Juntem.
Juntem marranços injustos e trabalhos pendurados.
Juntem fins de semana sozinho caminhando não se sabe bem para onde.
Juntem o prazer de cozinhar para um.
Juntem a companhia inexistente.
Juntem uma louca a gritar que nem... exacto, que nem uma louca.
Juntem os caprichos.
Juntem os delírios.
Juntem o computador a ferver em cima das pernas aquecendo os... pois, isso.
Juntem a mesma posição durante 3 horas, sentado na cama com o portátil em cima.
Juntem as pernas dormentes e o rabo dorido.
Juntem aqueles animais a berrar debaixo da minha janela.
Juntem a luz da rua que nunca mais se acende.
Juntem o desejo de ter alguém por perto.
Juntem as saudades.
Juntem uma distância ignorada.
Juntem a inconsistência de saber que amanhã pode chover e estarem mais de 28ºC.
Juntem o gajo da motorizada que parou agora mesmo na rua e não a desliga.
Juntem uma casa silenciosa às escuras e o monitor de um portátil iluminando um quarto.
Juntem o começo de uma nova semana e todo o que de bom nos poderá trazer.
Juntem a música de fundo que se ouve em loop há mais de 2 horas.
Juntem o saber que há muito para ser feito mas que nem sempre sabemos por onde começar.
Juntem o pescoço a estalar.
Juntem o não saber com quem vamos amanhã almoçar.
Juntem os temperos e a subtileza com que escrevemos.
Juntem o trabalho e o reconhecimento.
Juntem o sono e os sonhos de uma noite de verão.
Juntem tudo e misturem.
Juntem tudo numa caçarola.
Juntem tudo e deixem repousar.
Juntem tudo, e verão como é tão fácil ser-se Pato.
2 comentários:
...e juntem a incerteza do amanhã, que frequentemente nos traz o que, por vezes, já não esperamos, mas sempre desejámos. Ser um pato, repleto, na plenitude da sua natureza.
O amanhã, que frequentemente nos traz o que, por vezes já não esperamos, mas sempre desejámos...
Tens de me dizer qual é o universo paralelo em que habitas... é que no meu as cenas não costumam acontecer assim.
De qualquer forma, é uma expressão muito optimista, muito patesca , muito... hum... fofa?
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