01/05/2007

Engenharia

O portuga anda numa onda de explorar ao máximo a sua capacidade técnica inventiva.
Ele são aeroportos no meio do pântano, centros comerciais que florescem como mimosas na Primavera, pontes sobre o Tejo que não se sabe muito bem onde vão ficar, mas que vão ser construídas e, a que eu gosto mais, metropolitanos de superfície que têm uma leve tendência para se parecer com eléctricos...
Tipo, nesta onda de Metro, Lisboa também tem dois. Tem o Metro de profundidade e o de superfície, que é o Americano.
De facto, dá-me uma certa vontade de rir quando relembro o final dos Maias e imagino o Carlos e o Ega a correr atrás do Americano dizendo: "Olha, o Metro de Superfície, olha!"
É que é um bocado naquela onda da estupidez típica dentro fronteiras.
Começou com os gajos do Porto.
- O quê? Lisboa tem Metro? Então o Porto também tem de ter.
E a história tornou-se lenda, a lenda ficou mito...
E em vez de escavarem, aplanaram terreno. E as ruas do Porto ficaram muito mais porreiras, com túneis e encruzilhadas de linhas que vêm não se sabe muito bem de onde, mas que atravessam estradas e passeios. É algo mágico. E diga-se, é sempre melhor ter um metropolitano que anda a 50 Km/h, que um eléctrico a rodar à mesma velocidade. É uma questão de estilo.
E então os sul-lisboetas, aqueles gajos que moram na outra margem, também quiseram ter um 'metro de superfície'.
Realmente, da forma como a 'metrice de superfície aguda' se anda a propagar, penso que ainda deve ir afectar mais portugueses que a 'rotundite crónica', tão em voga desde há uns tempos para cá.
Mas o que vale é que ao menos as estradas estão bem contruídas. É isso e é ver os quilómetros que separam o Alentejo da A22 (a via do Sócrates, perdão, do Infante) na A2. Devo dizer que passei lá este fim de semana e gostei muito das lombas na auto-estrada. É saudável! Perde um bocado aquela monotonia das estradas a direito e pavimentadas. É sempre fixe um gajo dar um saltinho de vez em quando com um buracão na auto-estrada.
Ouvi dizer que o próximo passo é meter umas bandas sonoras e umas passadeiras para peões...
Ou então estou enganado e foram engenheiros da Independente a fazer a estrada.
Ultimamente tenho reparado que a expressão 'condutor de domingo' cai que nem ostras no Scórotes... ao que parece, ele é um Engenheiro de Domingo...
Mas isso já sou eu a javardar.
Afinal, o Grande Scrótes é a prova viva de que não é preciso ser licenciado para fazer merda a torto e a direito.
Agora há um cena que me anda a preocupar... E se decidem fazer um metro de superfície na Madeira?
E por que não um metro de superfície até à Ota?

Ah, e não quero ser picuinhas, mas só para que conste, a definição de 'metropolitano' é a seguinte:

"Caminho de ferro instalado no interior de uma cidade, parcial ou totalmente subterrâneo"

Tipo... se for totalmente à superfície, ou se circular entre cidades, em vez de ser na cidade, deixa de ser metropolitano.. ok?

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