30/09/2009

curtas II

A Nelly Furtado tem um novo álbum.
Agora canta em castelhano.
Vamos ver... depois do inglês e do espanhol, qualquer dia talvez seja capaz de começar a cantar em português...

curtas I

E à hora de almoço estava a ver na televisão da cantina qualquer coisa relacionada com os Jogos de Gestão... epah, Jogos de Gestão? Estes gajos passam o ano a brincar com a gestão das empresas e do país... ao menos uma vez não podiam fazer as coisas a sério?

29/09/2009

nem tudo é mau

O lado bom do Sócrates ter ganho novamente as eleições, é que muito provavelmente não teremos mais 4 anos disto... afinal, daqui até ao Dia do Juízo Final é só um pulinho. Considerando que isto vai tudo com os porcos a 12 de Dezembro de 2012, até consigo sorrir.
É na boa. Pela primeira vez, não me irritei a ver a figura do prime de sempre na televisão, não me deu para ter aqueles ataques de fúria em que só me apetece esfregar-lhe o focinho num cagalhão da Cindy e muito menos me chateei com os perdedores em felicidade na conversa do "estamos na merda, voltámos a perder, mas sempre subimos um ponto percentual..."
Que se foda o dinheiro do TGV, do aeroporto e tantos outros Euros que serão novamente afiambrados.
Aliás, em boa verdade, que se foda o Sócrates, vezes e vezes sem conta. Com um pouco de sorte, qualquer que seja a catástrofe que estará para acontecer em 2012, passar-lhe-á ao lado, não lhe desfazendo a nojice de imediato e prolongando-lhe o sofrimento...
Ao fim de contas, são todos gajos porreiros, pah! Em(pah)lados.
Tinha acabado de pagar o dízimo às Finanças quando fui ver o mail. Tipo, passaram-se 5 minutos. E quem me tinha enviado um mail, quem? Yah, o tipo que se farta de me escrever e mandar sms's... o Exmo. Sr. Dr. Engº. Director Geral das Contribuições e Impostos mandara-me um email para eu não me esquecer de pagar a bodega que tinha pago há cinco minutos atrás. Deve ser deformação profissional. Com um título daqueles eu também ficaria meio estúpido.
E por que raio é que é o Director Geral do blá blá blá coisa e tal a mandar os emails? Toda a gente sabe que é apenas uma caixa postal configurada pelos tipos da informática e acessível ao pessoal das cobranças... pensarão eles que dessa forma serão mais respeitados? Ah! Boa...
"E por favor, não responda a este email"; obviamente... é que eu até já estava de cascos no teclado a responder ao email apenas pelo prazer de chamar "grande cabrão" aquele... como se diz mesmo... ah, pois, "grande cabrão".
É preciso é paciência, calma e esperança. O fim deste mundo está a chegar, e não é um engenheiro de domingo que me vai tirar esse prazer. A propósito, gostaram do trocadilho do 'engenheiro de domingo'? Pois, também achei que era uma piada mais rebuscada, sem cair muito no facilitismo.
Há que manter um certo nível... outros chamar-lhe-iam "punheteiro de merda", eu fico-me pelo ódio pessoal.
Assim eventualmente nunca chegarei a primeiro-ministro.
Creio que perdi a minha oportunidade este ano. Segundo os especialistas, não passaremos de 2012, portanto...
Mas mesmo que isso fosse possível, tenho as minhas sérias dúvidas que um gajo que é um javardo completo, com toques de paranóia e que chama "cabrão filho da puta" a um letrado como o nosso prime conseguisse chegar a algum lado. Bem, o Alberto João anda lá perto. Haveria esperança, então.
Resta-me saber que o Magalhães é uma merda em formato de chip (o chamado "shit chip") e que o meu diploma veio cá para fora numa quinta. Ah, não tive Inglês Técnico, mas todos os exames que fiz ao sábado foram presenciais e a nota veio sempre durante a semana.
Logicamente que não tenho a classe do nosso prime, que sabe os truques todos, desde o abotoar dos botões do casaco até aos 2cm de camisa que aparecem estrategicamente por baixo das mangas do mesmo.
Depois o que é fixe é o poder das sondagens. Aquilo que se sonda é, invariavelmente, mais coisa menos coisa, o resultado final! Pergunto-me o porquê de ir votar... pela sensação de liberdade não-perdida? Francamente, pah, é perder o precioso tempo que nos resta até 2012 para nada. A sondagem faz isso por nós! Reparem, nunca vos aconteceu fazerem uma lista de compras, e depois irem às compras e não precisarem da dita lista porque estava tudo miraculosamente gravado na vossa cabeça? É o mesmo!
Ok, a malta está revoltada. Ao menos metiam outro galo (ou galinha) no poleiro. Isto das capoeiras tem muito que se lhe diga. Se por um lado quando é sempre o mesmo galo a ir às frangas, a gente já sabe com o que conta, por outro convém fazer a rotação ovípara de vez em quando.
Mas não vale a pena a gente enervar-se ou enlouquecer lentamente. O equinócio de setembro já passou; contamos mais três e estamos quase a atingir o nosso fim.
Já faltou mais, certo? E quem aguenta o Purgatório em singelos períodos de quatro anos a ser enrabado por demónios de fato, pode sempre levar com mais três aninhos em cima.
Agora, se o mundo não se acaba é que está tudo fodido...


