Estou diferente, creio.
Ando a perder a minha impulsividade patina e, o grande problema, é que ainda não consegui perceber se tal perda de impulsividade é ou não benéfica.
Por um lado, penso que era um pato demasiado nervoso, pronto a atirar-me da ponte caso fosse necessário; por outro lado, a calma tem o seu quê de relaxante. Temo apenas que a diminuição da impulsividade se possa reflectir num aumento de passividade. E isso não é de todo agradável. Nós, os patos, somos animais activos! (evitem as piadas manhosas, por favor).
Todos os meses, tenho o hábito de me ir prostituir ao Continente. Vou lá, faço as compras, raramente encontro o produto que quero, levo com filas gigantescas e malta nas caixas com um quociente de inteligência muito abaixo do que seria de esperar. Mas enfim, vou lá pagar o dízimo em troca de um talão que me dá uns cêntimos de desconto no gasóleo da Galp.
Hoje, como é hábito, fui abastecer com o dito talão. E hoje, o talão lembrou-se de teimar em não passar no leitor de códigos de barras.
Ora, estava um puto a atender que se lembrou de ser engraçado. Mais velho que este pato, mas com metade da vida... Bem, dizer que aquele palhaço estava a ser engraçado é já ser bastante simpático. De facto, o gajo estava era a armar-se em imbecil.
- Ah, sabe... o seu talão não está a querer passar... será que é falso?
- É... possivelmente... - respondi relaxadamente.
Então, o gajo começa com um monólogo tal, que quase poderia criar um blog com aquela merda. OBimboDaGalp.blogspot.com... seria só um exemplo.
- Pois, pode ser falso; sabe, não seria o primeiro que me aparecia aqui com um talão fotocopiado... ah, mas afinal já está a passar. Sempre é verdadeiro, eh eh. Mas há mesmo muita gente que aparece aqui a tentar enganar-me. Na maioria são mesmo os talões fotocopiados. Poderia ser o seu caso. Por acaso não foi, mas poderia ser.
De facto, há algum tempo atrás, teria ofendido a mãe dele seguindo-se um bom 'vai à merda'; mas achei que não valeria a pena. Ocorreu-me que sou eu o gajo instruído, o engenheiro informático... ele era o caixa da bomba da Galp. Pedi-lhe apenas o meu cartão de volta e deixei-o no seu alegre monólogo. Não da vagina, certamente, mas do cara de cú.
Tenho mais que fazer e em que pensar do que estar a perder tempo em mandar um imbecil à merda. É como dizem... não adianta discutir com um estúpido; para além de nos rebaixar ao seu nível, acaba por ganhar-nos em experiência.
Mas o gajo estava mesmo a pedir uma chave de rodas nos cornos...
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