Hoje tive a prova.
É oficial. Sou efectivamente um pato.
Pensava que nadava como um tronco, mas não. Nado de cabeça para baixo e patinhas para o ar, como os verdadeiros patos. Melhor dizendo... perante o divertimento geral, e após levar com o rebentar de uma onda na tromba, acabei com os cornos enfiados na areia enquanto os meus presuntos apontavam para o céu.
Em todo o caso, nunca estive tão perto de ser pato como hoje.
Há pessoal que consegue transformar um bloco de praia em metros quadrados de xunguice. Não sou propriamente discriminador de massas mas, se calhar se essa malta abrisse um buraco bem grande à beira-mar e esperasse o encher da maré...
Ainda a respeito do rebentamento, devo ser o único pato no mundo que, para voar, tem de levar salva-vidas. Ou então serei daqueles patos já habituados ao ambiente urbano que desaprenderam a voar e a fazer coisas dignas de patos como... boiar na maré, ao sabor do vento e das ondas, com as barbatanas e os tomates de molho. Afinal, os patos não se afogam, certo? Ou então não.
E depois o gajo ali a 3 metros com aquela merda a sair-lhe de dentro da outra merda. Tipo, vou tentar ensinar-te uma cena: os calções de banho, os bikinis, as merdas que usas para te tapares, têm uma medida, ok? Não é necessário usares uma merda tão apertada que deixes de sentir a irrigação sanguínea, mas é de evitar merdas tão largas que o resto da malta tenha de estar a ver tudo o que é enchido a sair cá para fora em aflição qual prisioneiro que grita agarrado às grades "quero sair, querooooo saiiiiiiiir!"
Os velhotes. Alguém me explica porque raio os velhotes levam sempre daquelas cadeirinhas para a praia?
O livro "O velho e o mar" passava-se num bote, tá bem? A praia, não é um bote. Parem com essa merda enervante de ficarem sentados na cadeirinha a olhar o oceano infinito enquanto toda a civilização restante enfia o cú na toalha. Acreditem, não é o desnível na areia que vos vai foder a bacia... Pensam mesmo que vão prolongar anos de vida por ficarem a fitar o Atlântico?
E desde quando andam videntes da praia??? Uhhh, a sério! A senhora de preto, que caminhava no areal oferecendo os seus préstimos em troca da mão alheia. Nunca vi algo tão nobre... oferecer conhecimento, através da mão suada e calejada do próximo, a troco de nada... excepto do que quiseres pagar no final do serviço para o raio da mulher não largar uma praga que te faça crescer um rabo de porco ou um nariz de Pinóquio.
O que será que ela diz? "Pressinto que até ao fim do dia irá molhar-se"; "A visão é meio turva, mas vejo areia, muita areia"; "vejo que o seu dia irá terminar à frente de um computador a escrever num blog..."
Sem comentários:
Enviar um comentário