Acordamos de manhã e estranhamos.
Andamos às voltas, até que entendemos que, de facto, o que estamos a fazer é mesmo a andar às voltas. Não que queiramos mesmo andar às voltas, mas não temos alternativa. O problema deste tipo de aquários é mesmo serem redondos.
Partimos de um ponto e, quando menos esperamos, estamos de volta a esse ponto.
A questão é perfeitamente irritante e apta a enlouquecer-nos porque procuramos respostas às nossas questões, soluções para os nossos problemas e simetrias no nosso polígono existencial. Mas as respostas não existem, as soluções são tudo menos previsíveis e as simetrias, essas, são simplesmente inexistentes.
Como uma pequena carpa isolada no aquário, andamos a bater com o focinho no fundo, tentando procurar a pedrinha solta que resolveria tudo mas que nem sequer parece querer ser encontrada.
A obsessão com a cena do caril anda também a dar cabo de mim.
Acima de tudo, devo ter o intestino delgado inflamado. O grosso tende a ir pelo mesmo caminho.
No sábado a minha avó paterna teve a brilhante ideia de me fazer uma festa na cara.
Não estou habituado. Há muito tempo que não tenho acesso a esses tipos de demonstração de afecto ou lá o que sejam.
A primeira coisa que me passou pela cabeça foi qualquer coisa como "foda-se, o que faço agora?"
E efectivamente, nos milésimos de segundo que se seguiram, foi exactamente nisso que pensei. "Foda-se, foda-se, foda-se! O que faço????"
Momentos de pânico que me levam ao pânico, tal como seria objectivamente de esperar.
Seria bem mais agradável e previsível que me mandassem levar na peida.
Não gosto de surpresas! Não façam estas merdas!!!
Há cerca de três dias tive mais uma ideia brilhante. Enquanto procedia à remoção profilática da penugem da zona púbica sovacal, tomei a liberdade de observar os meus mamilos.
Reparando que aqueles cabelos espetados eram mesmo um bocado marados, e já que me encontrava no banho, de lâmina de barbear na mão... pensei: "por que não...?"
É o meu espírito de asneira sempre no seu melhor.
Mais um conselho aos jovens da Patolândia... não o façam.
Tem o mesmo efeito de andar a esfregar cubos de gelo no peito, com a desvantagem de passar o fim de semana a esfregar - perdão, a coçar - os novos cabelos que vão crescendo.
Assim anda o mundo. Pelo menos o meu. Sem after-shave.
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