28/06/2007

1 9 8 4

Boas, vinha apenas dar a benção aos meus leitores.
Apesar de tudo, hoje até é um dia interessante.
O 1984 de lá de cima do título não tem nada a ver com o romance, mas sim com ano em si...
Fui à wikipedia e verifiquei os acontecimentos mais importantes de Junho de 1984:
  • 5 de Junho: O governo indiano lança a operação 'Blue Star', o ataque ao templo dourado em Amritsar;
  • 6 de Junho: As tropas indianas invadem o templo dourado - 300 baixas;
  • 8 de Junho: Um tornado de grau 5 destrói a cidade de Barneveld, no Wisconsin, EUA, matando 9 pessoas, ferindo 200 e causando milhares de dólares de prejuízo;
  • 20 de Junho: Os ingleses alteram um sistema de ensino antigo substituindo os exames O-Level e CSE por um único, o GCSE;
  • 22 de Junho: O nome da cidade turca Urfa é oficialmente alterado para Şanlıurfa;
  • 22 de Junho: Viagem inaugural da Virgin Atlantic Airways;
  • 27 de Junho: A França vence a Espanha por 2-0, ganhando assim o Euro-84;
  • 28 de Junho, 21H50m: Nasce um pato perturbado mentalmente, que acaba por se tornar um informático completamente passado e solteiro, vindo anos mais tarde a publicar um blog de patos na web;
  • 30 de Junho: John Napier Turner torna-se o 17º Primeiro-Ministro canadiano.

Cumprimentos Patinos! ;)

22/06/2007

Como as coisas são...

Vi um filme.
Bom, de facto, até aqui não há nada de especial neste conteúdo.
Devo até mesmo dizer que não consigo encontrar nenhum tom metafórico envolto na bruma (bonito...).
É daquelas cenas... até estou a falar a sério.
Enfim, devo dizer que eu falo sempre muito a sério. Simplesmente as coisas que digo e a forma como as digo, levam a que muitas vezes pensem que estou a gozar. Note-se que não é um gozar assente num sotaque brasileiro. É um gozar de piada, mesmo. Daquele gozo que rapidamente se transforma em javardice e que só avacalha tudo ao seu redor.
Mas voltando ao cerne da questão.
Vi um filme.
Vi um filme que me foi recomendado por um amigo. Um gajo Zen.
Bem, esses detalhes também não interessam.
Falemos do filme.
O filme chama-se 'O Segredo'. No fundo é mais um estilo de documentário. Daqueles documentários semi-americanos que puxam um bocado para o facilitismo. Realmente, após ver um bacano vestido de roxo, afirmando-se um 'Visionário' e doutorado, era de esperar que a minha língua patina começasse a puxar para a asneira. De facto, consigo até criar muito rapidamente uma ou duas piadas com o assunto. Mas vou manter a minha postura de novo Pato que, qual fénix, renasceu para uma nova vida de Pato.
O filme não é mais do que um documentário de auto-ajuda para aquela malta que leva uma vidinha preocupada, sempre com os cornos virados para baixo, lamentando-se de tudo e de todos e pensando que cada dia irá mesmo ser o último. Não sei o que levou o rapaz a recomendar-me o filme...
Comecei por torcer o nariz.
Estas cenas pseudo-pedagógicas de auto-ajuda nunca foram altamente recomendadas para a minha cabeça de Pato. Normalmente dão-me náuseas e provocam-me fluidez rectal.
Começei então a ver o filme, com a mente semi-aberta. Um bocado naquela onda de bacano enfiado na Caverna de Platão, mas já com alguma vontade de sair. E vai metendo a cabeça de fora e espreita, receoso.
Mas aconteceu então uma coisa surpreendente. Consegui entender o ponto de vista dos gajos do filme.
Esta merda é assustadora porque não sou um Pato muito virado para as cenas Zen... mas posso dizer que a vidinha tem melhorado, razoavelmente, à medida que vou tentando seguir o que os gajos do filme me tentaram passar.
Estupidamente, há uma lógica adjacente que faz todo o sentido. Tudo o que nos acontece de mau, é fruto das ondas negativas que nós atraímos com o nosso pessimismo. No fundo, trata-se tudo de equilibrio. Se pensarmos em coisas boas, atraímos coisas boas; se pensarmos em coisas más, atraímos coisas más. O problema é que, ao acontecerem-nos coisas más, tendemos a pensar ainda mais negativamente, o que gerará um ciclo vicioso de ondas negativas e nos leva para situações ainda piores. Assim, tentei, timidamente, começar a pensar em cenas mais agradáveis. E em apenas um fim-de-semana de 'cura' (a adicionar às três semanas de jejum de asneirada) devo dizer que as boas notícias vão chegando. Pingando, mas vão chegando.
Estou a começar a adoptar esta lógica em full-time.
Já não me queixo tanto.
Embora ainda tenda a engolir alguns problemas, que me deixam um bocado para o calado durante todo o dia, ao menos não me queixo. E tenho notado efectivas melhorias.
Penso que o passo seguinte deverá ser deixar a atitude deprimente que normalmente coloco à volta da minha pessoa.
Afinal, não é o andar calado e a matraquear sempre a mesma tecla nos meus cornos que vão fazer a minha vida mudar. As pessoas não renascem por eu andar cabisbaixo. Não encontro o que perdi por andar calado. Não me tornarei um tipo altamente interessante para o sexo oposto por andar a queixar-me. Um Pato é o que é e deve parar de chorar o passado; pelo contrário, o que é preciso é tentar levantar voo o quanto antes, olhando do alto para o futuro.
Estou assustado.
Espero não estar a ser também excessivamente optimista.
O espírito é um gajo manter-se saudavelmente equilibrado.
Façamos então por isso.

Cumprimentos patinos!

20/06/2007

FDPs!!!

Relativamente aos porcos capitalistas do YouTube, que andam a desvirtuar todo o conceito da Internet, 'limpando' os vídeos que inicialmente disponibilizaram em nome dos direitos de autor - ou deverei dizer, em nome dos contratos que assinaram com as grandes produtoras para publicitarem os seus novos lançamentos? - só tenho uma palavra a dizer: FDP!!!

19/06/2007

Como gerir a raiva

Mandaram-me esta história há pouco.
Estava mesmo para me ir deitar (sim, porque os Patos vão ronhar cedo...) quando li isto e não resisti a publicar.
Devo dizer que comigo não resulta. Prefiro marrar com os cornos num sítio qualquer até os rachar... mas pode ser que dê jeito a alguém... Pato Marques ao serviço da comunidade!

