29/11/2007

a quem quiser ouvir

É um facto que, muitas das vezes, o mundo desaba sobre nós.
É também um facto que, quando vemos tudo aquilo que fomos, somos, e desejamos conquistar, preso por um fino fio de linho ou a cair sob o efeito dominó, deixamos de acreditar que as coisas possam melhorar.
Uma realidade é que, quando a sensação que temos é que estamos enterrados na merda, ficamos irritantemente pessimistas, achando que já não vale a pena lutar por nada... nem por ninguém.
E, quando nos tornamos pessimistas a esse nível, não só pioramos tudo, como tentamos afastar aqueles que nos rodeiam e que efectivamente se preocupam connosco, com a ideia tola que se estiverem mais afastados, deixam de partilhar dos nossos problemas.
As frases e distâncias não fazem os outros ficar mais ou menos indiferentes.
É um pensamento próprio de um pessimista. E um pessimista sozinho é um perigo. Por esse mesmo motivo, estão lá os outros para ajudar. Não é um fardo; não é pena; as pessoas nutrem sentimentos umas pelas outras e, quando esses sentimentos são verdadeiros, não se olha a pessimismos.
Há que lembrar o Sam Wise... o Frodo tentou afastá-lo, tentou demovê-lo... mas o Sam, teimosamente, manteve-se ao se lado. E ambos conseguiram superar a prova.
O fundamental: quanto mais difícil parece ser a prova que nos é colocada à frente, mais gozo dá depois de a superarmos. Por muito cruel, estúpida ou injusta que tenha sido a situação. Há que olhar o problema de frente, e não desistir. Por muito cansados que estejamos.
É isso que faz de nós Patos(as).
Quando tudo parece negro... está sempre por lá alguém disposto(a) a partilhar e a ajudar. Mesmo as grandes dificuldades têm gozo é quando no final de tudo, muitos anos depois, nos sentamos com os patos netos (ou netos patos?) ao pé da lareira, e contamos o que se passou com um sorriso no bico. Sem nunca esquecer que, se conseguimos, foi por não desistirmos, por muito forte que fosse a vontade.
E podemos sempre lembrar quem não arredou pé e acreditou em nós.
No fundo, é disso que se trata.

Hoje, não parece o Pato Marques a falar. Ou melhor, a escrever.
Achei que já era hora de sair do meu sarcasmo e habitual pessimismo e tentar fazer entender algumas coisas a cabeças teimosas.

Sem comentários: