09/11/2008

i'm a belieeeever

O pessoal tende a não acreditar em mim.
Não devo ter um ar muito sério, seja pela barba mal-feita ou pelo ar alucinado. A pergunta óbvia é sempre "a sério???".
"Não... apeteceu-me fazer uma piada..."
No outro dia alguém me respondeu com um brilhante "juras pela saúdinha da tua Mãe?".
Epa, não sei ao certo por que raio metem sempre a minha Mãe ao barulho, mas sim, quis ser agradável e tentei ser o mais honesto possível sem me chatear... "não, tu não ias querer que eu jurasse pela saúde dela; se o fizesse estaria a mentir...".
No outro dia um leitor atento perguntou-me como era eu capaz de fazer tantas piadas a respeito da morte da minha Mãe.
Resposta fácil... já abordei isto várias vezes. Quando um gajo topa que está sozinho, qual gorila órfão enfiado no meio da selva, das duas uma: ou se senta debaixo de uma árvore a chorar, ou então procura sobreviver e gerir as coisas à sua maneira. Possivelmente ninguém compreenderá, possivelmente a única pessoa que compreenderia está num pote, possivelmente nem eu mesmo compreendo.
Sempre que vou ao barbeiro prometo a mim mesmo que nunca lá mais vou voltar. A cabeleireira que trabalha para ele não consegue estar dez segundos calada.
"blá-blá-blá-blá... e hoje tenho um alto aqui na cabeça..."
"Será um corno?" - pensei
"dá cá o dedo, dá cá o dedo para sentires"
E agarrou-me no dedo e espetou-mo na cabeça dela para eu sentir o tal altinho...
Senti-me violado.
De facto, ainda me sinto meio sujo.
Já é meio surreal, o facto da janela da casa de banho dar para o acesso da casa da vizinha.
O que chateia é um gajo não poder fazer o barulho que quer na sanita porque a vizinha está a falar ao telemóvel do lado de lá da parede.
"Tão vá, beijinhos grandes..."
Vamos lá a ver... o que raio é um 'beijinho grande'? Isto quer dizer que também há beijinhos pequenos?
Só por si isto já é uma incoerência abominável e sinistra... um beijinho é algo pequenino. Mas depois fica grande? Beijinho grande? Melhor só mesmo as beijocas fofas...
Eu já tinha falado algures acerca dos beijos, mas um beijo é um beijo, não há como o distorcer numa vertente marada com agregações de grandes, fofos ou pequenos.
É mesmo inconsistente, como se avaliássemos a dimensão do beijo de acordo com o gostarmos mais ou menos do destinatário... e fazem sempre questão de utilizar o apêndice: "fofos", "grandes", "do tamanho do mundo"...
Uma boa alma fez questão de me indicar onde se vendem os míticos chapéuzinhos de chocolate. Uma outra boa alma, deu-me efectivamente dois chapéuzinhos de chocolate. Uma terceira alma disse que eu estava doido.
No seu todo, creio que foi positivo.
Meu Deus, há imenso tempo que não comia disto...
De qualquer forma, tenho olhado atentamente em meu redor e continuo sem ver o raio dos chapéuzinhos de chocolate.
Escondem-se de mim, possivelmente.
Estava a tentar pensar com os meu botões. O gajo da Fábrica de Chocolate também procurava uma família. Eu tento adaptar-me à que me caiu de repente nos cornos.
Semelhanças? Poucas. Adoro chocolate, talvez seja isso.
Deve ser uma acção concertada da parte dos revolucionários da República do Chocolate.

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