Por vezes, quando se tem um mau dia e precisamos de o descarregar em alguém, não o faça em alguém seu conhecido. Descarregue em alguém que NÃO conheça.
Estava sentado à minha secretária, quando me lembrei de um telefonema que tinha de fazer. Encontrei o número e marquei-o. Respondeu um homem que disse: "Está?"
Educadamente respondi-lhe: "Estou! Sou o Luís Alves. Posso falar com a Sra. Ana Marques, por favor?"
Ficou com uma voz transtornada e gritou-me aos ouvidos: "Vê lá se arranjas a merda do número certo, ó filho da puta!" e desligou o telefone.
Nem queria acreditar que alguém pudesse ser tão mal educado por causa de uma coisa destas. Quando consegui ligar à Ana, reparei que tinha acidentalmente transposto os dois últimos dígitos.
Decidi voltar a ligar para o número "errado" e, quando o mesmo tipo atendeu, gritei-lhe: "És um grande paneleiro!" e desliguei. Escrevi o número dele juntamente com a palavra "paneleiro" e guardei-o.
De vez em quando, sempre que tinha umas contas chatas para pagar ou um dia mesmo mau, telefonava-lhe e gritava-lhe: "És um paneleiro!" Isso animava-me.

Quando surgiu a identificação de chamadas, pensei que o meu terapêutico telefonema do "paneleiro" iria acabar. Por isso, liguei-lhe e disse: "Boa tarde. Daqui fala da PT. Estamos a ligar-lhe para saber se conhece o nosso serviço de identificação de chamadas!"
Ele disse "NÃO!" e bateu o telefone. De seguida liguei-lhe, e disse: "É porque és um grande paneleiro!"
Uma vez, estava no parque do Centro Comercial e, quando me preparava para estacionar num lugar livre, um tipo num BMW cortou-me o caminho e estacionou no lugar que eu tinha estado à espera que vagasse. Buzinei-lhe e disse-lhe que estava ali primeiro à espera daquele lugar, mas ele ignorou-me.
Reparei que tinha um letreiro "Vende-se" no vidro de trás do carro, e tomei nota do número de telefone que lá estava.
Uns dias mais tarde, depois de ligar ao primeiro paneleiro, pensei que era melhor telefonar também para o paneleiro do BMW. Perguntei-lhe: "É o senhor que tem um BMW preto à venda?"
"Sim", disse ele.
"E onde é que o posso ver?", perguntei.
"Pode vir vê-lo a minha casa, aqui na Rua da Descobertas, Nº 36. É uma casa amarela e o carro está estacionado mesmo à frente."
"E o senhor chama-se?." perguntei.
"O meu nome é Alberto Palma", disse ele.
"E a que horas está disponível para mostrar o carro?"
"Estou em casa todos os dias depois das cinco."
"Ouça, Alberto, posso dizer-lhe uma coisa?"
"Diga!"
"És um grande paneleiro!", e desliguei o telefone. Agora, sempre que tinha um problema, tinha dois "paneleiros" a quem telefonar.
Tive, então, uma ideia. Telefonei ao paneleiro Nº 1.
"Está?"
"És um paneleiro!" (mas não desliguei)
"Ainda estás aí?" ele perguntou.
"Sim", disse-lhe.
"Deixa de me telefonar!" gritou.
"Impede-me", disse eu.
"Quem és tu?" perguntou.
"Chamo-me Alberto Palma", respondi.
"Ah sim? E onde é que moras?"
"Moro na Rua da Descobertas, Nº 36, tenho o meu BM preto mesmo em frente, ó paneleiro. Porquê?
"Vou já aí, Alberto. É melhor começares a rezar", disse ele.
"Estou mesmo cheio de medo de ti, ó paneleiro!" e desliguei.

A seguir, liguei ao paneleiro Nº 2.
"Está?"
"Olá, paneleiro!", disse eu.
Ele gritou-me: "Se descubro quem tu és..."
"Fazes o quê?" perguntei-lhe.
"Parto-te a tromba!" disse ele.
E eu disse-lhe: "Olha, paneleiro, vais ter essa oportunidade. Vou agora aí a tua casa, e já vais ver."

Desliguei e telefonei à Polícia, dizendo que morava na Rua da Descobertas, Nº 36 e que ia agora para casa matar o meu namorado gay.
Depois liguei para as cadeias de TV e falei-lhes sobre a guerra de gangs que se estava a desenrolar nesse momento na Rua da Descobertas.

Peguei no meu carro e fui para a Rua da Descobertas. Cheguei a tempo de ver os dois parvalhões a matarem-se à pancada em frente de seis viaturas da polícia e uma série de repórteres de TV.

Já me sinto muito melhor. Gerir a raiva sempre funciona.

18/06/2007

Coisas fofas

Só para que conste.

Estava no outro dia a derribar os jardins suspensos frente à televisão, numa apática e inconsequente atitude neo-individualista quando, e felizmente para os meus neurónios, começou um programa da National Geographic.
Devo dizer que, tal como sempre, já estou a dizer nada de jeito e já estão todos a mundificar-se para esta merda (esta última até teve piada).
Mas o que é um facto é que, o programa era deveras interessante. Interessante ao ponto de eu abrir uma excepção nesta avacalhice que é o meu blog e fazer um post construtivo. Ou não.
Existe uma tribo nómada, no maior deserto africano que, uma vez por ano, converge todas as suas famílias para um local secreto onde decorre um festival. Ok, ok, até aí nada de especial.
Se eu disser que se trata de um festival onde o objecto de análise é a escolha de um parceiro, aí talvez comecem a achar mais estranho.
Mas o delírio absoluto é eu referir que os homens da tribo são colocados em fila, maquilhados, penteados e literalmente expostos ao gosto feminino que por ali anda.
Também acho um pouco esquisito mas, se analisarmos bem a situação, não é nada dou outro mundo.
Ok, os gajos são postos em fila e elas é que escolhem o melhor produto para fecundar os seus óvulos? E então?
A malta vive numa sociedade dita normal e acontece exactamente o mesmo. Sim, sem a maquilhagem, claro... Mas são elas que escolhem um pato. Escolhem-nos pelo dinheiro? Pela influência? Pelo carro que têm? Epa, isso já não sei... Quer dizer, até tenho uma opinião acerca do caso, mas vou-me remeter ao silêncio para que esta merda não acabe mal.
Já esta questão, levanta um outro assunto que outrora havia referido neste mesmo canto da web.
Os pinguins.
Os pinguins e as pinguinas aliás.
Como já devem ter reparado, os pinguins deslocam-se em grandes massas animais ao longo de glaciares e zonas geladas (curiosamente há uns quantos na Patagónia... Patos... estão a ver?).
Para quem não sabe - e vou falar muito a sério - os pinguins são animais extremamente fiéis. Escolhem uma parceira e conservam-na (não, não é no frio) até ao fim dos seus dias.
E agora perguntam vocês.
E no meio de tantos gajos iguais, todos de smoking, como é que os casalinhos fofos se reconhecem?
É fácil.
Cada pinguim grasna, ou pia, ou pinguina, não sei, numa frequência vocal diferente. Traduzindo por pintos, cada pinguim 'canta' uma melodia diferente. Ela, memoriza o 'canto' do pinguim; ele, memoriza o 'canto' da pinguina. E assim, por muitos pinguins e pinguinas que estejam a 'cantar', os casalinhos reconhecem-se sempre.
É algo realmente fofo. Fofo e admirável

