É curioso como consigo ter o livro meio aberto nas páginas do meu blog.
Isto tem piada mas, quando estou algum tempo sem escrever muita coisa no blog, alguns leitores (e leitoras) telefonam-me a perguntar o que se passa.
"Meh, nada... falta de inspiração"
Brutal, é a resposta que surge sempre do lado de lá, em várias pessoas diferentes:
"Hummm"
Vamos a ver, isso tem direitos de autor!
No outro dia falava com um Pato acerca do meu blog.
Aparentemente, tornei-me um pato mais fechado acerca do meu livro. Ou melhor, o livro continua aberto ao mundo mas, de forma bastante mais obscura e subtil.
Faz sentido. O blog agora é mais conhecido (dobrou a audiência e o q.i.) pelo que não posso ser tão claro naquilo que digo.
Ando a pensar em juntar os vários blogs que tenho em apenas um. E depois, vou criar um outro, escrito por uma outra personagem que não um pato, e que ninguém conheça! Mantenho a subtileza egocêntrica no pato, e faço explodir o mundo do outro, vezes e vezes sem conta.
É algo que terei de analisar nas noites escuras sem luar.
De qualquer forma, talvez um dia escreva as minhas memórias. Num lar, com a espinha curvada do peso da velhice, regurgitando a bíllis na minha cirrose máltica enquanto um pingo espesso de qualquer coisa se solta da narina esquerda, ditando o texto para um daqueles sistemas que convertem a voz em texto, ou algo parecido.
Mas ok, pessoal preocupado, está tudo bem, como sempre :P
Ontem, durante o dia, lembrei-me de algo.
No primeiro trabalho a sério em que estive, recebíamos vários emails de actualizações, informações, entre os pedidos de apoio.
Era frequente os mails trazerem as iniciais FYI - for your information - visto que, afinal, a ideia era que fosse mesmo apenas uma passagem de informação; na maioria das vezes aquela merda de email ia parar à reciclagem, mas isso já seriam outras histórias.
Um dia, uma colega de outro departamento lembrou-se de começar a mandar mails com FYC.
Ainda pensámos que se referiria a "for your convenience" ou "consideration" mas... de facto, o teor da mensagem não batia certo com o FYC. Semanas mais tarde descobrimos que o FYC queria dizer "for your conhecimento". A sério.
No fundo, era um bocado como aqueles músicos de casamento, os da carrinha iveco amarela com os dados cor-de-rosa no retrovisor e a imagem estampada na bagageira com a informação "Tóni Ferreira, Soundworks and Lights".
Já ouviram esse pessoal a cantar? Há sempre a música da praxe, quando chega a noiva ao recinto, e começam a tocar o 'She'. Acho sempre piada à forma como a música se sobrepõe à letra em partes da música: "She, mmsrfmsdfsdfs, may be the mmssrmsmrmsrrsr, may be the msmemsrsrmsrmsrsrm..."
Lol, acho piada, apenas. Não que cante melhor, aliás, eu tenho a tendência a atropelar a música com a letra, mas o meu carro não tem nada colado a dizer "Pato Marques, Voices of Duckland". Eventualmente se um dia fizer uma serenata a alguém (à directora da repartição de finanças da zona, por exemplo) pense em estampar a imagem no carro. Dizem que aquilo sai facilmente, e quando o pessoal começar a atirar baldes de água o problema resolve-se.
Hoje, às 20.30, o país vai apagar.
Em nome de uma poupança energética de uma hora que vai salvar a humanidade, vamos juntar-nos a outros países e apagar as luzinhas por uma hora.
Sabem o que é giro? É que nós vamos apagar os faróis, mas as empresas que gerem a Produção, vão continuar a produzir electricidade... e como a Produção se irá manter, enquanto o lado do Consumo é colocado em pausa, o impacto desta merda vai ser 0.
É apenas uma opinião, porque nem sequer faço um boi de ideia de como as centrais são geridas... mas a ideia que me dá, é que isto vai dar barraca. Porque uma quebra no consumo é normalmente seguida de um pico na solicitação de serviço. Cheira-me que para as centrais distribuidoras isto vai ter o mesmo efeito dos moradores de um prédio bem grande a puxarem o autoclismo todos ao mesmo tempo.
Claro que se trata apenas de uma visão, bem ou mal pensada (ou vista) do problema... mas não consigo deixar de imaginar as centrais europeias a dar o bafo quando, às 21.30, o pessoal voltar a ligar as luzes, lol.
Um último pensamento antes de ficarmos às escuras (ou não): quando se quiserem envergonhar a solo ou não, vão visitar umas lojas com o portátil às costas.
Ao que parece, os sensores anti-roubo que colocam junto às portas, são extremamente sensíveis à merda do material dos portáteis.
É sempre divertido quando andamos com uma mochila e os alarmes disparam. Por várias vezes.
Ah, e hoje vi Deus. Ao longe, mas vi. LOL.
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