descascar?
Tipo, há alguma particularidade misteriosa que os citrinos possuam de forma a terem de ser lavados mesmo sem que comamos a respectiva casca? Há alguma diferença das caracteristicas físicas e metafísicas das cascas de laranjas comparativamente com a das bananas?
E, de facto, agora que penso nisso...
Quando compramos carne no talho, temos o hábito de a passar por água antes de a cozinharmos, para retirar a vulgarmente denominada nhanha... mas quando é carne picada, já não o fazemos, porque se atirássemos com ela para dentro de água ficaria desfeita. Pergunto... a carne não é a mesma? O que nos leva a pensar que a carne inteira está mais nhanhada que a picada? Ou melhor, o que nos levará a acreditar que ninguém irá reparar?
Ah, e as castanhas? Quando as cozemos ou assamos em casa, costumamos lavá-las primeiro. Mas no assador de castanhas montado na motinha de três rodas que passa na esquina da rua, já não nos preocupamos... definitivamente, aí, não são lavadas.
Lembro-me de ter lido um estudo, há uns anos, em que investigadores procuravam o local mais limpo de uma casa. Basicamente, o local mais higiénico, com menos germes em toda a casa.
Curiosamente, o local que os testes definiram como sendo o mais limpo (onde se poderia até tomar uma refeição) era mesmo o tampo da sanita. Aparentemente, numa grande percentagem dos lares, os habitantes vivem tão obcecados com a higiene da casa de banho, que lavam mais vezes o tampo das sanitas com lixívia que qualquer outra zona da casa.
Será que continuamos todos a viver na Fase Anal?

01/01/2009

um pulinho à lua

Há dois dias que isto não me sai da cabeça.


resoluções

Cá estou.
É engraçado ver como a malta anda tão animada com o novo ano.
Com uma vista priveligiada no terraço da casa de uns amigos, tive o prazer de contemplar a entrada no novo ano com a Ponte Vasco da Gama à esquerda e a Torre que tem o mesmo nome (curioso, não é?) à direita.
Acreditem... o fogo de artifício foi tão, mas tão deprimente (salvaram-se os clarões verdes... acho que é um sinal de que este ano é que o nosso Sporting chega lá) que a iluminação da ponte conseguia cativar mais o pessoal.
Finalmente, após a entrada oficial em 2009, alguém disse com a voz mais desanimada que já ouvi: "pronto, chegou..."; juro que essa pessoa não fui eu!!!
Em resposta a um email que enviei ontem à tarde e onde referia que 2009 será o Ano do Boi, um génio que muito considero respondeu-me que adorava boi, particularmente em bifes. Portanto, seria o Ano do Bife. Ainda dizem que o pessoal não tem sentido de humor...
Mas é um facto, 2009 é o ano chinês do Boi.
Não vou fazer nenhuma piada com vacas. Acho que já fiz muitas e seria demasiado fácil.
Dizem que o Boi se relaciona na perfeição com o capricórnio, o que é brutal, porque é o meu ascendente. Com tanto corno e marfim, deve ser este ano que vou chegar a 31 de Dezembro com a conta bancária inchada inchadinha. Ou não.
Ainda em relação a 2008, no último dia do ano, no Sweet Pingo, tive uma visão. Já repararam como a malta funciona nas filas para pagar as compras?
Tipo, levam a família toda atrás, e depois, vai o pai para a caixa 1, a mãe para a 2, a tia para a 3, os putos para as 4 e 5... cada um deles leva um pacote de arroz, e anda um elemento de reserva (normalmente a avó) com o carrinho das compras, à espera do ok de um deles.
Acho isto frustrante para o pessoal que, como eu, é obrigado a ir às compras 'all by myself'.
Por mim, levava uma caçadeira e resolvia-se o problema bem mais facilmente.
Pergunto-me se farão o mesmo nas portagens... atiram com o puto de seis anos a marcar lugar no portageiro 8 e com o avôzinho na cadeira de rodas na caixa rápida 2.
Este ano, gostaria de fazer algo menos previsível que no ano passado.
Só para variar, para ser diferente dos outros anos. E falo a sério, não me refiro à piada habitual de me enforcar na sexta no trabalho, para só darem comido a ser roído pelos bichinhos na segunda.
A sério. Agora sem javardices. Este ano, vou fazer algo diferente e imprevisível.
As resoluções deste ano, é que não irão haver resoluções.
Recuso-me a tentar prever o que quer que seja.
Assim, prometo simplesmente que, ao longo dos próximos 365 dias, farei algo imprevisível. Parece justo e lógico.

2009, capítulo I

São 4:20 da manhã.
Tive o privilégio de assistir ao fogo de artifício mais deprimente de sempre (Parque das Nações).

Eu prometo que mais logo desenvolvo melhor isto porque a esta hora estou bem é na caminha.
De qualquer forma, alguns detalhes muito sintéticos do início do ano.

1ª actividade do ano: aceder remotamente ao computador do trabalho para fazer uma merda que me esqueci;
1º e-mail do ano: do Senhor do Banco... "O SEU BANCO INFORMA O DEBITO DE UMA COBRANCA NO VALOR DE..." (cabrões... nem no Ano Novo...);
1º pensamento do ano: na realidade foi o segundo... "Foda-se" (a mulher a dias esteve cá hoje à tarde e acabo de reparar que me deixou uma merda castanha a escorrer na parede da sala...);

viva o ano novo...