Seria realmente interessante tantar aplicar isto aos seres humanos.
Mas, penso eu na minha humilde patice, que deve ser algo não impossível (porque isso não existe) mas altamente improvável ou, se preferirem, tecnicamente inexequível.
Isto porque, em primeiro lugar, era muito complicado conseguir-se ter seres humanos fiéis. Andam alguns por aí e são em número ímpar (não dá para formar casais). Depois, seria a loucura total, dizer a uma mulher que memorizasse o arrotar do companheiro (isto só para dar um exemplo). Para estragar tudo, poucos seriam os homens que aceitariam memorizar o grasnanço da sua concubina.

Mas isto, tal como eu dizia, é mesmo só para que conste...


Cumprimentos fofos patinos!

17/06/2007

Mais uma com patos

Mesmo antes de estar a rebentar a hora para ir estudar - leia-se marrar - com o pessoal (é... os exames estão a chegar... eles andem aí) decidi publicar mais uma pequena história com patos para os meus poucos e fiéis leitores. Leitores esses que nunca comentam nada, mas paciência... cada um tem o que merece...

"
O marido chega a casa às 18:00 e diz a mulher que vai ter uma reunião às 22:00 mas que não vai porque era um abuso. Mas a mulher, preocupada com o marido, convence-o que o trabalho é importante.
O marido então vai tomar um banho para se preparar e pensa (foi fácil enganá-la).

Como qualquer mulher faria, enquanto o homem toma banho ela revista-lhe o bolso do casaco e encontra um bilhete, onde estava escrito:
"Amor, estou à tua espera para comermos um pato ao molho branco".

A mulher coloca o bilhete no lugar e quando o marido sai do banho encontra a sua mulher com uma roupa sensual e toda fogosa.

O marido não perde tempo e parte logo para o enrolanço e a coisa escalda.
A mulher dá-lhe tal trato, que o marido adormece.

Quando se aproximam as 22:00 a hora a mulher acorda o marido, que já não quer ir à reunião, mas ela convence-o a ir.

Ao chegar a casa da amante o marido, cansado, diz à amante que trabalhou muito e que queria tomar um banho e descansar um pouco.

Como qualquer mulher, enquanto o tipo toma banho ela revista-lhe o bolso do casaco e encontra um bilhete onde estava escrito:
"O pato foi, mas o molho branco ficou todo aqui."
"

15/06/2007

Obrigado!

Ora boas! Andam por aí uns patos que dizem que eu perdi aquele sarcasmo mordaz relativamente ao assuntos do dia do País. Há muitas aves raras que acham que o Pato Marques só pensa no próprio umbigo e, consequentemente, esqueceu os problemas da Patolândia. Pois então, agradeço que visualizem primeiramente este spotzinho e já falamos mais abaixo...


Ora o João acaba de mamar a sua refeiçãozinha e pede a factura ao empregado. Este, com um sorriso nos lábios, entrega-lhe a dita cuja e ainda agradece...
Ahh! Mas onde é que estes gajos pensam que estão?

Vamos cá então fazer o filme correctamente, apoiando-nos na triste realidade do nosso (des)Governo...



Ora o João acaba a sua refeiçãozinha e pede a factura ao empregado.
Este, responde-lhe entredentes:

- Seu cabrãozinho... chuleco da malta que trabalha! Queres a factura para andares a encher é o cú ao teu patrão! Deves é ser funcionário público!

Enquanto o João sai correndo do restaurante para não ser espancado pelo cozinheiro, passemos às personagens seguintes:

1. A velhota: "Seu cabrão, filho da puta! Andas a pedir facturas para os chulos das Finanças andarem a sugar-nos a espinha! E eu a viver com uma reforma de 200€ para o filho da puta das finanças ter uma de 2000€... Obrigadinho, verme!"

2. Os putos: "Punheteiro do caralho! Pedófilo! Andas a encher o cú ao estado com as facturas e nós andamos a comer no focinho numa escola pública em Chelas! Se queres ajudar a malta paga-nos uma escola privada e mete lá professores decentes! Obrigadinho, ranhoso!"

3. O bacano debaixo da ponte: "Olha o João, cabrão de merda! Não estivesse aqui esta malta toda e eu ainda te fodia as tripas com a ponta-e-mola!!! Merdoso! Andasses a esfolar o focinho no meu restaurante e eu dava-te a factura! Pelo rabo acima!!! Obrigadão, cornudo de merda!"

4. Os doutores: "João, muito obrigado! A tua factura não evitou é que fechassem a maternidade do Alto da Beira! Ah, mas que se foda! Agora temos uma clínica privada onde exercemos o Juramento dos Hipócritas! O Alto da Beira que vá levar no cúzinho... Obrigado João!"

5. Os bombeiros: "Ehhhhh! Olha o João! Filho de uma grande puta! Punheteiro! À pala das facturas os cabrões das Finanças andam de BMW e nós vamos na charrua!! Dávamos-te era um clistér de pressão com a mangueira! Chuchador de pimentos suspensos!"

6. A multidão (enquanto o espancam): "Colarinho branco de merda! Já te damos a puta da factura! É para o ano os gajos se atrasarem novamente com os reembolsos do IRS? É isso? Cabrão!"

7. A voz-off: "Ao pedir a factura, está a contribuir para que uns quantos fdps em São Bento se andem a encher às suas custas, enquanto você pensa que está a contribuir para um país melhor; e entretanto, continuamos com estradas esburacadas, urgências a fechar, escolas e professores de merda e reformados a serem tratados abaixo de cão... O País agradece!

