01/08/2009

singularidades

Numa das ruelas que cruzo no caminho para o trabalho, há um semáforo.
Junto a esse semáforo, há um prédiozinho antigo com umas escadinhas que dão acesso a uma outra rua que fica mais abaixo.
Nessas escadinhas há um pequeno candeeiro de pé que ilumina as escadas.
Certo dia, o autocarro parou no dito semáforo da tal rua e fiquei a olhar para o lampião.
Nunca me tinha passado pela cabeça que aquele candeeiro, que estava ali erguido há tantos anos quanto aqueles que me lembro, pudesse ter características particulares tão únicas. Singulares, diria mesmo.
Dentro do revestimento vidrado que protege a lâmpada, existe uma armação com um rolamento de dois pontos que permite que uma segunda protecção em alumínio no mesmo formato do revestimento possa projectar a luz. Da mesma forma, ao projectar a luz, impede que uma grande parte desta atinja directamente a janela mais próxima do prédio que fica ao lado.
Eu não sei, mas se morasse ali, não gostaria mesmo nada de acordar de madrugada com um holofote a entrar-me pelo quarto como se de um rapto extraterrestre se tratasse. E aquela pequena folha metálica, tão simples, resolve o problema.
Muito possivelmente haverá outros lampiões como aquele em muitos outros locais mas, foi naquele que reparei. Eventualmente porque o autocarro parou ali mesmo ao lado.
O mundo pode não ser muito justo, mas era bonito que todas as ruas que tivessem prédios com escadinhas iluminadas por candeeiros pudessem ser também assim.
Primeiro acusaram as galinhas. Depois os porcos. Agora não sabem exactamente quem acusar e dão-lhe nomes de letras do alfabeto. Não entendo por que motivo condenam logo o A, eu acho que era mais lógico fazer isso ao Q. O Q é uma letra irritante, não passa de um O com uma perninha pendurada. Trata-se de uma anomalia que necessita sempre de um U ao lado para o segurar... era mais lógico dizer Gripe Q que Gripe A.
Mandam-me ter cuidado. Dizem para não tocar nos botões dos elevadores, pedem-me que não segure os corrimões onde andaram as mãos de outras pessoas (ajudem-me, agora fiquei confuso... é Corrimãos ou Corrimões??), querem que lave as mãos várias vezes ao dia, quando toco em teclados aumento as hipóteses de me auto-contaminar, querem que desinfecte os dedos com uma mistela à base de químicos... estava a lembrar-me da história irónica que inventei no outro dia durante o sono. A história de um gajo que ficou a trabalhar de quarentena em casa. O tipo ia todos os dias para o trabalho mas, naquela terça-feira, mandaram-no para casa. Nunca passava muitas horas em casa mas, perante a insistência e graças aos mecanismos do teletrabalho ficou a garantir o sustento da empresa em casa. E foi exactamente nesse dia que a vizinha do lado teve uma explosão de gás no apartamento e que parte da tubagem de água da casa se soltou e o empalou no seu próprio sofá. Sobreviveu apenas à Gripe.
Foi mais um momento idiota da minha nobre pessoa.
Mas com tanta merda de desinfecção, na sexta desfiz-me em merda... e tenho a certeza que foi o raio da mulher da cantina que andou a meter uma merda qualquer no sumo.

1 comentário:

Unknown disse...

Eu penso que seja corrimões, mas tb não tenho a certeza...