26/02/2007

O melhor dos dois Mundos

Começo a pensar que talvez co-habite numa realidade mecatrónica situada algures em lado nenhum.
Isto há vidas e vidinhas, e o ser trabalhador-estudante nunca abona muito a vida pessoal de um Pato.
De facto, baseia-se tudo em dinheiro. Em dinheiro e em carreira. Mas mais em dinheiro.
É que a vidinha pacata aqui na Terra é deveras curiosa.
Um gajo levanta-se, efectua as suas várias higienes espalhadas pelas várias cavidades do seu corpo de Pato, toma banho e aí vai ele direito ao trabalho. Muitas vezes, sem levar pequeno-almoço na moela... E depois vai para o trabalho. E aí atura os grandes que não sabem nada, atura os pequenos que querem saber tudo, atura os rabos e as Marias Amélias, atura o computador, atura o teclado e atura o raio que o parta. E sai do trabalho, cansado e deprimido e vai para a faculdade onde, para sua alegria, até encontra alguns amigos patos... Bom, alegria é relativo porque esta merda de só ter amigos patos é... uma merda! As patas não costumam cair de varandas e muito menos de andaimes... e, na excepcional oportunidade de caírem, deverão cair eventualmente de uma varanda bem alta, para terem uma brutal Energia Potencial que irá transmitir-se à Cinética durante a queda até que esborracham um gajo que vá a passar no meio do passeio. E depois, no meio das penas e dos órgãos semi-espalhados pela atmosfera do asfalto, ainda são capazes de agradecer por lhes termos amparado a queda. Bom, e sai o Pato da Faculdade, onde continua a aturar os
os grandes que não sabem nada, atura os pequenos que querem saber tudo, atura os rabos e as Marias Amélias, atura o computador, atura o teclado e atura o raio que o parta. E sai do trabalho, cansado e deprimido e vai para casa. E chega a casa e atura o vizinho, a vizinha, a família deprimida e o raio que o parta. Atura o computador, atura o fogão, atura o lava-loiças e a sanita. Atura o pijama, atura a cama e o cobertor... Ahhh! E finalmente, deitado, no frio da noite, que até é boa conselheira, atura a insónia que, curiosamente, teima em não o deixar dormir. E é então que atura o pessoal do Lixo a recolher a merda diária na rua, atura a prostituta que mora no prédio em frente a chegar com o seu 'empresário', atura o pielas o drogado e Iury Azakovitch a berrar no meio da rua. Atura a carreira da madrugada da Carris, a levar os putos (alguns mais velhos que este Pato) para casa depois de mais uma noite de borga; atura o reboque da PSP e vai pensando no seu pobre carro, sozinho no meio da rua. E vai pensando na sua puta de vida, e no que tem de fazer todos os dias, nos rabos que tem de limpar e na merda que não fez. E vai pensando naqueles que pensam no que ele pensa e no que deveria pensar. Porque afinal, a noite será longa. E pensa até no pessoal que pela manhã lhe dirá: "Ah! Grandes olheiras! Tu e as gajas... Maluco!". E pensa que será talvez no dia seguinte que conseguirá ter tempo para actualizar o seu blog ou para tomar um pequeno-almoço descansado... pensa que talvez consiga dar mais um passo... pensa até que se adormecer rapidamente, conseguirá levantar-se suficientemente cedo para ir para a sanita com uma revista de informática e por lá adormecer até estar atrasado.
E tudo isto, para começar um novo dia, igual ao anterior! Porque os dias teimam em ser estupidamente monótonos, sem nenhuma variação agradável. Sim, porque com variações desagradáveis leva um gajo todos os dias; aliás, é a invariedade de situações desagradáveis que tornam a vidinha monótona.

Agora, perguntais vós... que raio de post é este???

É que no meio disto tudo... há uma excelente pessoa de quem eu gosto muito!
O gajo que inventou o mp3 é um fofo! Daqueles fofos que vocês olham para eles e dizem 'Epa! És mesmo fofinho!'.
Puto! Ainda não me deu para ir à procura de ti no Google... mas digo-te... "És um fofinho!"

É que um gajo sai de casa e vai a ouvir Xutos para acordar... entra no carro e ouve uma cena mais melosa para acalmar... sai do carro e muda para um rap ou hip-pop para acelerar o passo... e no trabalho... ah! o trabalho... mais 8 a 9 horas de Xutos para não ouvir nada nem ninguém... somente o trabalho... e sai do trabalho, cansado e deprimido e muda para uma cena mais acústica... um Rui Veloso, uma Enya ou porque não... uns Cantos Gregorianos. E quando volta para casa... ah! maravilha! Está surdo!

E assim foi mais uma história de merda, sem nexo, que ninguém lê, ninguém comenta e que se lixe...
Despeço-me com amizade...

Cumprimentos Patinos!

1 comentário:

RN disse...

É verdade, a vida sucede-se com monotonia... durante a semana anseia-se pelo fim-de-semana que afinal se revela ainda mais cansativo e, por vezes, deprimente, mas... vale a pena cá andar.
Hoje, o Pato Afonso comemora mais um aniversário e espera continuar a queixar-se por muito mais tempo.