13/06/2007

E viva o Sto. António Casamenteiro...

Teoria avançada do Casamento: Antes e Depois...

Antes:

Duas por noite;
Depois:
Duas por mês;

Antes:
"Deixas-me sem fôlego";
Depois:
"Estás-me a sufocar";

Antes:
"Não pares!";
Depois:
"Pára!";

Antes:
"É tão bom estar ao teu lado...";
Depois:
"Vira-te para o outro lado!";

Antes:
"Pergunto-me o que faria sem ti...";
Depois:
"Pergunto-me o que faço contigo...";

Antes:
"Erótica(o)";
Depois:
"Neurótica(o)";

Antes:
"Ela adora a forma como controlo a situação";
Depois:
"Ela diz que faço tudo à minha maneira";

Antes:
"Ontem fizémos amor no sofá!";
Depois:
"Ontem dormi no sofá!";

Antes:
Bichos pequeninos e fofinhos - "minha gatinha", "meu ursinho"...
Depois:
Os bichos crescem - "sua vaca", "seu cavalo";

Antes:
Os serões de sábado à noite...
Depois:
O futebol de domingo à noite!

Antes:
"Só vais comer isso?";
Depois:
"Talvez fosse melhor comeres menos...";

Antes:
"Parece que estou a sonhar!";
Depois:
"Estou a ter um pesadelo!";

Antes:
"Concordamos em tudo!";
Depois:
"Não temos nada em comum!";

Antes:
Cuecas de renda...
Depois:
Cinta...

Antes:
"Adoro as tuas curvas...";
Depois:
"Estás mais gorda, não estás?";

Antes:
"Ele(a) está completamente doido(a) por mim!";
Depois:
"Ele(a) dá comigo em doida(o)!";

Antes:
"Ficas tão sexy de preto...";
Depois:
"Vestes-te sempre de preto, é tão deprimente!";

Antes:
Camarão;
Depois:
Atum em lata;

Antes:
Vinho verde;
Depois:
Sumo de marca branca;

Antes:
Camisa para dentro das calças;
Depois:
Barriga de fora das calças;

Antes:
"Não acredito que estejamos juntos!";
Depois:
"Não acredito que decidi ficar contigo!",

Antes:
"Vem depressa para a cama...";
Depois:
"Vai-te deitar que já estás a ressonar no sofá!";

Antes:
"Deixa-me aquecer-te os pézinhos...";
Depois:
"Chega esses cubos de gelo para lá!";

Antes:
Minha coisa boa para cá e para lá;
Depois:
As minhas coisas para cá, as tuas para lá!

E uma vez mais...

E, só para que conste, pelo quarto ano consecutivo marcaram-me um exame no dia do meu aniversário.
Implicará marranço ao longo do dia, concretizando-se sob a forma de uma folha de teste ao início da noite... Merda!

//Meter aqui o título

Ora boas!

Quero ver se despacho esta merda antes que me começem a martelar os cornos porque tenho a luz acesa, ou porque estou a teclar, ou até mesmo, quem sabe, porque estou vivo.
Sim, porque isto das cenas de vida ou de morte é muito relativa. O que para uns é aceitável, para outros é uma injustiça e para outros ainda é uma forma de ficar com os corninhos todos queimados.
Bom, mas isto para continuar a onda das merdas deprimentes - sim porque muito antes dos gatitos terem descoberto a arca dos tesourinhos deprimentes, já andava por aí um Pato que sabia ser efectivamente deprimente - aí vem o post de hoje.

Dizem que cada ovo que cai na terra tem uma missão.
Há ovos que se tornam doutores, ovos que se tornam engenheiros, ovos que apodrecem, ovos que se tornam belos cisnes, ovos que ficam na merda, ovos que conseguem tudo na vida, ovos que nascem para vencer, ovos que nascem apenas para ser mais um ovo nesta imensidão de lama que é a vida de um Pato.
Há os ovos que encontram o seu lugar entre os ovos; há os ovos que mantém uma incessante busca pelo tudo e pelo nada, nunca encontrando o seu lugar.
Há os ovos que nascem para ser felizes e ter uma vidinha de gema razoavelmente aceitável; há os ovos que por mais que tentem não conseguem encontrar a felicidade, pois a mesma parece ser pouco espessa e altamente fluida, escapando-se assim pelo intervalo das membranas da barbatana.
Chegando a este ponto de constatações infelizes, em que metade dos meus leitores - ah! até parece que tenho muitos - já está a vomitar compulsivamente o jantar do dia seguinte, urge fazer a questão: Mas este gajo está a falar de quê???
É uma questão deveras interessante e creio que devemos até mantê-la numa filosófica ponderação do real.
Um gajo não curte muito dar imagens de coitadinho pelo que nem vou tentar fazer grande sentido, ligando a minha vidinha às várias metáforas de ovos - que já estão a dar uma gemada do caralho - que se encontram umas linhas acima.
Fiquemos por aqui. A malta não percebe o que escrevo, pelo que está tudo na maior. De facto, nem eu percebo muito bem o que escrevo. Acredito que se tratam de induções psicotrópicas induzidas pelas radiações electromagnéticas que me rodeiam - olha ali um pato cor-de-rosa!

