Esta hora da noite é fixe.
Um tipo já nem sequer está bem acordado e continua a escrever. É agradável na medida em que é uma espécie de enfrascamento controlado... se bem que sentado na cama com o portátil e o sono, já começe a ficar um bocado para o tonto. Já vejo dois teclados e nem sei ao certo o que estou a escrever.
Penso que fiquei viciado no blog. Devo ser o primeiro bloggodependente. É o meu fiel e silencioso confidente.
O primeiro pensamento da noite é referir que por vezes só me dá vontade de mandar tudo para o caralho e ir-me. Não vir-me... ir-me.
Cada vez penso mais em como fiz bem em seguir esta profissão.
Gosto das máquinas. Acalmam-me. Depois há aquela grande vantagem de serem completamente previsíveis. Mantemos o nosso mundo sob controlo. E se alguma máquina se passar... que se lixe, é só um monte de bits... caguei. Por outro lado estabeleço uma relação amor-ódio com os computadores. São a minha vida e a minha desgraça.
Não é saudável, esta vidinha. Comer computadores ao pequeno-almoço, almoço e jantar. Mas fazer o quê?
Não geram preocupações e, consequentemente, não nutro um corno de sentimentos por eles. Que se fodam.
O script não funciona? Azar do Boda!
Mas são também eles que me acompanham e tornam este poço todo um pouco mais suportável. Ou não.
Também já não sei ao certo.
Sei que os seres humanos em geral e a vida em particular, são algo de incerto. E, ao contactarmos com seres humanos e, ao tentarmos enquadrá-los na nossa existência, acabamos por cair na merda dos sentimentos. O que é uma merda, porque levam apenas a um sítio... a mais sofrimento e mais sentimentos.
As máquinas são um conforto.
Sabemos com o que contar.
É uma merda monótona, é verdade... mas muito bem gerida.
Pensar que há malta que não gosta de computadores...
É óptimo, não comporta nenhum risco!
Sossegado.
Solitário.
Triste.
Sem risco.
Deve ser este o lado bom da merda, de que falava o Brian.
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