08/01/2008

mais três

Parte I: a merda de sempre

A vida é uma cena foleira.
A partir do momento em que vimos ao mundo (e sem sequer o termos pedido) começamos a ser fodidos à cabeça.
A malta antes de nascer devia ler todas as linhas do contrato e perceber exactamente naquilo em que se estava a meter. No fundo, tratava-se de uma simples forma de conhecer todos os factos para poder decidir se queria ou não ver a luz no fundo do túnel. Literalmente.
Por vezes sinto-me burlado.
Primeiro, um gajo não sabe muito bem como, começa a sentir. Está enfiado numa bolha elástica recheada de muco e alimenta-se daquilo. É um bocado nojento, mas no fim de contas acaba por ser o menor dos nossos problemas. Contudo, como também não seria justo para a nossa mãe carregar-nos o resto da vida na barriga, somos forçados a sair. E começa logo aí: ou sais a bem, ou sais a ferros. Uma vez mais, no verdadeiro sentido da expressão.
Enquanto andamos enfiados no muco, na barriga da nossa progenitora (eu sei que a conversa é estranha, visto ser um pato... mas como a Mãe Gansa não era totalmente normal - afinal, tenho a quem sair... - em vez de ovos tinha útero) ouvimos e sentimos o lado de fora da barricada. Uhhh... o poder, os sons, os parvos que tocam na barriga para nos sentirem as barbatanas a dar mais um biqueiro... Um tipo até fica entusiasmado. Simplesmente acho que era bem mais justo se nos dissessem logo como iria ser.
Se um gajo quando pede um empréstimo para comprar casa, carro, o que for, procura sempre inteirar-se de todos os factos, por que não fazer o mesmo quando tem de tomar uma decisão tão importante como vir ao mundo?

Parte II: javardice

Os americanos sentiram-se ameaçados... parece que um grupo de lanchas iranianas ameaçou três navios de guerra norte-americanos (uhhh...) que os fariam explodir.
Ya...
Alguém viu as imagens de computador no telejornal? Gostei especialmente das legendas...
"I'm coming up to you...", "We're gonna blow you..."
Tipo... já nem peço que conheçam a fundo a língua inglesa mas isto soa-me um bocadinho a badalhoquice...
Mas mesmo assim não percebo o pânico dos gajos... tendo em conta a proporção seria um pouco como sete anões tentarem assediar três seguranças da noite do Porto.

Parte III: o Big Brother

Sinto-me particularmente feliz por não andar à procura de emprego.
Caso se verificasse tenho a certeza que me veria em apuros.
Naquela onda... facilmente se descobre o meu email, facilmente se encontra o meu perfil no hi5, facilmente - juntando os dois pontos anteriores - se chega a este blog...
Se o meu actual chefe tivesse feito uma breve pesquisa na net acerca de mim, certamente não me teria contratado... bom profissional, sim, mas completamente passado. Desde ladrar até cantar a música do Noddy (ou mesmo do Alecrim) durante o horário de trabalho... creio que estou a enloquecer o chefe.
Algo saudável.
É engraçado a quantidade de malta descuidada que anda por aí. Enviam os currículos para as empresas, sempre com emails do hotmail e cenas parecidas. Em cada 10, 8 aparecem no hi5. É uma forma interessante de saber com quem se lida.
Sugiro que dêem uma vista de olhos nos currículos que o pessoal mete online. Topem o que eles escrevem e depois metam o email no hi5.
Um bocado assustador, mas eficaz...


Nota do dia: ascendi à condição de Estupor.

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