Mas um pato acorda de manhã e, em pensamento, porque é feio dizer palavrões, manda um belo 'foda-se' que ecoa em toda a sua consciência.
E depois um gajo inicia o seu dia, tendo em conta que vai ser mais um dia da sua sobrevivência e afirmação patina. E um gajo olha para o lado e, ainda com o despertador semi-arrotado na sua visão periférica, pensa nos centímetros que lhe restam entre a sua carne e o fim da cama, e em como ficaria ali bem qualquer coisita fofa. Ya, isso mesmo, uma almofada... lá está... 'foda-se'!
E um gajo levanta-se e começa logo a ouvir as merdas de que se levanta cedo e que não deixa ninguém dormir e o caralho que foda tudo. É... dizem que o dinheiro cresce nas árvores... e eu estou a poupar para ver se compro umas sementes... E, subitamente, a sua perspectiva mental do 'foda-se' começa a alterar-se para um técnico 'que se foda' porque, afinal, a ordem ainda continua a ser tudo.
E entramos na rotina do casa-carro-parque-trabalho-restaurante-trabalho-parque-carro-foda-se...
E assim se passa um dia, tentando provar à humanidade que somos úteis, mesmo que seja na mais inútil das profissões. Devo dizer que é altamente fodido um gajo ter noção que trabalha para um dos sectores que mais injustiça social gera no mundo. Mas enfim, tal como a família, também não escolhemos o trabalho... é o que aparece... Sim, porque os empregos a malta até escolhe; os trabalhos é que é mais complicado.
E depois vem a parte divertida, em que um gajo até se oferece para ser explorado num feriado - por favor, tirem-me de casa!!! - mas descobre que não pode... sim, porque a exploração só pode ser feita aos dias úteis e com os bosses por perto; aos dias santos, népias! Vá-se lá saber... até fiquei a pensar como seria possível que num estado laico como o nosso, não quisessem que um gajo trabalhasse no dia de Sto. António - calculei logo que fosse temor a ofender o Senhor... Mas não, era o Senhor, sim, mas de outro lado...
Mas para terminar o dia em grande, e como castigo divino por ter escolhido nascer num cabrão de um bairro histórico da cidade, eia! em grande! Uma hora para percorrer 3 quilómetros e mais hora e meia para arranjar um fdp de um lugar para o carro. E tudo porque é véspera de Sto. António... Depois de duas horas e meia à procura de lugar decidi - riam-se, que agora tem piada - voltar ao local de trabalho para arrumar o carro... felizmente, deu-me na cabeça de passar primeiro no cemitério da zona (estou a falar muito a sério, não é gozo) à procura de lugar. Tive sorte... afinal os habitantes da zona têm lugares reservados mas não conduzem... eventualmente por estarem na sua grande maioria, mortos. Literalmente!
E pronto, foi só voltar o caminho todo de volta para trás, a pé, com um transportável às costas... E isso é o menos. Mau foi aturar a festarola, a cerveja, o vinho, os pimentos, as sardinhas e o bailarico ao longo de todo o caminho. Não, não foi assim tão mau. Minto. Mau, é aturar os parzinhos enamorados a atrapalharem o caminho, gozando o Sto. António Casamenteiro, enquanto afiambram valentes desentupidores traqueais. Coitadas das sardinhas...
E um gajo entra em casa e descobre que afinal o rotor ficou a funcionar, pelo que o disco continua tocar, massacrando os cornos a um gajo até o cérebro se tornar numa pasta pseudo-viscosa que tende a sair por todos os orifícios corporais - ya, esse também.
E, finalmente, após ter os cornos feitos merda, fazer o jantar, lavar-se - tudo isto ao som da Sinfonia - e ver a merda da matéria que tem de estudar para a frequência que se avizinha, termina o seu dia, rotineiro, a gerar código ASCII no seu terminal inteligente.
E, uma vez mais, pensa, porque é feio dizer palavrões - 'foda-se' - e prepara-se para mais um dia.

Fecha-se a playlist (pena, hoje até estava a gostar de ouvir os Queen...), shut down ao portátil...
Uma leve emissão de fluidos renais escoa pelo fundo da retrete, a habitual coçadela nos jardins suspensos e um pato deita-se. Mira o despertador com a sua visão periférica... sozinho, como sempre, no seu ninho.
Ah! E para os que estariam a perguntar-se, não, não fui ao Sto. António. Farto de saltos em fogueiras já estou eu... as penas chamuscam. E também não morro de amores por surpresas.

Impossível deixar de pensar nos ovos que nascem com a ponta virada para a Lua. Ou nas galinhas que viram o cú para a Lua. Já não sei. Foda-se.

09/06/2007

Metamorfoses

Estava eu hoje na cozinha, cuidando das minhas tarefas domésticas, quando ouvi um anúncio na televisão relativo a uma clínica espanhola de cirurgia plástica.
Dizia a fofinha, centro das atenções e a desfilar em cuequinha pelas salas, que se sentia mal com o seu corpo e que a ideia de fazer a operação tinha até vindo do seu 'morzinho, o namorado...
Claro que o namorado, entrevistado logo de seguida dizia que ela agora até se sentia melhor, e isso era o mais importante.

Epa, um bocado naquela onda... comecei a torcer o bico.
Quer dizer, eu não posso dizer merda nenhuma que corro o risco de fazer voto de celibato; o cabrãozinho do espanhol dá-se ao luxo de dizer na televisão que 'o mais importante' era ela agora sentir-se melhor - daí ter sugerido a operação...
Mas quem é que nós queremos enganar???

Se há coisa que me irrita um bocado é a cena do 'existe uma medida de perfeição para todos os corpos no universo'.
E claro que essa medida perfeita deve ter sido idealizada por um qualquer deus macho, que impôs como regra para o corpo ideal da fêmea o ter mamas grandes, rabo pequeno, cintura estreita e presuntos q.b.
Já agora adicionemos também uma altura padrão. Ya, como dizia o Roberto Carlos, mulher pequena é o que está a dar... o motivo? Bom, como estou a fazer uma desintoxicação verbal nem vou tentar imaginar o motivo...
Escolhamos uma cor de cabelo... louro amarelo, a apontar para uma qualquer actriz de Hollywood. Ah, e se tiver pezinhos pequeninos e um sorriso Colgate... epa, aí, perfeita, perfeita nem a cerveja!
No meio de tanto preconceito, se a fofinha tiver cérebro... até era interessante.

Ou melhor, o que estou eu a dizer???!!!

A malta quer é gajas estúpidas.
Daquelas que respondem apenas 'sim querido' ou 'sim 'mor'...
Depois podem ser brutalmente espancadas, agredidas física e psicologicamente ou até mesmo traídas, que não se importam.
Como não pensam, voltam sempre ao dono, para lhe lamberem as mãos. (Pensavam que ia javardar, né? Mas agora sou um novo Pato...)
Essas não pensam, logo não discutem. E assim é mais fixe, porque não chateiam e deixam a malta ver o futebol com os amigos enquanto vão trazendo umas cervejas e amendoins para os macacos.

Agooooora! O que é realmente porreiro, é quando um gajo está de fora e vê a quantidade de gajas que são assim e não querem mudar.
É altamente porque parecem os animais de estimação de um qualquer labrego.
Mas elas parecem gostar.
Pelo que tenho visto, os labregos andam sempre acompanhados e os patos fixes não.
Mas também há aquelas gajas que até têm cérebro mas lá arranjam um bacano com dinheiro à séria e então convertem-se ao estupidificatismo.
Afinal, elas podem até não se importar, mas para esses gajos, não passam de um objecto fácil de arranjar e que sempre se pode exibir ao pessoal. Tipo... 'Gaja, senta!', 'Gaja, cerveja! Traz ao dono, traz ao dono', 'Gaja, anda cá para te ir à tromba!'.

