o livro facial

Actualizei o meu perfil no Facebook.
Agora, por motivos desconhecidos, há malta que me manda mails a dizer que têm saudades minhas. Malta da América Latina.
Tipo, os tempos de anti-americano já lá vão... sou um ingénuo com uma pequena esperança no Buraca Abana.
Seria pedir muito que tentassem não me foder os cornos que, por sua vez, já estão suficientemente queimados?
Então adicionei uma venezuelana, pensando estupidamente que seria uma colega de trabalho.
Yah... deve.
Ontem, já a altas horas (na prática foi hoje, de manhã cedo), descobri que o Facebook tem um sistema de chat. Então a jovem veio chatear-me ainda mais os corninhos.
Obrigando-me a puxar pelo meu básico castelhano, desata a falar comigo como se fosse um amigo de longa data dela.
Como a paciência não é muita, expliquei-lhe que devia estar enganada... afinal, este Pato Marques é Lisboeta, de Portugal... e não Venezuelano.
Mas ela não acreditava, e insistia que eu era o Pato Marques (imagine-se, o outro caramelo tinha o mesmo nome que eu) e que graças a Deus, o Facebook existia para nos juntar novamente.
Tipo. Filha, se o Facebook é ou não criação divina eu não sei... o que eu sei é que é diabolicamente aborrecido insistires que sou o Pato Marques venezuelano, casado e com dois filhos que pensas que sou. O curioso nisto tudo é que ela conseguiu identificar-me pela foto. Uma foto amplamente conhecida deste pato, numa cozinha de um outro pato, a cozinhar...
"Deves ser um sósia dele"
"Quanto é que já bebeste hoje, mesmo?"
Ignoro se ainda me voltará a chatear mas, de facto, não me pareceu mesmo nada que ela tivesse ficado convencida. Depois de toda esta merda, ainda me deve ter perguntado umas cinco ou seis vezes se eu nunca tinha mesmo morado na Venezuela.
Já prestes a largar um "vai-te foder, mas vai sozinha", sonoro e inconstantemente gráfico, achei por bem explicar à jovem que na terra deste pato, já eram horas de ir ter uma outra conversa, mas com o João Pestana que, imagine-se, não parece ter sósia no outro lado do Oceano.