05/01/2009

"tou xim?"

O que mais gosto nas lojas de produtos electrónicos é o facto da maior parte do pessoal que por lá anda, não fazer corno do que raio tem para vender.
Um bocado idêntico ao padeiro cego da padaria ali da rua...
"Oh, senhor Zé, tem bolas?"
"Ahhh, não sei, não sei... não 'tou a ver..."
Só que estes são casos bem mais graves porque, de facto, para além de terem três olhos, nenhum deles vê o que deveria efectivamente ver
Numa loja, o cromo do balcão estava mais interessado nas mamas da colega e na bolachinha que mordiscava enquanto me atendia que em saber efectivamente de que modelo específico eu falava... já na outra, o problema prendia-se com o sotaque da funcionária que, por seu turno, não percebia porra alguma do que eu dizia.
Epa, vamos a ver uma cena: é assim tão complicado eu chegar a uma loja da especialidade com a referência de um modelo em particular, modelo esse que é vendido nessas lojas, e os funcionários ainda duvidarem que a referência exista?
"Epaaaa, fooooda-se! Só me apetece pegar-te na cabeça e atirar-ta repetida e compulsivamente contra a parede, até perceberes que o modelo está de facto registado na tua base de dados!!! Vai lá, vai, vai, vai ver, cabrãozinho! Larga as mamas da tua colega e vai tentar perceber o que tens para vender!!!!!!"
Quando eu era mais novo e procurava o primeiro trabalho, todas essas empresas recusavam os meus serviços porque eu 'não tinha experiência'... curiosamente, pareço saber mais do produto que eles têm para venda que eles próprios, o que é empresarialmente deprimente.
Eventualmente baixaram a fasquia nos recursos humanos.
Posso ser muito conservador, mas na minha curta incursão por um balcão, atendendo directamente o público, tinha sempre a ideia que o cliente é o mais importante. Saber sempre o que o cliente quer é uma prioridade e, mais importante, conhecer todos os produtos que temos...
"Referência Xpto...? Isso é nosso?"
"Yah, está no vosso site..."
"Ah, então vou ver no site..."
Pois, e estás a chamar-me mentiroso porque vais verificar se é mesmo verdade e se a referência existe, não é? Porque estás a dizer directamente ao teu cliente que não sabe o que está a dizer!!! E porque és um grande animal, que não sabe sequer portar-se convenientemente a um balcão! E porque eu não tinha mais nada para fazer que não decorar referências imaginárias... isso e coçar os tomates enquanto converso com o duende imaginário que habita o meu ombro direito! BRONCO!
Ou então sou eu, que vejo mal as coisas e compreendo tudo ao contrário.
Noite de cão.
Pergunto-me o que será uma noite de cão. Afinal, não sou um cão, mas sim um pato. Contudo, se fosse quantificável a definição de noite de cão, certamente consistiria em acordar a cada 60 minutos.
60 minutos olimpicamente cronometrados.
Afinal, por que lhe chamam 'noite de cão'? 'Vida de cão', 'qualquer coisa de cão'...? Qual o motivo para relacionar isto com um cão?
O facto de ser cão é algum impedimento social? Um gajo já não pode ser cão à vontade?
E não ser cão, também é mau?
Por que não posso dizer "tive uma noite de funcionário de loja de telemóveis!"? Aí sim, já poderia soar a conteúdo ofensivo.
Aliás, assim de repente, era de ver o animal que não conhece a merda da referência que tem para vender, a acordar à noite de 60 em 60 minutos!!!!
Apeteceu-me enfiar-lhe um telemóvel no rabo em modo vibratório. E depois telefonar várias vezes para ele.
"Estou???? Fala do Recto??"
O chato é que ele podia gostar.

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