Enquanto Pato, e consequentemente, Ser Superior à Humanidade, creio que ainda muito poucos se aperceberam de que são as pequenas (e às vezes grandes) diferenças que nos tornam felizes.
Deverá haver alguma razão para o facto de todos termos um processo de nascimento e crescimento.
Se calhar era um bocado estúpido se vivêssemos numa alegre harmonia programada, fruto de uma pseudo-clonagem.
O meu conselho do dia para a malta que, como o espanhol, acha que deve mandar a sua fofa para um tratamento de faca: experimentem olhar para os pequenos defeitos com uma mente mais aberta; se calhar encontram detalhes interessantes, e que podem ser vistos de outra perspectiva.
O meu conselho do dia para as gajas que alinham nessa merda: atirem-lhes com uma cadeira aos cornos!

Para terminar, um pensamento.
Dizem que a mulher moderna já não acredita em príncipes encantados. Prefere o lobo mau que, não só a ouve melhor, como no final ainda a come.

1. Não creio que os Patos sejam Príncipes Encantados... afinal, ninguém é perfeito.
2. Quero mesmo acreditar que nem toda a mulher moderna é assim.

Cumprimentos Patinos!

07/06/2007

Teoria Metafórica da Condição Automóvel

Ok... já passa da meia-noite e meia, estou cansado, carregado de sono, mas sinto-me em falta para com os meus poucos leitores.
A história de hoje vai soar um bocado a private joke.
Eventualmente, poderá considerar-se uma metáfora imbecil que poucos perceberão.
Poucos perceberão, não porque são estúpidos - não é o que quero dizer - mas sim porque se encontram fora do contexto.
Na realidade, talvez alguns até superem as expectativas e cruzem o cerne da questão.
Na prática, acredito que um ou dois percebam o que quero dizer.
Até porque se trata de uma extensão de uma conversa de almoço...

Automóveis.
Toda a malta quer ter um.
O problema é: de que tipo, de que marca, de que cor.

O sonho do comum dos mortais é o Ferrari.
Pessoalmente, prefiro o Aston Martin. Para além da qualidade britânica ser algo de excepcional, é dos poucos que são efectivamente feitos à mão. Mas isso não interessa. Voltemos ao Ferrari.
O Ferrari é um carrinho com um custo inicial elevado.
Há que torcer os jardins suspensos até ao tutano para o conseguir pagar.
E depois há os custos de manutenção. Um gajo quase que tem de pedir licença ao mecânico para meter as patas no carro.
Mas sejamos práticos.
Valerá a pena investir no Ferrari?
Tipo... não é um carro para o dia-a-dia! É um carro para uma volta ocasional... e qual é o gozo disso???
Damos umas voltas, ficamos relativamente contentes, a adrenalina toda no máximo, mas não tivemos tempo suficiente para conhecer o material.
Há ainda uma questão importante: o Ferrari tem uma personalidade muito própria, arrogante! O condutor não escolhe o Ferrari, é o Ferrari a escolher o condutor.
E, garantidamente, assim que o Ferrari encontrar um condutor melhor - melhor para os seus parâmetros, claro - irá deixar o actual apeado.
Dá trabalho, dá problemas, é uma merda.
Não, a malta não quer Ferraris!

Chevrolet.
Caímos no facilitismo.
O gajo, desesperado, precisa de um transporte urgentemente mas não tem um centavo.
Salta para o primeiro volante que lhe aparece à frente.
Não será um carro de longa duração.
Dá o jeito, no momento, mas mais cedo ou mais tarde, xauzinho...
Ou cede o carro, ou cede o condutor.
E ambos sabem à partida que vai dar merda.
Sim, é certo, desenrasca!
Sacamos o travão-de-mão numas curvas, andamos a fazer chiar os pneus, nada de controlos electrónicos ou ajudas desse género. Andas um dia, andas dois dias, e se sobreviveres ao terceiro, desistes!
Conheces tudo o que o carrinho tem para te dar em dois dias.
Não há emoção, não há evolução criativa.
Um gajo perde a paixão de conduzir e transforma-se num condutor de domingo.

Marca Generalista.
Por exemplo, Opel.
Tal como poderia ser um Ford, Peugeot, Renault e afins.
Tem um custo inicial razoável.
Dá algum desafio. Até um gajo o conseguir, tem de trabalhar um bocado.
A manutenção é aceitável e tem-se um carro para todos os dias.
Não dá o status de um Ferrari, mas também não é um Chevrolet.
Não dá o gozo instantâneo de uma condução desportiva mas, por outro lado, cada dia é um dia, e em cada dia aprendemos um pouco mais acerca do nosso companheiro de estrada.
Não o conhecemos de imediato, nem ele nos conhece a nós.
É uma aprendizagem contínua que se vai solidificando com os anos.
É um carro para muitos e longos anos. Se bem cuidado, é um carro para a vida.

Facto:
Comprar um Ferrari é fácil, basta escolher a cor (altamente equipado);
Comprar um Chevrolet é fácil, basta escolher a cor (vem crú, sem equipamento);
Comprar um Opel já é mais complicado.
Cor, tamanho das jantes, tipo de rádio, motor, estofos, interior, mil e um extras que o tornam diferente do seu semelhante e o mais atractivo possível para os nossos olhos.
Naquela onda... o resto do pessoal pode detestar aquele padrão no tecido dos estofos... mas nós gostamos!
Chega a demorar muito tempo para encontrarmos a combinação correcta. Quando a encontramos, é o melhor que podia ter acontecido.
Visão pessimista: podes nunca encontrar a combinação que desejas...

Para quem acompanhou a história: percebem agora o que pretendia explicar?

Cumprimentos Patinos!
(agora sim, vou dormir)

03/06/2007

Incongruências

Ora aí vamos a mais um momento de delírio...

Incongruência,
do latim 'incongruentia'; 'falta de congruência'.

Congruência,
do latim 'congruentia'; 'coerência', 'harmonia de uma coisa ou de um facto com o fim em vista', 'conveniência', 'propriedade'; em Matemática, é também a propriedade atribuída a duas figuras geometricamente iguais ou, puxando um pouco mais para a Matemática Discreta, é também a relação de equivalência atribuída a números inteiros, quando dois inteiros X e Y divididos por um terceiro Z, dão o mesmo resto.


