12/01/2008

incertezas

Possivelmente, em algum ponto do tempo e do espaço deste blog, terei já referido exactamente o mesmo assunto que vou passar agora a dissertar... ou não.
O grande problema é que os anos de pato são como os de cão... devo andar cá há demasiado tempo e começo a confundir as coisas. Ou então foi mesmo das toxinas...
De qualquer forma, fará algum sentido. Quem é que dizia "tu aqui és menos que um cão"? De qualquer forma deu algum gozo quando tive a oportunidade...
Voltando ao post.
Recuando uns anos no tempo, quando entrei na faculdade, uma das merdas que aprendi (daquelas que são de grande utilidade para a vida), foi que afinal a ciência não tinha a certeza de coisa nenhuma.
Achei fofo.
Química I, 1º ano de engenharia: qualquer coisa como o facto de um electrão nunca se localizar exactamente numa orbital. Por esse mesmo motivo, a importância do conceito de nuvem electrónica e toda a incerteza associada... muito superficialmente falando, existia sempre era a probabilidade de um electrão se localizar num dado ponto da nuvem, o que implicaria que nenhum objecto microscópico pudesse ser descrito por uma onda com um só comprimento de onda... enfim, mais uma lição de vida... lol
O cerne da questão assenta todo é no facto de não existir uma certeza absoluta, mas sim numa incerteza relativa, o que abalou todas as minhas convicções na ciência e me fez mudar de curso, rotfl.
A informática, essa sim, assenta melhor nestas definições científicas.
Não há certeza de nada, a Lei de Murphy torna-se claramente objectiva e os computadores, tal como as mulheres, ficam metafisicamente sensíveis.
Por vezes fico impressionado com a forma como tudo se comporta. E falo a sério. Umas palavras doces para um servidor ou router com problemas, fazem milagres. E sim, também já dei por mim a acariciar servidores para resolver cenas aparentemente sem solução.
A incerteza na ciência, tal como na vida, torna-se simplesmente assustadora.
De facto, já nem compreendo muito bem a necessidade de existirem certidões de nascimento, certidões de casamento, certidões de óbito... certidões para quê?
Nascimento? Um gajo nem sabe ao certo qual o seu papel no meio deste poço sem fundo! Ya... certidões de casamento... e metade da malta divorcia-se. Já para não falar nos mortos que, de uma forma ou de outra, acabam sempre estranhamente vivos. Pelo menos para alguns de nós.
Certidões? Se nem a Ciência acerta com isso, para quê complicar as nossas vidinhas? Venham as "incertidões". Abram um gabinete da Loja do Cidadão e promovam a emissão de Incertidões.
Assim, deixamos de cair na ilusão de que tudo é certo e cor-de-rosa.
Sejam bem-vindos ao mundo real e a toda a sua certa incerteza.

Cumprimentos patinos



Anotações de última hora:

1.
Para que conste, já que não quiseram mandar o email...
"sinalética: processo de observar e registar os sinais, cicatrizes ou marcas para a identificação dos criminosos.
" - e nada mais.

2.
Parece que vai passar uma reportagem na TVI (essa bela pérola...) acerca do novo código penal (bom... isso existe?) e de criminalidade; entre os vários temas, vai abordar-se o das mulheres mal-tratadas.
De uma vez por todas e em especial para as mulheres mal-tratadas pelos machos latinos da zona: as expressões "cadeira pelos cornos abaixo" e "castração nocturna" existem por algum motivo, ok?

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