13/02/2008

a importância de ser Valentim

Certo... estamos exactamente a 18 minutos do dia cor-de-rosa às bolinhas.
Felizmente deverei estar a trabalhar; sempre evita mais ou menos pensamentos mais estúpidos da minha parte.
Fechado na sala da IT, com a famosa janela para as traseiras do prédio, não deverei ver casalinhos, mãos dadas ou ramos de flores.
Quero convencer-me que o dia de S.Valentim não é mais que a celebração da morte de um gajo, como aliás já tinha referido. Contudo, o autocontrolo é coisa que nos últimos tempos não parece enquadrar nas minhas características particulares. Assim, cheira-me que mesmo antes de ter tempo de pensar em quão deprimente o dia se poderá tornar, já efectivamente o dia estará deprimente.
Sinto-me um Cupido.
É o meu trabalho.
Relacionar pessoas, independentemente do local onde se encontrem.
Garanto que a ligação é estabelecida e que mais um equipamento se encontra ligado.
Ligações de rede: o servidor sente-se só? Vamos a ligar mais um terminal à rede para fazer parzinho com ele.
E, subitamente, as taras e paragens matinais do servidor deixam de ser problemáticas porque o animal encontra algo melhor para fazer.
O próprio registo de logs é a loucura. Servidor A tentou contactar Terminal B; Terminal B rejeitou contacto e credenciais de Servidor A; Servidor A executou novo request a Terminal B como Administrador; Terminal B aceitou o pedido de ligação a Servidor A.
Só me faltava andar a correr pelos corredores com uma cuequinha cor-de-rosa e empunhando um arco e flecha.
É irritante o facto de prever que até as máquinas encontrarão algures na rede o seu par. E conseguirão efectivamente estabelecer ligação.
Vistas bem as coisas, às vezes chateia-me mesmo o facto de não ser um servidor qualquer...
Enfim, calculo que amanhã deva ser o dia indicado para a malta não abusar da sorte a chatear o informático.
Embora não faça sentido algum... afinal, é um dia normal, um dia como todos os outros... um dia de merda em que passarei mais uma noite a utilizar os meus dotes culinários para fazer uma refeição para dois: um prato para servir no sofá da sala a uma coisa qualquer chorosa, outro para servir na mesa da cozinha, na companhia da minha ilustre pessoa.
(Meia-noite: daqui a 24 horas isto é capaz de passar)

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