18/02/2008

chovem gatos e cães

Gosto destes dias assim.
Uma 'coisa' aterrorizada com os trovões, um parque de estacionamento vazio e o gozo de ver em todos os canais de televisão o espectáculo das cheias.
Uhhh... Lisboa debaixo de água... Lisboa alagada... Lisboa parada com as enchentes...
So What? Todo o bom lisboeta sabe que isto já faz parte.
É um pouco como os atentados no País Basco, os tremores de terra na California ou a seca no Norte de África. A malta já sabe que quando chove, Lisboa molha-se.
Molha-se Lisboa e molha-se o pessoal todo que insiste em andar de transporte público. Nunca percebi qual é o gozo de estar numa paragem de autocarro debaixo de chuva intensa ou frio cortante. E depois os comboios param porque as linhas ficam molhadas e os electrões constipam-se, o metropolitano fica debaixo de água (literalmente) e os táxis... ah! os táxis. Os táxis andam à pinha.
Aliás, é algo interessante.
Há por aí malta que sabe quando vai chover por causa das dores nas unhas dos pés... outros, percebem quando vai haver trovoada devido às dores de cabeça... eu, quando vejo a praça de táxis do bairro às moscas percebo logo: "olha, temos merda..."; e o facto é que metros à frente começa o engarrafamento e começa também a minha guerra a atravessar a cidade, fugindo às avenidas e achando-me nas vielas...
O jornalismo é de facto algo de fascinante. Consegui assistir durante o jantar a uma sessão contínua de esclarecimentos acerca das chuvas torrenciais e da problemática ambiental no ecossistema.
Francamente... choveu. Qual é o trauma desta gente.
Para não variar, como é já habitual, o sistema de esgotos da cidade está na merda. E, como já é habitual, quando chove, a Capital fica debaixo de água.
Já referi inúmeras vezes que o país está a afundar-se, mas ninguém acredita. Mais! No dia em que Portugal afundar de vez, os lisboetas morrem afogados. Isto, porque não há a porra de um presidente de câmara coça-tomates nesta merda de cidade, que dê mais importância à limpeza das ruas e engenharia do sistema de esgotos do que ao rouba-trocos do estacionamento.
Percebo que seja mais fácil para esses gajos comprarem casa à custa do estacionamento dos outros que fazerem aquilo para o que efectivamente estão a ser pagos.
Não há volta a dar. A raça homo-politicus é composta de vermes. Quais sanguessugas que devoram incansavelmente os nossos parcos salários, ainda levamos com a merda toda que fazem.
Assim, não compreendo os especiais noticiosos, as primeiras páginas e o conceito de 'última hora' relativamente a uma chuvada que, como é hábito, fodeu toda a cidade e arredores.
Entendam uma coisa: notícia, não é o cão morder o homem; notícia, é o homem morder o cão. Quando cair uma carga de água que não inunde a cidade de Lisboa, isso sim, será caso para estranhar...

Cumprimentos Patinos.

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