01/12/2006

Adão e Eva

Estava eu, no outro dia, na minha alegre vidinha deprimente quando, vinda sabe-se lá de onde, passou por mim uma Gansa Correio (sim, na Patolândia são elas que distribuem o correio) que me entregou uma carta de uma prima gansa de lá da minha terra.
A minha prima, tal como todos os habitantes da Patolândia, tinha visitado o meu ninho na blogosfera (eu sou muito conhecido, na minha terra) e gostou tanto, que decidiu enviar-me uma carta, pedindo para eu a publicar.
Ora, como Pato que sou, vi-me na obrigação de ceder um pouco do meu ninho à minha prima patola.
E então aí vai:

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Todos nós já nos perguntámos onde e quando terão nascido Adão e Eva. Ora muito bem, eu encontrei a minha resposta.
Ia-se nos anos de 1928 e 1933, mais exactamente na Primavera.
Adão nasceu no interior do nosso Portugal e Eva nasceu na idade à beira-rio plantada, que é Lisboa.
Adão nasceu para ser feliz. O mais novo de cinco irmãos de uma família abastada da Beira. Viveu no Paraíso até aos seus 18 anos, momento em que foi obrigado a ir para a tropa. Brincou, riu, conviveu, dançou, cantou, enfim, era um verdadeiro Adão, não só pela vida pura e divertida que levava mas também pela sua compleição física.
Eva nasceu para ser infeliz e, consequentemente, espalhar infelicidade. Criança triste e introvertida, feia e doente, era fruto de uma família pobre que habitava uma barraquinha num bairro operário de Lisboa. Teve uma infância triste e desgraçada que a obrigou a ir trabalhar desde muito cedo, mais exactamente após a sua 4ª classe. Continuou triste, infeliz e pálida até aos seus dezoito anos, idade em que conheceu Adão. Tinha ele então 23 anos. Olharam-se, conheceram-se, namoraram-se e casaram.
Eva sempre o tentou a pecar e ele, sempre renitente conseuiu resistir. A partir do momento em que Eva sentiu que Adão estava preso, fez-lhe a vida num inferno: "Adão come a maçã! Come! Come! Come!". E Adão lá teve que dar uma dentada que logo cuspiu.
Deus a ele perdoou-lhe e deixou-o voltar para o Paraíso; a ela condenou-a a viver eternamente no inferno.
E cá continua, a infernizar a vida dos outros Adões e Evas que se lhe cruzam no caminho. Foi desterrada para o inferno que é Portugal.
Pronto! Agora já sabem. E tenham cuidado, não vão encontrá-la por aí para vos fazer a vida num Inferno.

Já agora, faço um apelo às Patas que habitam Portugal.
O meu priminho Marques é muito bom Pato, muito prendado (é um óptimo cozinheiro) e continua solteiro.
O que é que pensam que andam a fazer? Vá, vão ter com ele!
"

E pronto, aí fica a cartinha que a minha priminha Gansa Filomena me mandou.
Um dia também escrevo qualquer coisita acerca dela, porque apesar da sua vida não dar um filme, é capaz de dar um blog.
Não liguem muito às últimas três linhas porque ela é muito casamenteira.
E se é para arranjar uma Eva como a da história... bom, mais vale deixarem-me assim...

Cumprimentos patinos!

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