26/09/2009

mundo patino

Que os patos são em si animais porcos, nojentos e sebosos, já a gente sabia.
O que ainda não tinha sido divulgado era o relatório da DECO acerca dos ditos animais...
"Todas as amostras de pato fresco chumbaram na conservação e higiene, algo inaceitável"
Amostras? A mim ninguém veio perguntar nada! Andaram a analisar-me as fezes sem eu saber? Que eu saiba não me andaram a meter nenhum dedo no rabinho para ver como andava o rabaçal.
"A correcta confecção do pato fresco é essencial para evitar problemas. O pato congelado revela-se mais fiável a este nível. A maioria das amostras de pato fresco continha E. coli [bactéria normalmente encontrada em fezes de gado, leite estragado e água impura], indicador de má higiene alimentar"
Ah, o pato congelado é melhor, é? O fresco não presta, é isso? O pato fresco e natural é um monte de merda com patas, é isso que a DECO pensa de mim???
E mal, também cheiramos mal? Na volta o banhinho diário não serve para nada e fedemos a coisa morta.
Por que motivo é que o bacano que escreveu esta merda não passa aqui em casa para levar uma coça?
«O mesmo sucedeu com a cor do fígado, onde um tom esverdeado denuncia já uma certa degradação da carne. Também descobrimos fígados com perda de integridade»; epa, mas que rabice... os patos têm o fígado verde, toda a gente sabe! Tem a ver com a cerveja, que azeda as bactérias e as deixa esverdeadas! É um controlo veterinário muito próprio que os patos têm. Digamos que a cerveja está para os patos como os antibióticos para os humanos.
A sério, se o cabrão que escreveu estes comentários altamente ofensivos para a classe patina se cruza à minha frente, vai descobrir o que é levar com uma E. coli no meio da tromba.

incomplete

25/09/2009

verídicas














Um gajo passou-me o mês todo a melgar porque queria um computador novo.
Queixou-se a mim, ao chefe, a Deus, a toda a gente.
Arranjou forma de meter o chefe, Deus e toda a gente a melgarem-me.
Ontem, finalmente, e após conseguir arranjar um terminal novo, fui montá-lo no seu gabinete.
Hoje, deixou recado a dizer que o computador não presta.
Achei estranho... é um terminal recente, e esta foi a sua primeira colocação ao serviço. Tipo... é novo!
Fui averiguar.
"Este computador não presta, porque tenho de me baixar muito para colocar um cd no leitor!"
O computador antigo tinha o leitor de cd no topo da torre; o computador novo vem com o leitor de cd's na vertical e no fundo da caixa.
"Puta que o pariu!", seria uma boa resposta?

24/09/2009

como as coisas funcionam

Sabem o que irrita?
Epa, ligarem-me para o Helpdesk e dizerem "ah, agora aguarde um bocadinho". Como se a vida de um técnico de informática fosse feita a coçar os tomates e, consequentemente, sem termos de estar com as linhas de suporte disponíveis.
Não me interpretem mal, adoro o que faço. Simplesmente, gostava de aplicar a Selecção Natural aos utilizadores. Tipo... ceifar uns quantos.
E depois teimam com o gajo que está a atender, como se a falta de luz por causa de um curto-circuito ou a merda de um buraco no chão fossem problemas informáticos. Tipo, o computador caiu por um buraco abaixo? O que tenho eu a ver com isso? Querem cabos mais longos para o ligarem lá em baixo, é isso?
Fico com alguma vontade de pegar nesse pessoal e esborrachar-lhes as trombas contra o dito buraco no chão vezes e vezes e vezes sem conta, espancá-los como se não houvesse amanhã e partir-lhes todos os ossos do corpo até que entendam que nem tudo o que tem fios é um computador e que não é grande ideia foderem a paciência ao técnico que atende a porra do telefone.
Entre nós, no nosso meio de linhas cruzadas e chamadas em grupo, acabamos por sorrir quando chamamos "grande punheteiro cabrão de merda" a um gajo mesmo antes de atendermos o telefone e largarmos um sorriso verbal no já habitual "informática, em que podemos ser úteis?".
Talvez seja uma atitude meio hipócrita mas, o facto, é que quando nos ligam, é suposto tratarmos o problema com alguma calma. Assim, mesmo que achemos que o gajo do outro lado da linha é um perfeito anormal que só tem merda naqueles cornos, convém que mantenhamos uma certa e determinada postura profissional enquanto tratamos do assunto com toda a calma. Claro que durante estes momentos de profissionalismo politicamente correcto, as veias da testa incham, os pulmões comprimem todo o peito, a pulsação cardíaca dispara e as veias das mãos latejam enquanto batemos no que temos mais à mão: o teclado. Na falta de algo melhor para partir, arrancamos teclas e esborrachamos botões do rato; mas na realidade, não será algo que não façamos em tantas outras situações.
Mas enerva. A falta de jeito ou o desconhecimento é uma coisa, consigo compreender e o pessoal está lá para isso; já a estupidez é brutalmente enervante. Por vezes fico com vontade de desligar o telefone, ir ao pé da pessoa e enfiar-lhe o focinho dentro do monitor até que entendam que o botão de desligar desliga mesmo o computador... não é defeito! É assim! Se carregam em encerrar, o computador encerra! Ah, e mais importante... aquele cabo que liga á electricidade e passa atrás daquela caixa com botões? Adivinhem... é para estar ligado! Não é boa ideia desligar aquele cabo da tomada para ligar a ventoinha! Epa, Foda-se!
"Ah, tenho um problema! Ajude-me, já!"
"Pois, bom dia... pode então especificar qual é o problema?"
"Especificar? Você não sabe? Vocês são todos iguais, não querem saber de nós, e blá blá blá, teca teca, etc e tal..."
A imagem que temos do informático é que deve ser uma besta cheia de estrume na cavidade craniana. E então, como a tecnologia é má e os gajos do suporte passam o dia de cú inchado a esfregar a tomatada, nem sequer lhes damos o benefício da dúvida e os deixamos ajudar. Não, é mais fácil desligarmos o telefone na tromba de quem está a ajudar.
Tenho uma ideia. Por que não pegar nessa malta toda, e dar-lhes umas injecçõezinhas de acetileno? Aquela merda rebenta com pequenas compressões, pelo que seria o ideal.
E depois ligam, ligam, ligam... "Sim, claro, mas terá de aguardar um pouco. Tenho a linha 1 ocupada com outra intervenção, assim que terminar dou-lhe o apoio que necessita". Então ligam vezes sem conta ocupando as linhas 3, 4, 5 e 6. Epa, caralho para eles!
"Ah, credo, vocês na informática estão sempre com essa cara..."
Eram 8.20 da manhã e já me perguntavam por que motivo os informáticos andam sempre de trombas.
Creio que não voltam a fazer a mesma pergunta.
Resposta politicamente correcta de um informático que ainda não picou o ponto: "Preferes ver um informático de trombas ou preferes que o informático pegue num banco e te desfaça à pancada?".

