22/11/2009

disclaimer

"Esta mensagem e os ficheiros anexos podem conter informação confidencial ou reservada. Se, por engano, receber esta mensagem, solicita-se que informe de imediato o remetente e que elimine a mensagem e ficheiros anexos sem os reproduzir."
Está certo. Então, eu recebo um email. Como todos os dias me caem na caixa de correio blocos de merda nas mais variadas formas, eu, curioso, até vou ler. Depois de chegar ao fim e perceber que afinal o email não era para mim, vou cagar de alto e ignorar que li o que li.
Não! Mais! Vou ver se encontro o gajo certo e reenviar-lhe a mensagem! Entretanto, se apanhar com dois ou três segredos de Estado ou uma informação confidencial de uma empresa, vou ter a gentileza de apagar o mail e ignorar o sucedido.
Talvez um dia destes me perca num qualquer bairro suburbano habitado pelos indesejáveis do centro da cidade. Logo depois de levar uma valente carga de porrada sem dar troco (sim, porque este pato já não intimida ninguém... quanto mais três ou quatro cagalhões gigantes...) apelo aos nobres instintos de tão sociável malfeitor: "Olhe, agora que já me deu uma coça de fazer enrolar os pêlos do rabo, por que não faz o obséquio de ir embora e me deixar ficar com os meus objectos de valor?"
Eu até propunha alterar a mensagem no final dos emails. Qualquer coisa como "se este email não era dirigido a si e só percebeu agora, porque afinal só iria perceber após ler esta mensagem que, porventura, se encontrava no final do email escarnecendo ironicamente da sua existência, destrua a mensagem e mate-se, de forma a não revelar de qualquer forma o seu conteúdo".
Em todo o caso, acaba por se mostrar deveras divertido o facto de só receber disclaimers em emails com piadas.
Lembrei-me dos jovens das Crónicas de Narnia.
Sexta-feira estivemos a limpar a sala da informática. Estava por lá um caixote gigantesco carregado de cabos de alimentação e aranhiços. É brutal, a forma como eles se multiplicam mais rapidamente que os coelhos (refiro-me aos cabos); um gajo deixa um cabo ali no caixote e dois dias depois há por lá mais cinco ou seis. É o verdadeiro milagre da multiplicação. Desconfio que se os cabos de alimentação fossem comestíveis, seria capaz de acabar com a fome no mundo.
Em todo o caso, por momentos, passei por dentro do caixote dos cabos. E então desapareci pelo fundo do mesmo e fui parar a um sítio branco e coberto de árvores. Por ali andei até que um bode cheiroso e amigável aproximou-se e cumprimentou-me. Perguntou como estava eu e tentou vender-me cabos de alimentação. É certo que o bode era bastante parecido com um daqueles gajos semi-orientais que nos tentam vender flores à noite... " 'ké flor?". Voltei atrás e quando dei por mim estava novamente na Informática, deixando o portal para Narnia aos meus pés.
Depois ainda disse ao meu colega para experimentar, mas penso que o bode de Narnia deve ter fechado o portal porque ele já não conseguiu passar.
Ou então quando lá estava dentro fui mordido por um aranhiço e fiquei temporariamente a ver elefantes cor-de-rosa às bolinhas amarelas.

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