02/04/2008

pérolas (literalmente)

Normalmente seria o tipo de post a colocar no blog da javardice... aquele que partilho com o meu bom amigo Pato Afonso (já agora... ele existe mesmo... o Pato Afonso não é uma personagem criada por mim, como alguns já pensaram); contudo, achei que era uma pérola literária tão... tão... nem sei... que decidi publicar aqui.
Doeu-me só de ler; por outro lado, não consigo parar de rir.


A depilação masculina

Via eu televisão numa tarde de domingo, naquele horário em que não se pode inventar nada para fazer, pois no outro dia é segunda-feira, quando a minha esposa se deitou ao meu lado e começou a brincar com minhas 'partes'.
Após alguns minutos ela veio com a seguinte ideia:
- Por que não depilamos os seus ovinhos? Assim eu poderia fazer 'outras coisas' com eles.
Aquela frase foi como um sino na minha cabeça.
Por alguns segundos imaginei o que seriam 'outras coisas'.
Respondi que não, que doeria coisa e tal, mas ela veio com argumentos sobre as novas técnicas de depilação e eu, imaginando as 'outras coisas' não tive como negar.
Concordei.
Ela pediu-me que tirasse a roupa enquanto iria buscar os equipamentos necessários para tal feito.
Fiquei a olhar para a TV porém, a minha mente vagueava pelas novas sensações... e só acordei quando ouvi o beep do microondas.
Ela voltou ao quarto com um pote de cera, uma espátula e alguns pedaços de plástico.
Achei estranho aqueles equipamentos... mas ela estava com um ar tal de 'dona da situação' que deixaria qualquer médico urologista a sentir-se como um aspirante.
Acalmei e autorizei o restante processo.
Pediu-me para que ficasse numa posição de quase-frango-assado e que libertasse o aceso à zona do agrião.
Pegou nos meus ovinhos como quem pega em duas bolinhas de porcelana e começou a passar cera morna.
Achei aquela sensação maravilhosa!! O Sr. Pinto já estava todo contente como quem diz: 'sou o próximo da fila'!!
Inicialmente imaginei quais seriam as 'outras coisas' que viriam.
Após estarem completamente besuntados de cera, ela embrulhou-os no plástico com tanto cuidado que eu achei que iria levá-los de viagem.
Imaginei onde ela teria aprendido aquela técnica de prazer: na Tailândia, na China ou mesmo na Internet.
Alguns segundos depois ela esticou o saquinho para um lado e deu um puxão repentino.
Todas as novas sensações foram trocadas por um sonoro PUUUUTA QUEEEE O PARIUUUUUUU.
Olhei para o plástico para ver se o couro do meu saco não tinha ficado agarrado.
Ela disse que ainda restavam alguns pelinhos e que precisava de passar de novo.
Respondi prontamente: "Se depender de mim eles vão ficar aí para a eternidade!!"
Segurei o Dr. Esquerdo e o Dr. Direito nas minhas respectivas mãos, como quem segura os últimos ovos da mais bela ave amazónica em extinção e fui para a banheira.
Sentia o coração bater nos ovos.
Abri o chuveiro e foi a primeira vez que molhei o saco antes de molhar a cabeça.
Deixei a água gelada escorrer pelo corpo durante alguns minutos.
Saí do banho mas, nesses momentos de dor qualquer homem se transforma num bebé: faz merda atrás de merda.
Peguei no gel pós-barba com camomila 'que acalma a pele', enchi as mãos e passei nos ovos.
Foi como se tivesse passado molho de pimenta.
Sentei-me no bidé na posição de 'lava tcheca' e deixei o chuveirinho acalmar os Drs; com a toalha de rosto abanei os ovos como quem abana um boxeur no 10° round.
Olhei para meu pinto. Ele estava tão feliz há minutos atrás, e agora estava tão pequeno que mais parecia irmão gemeo de meu umbigo.
Nesse momento, a minha esposa bate na porta da casa de banho e pergunta se eu estou bem.
Aquela voz antes tão aveludada e sedutora ficou igual à de uma gralha.
Saí e voltei para o quarto.
Ela argumentava que os pintelhos tinham saído pelas raízes, que demorariam a voltar a nascer.
"Pela espessura da pele do meu saco, aqui não nasce nem penugem" - respondi.
Vesti a camisa do pijama e fui dormir (somente de camisa).
Naquele momento, sexo para mim, nem que fosse para perpetuar a espécie humana.
No outro dia pela manhã vesti-me para ir trabalhar.
Os ovos estavam mais calmos porém, mais vermelhos que tomates maduros.
Foi estranho sentir o vento bater em lugares nunca antes visitados.
Tentei vestir as cuecas, mas nada feito.
Vesti a calça mais folgada que encontrei no armário e fui trabalhar sem cuecas.
Entrei na minha secção a andar como um cowboy.
Dei os bons dias a todos, mas sem os olhar nos olhos.
E passei o dia inteiro a trabalhar em pé com receio de encostar os tomates maduros em qualquer superfície.
Conclusão: certas coisas devem ser feitas somente pelas mulheres.

Não adianta tentar misturar os universos masculino e feminino.

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