16/07/2008

snafu

Há algumas palavras que nos marcam para a vida.
Creio que 'Mãe' deverá ser uma palavra vertical às nossas vidas de uma forma geral. Possivelmente há mais uma ou duas palavras, normalmente alguma coisa que nos dizem e que fica para sempre armazenada em memória não-volátil... E, finalmente, consigo encontrar uma última palavra para colmatar as minhas deficiências de personalidade.
Snafu!
Isto pode parecer extremamente geek, mas o facto é que snafu acaba por dizer muito mais acerca da minha vida que um simples 'foda-se' ou um artificial 'caralho'. O 'merda' também já começa a ficar gasto... pelo que 'snafu' é mesmo excelente.
Neste ponto do meu imaginário, metade dos leitores ainda não apanharam o termo. Aconselho uma rápida verificação no google. Caso desejem procurar o significado, recomendo que escrevam "snafu + meaning" no google. Bom, o sinal de + é altamente importante pois vai indexar as pesquisas da palavra 'snafu', dando especial atenção a todos os resultados que incluam também a palavra 'meaning'. Ou então escrevam 'wikipedia + snafu' e deverão encontrar a página de desambiguação (adoro esta palavra) do termo na Wikipedia. A alternativa, um pouco mais arcaica, será pesquisar simplesmente por 'snafu', mas isso tiraria todo o geekismo à coisa.
Suponho que também não interesse. O meu blog é pouco mais que um circo de distracção para os leitores e uma obra de poesia de vómito onde o amigo Pato Afonso consegue sempre saber como param as modas.
Gosto da nossa interacção (não estou a usar uma única ponta de sarcasmo, falo a sério). O amigo Pato Afonso vai lendo o blog e, quando lhe parece que as coisas vão dar para o torto, logo me telefona, de forma a tentar impedir que eu proceda à minha autocrucificação de cabeça para baixo.
De qualquer forma, fico muito feliz por ainda conseguir surpreender a mente brilhante do Pato Afonso.
À partida ele deverá ler isto daqui a umas horas, no intervalo do café. Fica aqui a anotação. É fantástico saber que consigo ainda surpreender o Pato Afonso. É também incrivelmente assustador perceber que ele me tem em tão grande conta. Eu tento, mas parece que ainda não consegui desiludir o meu amigo.
O que, já agora, é algo que faço recorrentemente. Desiludir os outros é um dos meus passatempos.
Ao desiludir o pessoal, garanto que se fartam de mim facilmente, podendo então dar azo à capacidade de me desiludirem, o que é agradável de uma forma geral e doloroso de uma maneira muito particular.
É fantástica a ideia de haver pessoal com problemas. Mais porreiro ainda é conseguir-se criar um problema entre problemas, levando assim a um problema sem aparente resolução e que, ao menos a um dos problemas do problema, gera mais um problema.
De que raio estou a falar... de algo complicado. É sempre uma forma simpática de ver a situação.
Algures por estas linhas, o Pato Afonso estará a indagar-se a que horas terei flipado completamente. De facto, já flipei há algum tempo, mas agora consigo ser bem mais sarcástico a falar disto.
Andasse a terapia a resultar e voltei ao estado que me caracterizava. Tenho a certeza que a grande maioria dos leitores ficará bem mais agradada com esta situação. O novo Pato Marques começava a cansar, sempre preocupado e lamechas; na realidade, o velho Pato Marques, aquele que metia fotos do fundo da sanita (após a utilização) no seu blog, era possivelmente bem mais divertido. Mais afectado dos cornos, é um facto, mas com uma forma de ver as coisas que merecia os aplausos de todos os leitores.
É engraçado verificar o comportamento social dos seres-humanos quando nos encontramos numa fila qualquer. Podem estar cem pessoas à nossa frente mas, quando formos atendidos, passaram apenas umas trinta. Isto porque as restantes setenta desistiram.
É um facto! É muito mais fácil desistir, meter a senha no lixo e virar costas, que fincar o pé e manter a sua posição até ao fim.
Nunca saí de uma fila, por muito grande que ela fosse.
Actualmente começo a perceber que o problema não se encontra só no número de pessoas que temos à frente... há filas que se mexem. Sou capaz de estar horas à espera que chegue o meu número e, quando toca o indicador, a fila retomou a contagem e mudou de balcão.
Ao terminar estas linhas, faço a seguinte contagem:
50% dos leitores deixaram de ler ainda no primeiro parágrafo (há outros blogs bem mais fixes);
10% interpretou o que estava a escrever de outra forma;
20% ainda andarão à procura de 'snafu';
30% leram tudo mas cagaram na história... e nem perceberam que a estatística somada dava 110%...

Como sou um fofo... e como presente para quem leu até ao fim e não sabe o que significa SNAFU...
situation normal, all fucked up

6 comentários:

RN disse...

Pronto (ou "prontos", se quiser imitar a arte de bem-falar da vasta maioria de indigentes que pululam este território cada vez mais mal frequentado), são fases que todos atravessamos.

Acredita, porque que sei do que falo: o tempo resolve tudo. Mas a espera é uma grade foda, também sei...

E desiludiste uma pessoa, não a humanidade. Já agora, se ela não foi capaz, até agora, de te dar uma nova oportunidade, apesar de todas as tuas demonstrações inequívocas de arrependimento, porque raio merecerá ela todo esse teu auto-consumo emocional?

Ah, é verdade, também desiludes a tua avó por não abandonares o emprego, os amigos, a blogosfera e tudo o mais para te tornares no seu escravo ainda mais dedicado.

Pato Marques disse...

Não espero que compreendam. É complicado.
A razão tem razões que a própria razão desconhece.

RN disse...

Chega a ser quase divertido verificar que estás convencido que os outros não entendem os teus dramas, as tuas escolhas... como se fosses o único ser à face da terra que pudesse realmente compreender o que é sofrer de, neste caso, momentânea solidão e/ou uma paixão não correspondida. Pois, pois...

A vida tem várias etapas:

- Primeiro ambiciona-se o Amor, de uma forma centrada quase exclusivamente na espiritualidade. E é uma foda...

- Depois deseja-se sexo. Quando há é bom (ou mesmo muito bom).

- Finalmente só já desejamos que não nos chateiem muito os cornos... e, aí, surge a hipótese de sermos felizes.

Pato Marques disse...

Amigo Afonso... tenho estado com o rato a oscilar entre o 'publicar' e o 'não-publicar' do teu último comment.
Devo dizer que está excelente (com algumas cenas erradas, mas excelente); de qualquer forma, ficarias muito chateado se te censurasse mais este?
Desde que não seja sinónimo de nunca mais deixares um comment, estava tentado a fazê-lo...

RN disse...

Deves fazer o que manda o teu espírito.

Quanto ao resto, a tentação para comentar os teus posts sobrepõe-se sempre a qualquer sentimento do tipo "grande cabrão que anda a censurar aquilo que carinhosa e presunçosamente lhe escrevo"...

Estás à vontade!

Pato Marques disse...

Vês... não censuro tudo...