22/09/2009

ainda o Mafia Wars...

Ok, o meu boss acaba de me convidar para a Máfia dele no Mafia Wars.
É provocação, pah!
Mas aceitei. Não resisto à merda do jogo.

eyeBeam...

Algures no mundo, em cada empresa de montagem de computadores, há um gajo que é pago para colar aqueles autocolantes nas máquinas. Uns têm a marca da motherboard, outros a da placa gráfica, outros ainda o tipo de tecnologia utilizada...
Eu pessoalmente, acho que um computador não é computador até ter o respectivo (ou respectivos) autocolante(s) colado(s). Se fosse um computador sentir-me-ia nú... como se saísse à rua sem calças nem cuecas.
Faz parte da personalidade binária de cada computador, o ter ou não o raio do autocolante lá colado. Acho que um computador só se sente verdadeiramente máquina após ter a etiqueta lá metida.
Infelizmente, os gajos que colam as etiquetas devem ser todos estrábicos ou merda semelhante.
Já repararam que as etiquetas ficam sempre tortas? Eu sou um bocado esquisito com essas coisas. Depois dou-me ao trabalho de tentar descolar as etiquetas e voltar a colar. Infelizmente, e apesar de as conseguir colar novamente - agora direitas - as pontinhas por onde descolei nunca mais ficam as mesmas, todas enrugadas.
Epa, acho uma total falta de consideração fazerem isso aos autocolantes. E as etiquetas tortas deixam-me doido.
Na semana passada o meu pai esteve de férias.
No fim-de-semana anterior, fui ver a família biológica.
Nesse mesmo fim-de-semana, o meu pai disse-me que ia ligar durante a semana para ir ter comigo ao trabalho e almoçávamos juntos...
Passou-se a segunda, terça, quarta... ok, estamos novamente na terça.
Eu não sou um gajo que ligue a estas merdas da família biológica mas, por momentos, ocorreu-me que em toda a minha santa vidinha, o meu pai nunca tinha almoçado comigo.
Seria diferente - não especial - que o meu pai, por muito animal que tenha sido, por muito acabado que esteja, tivesse vindo almoçar comigo. Não é coisa que me deixe magoado por aí além. Não é das coisas que me fazem chorar no escuro e muito menos ficarei a pensar nisso. Simplesmente, durante a semana, fiquei estupidamente em suspensão, na ideia de que "é hoje que ele vai ligar".
Afinal, penso que vou continuar a ser um tipo que nunca almoçou sozinho com o pai.
Posso achar meio triste, mas não fico triste.
A desilusão é um dos sentimentos mais cretinos que podemos ter. A espera arruma-nos por dentro.
Ok, e é oficial. É do conhecimento geral e toda a santa alminha sabe que o Pato Marques é viciado num jogo do Facebook. Todos os dias, mesmo durante o horário de trabalho, o Pato Marques acede ao seu perfil humano no Facebook, entra no Mafia Wars e passa mais uns níveis... dois cliques e tal, e está feito.
Ontem à noite, andava a ver os amigos do Facebook e quem é que eu encontro, quem? O meu chefe!
Então, como bom funcionário que sou, decidi convidá-lo a juntar-se à minha rede.
Hoje de manhã, o gajo aceitou.
Passei o dia a deitar o olho ao Mafia Wars mas sem poder clicar em nada... se o fizesse, toda a malta seria notificada, incluindo o meu chefe. Seria chato mostrar que sou viciado num jogo online e que, para ainda mais, sou viciado mesmo durante as horas de trabalho.
Parte cretina da situação. Durante o dia, recebi notificações das vitórias do meu chefe no mesmo jogo. Parece que o rapaz também é viciado no mesmo.
Não é para quem quer... é para quem pode.

