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Talvez eu não tenha sido feito para entender os seres-humanos. Ou então posso não ter sido concebido de forma a ser facilmente entendido pelos tais seres-humanos.
Mas a ver o comportamento da minha cadela, que me ignora e vira o rabo apesar de eu ser a mão que a alimenta, talvez o problema não seja com os seres-humanos mas sim com os seres-vivos. Bom, a bem dizer, as impressoras do trabalho conseguem ter uma grave tendência a levar-me à loucura portanto, poderíamos incluir os seres inanimados na festa.
Não quero ser um chato cujo objectivo na vida seja melgar - para isso já basta a Cindy que não me larga o fundo das calças - embora o seja, mas não consigo deixar de pensar que uma marreta e um objecto facilmente quebrável seriam dois elementos interessantes nas minhas mãos.
Hoje activei mais um segmento do meu cérebro, ao lavar a roupa e tê-la deixado qualquer coisa como 24 horas fechada dentro da máquina.
Nada de mais, pensei eu.
O facto é que aquela merda húmida e fechada acumulou tamanha electricidade estática dentro do tambor da máquina que sempre que tento tirar as cuecas do Pateta de lá de dentro, apanho um esticão nas mãos que até os pintelhos do rabo levantam... tipo aquelas bolas que fazem os raiozinhos e ficam brutalmente bem nas salas e secretárias.
Amanhã vou tentar fazer o que me disseram e forçar nova lavagem da roupa. Depois tiro-a imediatamente, a ver se a estática passou... contudo não deixo de pensar que sou um animal por continuar a fazer destas. Do mal o menos, o congelador está novamente a precisar de ser limpo... talvez desta vez faça um filme.
A minha vida dava um filme? Hum, talvez não, estas coisas não interessam a ninguém.
Já uns desenhos animados teriam bastante piada. Ou não.

(ainda sinto as articulações das mãos doridas com a porra do esticão que apanhei... hoje não há tratamento à relva dos jardins suspensos)