10/12/2006

Um conto de Natal

Ah e tal... hoje é o único dia do ano em que faltam apenas duas semanas para a Véspera de Natal.
Epa... estou com vontade de contar uma história aos poucos leitores que têm paciência para ver este blog (dois ou três)...
Era uma vez, há dois mil e tal anos, um puto que nasceu... Infelizmente para ele, nasceu com a ideia de que era capaz de mudar o mundo e de que toda a gente era boa gente (enfim... um patito 'naif'...). Bom, tanto quis levar a sua avante que moveu mundos e fundos para tentar explicar ao pessoal que eram todos irmãos e que a paz era uma cena porreira... 'coiso'! As pessoas que o rodeavam perceberam muito bem a mensagem. E ficaram tão contentes que decidiram pregá-lo a uma cruz em agradecimento. Não sem antes o fazerem carregar a cruz até ao local onde ficaria imortalizado e fazerem-lhe festinhas de boa sorte com chicotes.
Boa gente!
Enfim... o tipo morreu, ressuscitou e voltou a morrer (só para chatear os gajos, para não pensarem que podiam mais que o pai dele...).
Então tornou-se num mártir. E como mártir, as pessoas começaram a difundir a sua palavra. E como quem conta um conto, acrescenta sempre um ponto, as pessoas decidiram também acrescentar alguns pontos (fulcrais, necessários e convenientes) e criaram uma religião que queimava (perdão, salvava) quem não acreditava nela.
Até fizeram grandes festas em que levavam pessoal dos vários cantos do mundo (naquele tempo era só a Europa... os chineses ainda não tinham sido inventados...) e viajavam todos para a Terra Prometida para mostrarem aos tipos que lá moravam que deviam juntar-se a tal comunidade, que fazia grandes borgas.
Só que os tipos que habitavam a Terra Prometida não gostavam dessas merdas e então disseram que não! E o pessoal que vinha da Europa ficou chateado (pois claro...!)... afinal tinham viajado tantos quilómetros para nada??? E chamaram o Raul Solnado e foram para a guerra matar-se uns aos outros.
Os anos passaram, e fizeram uma cidade. E convenceram-se de tal forma que eram amados por tanta gente, que fizeram grandes muros em torno da sua cidade para mostrarem o quão grandes eram.
Mais! Como até descobriram que a gula era um pecado mortal, decidiram tirar o comer às pessoas para as salvarem... e eles sacrificavam-se e comiam até ficarem que nem porquinhos lindos.
E continuou assim.
Tal como dizia a elfa do Senhor dos Anéis, 'a história tornou-se lenda, a lenda tornou-se mito...' e uns tipos de uma marca de refrigerantes perguntaram-se por que motivo o dia 25 de Dezembro era um dia feriado.
Então alguém se lembrou que tinha havido um tipo qualquer que tinha nascido nesse dia e que lhe tinham dado presentes! Então vestiram um senhor velhote com as cores da empresa e mandaram o gajo dar presentes às criancinhas do mundo. Mas como havia criancinhas que eram pobres e, consequentemente, não tinham direito a presentes (isto é só para quem pode, não é para quem quer) mandaram o velho para a Gronelândia (assim o tipo já tinha uma desculpa para não visitar toda a gente... é que as estradas na Gronelândia são uma merda) com um trenó!
E assim foi. No Natal, continuamos a dar azo ao nosso espírito consumista, fazemos muita gente feliz com o dinheiro que gastamos e mandamos uns cartõezinhos aos amigos e parentes. No dia 26 já passou tudo e vamos alegremente trabalhar.
E pronto, acabou a história.
(ocasionalmente, há uns gajos que se lembram e até cantam os 'Parabéns a Você' ao puto do início da história... mas isso é pessoal marado...)

Feliz Natal e cumprimentos patinos

2 comentários:

RN disse...

O Pato Afonso jamais vai trabalhar contente no dia 26 de Dezembro. Já agora, o tipo que nasceu há dois mil e tal anos tinha ar de pertencer à Al-Qaeda - era oriundo do Médio Oriente (naquele tempo chamado de Próximo Oriente), donde se conclui que a igreja por ela fundada só pode ser um ninho de terroristas.

Pato Marques disse...

Uma vez mais, o amigo Pato Afonso anda-se a habilitar... não me admirava se amanhã tivéssemos a Guarda Suíça a bater à porta com dois pares de sapatinhos de cimento...