26/07/2008

nú-clear

É fascinante como tudo se passa sem que nós saibamos exactamente como se passam as merdas.
Ontem andava tudo preocupado com a cor das cuecas do nosso Primeiro, com o diploma, com o estado da nação, com a Quinta da Fonte e o preço dos combustíveis. Então, alguém lança para o ar a pergunta que mais tem atormentado e preocupado os portugueses nos últimos 25 anos... "E a energia nuclear??"
Ahhhh, pronto, mas isso é outra pergunta...! Agora sim, temos assunto para mais seis meses.
Eu já andava preocupado... agora que o Apito Dourado terminou, a Maddie foi arquivada e já sabemos que o Processo Casa Pia continua no mesmo sítio de sempre, vamos falar de merdas importantes... E a energia nuclear??
Assim de repente até começo a achar que os sem-abrigo e a malta a morrer de fome é um assunto sem qualquer importância. Afinal, o que fazer ao urânio???
Parece aquelas conversas que a malta tinha em família. Quando se começa a tocar num assunto que não é o adequado para o momento, alguém muito inteligentemente muda de conversa e ninguém percebe.
"Ah, pois... e a Zézinha... que deixou o marido e as filhas e foi viver uma relação lésbica com outra mulher..."
"Pois, é triste..."
"Pois, isto é uma vida..."
"Pois é..."
"Pois..."
"Ah, e o Benfica?? Viram o Benfica??"
"Epa, jogo de merda..."
"Pois, é o habitual"
Normalmente é sempre uma boa estratégia... falar do Benfica ou de qualquer outro pequeno clube. Para além de se baixar o nível da conversa, conseguimos que os cérebros encolham e que parem 90% do processamento... depois daí a partir para a onda das piadas e de beber como se não houvesse amanhã, é um pequeno passo. Francamente... no meio disto tudo, já ninguém se lembra da Zézinha...
De facto, o modelo "Energia Nuclear" foi fantástico... terei de me lembrar dessa para quando um dia tiver novamente família.
Quando fizer merda e as coisas andarem pretas, sempre posso dizer:
"Epáhh, e a energia nuclear? O que podemos fazer acerca disso?"
Se o conseguir fazer com a mesma discrição e classe que o gajo do Banco de Portugal transpira por todos os seus poros... efectivamente sou capaz de ter sorte.

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