29/07/2007

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Não sei o que pensar.
Não sei o que dizer.
Não sei o que fazer.
Digo isto relativamente a todos os aspectos que me rodeiam neste momento.
Este será provavelmente o último dos posts da minha velha existência.
Uma vez mais, qual fénix ardente, um novo Pato irá sair da forja.

Apesar de estar altamente indeciso, coisa que raramente me aconteceu, penso que já tomei a minha decisão.
O fim de semana de Lua Cheia serviu para assentar as ideias e arrefecer o fluxo sanguíneo que me circula no cérebro nestes últimos dias.
Contudo, é um novo salto, uma nova vida. Estarei certo? Estarei errado? Irei fazer uma grande asneira ou, pelo contrário, indo uma vez mais contra tudo o que parece racional, vou conquistar mais uma vitória das poucas que tenho vindo a somar na minha vida?
Sei que ninguém me pode ajudar. Os conselhos e as palavras de apoio e de desagrado (já sei que as vou ouvir) não me podem afectar pois, a decisão final é e será sempre minha.
A história dos 'sinais' também não ajuda muito. Pelo menos, tenho esperado por um que teima em não aparecer. O tempo esgota-se e as próximas 48 horas são decisivas.
Amanhã, espero uma palavra de conforto. Aguardo o último dos confrontos que se me colocarão neste desafio.
Com a minha idade, creio que não devo abusar muito da sorte.
As coisas fantásticas parecem efectivamente cair-me nos braços mas, por serem raras, temo desiludir-me.
Porquê eu? Sou um simples pato! Poderá ter sido um engano? Ou será que, efectivamente, chegou a minha vez? O que posso ter eu de tão especial para merecer isto?
O meu pequeno coração de pato bombeia a um ritmo estonteante.
As ideias fluem com tão grande clareza que chego ao ponto de ficar na total escuridão, fruto de tanta luz.
Não me consigo acalmar. Procuro dentro das minhas penas uma decisão madura mas, mais do que recear magoar-me, receio desiludir os poucos que acreditam em mim.
Sim, mas sejamos honestos. Afinal, o ponto a que cheguei poderia ser o sonho de qualquer um outro pato que por aí ande. Penso que não é o meu. Mas não me posso dar ao luxo de fugir muito às linhas orientadoras da minha vida para partir sem ponderar as coisas.
Possíveis piadas à parte e sinto-me como que a perder o controlo.
Procuro desafios e, como quem procura encontra, eles vão aparecendo.
Neste momento, conto com um par deles.
Um, ficará resolvido por toda esta semana. Falando concretamente, ficará resolvido nas próximas 12 horas...
Será este o desafio final, que me catapultará para o pódio onde se encontram alguns dos meus antepassados Patos? Será que chegou agora o meu momento? O momento pelo qual tanto esperei e ambicionei?
Já ouvi palavras de apoio. Forte apoio. Também já ouvi palavras de desprezo e de desilusão. Procuro não me deixar levar pelos sentimentos. Refiro-me a estes em toda a sua condição, desde a mais sentimental até à mais promíscua material...
Sinto-me como o João Sem Medo. Estou numa encruzilhada. Um dos caminhos, leva-me suavemente à beira de uma vegetação paradisíaca, acompanhado pelos que me querem bem e eternamente abençoado pelos que me desejam comprar. E penso que talvez seja esse o problema. Não consigo deixar de pensar que estou a vender a alma. O outro caminho encontra-se pejado de buracos. O que é mais assustador é o facto de a vegetação ser tão densa que não permite enxergar um palmo para lá do evidente. De facto, nem o evidente é claro. É o caminho da aventura, que promete ser o início do alcançar de alguns novos estágios da minha personalidade. Pode ser o caminho que me levará até um dos vários sonhos que sempre tive. Claro que também me poderá levar a um beco sem saída de onde, se sobreviver (metaforicamente falando, claro), terei de escapar.
Neste momento da minha vida, prefiro ser optimista.
Quero acreditar que estou a tomar a decisão correcta e que este (ao menos este) desafio, se irá desenrolar rapidamente e me permitirá evoluir para uma nova condição patina.
A definição de desafio, no dicionário, refere-se também a jogo, a concurso, a competição.
Não gosto de encarar um desafio dessa forma, a tão baixo nível, como se da programação do core de uma vida se tratasse. Não há nada de desportivo nem de competitivo acerca dos meus desafios.
Vejo-os como parte do desenvolvimento pessoal. Procuramos algo, encontramos. Lutamos e ou conseguimos o que queremos ou somos mais um na multidão. Não é divertido. É a luta pela nossa sobrevivência. Há que fazer por merecer e, se queremos algo, não nos podemos encostar e esperar. Não é um jogo, é uma luta. Não é um concurso, é um espectáculo de gladiadores. Competição? Talvez... Trata-se de competir pelo que desejamos. O prémio final, é o repouso do herói, junto do que se conquistou. Se a conquista foi merecida, o desafio tornou-se na Odisseia e narrará mais uma história de uma vida e de todas as vidas que a rodeiam. Caso contrário, o desafio divide-se em muitos outros desafios que se multiplicam exponencialmente por cima das nossas cabeças e dentro de nós.
Há aqueles que já nasceram com todos os desafios da sua vida na forma de Odisseia e, como tal, nada mais têm a fazer. Há os outros, cujos desafios falham recursivamente e procuram incessantemente ao longo de toda a sua vida pelo confronto final. Há alguns priveligiados que, por vezes, conseguem ganhar mais uma batalha e, consequentemente, avançam mais um passo na Guerra da sua própria Vida. Pessoalmente, espero conseguir enquadrar-me neste último grupo.

Não só por mim. Mas por todos os patos e patas que me fizeram chegar até aqui.

Cumprimentos patinos!

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