31/10/2009

salão

Por vezes esbarramos no trabalho com situações que nos levam a outras situações e, por mero acaso, acabamos por ganhar bilhetes à borla para o Salão Erótico de Lisboa.
Ok, tem alguma piada. O único senão é que os convites são para uma única pessoa e, como somos dois na Informática, deram-nos dois convites...
A situação é ligeiramente constrangedora. Eu olho para o meu colega, o meu colega olha para mim... epa, não me apetece mesmo ir ver um Salão Erótico com o meu colega de trabalho.
Se fosse um outro qualquer gajo, seria uma coisa; mas este gajo em particular, está à minha frente durante oito horas por dia. Seria imensamente cretino para toda e qualquer fantasia exposta e visível aos meus globos oculares no Salão Erótico se sempre que olhasse para ele me lembrasse da Silvia Saint, ou o contrário.
Se já passo dias a fio fechado com um gajo numa sala e se às tantas, quando me lembrar de uma gaja me vier à ideia o passeio com ele... tipo, é chato.
Creio que já bastam os pequenos roçanços e apalpadelas enquanto nos tentamos enfiar os dois mais as ferramentas (alicates e chaves de fendas, leia-se...) nos pequeninos bastidores de rede.
Combinámos então que, decisão justamente democrática, nenhum de nós iria ao Salão. Parece justo e, para dizer a verdade, nenhum de nós estava com muita vontade de ir. Um gajo já chega ao fim de semana suficientemente cansado para ainda vibrar com actrizes do imaginário da internet. De facto, já nos chegam os mails que a malta manda.
Oferecemos os bilhetes à senhora que nos limpa a sala de informática, para ela ir arejar ideias com o marido. E ela adorou! Afinal é fácil fazer alguém feliz; nem que seja à conta de um passeio de domingo num rabaçal. Único senão: ela terá de nos trazer dois posters do Salão, para podermos pendurar na sala com o carimbo por baixo a dizer "EU FUI". Sinto que quando se souber que abdicámos de bilhetes que estiveram nas nossas mãos para irmos ao Salão Erótico, seremos brutal e verbalmente agredidos pelos nossos amigos. Com os posters, sempre poderemos manter a imagem de que fomos. E se alguém perguntar por detalhes (incluindo a pessoa que nos arranjou os bilhetes) podemos sempre dizer "ah, pois... era o mesmo de sempre, não varia muito".
A afirmação seguinte até poderá parecer incrivelmente gay, mas preferia mil vezes bilhetes à borla para aquela exposição de jogos de computador que ocorre todos os anos... :(

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