21/09/2009

17/09/2009

o lado iluminado das coisas

Acordo a meio da noite.
Tenho sede.
Apalpo as paredes ainda semi-obscurecidas pela habituação catastrófica dos meus pequenos olhos à luz do candeeiro ali da rua e, às cabeçadas, lá encontro a cozinha.
Tento não pisar a Cindy, a custo lá encontro o frigorífico e, maravilha das maravilhas, fez-se luz! A minúscula lâmpada amarela lá se acende, fruto de um interruptor de mola montado ao contrário, exactamente no momento em que a porta deixa de fazer pressão no sensor e o circuito volta a estar fechado, deixando passar a energia suficiente para se ver a garrafa de água no fundo da última prateleira.
Volto a fechar o frigorífico, tento não pisar a Cindy e, agora que tenho os olhos habituados à luz, a custo lá encontro o quarto e a cama, logo depois de mandar mais uma biqueirada na calha de chão por onde passam os cabos do computador.
E durmo mais umas horas.

*

Acordo a meio da noite.
Tenho sede. Mas não é aquela sede de quem quer beber alguma coisa para daí a umas horas estar a correr novamente para a sanita... é aquele apetecer de algo fresco e doce, pela garganta abaixo. Eventualmente, um geladinho cremoso... possivelmente de chocolate, com aqueles pedacinhos de chocolate. Ou então aquele de morango, com os pedacinhos (imagine-se) de chocolate... hum, parece-me óptimo.
Apalpo as paredes ainda semi-obscurecidas pela habituação catastrófica dos meus pequenos olhos à luz do candeeiro ali da rua e, às cabeçadas, lá encontro a cozinha.
Tento não pisar a Cindy, a custo lá encontro o frigorífico e abro o congelador.
O saco das ervilhas sai disparado porque tinha sido arrumado à pressão no compartimento compacto e voa directo aos cornos da Cindy, que se levanta em sobressalto e se atira às minhas pernas, arranhando-as como se não houvesse amanhã. Tropeço, e tento agarrar-me a alguma coisa. Dá asneira. Na pressa da queda, não encontro nada no escuro onde me possa segurar e dou um valente bate-cú no chão da cozinha, trazendo as batatas pré-fritas (e ultracongeladas) atrás. Como as leis da física são uma merda, com tanto movimento soltam-se também os cubos de gelo que caem sequencialmente em cima dos meus tomates (que entretanto já latejavam da queda). Ainda sem ver nada, levanto-me e dou uma valente marrada na porta do congelador. Ocorre-me colocar gelo, mas com as ervilhas e as batatas ainda no chão, e os cubos de gelo meio-derretidos nos calções, sobra o outro saquinho com o milho, que vou pressionando até conseguir encontrar o gelado.
Com mais meia-hora para limpar a cozinha, rendo-me finalmente ao interruptor da luz.
Volto a fechar o frigorífico, tento não pisar a Cindy, e agora que tenho os olhos habituados à luz, a custo lá encontro o quarto e a cama, logo depois de mandar mais uma biqueirada na calha de chão, por onde passam os cabos do computador.
Estou gelado. Perdi o sono. Não consegui saborear o gelado e agora com tanto movimento, o meu recto já só pede o aconchego, também gelado, da borda da sanita.

*

Isto tudo tem um sentido.
O sentido que há grandes cabrões que fazem frigoríficos, metem uma luz no dito cujo, mas não arranjam forma de iluminar o congelador.
E à conta dessas valentes bestas, estou na cama, de cú gelado e dorido, tomates molhados e um galo nos cornos.

chouriças!

Chouriças! Chouriças! Trouxeram-me Chouriiiiiiças!!!!!! :D

momento do dia

A bordo do 26, a camisola do gajo à minha frente:

"Eu não sou preconceituoso; eu odeio toda a gente!"

Achei que seria digno de registo.