Um dos grandes problemas de ter um blog é a sua divulgação.
Tipo, um gajo começa a escrever um blog com o intuito de tentar minimizar os danos colaterais nos seus cornos originários da sua vida de merda. Até aí tudo bem. Um gajo escreve um blog e ninguém liga. Um gajo escreve um blog e pode publicar tudo o que bem entender acerca da puta da sua vida que toda a gente se está bem a cagar... Um gajo escreve um blog e, como tem apenas um visitante assíduo que muuuuuito raramente faz um comentário, está na boa!
Fala da vida, fala da morte, fala dos santos e dos demónios, fala dos seus medos, fala da sua coragem (pouca...), fala de tudo e mais alguma coisa. Fala da família, fala dos amigos, fala de si, fala dos outros, fala, fala, fala, escreve, escreve, escreve...

E depois um gajo tem uma brilhante ideia, que é divulgar o seu blog.
Um bocado naquela onda do 'olha, isto até é capaz de ter alguma piada...', 'há uma série de gajos que enriqueceram e são famosos por terem criado um blog...', 'ah, e tal, já tenho umas quantas coisas aqui publicadas... vou começar a falar disto'.
E envia emails aos amigos, e altera a sua mensagem de apresentação no Messenger para 'visitem patomarques.blogspot.com' e até na porra do perfil do Hi5 tem a divina iluminação de meter o link para o blog...

Ok, também não é por aí...
Acontece uma coisa fantástica, que é a divulgação pelos canais mais inimaginários...
Tal como o Gollum se lixou quando o Bilbo encontrou o Anel, também o Pato não fazia um corno de ideia no que se estava a meter.
Sim, de facto, divulgou o blog. O blog, aquele livro aberto na web para todas as suas confidências ganhou o seu quê de notoriedade.
Não a notoriedade esperada, mas alguma.
Com um detalhe sórdido e alucinante...

O Pato não ficou famoso, o Pato não recebeu a quantidade de visitantes que esperava, o Pato não apareceu na lista dos 50 blogs do ano na FHM, o Pato não é reconhecido na rua e ninguém fala dele.
O Pato ficou famoso numa comunidade muito especial, naquela da qual ele nunca esperou tantas visitas... ya, essa mesmo, os Amigos.

Dizem que todas as pessoas se conhecem no máximo em 6 graus de separação.
Por exemplo, para minha infelicidade, eu conheço um gajo, que conhece um gajo, que conhece um gajo... (isto no máximo em 6 vezes) ...que conhece o Cavaco; posso dizer então que conheço o Cavaco...
E os amigos visitam o blog e num máximo de um 1 grau de separação, temos um outro amigo que vai visitar o blog.
E a merda toda aqui nisto, é que quando toda a corrente fica saturada, mais ninguém vai visitar o blog, excepto os amigos, que já o visitaram.
E passamos de 1 leitor assíduo para uns 4 leitores assíduos, e uns 16 eventuais (e ficamos com 20 amigos que já é muito bom... 25, no máximo...).
E os que vão ler o blog, também não comentam, mas um gajo sabe que eles foram lá ler e eles até se apercebem disso.

E a merda acontece quando a malta se vê todos os santos dias (quer dizer, há um ou outra que desaparecem assim... puff... e nunca mais dizem nada) e começamos a ficar paranóicos!
E começamos a pensar antes de escrevermos as coisas, porque não queremos que pensem que somos depressivos, não queremos que pensem que nos sentimos sozinhos, não queremos que achem que somos uns perfeitos imbecis, não queremos mostrar que temos fraquezas e não queremos mostrar o que realmente somos! Foda-se...

E agora, que são quase 22.30 e que um gajo está completamente sozinho, no seu quarto, com um suave ruído de fundo da televisão que está ligada na cozinha, aguardando a descarga de electrões que lhe vai permitir visualizar o episódio de hoje do 'My Hero' na BritCom, e ao som da 'Pronúncia do Norte' e dos seu próprio teclar no teclado do seu computador, escreve-se muito e nada de jeito na consola de administração do blogger, relativo a este blog.

Hoje, tentarei escrever sem metáforas ou sarcásmos baratos.
Vou evitar as hipérboles e os eufemismos.

Há uns meses, por alturas do Ano Novo, prometi que ia ser mais optimista durante este ano.
Referi que ia perder o meu pessimismo e tornar-me um novo Pato.
Devo dizer que acreditei sinceramente no que estava a dizer.
Esperava reconciliar-me com o mundo em geral, que tantas patadas me tem dado, e com a Santíssima Trindade, que foi bastante porreira ao longo dos anos.
Tipo, um Pato tem a idade que tem. Puto para uns, Homem para outros, um tipo normal para o pessoal em geral. Um Pato que faz tudo o que é suposto fazer na sua condição. Um Pato que não se tenta impor na comunidade. Um Pato que é aquilo que é.
E assim comecei o ano, encarando a vida com optimismo e saudável convicção no tudo e no nada.
É que é aquela onda...
Queixar-me de quê?

Tenho um trabalho, nem sempre fixe, nem sempre bem pago mas, no meio de tantos desempregados, tenho um trabalho;
Tenho uma casa, não muito grande, de facto até é pequena, alugada na zona histórica de Lisboa, a cinco minutos de tudo o que é cidade;
Tenho amigos, tenho amigas, não muitos, mas q.b. para aturarem esta grande personagem que é o Pato (e é um trabalho lixado, aturarem o M@rques);
Tenho um carrinho, cinco portas, potente no limite das possibilidades fiscais que são impostas neste país, muito fixe e com um peluche amarelo de um patinho na chapeleira;
Mais... tenho um curso, pelo menos estou a acabá-lo (six months to go...), no ramo que gosto, com muito sangue, suor e lágrimas despejados em cadernos e computadores;

De facto, queixo-me de quê???
Não há nada que eu não tenha, não há nada que me faça falta.
Vejamos, até ainda tenho mais coisas!

