10/11/2008

o vírus

Diário de Bordo.
11 de Novembro do ano da Graça de 2008.
Navegando há meses em alto mar, sem água ou fruta fresca, os homens estão a um bico da revolta.
No lindo dia de hoje, tentei cheirar as mais belas flores e plantinhas que abundam ainda nos jardins. O sol, esse, espreitava feliz e contente detrás das nuvenzinhas de enxofre que se formava, aguardando o dia do Juízo Final, em que os Cavaleiros nos irão encontrar estendidos e secos algures, com os vermes a roerem-nos o pouco que sobrar dos ossos.
Não sei porquê, mas hoje acordei a apetecer-me ser um porco machista.
As mulheres são como os Bancos. Julgam-nos spreads, acham que podem fazer oscilar a nossa capacidade de lhes dar mais ou menos valor acrescentado. Ora exageram na taxa de juro, ora estão prontas a desvalorizar a malta ao máximo.
Mas o que importa é que mais cedo ou mais tarde, o Banco acaba sempre por nos lixar.
Até os pequenos Bancos se agarram a nós e passam-nos uma constipação que nos faz vomitar os pulmões pelo umbigo.
Não sinto os cornos nem o fundo da laringe. Os olhos estão a inchar e a ver cada vez menos em profundidade.
Estava a ver no outro dia as notícias e parece que os socialistas se destacam agora com 38.6 por cento das intenções de voto.
Eu sinceramente ainda não percebi muito bem esta gente.
Compreendo que a nossa gama de escolha não é muito grande. Temos pedrados e lunáticos de um lado, e cabrões e filhos da puta do outro. Independentemente do que façamos, é sempre mais um conas que se vai encher para o poleiro. Mas, pelo amor do tipo lá de cima... é preciso meter sempre lá os mesmos??? Vocês não aprendem???
Este ano passou num instante.
Estou com a sensação que ainda ontem era Natal. Devido à proximidade da época, é bem possível que, de um momento para o outro, o tempo possa ter começado a contar ao contrário. Pelo menos é fisicamente possível, embora improvável.
Assim sendo, o Natal teria sido há dois meses.
Hummm... até faz sentido. Epah, que grande merda! Já estamos em Fevereiro! FODA-SE!
Aquela cena da comparação da curvatura natural do Universo a uma pizza fatiada (deu no Discovery...) e a correspondente manipulação da estrutura temporal continua a dar que pensar.
Ocorreu-me que normalmente, as coisas ou são carne ou são peixe.
A não ser que encontremos um besugo disfarçado de vaca. Ou então uma vaca disfarçada de besugo.
A transexualidade tem destas cenas.
Um dia passa um porco na rua com uma tanga rendada a saltar como um elefante.
Isto se os elefantes saltassem.
Ou se usassem tanga.
A bem dizer, o facto é que nos encontramos todos a caminhar para a loucura completa.
MUWAHHHAAAAHAHAHAHAHA!

2 comentários:

RN disse...

Já reparaste na quantidade de vezes que fazes referência a vermes nos teus escritos? Um Pato é um Pato e os vermes até podem fazer parte da sua dieta, mas esta tendência pode indiciar algo que, acredita, é sempre preferível evitar.

Por outro lado, segue o meu conselho: Não te armes em "Chico-Pato-esperto" fazendo comparações - ainda que muito acertadas - entre as gajas e os instrumentos financeiros responsáveis pela nossa ruína. As gajas têm o poder! Logo, não devemos hostilizá-las. Chama-se a isto sobrevivência - ninguém disse que tinha de ser bonito.

Por último, deixo-te uma mensagem mais natalícia: Os patos devem estar unidos e celebrar as festividades em questão todos juntos. Que te parece?

Pato Marques disse...

Gosto da palavra "verme", só isso.
Acho que cai sempre bem. É como a chuva no Inverno.
Eu não hostilizo ninguém. Paz!
Rotfl.

Quanto às festividades... vamos ver, pode ser? A chegada abrupta da nova família já gerou convites que ainda não sei se vou ou não recusar.
Mas soava muito bem, o Natal Patino.
Tenho de recolher ao meu canto no universo e pensar. Obrigado ;)