16/09/2009

um amor, um lugar

a morte do cisne

Bom, para quem não sabe, já temos data marcada para o fim do mundo.
Isto é um bocado estúpido. Todos os anos temos de levar com a data previamente definida para o arranque da época de incêndios; todos os anos, temos por garantida a celebração do nascimento de Jesus Cristo a 25 de Dezembro (embora digam por aí que afinal nasceu noutra altura do ano); todos os anos, sabemos que em determinado dia com uma recorrência anual, temos de celebrar mais um ano que passa após o nosso nascimento... enfim, uma série de datas a recordar.
E depois vamos fazendo planos. Escrevemos o tal livro, plantamos a dita árvore e temos um filho. Eram os três pilares básicos da existência, não eram?
Isto já para não falar no trabalho. Apressam-nos as merdas para ontem porque afinal um detalhe insignificante ganhou uma importância medonhamente grande que tornou toda a problemática daí derivada a modos que urgente... E um gajo estica-se como pode para garantir que o tempo não importa e que é contado em sub-terços de quarto de hora.
Ahhhh, é verdade! E compra-se o carro, e finalmente compra-se a casa e faz-se o que se pode para garantir o emprego que vai fornecer subsistência para os dois pontos anteriores...
E no final, quando pensamos que afinal o plano resulta, pumba, temos data prevista para o final do mundo.
Ao que parece, o mundo vai acabar no dia 21 de Dezembro de 2012. O que é chato.
Em primeiro lugar... devo ou não comprar prendas de Natal em 2012? É que se o mundo acaba a 21 de Dezembro e gasto dinheiro, acaba por ser um desperdício... e logo com tanta gente a morrer pelo mundo fora... Mas se o mundo não acaba, é uma grande merda, porque perdemos as Liquidações Totais por motivo, não de Obras, mas da Aniquilação Total da Humanidade. Agurado ansiosamente por tal cartaz na montra da Worten.
Mas enfim, afinal o mundo não acabava em 2000?
Pois, parece que não. Afinal, a Civilização Maia (não a das mamas de plástico, refiro-me aos da América) tinha um calendário mais preciso e consistente que o nosso. Daí que tenham previsto grandes acontecimentos da humanidade, inclusivamente, a chegada do homem branco à América. Só acho curioso que não tenham previsto a própria extinção aquando da chegada do tal homem branco, mas isso já são detalhes.
Então, nessa data, a Terra estará alinhada com o Sol e com o centro da Via Láctea (que como bem se sabe, é de onde vem o leite que bebemos, fruto das vacas cósmicas que têm satélites no lugar de tetas); o alinhamento levará a uma mudança brusca do campo magnético terrestre, situação que entre outros acontecimentos desagradáveis (como a Extinção Total e Completa da Nossa Existência) irá dar cabo das linhas de telemóveis, rebentar servidores como se não houvesse amanhã (é verdade... não há mesmo, lol) e parar os serviços de suporte técnico. Suponho que seja um final de tarde divertido no trabalho. Nada como dar o peido mestre a olhar para um monitor.
Acho que não é nada positivo ter data marcada para morrer. Ainda para mais quando não posso concretizar o meu desejo de morrer em grande estilo, num grande acontecimento, a solo. Se duro até 2012 e sou obrigado a levar com a aniquilação total, sou mais um entre a manada na vala comum. No dia seguinte chega a invasão extraterrestre para tomar conta disto e nem sequer podem ir buscar o meu ADN porque se encontra totalmente misturado com o cú do meu vizinho.
De qualquer forma vou meter um reminder no telemóvel. O dia do Juízo Final prevê-se curto, e como juízo já eu não tenho, tenciono acordar cedinho para não me esquecer de fazer nada.
O bestialmente irritante nesta cena toda é que as previsões podem até nem bater certo porque temos uma perspectiva egocêntrica relativamente à qual fazemos medições de tempo ao nível da Terra. O globo gira e pronto. Só que aparentemente, a Terra gira à volta do Sol que, por sua vez, gira em volta da galáxia que, por sua vez, gira em torno de outras galáxias, expandindo o nosso conceito de tempo e de espaço. Mas como usamos apenas uma visão temporal do primeiro nível, o tempo que é medido nunca é o verdadeiro, o universal, mas sim o terrestre. Assim, as previsões de tempo que são incluídas nas nossas equações probabilísticas de tentativa de nos igualarmos a um oráculo grego, dão sempre merda, variando a existência ou não de ocorrência e, em caso afirmativo, de quando esta última se processará.
Por hipótese, podemos já estar todos mortos e nem sequer o sabermos. Isso talvez explicasse o cheiro a coisa podre que emana das casas de banho lá do trabalho. O próprio rabo não aguentaria, se tivesse nariz.

13/09/2009

breathe (2 AM)

