Não sou um génio. Ignoro e repudio todo e qualquer momento filosófico que tenha.
Muitas vezes deito-me a pensar, como tantos outros, no que raio é o mundo, o que é o ser-humano, e merdas semelhantes a essa.
A resposta a que chego, maioritariamente, é sempre a mesma.
O mundo, universo, a cena em que boiamos, basicamente, está concebido no seu todo, para que não passemos de simples bonecos, vagueando na sua condição de pinóquio, aqui e ali.
As mentes brilhantes dizem-nos que o dinheiro não traz felicidade. É um facto. E porquê? Por um motivo bem básico... com o dinheiro, compramos merdas que exigem manutenção ou que possuem custos de utilização. Então, sempre que adquirimos uma porcaria qualquer, desde o relógio até ao Monte Alentejano, é mais um custo que temos. E então, felizes e contentes, procuramos mais dinheiro, para que o possamos colocar em circulação. E em todas estas coloridas transfusões financeiras que enchem o bolso de um gajo aqui e ali, o pessoal que efectivamente mete o dinheiro em circulação, é que se vai foder a trabalhar para o conseguir. O pessoal trabalha, para ganhar dinheiro, para gastar, e para precisar de mais dinheiro, obrigando-os a trabalhar ainda mais, de forma a que não possam usufruir do que compraram. Porreiro, não é?
Depois consideram um gajo feliz porque ganha mais.
Uma cena importante. Um gajo seria feliz se não tivesse de trabalhar. Um gajo todos os dias pode até dar mais um passo na conquista pela sua felicidade, mas esta, se existir, ocorrerá um dia bem lá no fundo, para lá da curva do horizonte, quando, ao lado de alguém, se olha para trás e percebe que se conseguiu alcançar uns 10% do que tinha sonhado, quando os filhos entram em casa com os netos a fazer a festa, e quando se terminam os dias no tal alpendre a ver o último sopro do vento a passar no final da tarde.
É uma visão divertida, não é?
Muito provavelmente pelo avançado da hora, e porque considerando a hora a que me vou deitar, o tempo que ficarei a olhar para o tecto, o tempo que irei demorar a adormecer e, logo de seguida, em questão de minutos, a chegada do toque de alvorada, começo a acreditar que amanhã estarei com o mesmo ar de louco (ou pelo menos com os olhos) com que estava hoje.
Parece-me então ser o momento ideal para me deixar de merdas, desligar a porra do portátil, e ir falar com o Snoopy e a almofada.
Vou tentar acreditar que amanhã vou conseguir entrar na casa de banho, e ficar lá 5 minutos sem que alguém me deixe às escuras. De qualquer forma, é algo deliciosamente brutal, quanto mais não seja para quebrar a rotina dos dias sombrios que se reflectem nos pensamentos nocturnos mais obscuros.
Boas noites!
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