No outro dia estava a dedicar-me aqueles quizzes estúpidos do Facebook.
Quando se está mortalmente aborrecido ou no meio de algo que só dá sono, acho que é de valor tentar-se descobrir quando vamos efectivamente morrer, como vamos morrer ou, numa perspectiva menos mórbida, qual o nosso grau de estupidez, parvoíce ou até mesmo se daríamos ou não uma boa dona-de-casa.
No fundo, quanto mais estúpido é o teste, mais diverte um gajo.
Ora depois de descobrir que iria morrer já em período de reforma, morto pelo meu colega de trabalho, e que daria uma óptima dona-de-casa (tão prendadinho, que é o pato...), acabei por fazer a brilhante descoberta que, avaliando diversos graus de parvoíce, seria apenas muito parvo.
Epa, acho positivo. Eu tenho a ideia que sou imensamente parvo mas, sendo 'apenas muito parvo', até dá um gosto mais cozinhado à coisa, levando-me a pensar que a minha parvoíce poderá não ser crónica.
Claro que a parvoíce pode ter muitas caras, e um gajo pode ser parvo de muitas formas diferentes. Depois há os que gostam de ser parvos, os que gostam de ser feitos parvos, e até mesmo os que se armam em parvos. Como eu, quando estou na fase Star Wars e decido trocar o "informática, bom dia", pelo "ligou para a Esfera da Morte, em que podemos ajudar?" (a sério, ouvido do lado de lá em alta voz é um espectáculo).
De certa forma, a parvoíce inunda já as profundezas do meu ser, levando-me a crer que já não consigo ser de outra forma. Sou muito parvo, simplesmente.
Bem, também há os que se fazem de parvos, embora não o sejam especificamente. Mas a capacidade de um gajo se fazer de parvo, quando não o é, acaba por nos libertar... protege-nos, não nos danificando por aí além.
É algo semelhante a estar na Vobis e deixar que um funcionário nos tenta vender as características técnicas de uma merda qualquer, quando nós sabemos perfeitamente o que o gajo está a dizer (e um pouco mais, às vezes); mas fazemos aquele arzinho parvo... "pois, muito interessante...". O conhecimento deve mesmo ser poder... e misturado com a parvoíce é um cocktail brutal.
Agora a reler estas linhas, voltei a parar na cena da morbidez. De facto, o desconhecimento das coisas é algo extraordinário.
No outro dia, a meio de uma conversa a respeito da influência da idade no uso das tecnologias (bonito, as cenas evoluídas que nós discutimos...), há um gajo que se vira para mim e me pergunta se lá por casa a minha Mãezinha não imprime muitas coisas para a impressora...
Confesso que me faz um bocado de confusão quando me falam na minha Mãe. Sobretudo se não a conhecem e não fazem a mínima... normalmente quando ouço piadas destas fico com uma ligeira vontade de atirar com um alicate de corte aos cornos de alguém mas, como na quase totalidade das vezes, a pessoa do lado de lá ignora a também quase totalidade dos factos, achei por bem dar azo à minha parvoíce e enquanto olhava para o único gajo na conversa que sabe da história, larguei apenas um "epa, não... a minha Mãe não mexe em computadores lá em casa; mas também se mexesse acho que me borrava todo". Não sei, mas acho que relativamente a estas coisas, o ideal é tentar-se manter uma certa dose de desconhecimento e, já agora, de parvoíce. Assim não chateiam por aí além.
É curioso pensar que na sexta-feira, foi o Dia Mundial da Alimentação ou merda do género.
Então, na cantina do trabalho falava-se em comidas light e cenas que só faziam bem a saúdinha... havia fruta com fartura, bodegas grelhadas e afins.
A ver, eu não gosto muito de falar destas coisas. Dá um aspecto à minha pessoa, ainda pior do que aparenta. Não sou propriamente um porco nojento que tenta arranjar sempre as conversas mais... vá lá, nojentas (ou parvas), que consegue. Mas é brutalmente irónico que tenha sido exactamente a 'alimentação saudável' no dia da alimentação a dar-me conta do esfíncter.
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