vidas para a música

E no outro dia estava eu já deitado a ruminar a minha nocturnidade quando, eis quando senão, uma batida bem forte vinda da rua.
Tipo, tentem visualizar isto... Fiat Punto amarelo, todo iluminado no seu interior, jantes maiores que o próprio carro, colunas a ocupar todo o assento traseiro e o gajo dentro do carro a ouvir em alto som como se não houvesse amanhã... Daniel Bedingfield!
E ali esteve o jovem, a serenatar ou a curtir a mágoa ou alegria, fazendo não se sabe bem o quê na esquina.
Achei o espectáculo minimamente curioso.. mas como a banda sonora também não me estava a chatear por aí além, foi deixá-lo estar.
O mesmo já não se poderá dizer do meu vizinho da frente que, em alto e bom som, já perto da uma da manhã, mete a cabecinha de fora da janela e grita qualquer coisa como:
"Oh seu cabrão filho de uma grande puta, vê se páras com essa merda antes que seja eu o tal que vai aí abaixo rachar-te o caralho dos cornos à paulada"
Se por um lado achei simplesmente admirável a forma delicada como o gajo conseguiu utilizar quase todos os insultos disponíveis para a ocasião - ok, faltou o 'foda-se' pelo meio... mas aí faltava eu no meu humor matinal - por outro achei delicioso o detalhe do "antes que seja eu o tal que vai aí"... é que entretanto estava o Punto de Bergerac a tocar o "If you're not the one"... Com toda a certeza, o momento para tal saída foi o ideal, tendo-me mesmo ocorrido ir à janela gritar ao bacano que era o maior.
Penso que a saída não tenha sido intencional mas, em todo o caso, é sempre agradável e positivo ter laçadas deste género. Daquelas coisas que não acontecem todos os dias. Engloba-se no ter uma namorada chamada "Delilah" e começar a tocar o "Hey there Delilah", ou ver uma Jude no lado de lá da rua enquanto se ouve o "Hey Jude", ou então mesmo aquela viagem de táxi em que começa a passar o "Drive" na rádio. Aquele passeio solitário a meia-luz debaixo de uma ponte ao som do "Sound of Silence" ou, em última análise, o "All I want for Christmas" a passar no rádio do autocarro naquela viagem para o trabalho no primeiro dia da época natalícia.
De qualquer forma o "antes que seja eu o tal que vai aí abaixo rachar-te o caralho dos cornos à paulada" estrategicamente 'tocado' aquando do "if you're not the one..." foi, única e simplesmente poético. Teve aquele toque pessoano e camoniano ao mesmo tempo que quase se podia beber um Porto ao som daquela merda.
E a acústica da minha rua à uma da manhã tem aquela particularidade de dar azo aos pequenos sons mudos que ecoam na escuridão... é que foi mesmo naquele intervalo entre a passagem da Carreira da Madrugada à 01.00 e o carro do lixo à 01.30.
Penso que toda a gente deveria ter a oportunidade de poder ouvir Daniel Bedingfield numa rua que não a sua, de madrugada, só pelo prazer da ofensa que ecoaria oriunda de um qualquer sub-andar de um prédio escondido.
Mas com o 'foda-se'; esse vale ouro.

H1N1

Nos meus devaneios por sites de informática, encontrei este pequeno arroto poético de mais um tarado que por aí anda.

Hacking Swine Flu

So how many bits are in this instance of H1N1? The raw number of bits, by my count, is 26,022; the actual number of coding bits approximately 25,054 -- I say approximately because the virus does the equivalent of self-modifying code to create two proteins out of a single gene in some places (pretty interesting stuff actually), so it’s hard to say what counts as code and what counts as incidental non-executing NOP sleds that are required for self-modifying code.
So it takes about 25 kilobits -- 3.2 kbytes -- of data to code for a virus that has a non-trivial chance of killing a human. This is more efficient than a computer virus, such as MyDoom, which rings in at around 22 kbytes.

It’s humbling that I could be killed by 3.2 kbytes of genetic data. Then again, with 850 Mbytes of data in my genome, there’s bound to be an exploit or two.


Bruce Schneier
http://www.schneier.com/blog/archives/2009/09/hacking_swine_f.html


A sério, pessoal. De dia para dia, sinto-me cada vez mais normal, a caquinha que faço parece-me pequenas obras de poesia na forma adubada - como é lógico - e os meus delírios, maçãs maduras no auge da Primavera. Eu tento mesmo ser passado dos cornos... eventualmente uma reacção psicológica de forma a tentar ser mais especial e diferente da manada... mas estes gajos humilham-me. Batem-me aos pontos.
Quanto ao Bruce, olha... só tenho uma palavra para ti: santinho!

