28/12/2007

Festividades de Ano Novo

Parte 1 - a reclamação

Considerando que este ano que agora termina foi o que vulgarmente se designa por bela foda, o mínimo que se pode esperar do próximo é que não seja um balde de merda completo pelos meus cornos de pato abaixo.
Nunca percebi a alegria de comemorar um novo ano.
Na realidade, comemora-se uma ponta de corno, visto que nunca sabemos ao certo o que nos vai acontecer no ano seguinte. Pelo contrário, no último dia de cada ano, um gajo sempre se pode sentar sozinho no sofá, com uma garrafa não mão e, enquanto espera pela batida das 24:00, dá um último suspiro no ano que passa e pensa: "foda-se".
O que é estúpido é comemorar a passagem de uma data. Tipo... podíamos comemorar a passagem dos meses. Todo o final de mês, a malta juntava-se para emborcar e ver o fogo no Terreiro do Paço. "Ehhhh, viva o mês novo!".
Ou então comemorar a passagem das semanas. Temos 52, o que dava 52 rambóias para facturar.
Porque comemorar a passagem do ano, é assim como que um pormenor administrativo e burocrático. "Ehhhh! Vai acabar o ano!" Emborcas meia garrafa de espumante. "Ehhhh! Vai começar o ano!" Pimba, emborca-se o resto.
Parece fofo. E depois a malta volta toda a casa completamente tocada e no dia seguinte já nem sequer se lembra da passagem do ano.

Parte 2: a constatação da realidade

De qualquer forma, a entrada do ano será uma bela merda tal como o Natal.
No fundo divide-se o ninho em duas partes diferentes. Eu, o portátil e a mesa; a 'coisa' e o sofá. A diferença brutal é que no ano novo não vou ter de acordá-la à meia-noite para trocar presentes.
Assim como assim, calada e a dormir sempre está melhor que a foder-me os cornos a toda a hora.
Por vezes até fico bastante contente com as alcunhas que me arranjam no trabalho... sempre é mais fofo do que em casa, onde me gastam o nome com lamúrias e queixumes.
O ideal é um gajo andar sempre a rir, contando piadas e dizendo merda. Entre o percurso trabalho-casa há sempre tempo suficiente para mandar o mundo para o caralho, pontapeando gatos e caixotes de lixo. Em casa, lembra-me os tempos de pinguim... ajeitar a gravata e ficar calado.
Sim, porque afinal, há sempre algo que não está bem. O comer sem sal, o comer com sal, a casa-de-banho arrumada, a casa-de-banho desarrumada ou até mesmo o dia que está de chuva quando deveria estar de sol. No fundo, o culpado é sempre o mesmo: o macaco. Ou melhor, o pato.
Tem sorte. Ainda tem quem lhe faça o comer e arrume minimamente a casa. Eu por exemplo, não tenho.

Parte 3: previsões

Como sempre, prognósticos só após o resultado.
Este ano foi tão negro que a Lei de Murphy aqui já nem sequer tem efeito.
Tenho sérias dúvidas que o próximo ano seja pior. Pode até ser igual, mas dificilmente pior. Mas nunca fiando.
Pode ser desta que seja ceifado por um tractor ou uma merda assim.
A única coisa que prevejo que seja minimamente fofa é o facto de vir aí mais um aninho de pato. Algures a meio do ano, estarei um ano mais velho. Até aos 50 não me queixo... depois logo se verá se preciso de medicação.
Mais previsões... sim, muito possivelmente deverei ter de meter o meu carro na oficina mais duas ou três vezes (não comprem as primeiras séries... a sério) e deverei continuar a reclamar durante mais 12 meses, pelo que os meus leitores poderão sempre continuar a acompanhar online a minha conversa de merda.

Finalmente, as afirmações que me marcaram este ano:

"És um cebola mole" (esta foi altamente)
"És um fofinho" (não perguntem nada...)
"És estranho!" (sim, sou...)
"És uma rena" (ok, mas esquecendo o facto das renas terem cornos)
"És um cabrão" (o gajo da distribuição do pão aqui da zona quando retirei a cadeira que lhe tinham posto na rua a marcar lugar e estacionei nesse mesmo lugar)

Cumprimentos patinos!
De certeza que ainda aqui voltarei antes do final do ano.

4 comentários:

RN disse...

Caro amigo Pato,

Um feliz Ano Novo também para ti!

E, já agora, um conselho que não pediste: as Patas (a propósito, no outro dia, vi uma pata bem fofa no teu HI5...), por muito boas que sejam, por muito protectoras que queiram ser, por muita sensibilidade e tolerância que aparentem, tendem a não achar este (teu) tipo de discurso muito sexy. Se calhar, o melhor é começares a evidenciar mais os teus dotes - físicos, culinários, intelectuais, profissionais, etc., etc. As patas querem é patos fofos, com dinheiro e poder e tudo isso está ao teu alcance. Não é justo, é verdade, mas se um pato quer afagar as penas de uma pata, tem que seguir as regras do jogo.

Pato Marques disse...

Amigo Pato Afonso,

Claro que terá também direito ao seu telefonema de Ano Novo mas desde já lhe desejo umas excelentes Entradas (e Sobremesas também, lol).
Agradeço imenso os seus sábios conselhos que irei começar a seguir já no próximo ano.

Agora percebo: os Patos Marques quando crescem, tornam-se Afonsos. Quando for grande quero ser como tu.

;)

RN disse...

Amigo Pato Marques,

Seguramente que conseguirás muito mais do que eu antes mesmo de chegares à idade que apelidaste de idade "Pato Afonso". Aliás, já tens muitas qualidades que eu não possuo.

Um abraço,
Pato Afonso

Pato Marques disse...

Amigo Pato Afonso,

A falar dessa forma até me deixa embaraçado.
O amigo é que tem excelentes e inúmeras qualidades que fazem este pato lutar todos os dias para chegar um dia ao seu nível.
O amigo sim, é um exemplo a seguir e um Pato do qual os seus descendentes só se podem orgulhar. Aliás, qualquer pato que se preze gostaria de ter um Pato como o Engº Pato Afonso como Pai.
É um privilégio ter o Pato Afonso como amigo.

Abraço,

Pato Marques