A esta exacta hora, neste preciso momento, num outro qualquer canto do mundo, encontra-se alguém que se está sob o mesmo céu que eu.
Sob as mesmas estrelas, debaixo do mesmo luar, com pensamentos divergentes e ideias aproximadas.
Um outro eu que grasna graciosamente algures num lago brilhante e possivelmente gelado.
Com penas macias (certo... definitivamente, não exactamente como eu) e asas suaves, aguardando não se sabe ao certo o quê.
Mas as coisas são mesmo assim e, na realidade, nem sequer outro eu se poderá chamar, pois inevitavelmente tenderá a apontar para cisne.
Opinião pessoal, é um facto.
O meu outro eu, tão teimoso quanto eu e, muito provavelmente, bastante mais agradável que eu. O que é bom. Nada como as pequenas grandes diferenças que geram atracção como os pólos de um íman. Ou não. O problema do eu é que o deixamos de controlar e passa ele a controlar-nos a nós. O eu aproxima-se perigosamente dos heterónimos do meu eu, sendo cada eu um eu muito diferente do eu inicial.
Mas é desse eu que gosto.
Convicção é tudo, acho. Se não lutar pelo eu, de que vale a pena ser eu?
O interessante no meio disto tudo, é que com um pouco de sorte, o meu outro eu poderá estar também pensando neste meu eu... tal como este eu pensa nele.
Registo da noite: passei-me.
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