11/09/2009

ayo

menos uma

Sexta-feira. Menos uma semana na imensidão da minha vida.
Resumo...
Viciei-me a ver uma merda na televisão.
Um gajo qualquer numa outra tanta diarreia mental, inventou um canal para entreter putos (Baby First? Será isso?). Então vão passando pastorinhos, ovelhinhas, imagens rolantes qual caleidoscópio, isto tudo acompanhado por uma musiquinha de carrinha de gelados.
O que é impressionante é que aquilo agarra mesmo um gajo à televisão! Fiquei de olhinhos vidrados a curtir os pedacinhos de geleia vermelha que passeavam lado-a-lado com os cavalos marinhos.
E o carrocel? Cena brutal!!! Os cavalinhos vão desaparecendo e sendo substituídos por galos. Eu pessoalmente acho que a cereja no topo do bolo era mesmo os galos puxarem a penugem para cima, meterem um ovo e dançarem o can can. Galos travestis, possivelmente. Mas seria giro.
A felicidade tem detalhes interessantes.
Comecei o mês a assinar a tão esperada escritura do meu ninho. Sim, o ninho agora é Meo. Ou pelo menos, a hipoteca...
Sou assim o feliz proprietário de uma casa que partilho com a Cindy. Consegui, com a ajuda de muitos e bons amigos, mas não pretendo falar muito na nova aquisição.
Acabo assim a semana com um bloqueio dentro de um elevador. Yah, é divertido ficar dentro de um elevador no trabalho, de porta meio-aberta, com o telefone na mão, enquanto as pessoas gritam comigo porque não lhes dou assistência com a desculpa de que estou 'preso no elevador'... a confiança e a compreensão são tudo...
Durante a minha privação de liberdade, tive algum tempo para dar uma vista de olhos nas letras que por lá habitam. Tipo... por que raio chamam 'ascensor' a um elevador? Se ele só ascendesse, eu compreenderia, mas na verdade ele também descende. Nessa perspectiva, poderiam arranjar um elevador que só descesse, chamado descensor. Contudo, seria um problema, porque depois da primeira descida ele nunca poderia voltar a funcionar. Para que isso acontecesse ele teria de voltar a subir para mais tarde efectuar a sua 'descensão' e, logicamente, passaria também a ser um ascensor.
Faço então um apelo aos senhores da Otis, da Schneider e afins... Por favor, parem de escrever 'ascensor' em lugar de 'elevador'; é uma forma simpática de evitar que as pessoas enlouqueçam a pensar em sinónimos e a desenvolverem teorias medonhas enquanto estão presas num monta-cargas.
"A informática não é uma profissão de risco". Ok, digam isso aos gajos que hoje quase me queriam expulsar de um edifício porque fui lá montar um computador. É curioso que me quisessem partir os cornos num local onde se trata precisamente dessas maleitas... será isto a cortesia profissional?
Eu bem achei estranho a ordem de serviço que me enviaram onde se lia "leva o segurança daqui contigo". Achei que era piada e não o levei. É com os erros que se aprende.
Li no outro dia um artigo interessante.
Já toparam o novo catálogo do Ikea?
A sério, levantem o rabinho da cadeira, e vão buscar o catálogo deste ano e o do ano anterior.
Nada de diferente??
Yap, as letras. Ao que parece, de forma a uniformizar as plataformas, a Ikea decidiu alterar o estilo do seu lettering proprietário por Verdana.
Ok, nota-se uma leve diferença.
O que tem alguma piada nisto, é que de imediato se criaram blogs, e acessos no twitter a reivindicar o lettering antigo... a sério, há uma petição a circular na net com assinaturas para se adoptar novamente o estilo de letra entretanto substituído.
Neste exacto momento, milhões de pessoas subnutridas ou já morreram ou preparam-se para isso ao relento; milhões de crianças estão a ser maltratadas, abusadas ou em situações muito mais graves; neste preciso minuto estão a dizimar em mais uns pontos percentuais assustadoramente elevados os pulmões do nosso planeta, empurrando-nos para uma morte lenta e agonizante, na qual se antevê que estejamos a secar ao sol, desidratados como bacalhaus.
Mas também neste exacto momento, há uma boa variedade de animais, que está a assinar a merda de uma petição para se alterar o lettering de um catálogo.
Sou só eu que acho isto incrivelmente estúpido?
Na África do Sul, uma empresa de sistemas de informação, para provar a lentidão do acesso à internet no seu país, efectuou um teste: uma corrida entre um pombo-correio que transportava uma pen usb com dados e a mesma distância percorrida virtualmente com um simples download.
Pois é... ganhou o pombo.
Em todo o caso, acho que o teste não foi exactamente justo. Tipo, os pombos são os viciados em speeds do mundo das aves. Era o mesmo que me meterem a fazer qualquer coisa do meu domínio de conhecimento depois de beber um balde de café. Já toparam bem os olhinhos dos pombos? Esbugalhados, até parece que andam o dia todo com um braço enfiado no rabo como os Marretas! E depois olham para todos os lados, movendo a cabecinha rapidamente como se estivessem a ser perseguidos por um gavião imaginário ou uma merda parecida...
Para o teste ser efectivamente justo, o download só deveria ser feito depois do Pombo em questão tomar uma boa dose de Xanax. De qualquer forma, continuaria a achar que o pombo ganhava; a questão é que a derrota dos sistemas de informação sul-africanos sempre seria menos humilhante. É que a viagem do pombo e a cópia dos dados da pen demorou qualquer coisa como 2 horas... e nesse mesmo período de tempo, o download que tentaram fazer atingiu os 4% de conclusão...

Despeço-me deste post com uma mensagem fabulosa que me apareceu hoje no ecrãzinho de uma impressora:

"O modo inactivo encontra-se agora... activo"

desafios

Ora então, um desafio para os meus leitores.
Como imagino que o habitual será ter centenas de leituras atentas e dezenas de comentários, fazemos assim: quem se der ao trabalho de responder a isto, ganha um prémio...

Uma máquina de bebidas tem três botões.
Um botão para a Coca-Cola, um botão para a Sprite e um terceiro botão para os consumidores indecisos que devolve aleatoriamente uma das duas bebidas disponíveis.
Cada opção custa algo simbólico, como uma moeda.
Durante uma noite, alguns (não resisto a manter a versão original...) "evil cola hating people" alteraram as etiquetas, de forma a que nenhum botão corresponde à sua posição original.
A questão que se coloca é a seguinte: quantas moedas teremos de gastar até conseguirmos repor as etiquetas na forma original (sem abrir a máquina, obviamente)?

Espero que percam o sono.
Cumprimentos Patinos.

06/09/2009

beijo

Beijo na face
Pede-se e dá-se:
Dá?
Que custa um beijo?
Não tenha pejo:
Vá!

Um beijo é culpa,
Que se desculpa:
Dá?
A borboleta
Beija a violeta:
Vá!

Um beijo é graça,
Que a mais não passa:
Dá?
Teme que a tente?
É inocente...
Vá!

Guardo segredo,
Não tenha medo...
Vê?
Dê-me um beijinho,
Dê de mansinho,
Dê!

