É curioso.
Estou a morrer de sono, mas não há forma de dormir. Seria o prato ideal para uma noitada de posts inúteis e sem sentido algum no meio do blog.
Por outro lado, não sei o que escrever. Ou não.
Volto a reparar mais nas pessoas que me rodeiam. Começa com o meu vizinho paranóico de olhar triste, ao sair de casa de manhã cedo, porque tem a noção perfeita que é e está doente, e não tem como voltar a ser o que era. As pessoas já não sorriem, nas ruas. Quase que é preciso arrancar sorrisos à malta, de tão obscuras que andam as nuvens que nos cobrem. Mas são assim o mundo, a vida e outras premissas que mantém o ecossistema no local.
Hoje, um pensamento (um entre muitos) surgiu-me do nada.
Quando vou ao hospital e digo a um médico que me dói o rabo algures, ele diz-me que tenho de especificar. Então, apalpa-me os humores nádicos e ainda me dá uma descasca porque não sei exactamente o que me dói. Por outro lado, quando o doutor tem um problema no computador, liga aos gritos a um gajo a dizer "não funciona". Ok, coisa fofa, mas o que é que não funciona? "Não funciona, não funciona, não funciona". "Mas é capaz de especificar, para eu fazer o diagnóstico?". "Ah, não sei nada disso, sei é que não funciona".
Acho positivo. Quando eu não especifico, enfiam-me um termómetro no olho do cú. Acho que da próxima vou levar 5 metros de cabo de rede para uma colonoscopia ao bacano que não me souber dizer o que se passa. Parece-me justo e coerente.
As pessoas são também imensamente divertidas.
Hoje perguntaram-me como é que desejava ser tratado.
Meio na dúvida, respondi... "Apenas Pato"
A resposta veio de imediato. "Ah, claro, mas Pato como? Senhor? Doutor? Engenheiro? Uma combinação destas?"
Já sem saber se haveria de rir com tamanho absurdo ou chorar com tal estupidez, pedi que me tratassem apenas por Pato, visto ser o meu nome.
Seria bem registado, o ar chocado do sujeito, a olhar para mim, como se eu tivesse de ter um apêndice no nome que a minha Mãe me deu. Foda-se, mas qual é o problema desta malta?
Ao menos há algo que me conforta. Na sanita ou no caixão, ao menos aí somos iguais para toda a gente. A cagar ou desfeitos em merda, parecem ser os únicos locais onde nos tratam normalmente.
O mundo anda doente.
Sem comentários:
Enviar um comentário