O mundo é algo curioso.
A mais recente polémica na web não respeita a nenhum escândalo sexual com uma celebridade manhosa, ninguém reclama mais nenhum saco azul e, de repente, até a licenciatura de um dos vermes mais imundos de que tenho memória se assemelha a pequeninas e insignificantes violetas num jardim imenso (não sei por que motivo referi isto, mas pareceu-me meio poético para a ocasião).
O mundo está indignado. O mundo revolta-se! E não, não se trata de nenhum tirano num qualquer país refundido na África Negra que deixa as criancinhas morrer à fome enquanto se banqueteia com manjares dos deuses, obscurecido pela sombra das armas vendidas por um também qualquer país bem conhecido do continente americano (que, curiosamente, acaba por policiar e sancionar esse mesmo país africano por causa das tais armas... cenas complicadas que o meu pequeno cérebro não entende).
O pessoal revolta-se, imagine-se, com o novo anúncio do Pingo Doce.
Ao que parece, já há uma petição a correr a web para acabar com o dito anúncio, e até já vi uns grupos no Facebook com isso mesmo.
Confesso que não é algo que me incomode muito. Tipo, acho bem mais irritante ir ao Pingo Doce ali do cimo da rua, escolher as coisinhas em 5 minutos e ficar mais 20 numa fila para pagar porque só estão três caixas a funcionar. Ah, e as compras vão na mão porque as cestas desapareceram misteriosamente e ainda levo com as trombas da menina que está na caixa e que se queixa que não gosta de trabalhar ao domingo... pois é filha, eu também não gosto e vou ao castigo. Calha a todos.
Então fui ao YouTube procurar o tal vídeo (yah, o viciado da Fox não tem visto os canais generalistas...).
De repente, fiquei com alguma vontade de libertar aquela brilhante palavra que se levanta comigo da cama todas as manhãs.
"Foda-se!", "Credo, chiça penico, vade retro, 'dasse, meu Deus, quem é o porco que anda a tentar assassinar os ouvidos e olhos da malta????"
É que aquilo é mesmo mau. Não sei ao certo se é a música, a letra que tenta fazer rimar "mais" com "faz", a vozinha de cana rachada à laia de Ídolos ou aquele pessoal mesmo feio a dizer "venha" e a fazer o gestinho com a mão.
No seu todo, aquela cena é medonha. Mete mais medo que a Hello Kitty... A sério, depois de ouvir pela primeira vez o anúncio, a ideia com que se fica é "por favor, deixem-me morrer...". Por outro lado, a música em si talvez fosse capaz de acordar os mortos, pelo que no seu todo é deveras inconsistente.
A última vez que senti isto foi com a Leopoldina (por que será...) e curiosamente, também era uma cadeia de supermercados... deve ser crónico!
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