João de Deus

02/09/2009

unbelievable

E afinal, chama-se mesmo "unbelievable"...


heloo

E já alguns dias que não bacorava por aqui.
Estou vivo, antes de mais, que estas cenas do Sexto Sentido comigo não resultam e creio que a malta ainda me vê.
Basicamente, quando perdemos alguma coisa, a ideia essencial tende a ser procurar, certo?
Começamos por procurar nos locais mais óbvios, como o tampo da mesa ou junto à torneira do lavatório e, à medida que nos apercebemos que não iremos conseguir encontrar, passamos para os locais mais idiotas que nos vão ocorrendo, como o interior do congelador ou aquele espacinho entre a sola dos ténis e a palmilha anti-transpirante.
O facto é que por muito que procuremos, o último local em que procuramos é sempre aquele em que achamos. Não porque seja o último local efectivo a procurar, não é isso, é apenas porque depois de encontrarmos, aquele foi o último local a ser revisto, até à data. Não sei se estou a ser claro.
O que quero dizer, é que o último local em que procurámos, pode até ter sido o primeiro local das buscas. Simplesmente, após termos encontrado o que pretendíamos, descobrimos que se tratou do último local onde se procurou.
A teoria não é minha. Em todo o caso, acho-a soberba.
Li uma vez um artigo em que defendiam a tese de que a partir dos 25 os neurónios perdiam a capacidade de se regenerar. Isto parece-me algo idiota, mas considerando que as minhas faculdades mentais apenas me permitem compreender estados binários, prefiro acreditar numa idiotice que duvidar e colocar em causa todas as minhas bases existenciais.
Assim, faz todo o sentido que para mim, todos os locais sejam o último local onde procurei alguma coisa. A minha memória está em fanicos e todos os dias me tento lembrar do sítio onde o carro está estacionado. A sério que já pensei em dar-lhe as chaves para o escape e deixá-lo andar por aí. Com uma condição: tem de ligar ao dono a dizer onde anda.
E já toparam que o Glorioso deu uma goleada a um dos clubes que ainda luta por se manter na 1ª divisão? Eu não queria ser mauzinho, mas tipo... ontem fui ao parque infantil jogar à bola e também ganhei a 5 putos que andavam por lá :P
Hoje mandaram-me a um hotel que fica em frente ao meu local de trabalho. Ok, até aí tudo bem.
Só gostava de perceber por que raio assim que me aproximei da recepção fui brindado com um "Heloooooo". A ver... sou tuga, tá bem? Já nem falo do facto de o Hello ser incrivelmente idiota para uma gaja que nunca me viu mais gordo, mas o nem sequer ter esperado que falasse para perceber de onde era é que passa a fronteira do estupidamente medonho. Aliás, sou um gajo moreno, baixo e com nariz beirão: é assim tão complicado perceber que sou de cá!?????
As lições que se tiram são sempre positivas, mesmo quando não servem de absolutamente nada.
No outro dia, um fornecedor visitou-me no trabalho... um gajo alemão, tipicamente íntegro e adiposamente germânico, qual salsicha recheada de lombo. Como tinha o carro no parcómetro, pediu-me uma moeda emprestada.
"Você serrrrrr muito simpática!" - rosnou.
Depois arrebitou o cú de volta para a terra dele e não me devolveu o euro. Porco.
Hoje recebi outra visita. Desta feita de um espanhol.
Curiosamente veio com a mesma conversa. Achei impressionante como ainda antes de acabar já tinha encontrado uma moeda no fundo do casaco. Suponho que não tenha nada a ver com o alicate de corte afiadinho e gigantesco com que entretanto me meti a brincar. Ou então foi o ar lunático.
Acho que os tipos que me telefonam para o suporte técnico não passam de abutres.
No deserto, quando se antevê que alguém vai cair morto no chão a secar, aparecem logo os necrófagos no céu a rondar... no helpdesk é a mesma merda. É só o meu colega ir de férias que começam a telefonar e a mandar emails como se não houvesse amanhã.
Nova abordagem: se não respondo a um mail, ou se não atendo o telefone (PORQUE ESTOU A DAR SUPORTE A OUTRO GAJO QUALQUER) fazem filinha à porta da informática para me irem buscar. A sério, dispenso o Prémio, mandem uma shotgun carregada de sal para o departamento. Por favor. vá lá!
Os pormenores incrivelmente estúpidos: um gajo esteve 12 horas sem rede porque achou que antes de reiniciar o computador, devia telefonar... e ficou chocado quando, após 12 horas, o mandei fazer exactamente isso. É básico, faz parte da triagem básica de qualquer helpdesk! Antes de ligarem, reiniciem!
Helpdesk informático: saia e volte a entrar
Helpdesk da Opel: desligue o motor e volte a ligar (a sério, aconteceu...)
Helpdesk da Seguradora: epaaaa, desligue qualquer coisa! O carro, a estrada, o gajo que está a discutir consigo, mas desligue!
A sério, sério! Até o arrozinho e o bifinho ficam melhores se a meio da cozedura, fritura, o que for, desligarem o fogão e voltarem a acender o lume!
E depois mandam piadas idiotas relacionadas com a nossa profissão: "Olha, o sai-e-volta-a-entrar"
A ver... eu nunca chamei a um técnico de radiologia "quieto-não-respira-pode-respirar" e os gajos passam o dia a dizer essa merda!
Uma shotgun carregada de sal, sim. Era o ideal.