Tenho dois potes numa prateleira por cima da televisão.
Um metálico e outro de cerâmica.
No de cerâmica, estão as cinzas do meu avô. No de metal, estão as cinzas da minha mãe.
O de cerâmica tem cerca de 10 anos. Contém a pessoa mais única, na minha opinião, à face da terra. Contém um tipo que veio da Beira casar com uma jovem de Lisboa; contém a pessoa que teve mil e um ofícios e de quem mais de meia cidade de Lisboa se lembra; contém a pessoa que ajudou muita gente e que, um dia, foi esquecida por quem ajudou; contém um avô que foi um pai para um Pato; contém a pessoa que ensinou a um Pato que os seres humanos são para tratar por igual; contém a pessoa que cumprimentava o Sr. Engenheiro e logo de seguida o Sr. Varredor, e que era capaz de ir tomar um copo com os dois ao mesmo tempo; colocava-os na mesma balança e provou-me que se estivessem em pratos diferentes, os mesmos se iriam manter equilibrados independentemente do que um ou outro tinham ou deixavam de ter porque, no final, era mesmo o que cada um era por dentro que importava.
O de metal tem dois meses. Contém mais do que uma mãe. Contém uma amiga, uma confidente, um pai, um irmão; contém uma pessoa que deixou a licenciatura e uma excelente carreira universitária quando lhe faltavam apenas três cadeiras para acabar o curso porque nasceu um ovo que iria precisar dela; contém uma pessoa que tinha um grande orgulho num dado Pato que nunca fez nada assim tão grande para merecer tamanha consideração; contém uma pessoa que nunca abandonou um dado Pato; contém uma pessoa que fez grandes sacrifícios para este Pato chegar onde chegou hoje; contém uma pessoa que ajudou muita gente, nem sempre sendo reconhecida por isso.

Tenho um sofá em frente à televisão, que tem uma prateleira com dois potes por cima.
Tenho um sofá onde não me posso sentar porque está ocupado em permanência por uma... digamos... hum... pois, eu disse que não ia usar eufemismos... mas vá lá... o termo 'cabra' também seria forte demais, pelo que me ficarei por serpente... que é a minha avó.
Tenho então uma serpente, perdão, uma avó, que fez a vida em merda ao meu avô, fez a vida em merda à minha mãe, e agora, como não tem mais ninguém, faz-me a vida em merda a mim!
Tenho uma avó que acha que vou para a borga, quando vou estudar; que acha que a enveneno, que acha que a roubo, que me chama paneleiro quando vou ter com os amigos e inútil quando lhe faço o comer; que tem as suas neuras e que fica o dia inteiro calada a olhar para os potezinhos por cima da televisão e a pensar em que belas palavras me irá dirigir assim que eu chegar a casa, vindo do trabalho ou da faculdade.
E assim o Pato cala-se ao entrar em casa e só volta a 'ligar' no dia seguinte. Excepto aos fins-de-semana, que são passados com a alegre esperança de na próxima segunda-feira, de manhãzinha, estar novamente fora de casa.

Tenho um pai!!! Quem diria???
Para ser franco nunca me apercebi...
Ya, tenho um papá alcoólico que vejo uma vez por mês e que se está literalmente a cagar para o facto de o filho estar ou não a acabar o curso e sentir-se ou não sozinho!
É isso pai, és o Homem do Jogo!

Tenho, tenho... tenho uma grande paciência para aturar esta merda toda!

Agora,
voltando ao sarcasmo e às private jokes idiotas...

O meu aniversário está aí a chegar...
Nunca em tantos anos me senti tão contente!
Já estou a preparar a festa.
Trabalho durante a manhã, almoço com os amigos e devo ter exame à tarde (sempre foi assim ao longo de quatro anos, não deve mudar agora...); chego a casa e vou fazer o jantar de família com a minha mãe a meu lado; apago as velinhas do bolo que a minha mãe irá fazer e que eu, subtilmente irei ignorar sempre que abrir o frigorífico (é surpresa... não convém estragar...); e finalmente, para acabar a noite em grande, vou ao cinema ou coisa parecida com uma jovem simpática que entretanto caiu do beiral de uma janela.
Wiiiiiii!!!! Mal posso esperar...


Creio que nunca fiz um post tão grande.
Parece que a BritCom está a começar e ainda nem escolhi a roupa para amanhã...
O ideal era o dia ter 48 horas... mas como uma vez me disseram, se o dia tivesse 48 horas teria de trabalhar umas 30 e tal, pelo que iria continuar com o mesmo problema...

Boas noites e cumprimentos patinos!

02/06/2007

...

Melhor só se fosse 'Duck's in the Cradle'...


My child arrived just the other day

Came to the world in the usual way

But there were planes to catch and bills to pay

He learned to walk while I was away

He was talkin' 'fore I knew it

And as he grew he said,

"I'm gonna be like you, Dad,

You know I'm gonna be like you."



And the cat's in the cradle and the silver spoon,

Little boy blue and the man 'n the moon.

"When you comin' home?"

"Son, I don't know when. We'll get together then.

You know we'll have a good time then."



Well, my son turned ten just the other day.

He said, "Thanks for the ball, Dad. Come on, let's play.

Could you teach me to throw?"

I said, "Not today. I got a lot to do."

He said, "That's okay." And he walked away and he smiled and he said,

"You know, I'm gonna be like him, yeah.

You know I'm gonna be like him."



And the cat's in the cradle and the silver spoon,

Little boy blue and the man 'n the moon.

"When you comin' home?"

"Son, I don't know when. We'll get together then.

You know we'll have a good time then."



Well, he came from college just the other day,

So much like a man I just had to say,

"I'm proud of you. Could you sit for a while?"

He shook his head and he said with a smile,

"What I'd really like, Dad, is to borrow the car keys.

See you later. Can I have them please ?"



And the cat's in the cradle and the silver spoon,

Little boy blue and the man 'n the moon.

"When you comin' home?"

"Son, I don't know when. We'll get together then.

You know we'll have a good time then."



I've long since retired, my son's moved away.

I called him up just the other day.

"I'd like to see you, if you don't mind."

He said, "I'd love to, Dad, if I could find the time.

You see my new job's a hassle and the kids have the flu,

But it's sure nice talkin' to you, Dad.

It's been sure nice talkin' to you."

And as I hung up the phone it occurred to me,

He'd grown up just like me.

My boy was just like me.



And the cat's in the cradle and the silver spoon,

Little boy blue and the man 'n the moon.

"When you comin' home?"

"Son, I don't know when. We'll get together then.

You know we'll have a good time then."

1000

14 meses;
228 posts;
1000 visitas;
Média de 71 visitas por mês;
Média de 16 posts por mês;

Agradeço a todos os que fizeram o favor de mandar uns hits nesta merda de blog.
De qualquer forma, gostaria de dar uma péssima notícia.
Este blog e este Pato vão continuar com a sua presença neste grande mundo que é a Rede!

O Pato M@rques vai continuar a sua vidinha escrevendo histórias sarcástico-deprimentes e aponta agora para as 2000 visitas daqui a seis meses... ou não.

Nos momentos felizes e tristes, continuarei a publicar até que a asa me doa!

E quando os Oceanos invadirem as terras e inundarem até as zonas mais altas, recordem que o Pato M@rques e o seu blog, serão os únicos sobreviventes... porque a Merda flutua!