Caros amigos Patos e restantes aves raras,
Tenho andado a tentar digerir algo que um amigo Pato me disse hoje à tarde.
Ora, vamos começar por arranjar um nome ao Pato.
De facto, ainda não tinha pensado muito bem nisso, visto que normalmente a conversa gira sempre à volta do Pato Marques e do Pato Afonso. Agora, tenho de falar acerca da afirmação de um outro.
Bom, após reflexão profunda, e também devido ao posicionamento geográfico deste amigo Pato, decidi referir-me a ele como Pato Pastel.
Não que ele seja exactamente um tipo apastelado (ah, e por falar nisso, não tem nenhuma relação com o post de há dias, acerca de pastéis...) mas... bom, ele irá certamente perceber a piada.
Ainda pensei em Pato Chefe, mas isso iria tirar-me o já reduzido protagonismo... bom, piada tinha ser o Pato sub-Chefe, mas acho que Pato Pastel lhe assenta que nem uma luva. O que é estranho, porque se os patos não têm mãos, de nada servirá terem luvas... mas normalmente colocamo-las na cabeça. Ficamos como que se tivéssemos uma vaca de barriga para o ar entre as orelhas - que também não temos, por sinal. De facto, a morfologia orgânica patina é deveras estranha. Por vezes penso que só somos iguais ao reles humanos da cintura para baixo. Mais uma badalhoquice, aí está. Mas referia-me mesmo era às barbatanas...
Penso que me estou a afundar a uma velocidade alucinante, pelo que nem sequer vou tocar no trocadilho dos ovos. Seria demasiado fácil e bastante nojento para esta hora da noite.
Voltando ao topo do post, o amigo Pato Pastel afirma então que este pato tem uma conversa demasiado deprimente.
Compreendo.
Na realidade, para os patos que convivem comigo quase diariamente, quase que pareço um pato bipolar.
Como é que um pato que consegue ter uma conversa de merda ao longo de todo o dia, consegue chegar ao seu canto na web e ter uma conversa altamente deprimente? Bom, creio que a palavra "merda" é mesmo a chave...
Afinal, não interessa se a conversa é interessante ou não, ou se é deprimente ou animada. No fundo, quer na vida física, quer na virtual, a conversa deste Pato é sempre uma grande merda (louvores aos que me aturam).
Mas não quero que o amigo Pato Pastel fique com a ideia de que a minha conversa é assim tão deprimente.
Como não quero ser a última leitura de nenhum condenado, quero voltar alguns anos no tempo e ter uma escrita não-deprimente. Afinal, todo o layout do blog já é uma merda, pelo que não vou afundar isto ainda mais.
Assim, hoje não falarei da 'coisa', dos meus problemas, da Nação (nem sei porque escrevi com maiúscula...), do Dia de S.Valentim que está mesmo aí a rebentar nem de outros tantos assuntos que me levariam inevitavelmente para uma deprimente escrita de merda.
Desta forma, só mesmo para o Pato Pastel e para todos os outros que pensam que vou atirar a 'coisa' pelas escadas e suicidar-me de seguida, vamos tentar começar a semana animados (tirando o 'deprimente' mas mantendo a escrita de merda).
Ontem fui às compras, que é como quem diz, mendigar o desconto de combustível da Galp no Continente...
Acho fascinante a quantidade de malta que, tal como eu mendigo o desconto no gasóleo, vão mendigar a chouriça assada na mesa de provas... é brutal! Tipo, às 11 da manhã, já está a malta no Continente a fazer fila para provar os enchidos, os fritos e as bebidas que as meninas (que também parecem umas chouriças prontas a rebentar e a deitar tudo para fora das camisolas... pelo menos da cintura para cima) oferecem.
Falando nisso, com tanta brasileira e ucraniana a oferecer comida no supermercado, ainda não percebi porque não fazem daquilo um bordel... carne não faltava. (Está porreiro assim ou ainda está deprimente, lol?)
Bom, da minha parte não me queixo. Enquanto a malta se atira às frangas, eu vou-me às prateleiras (do supermercado, entenda-se...) e despacho-me antes que encham as caixas.
Que dizer então das moças da caixa.
Sempre com um sorriso amarelo como quem diz "olha mais um palhaço que veio às compras e eu aqui a meter-lhe as merdas no saco a um sábado de manhã..."; é um facto, mas calha a todos.
Chato é que as moçoilas da caixa tendem a olhar para mim e devem pensar que sou mais um jovem franganito sem força para levantar as sacas. Digo isto, porque gostam de me colocar três ou quatro coisas num saco e toca a mudar de saco... conclusão: em vez de ter cinco ou seis sacos cheios que poderia levar de uma só vez para o meu 3º andar sem elevador, ganho 20 sacas mal-cheias que tenho de levar à vez em várias viagens para não foder os ovos ou amassar a fruta. Já lhes tentei explicar... "sabe, pode meter mais coisas no saco..."; mas não... gostam mesmo de separar as coisas em muitos sacos. Depois abro a bagageira do carro e parece que os sacos eram fêmeas e estavam todas grávidas... são ninhadas de sacos e saquinhos a querer fugir pela rua abaixo.
Já no regresso a casa, passei junto a uma igreja que há ali para os lados do Beato (para quem conhece a zona, será de fácil localização).
A sério que não gosto de ter uma mente javarda que leva sempre as coisas para a cueca mas...
Tipo, mesmo em frente à igreja, junto ao passeio, andavam umas escuteiras (ou escoteiras, nunca sei ao certo) com um cartaz a pedir dinheiro e a pedirem à malta para encostar os carros e doar.
Ok, a sério que não quero dizer isto, mas a ocasião fez-me rir.
A primeira coisa em que pensei quando ia no início da recta que passa frente à igreja e vi aquele espectáculo foi: "'dasse... putaria a esta hora do dia?". É que parecia mesmo Monsanto ao final da tarde, com as jovens a debruçarem-se nas janelas do pendura dos carros...
Portanto, é como digo... não quero ter uma mente suja, mas as situações originam piadas porcas...
Quando percebi o que estavam a fazer ainda pensei em parar e perguntar o preço; mas depois achei que seria demasiado traumatizante. Afinal, já é castigo suficiente andarem o dia todo vestidas de parvas...
Que, por sinal, é umas das piadas mais estúpidas que conheço: "os escoteiros são meninos vestidos de parvos; os chefes dos escoteiros são parvos vestidos de meninos"; e as jovens à porta da igreja já tinham idade para se enquadrarem na segunda categoria.
Ao Pato Afonso, apenas posso garantir que não tenciono cometer nenhum crime.
E por muito que deteste esta merda toda, não me tenciono matar.
Afinal, acho que é capaz de ter muito mais piada andar pelo mundo dos vivos a chatear tudo e todos (naquela onda... é mais irritante, eh eh) do que estar pendurado numa corda tal pato acabado de caçar.
Nãa, não é para mim.
De facto, não posso deixar de achar piada em escrever mais um testamento (Novo, que o Antigo já era...) e obrigar literalmente o Pato Pastel a ler...
É que ele sabe que o vou chatear como uma melga até que leia isto. Ou melhor, vou chateá-lo como um pato, que é o que faço melhor.
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