Os animais de estimação são algo de deprimente.
Os cães, ou são uns selvagens que mordem tudo o que mexe, ou então ficam ali com aquele ar pachorrento e desinteressado.
Já os gatos... bom, os gatos são lixados. Para lá daquele ar sensível, são uns sacanas de primeira que arranham à primeira hipótese. E se forem gatos de uma fêmea... bom, aí o trabalho é a dobrar porque há que conquistar o animal antes de tentar sequer conquistar a dona.
Patos, ninguém adopta como animal de estimação. Para começar, pensam. E como tal, dão palpites acerca de tudo. Ou então, mantém-se em silêncio e depois arreiam cabeçadas nas coisas quando estão sozinhos. E, de facto, os patos são algo desinteressante que só servem para largar penas pela casa. E em última análise, abre-se a porta do elevador e atira-se o pato lá para dentro...
Bom, para dizer a verdade, por vários motivos, sempre tive um aquário com peixes.
Deixei-me disso. É francamente deprimente.
Os tipos andam por ali a abanar a barbatana de um lado para o outro e a fazer 'bop, bop... bop'. Depois chateiam-se e vão até ao fundo do aquário, ou então escolhem um local e ficam muito quietos. Nunca se sabe ao certo se já morreram ou se estão vivos. Um dia a água começa a cheirar mal e verificamos que começaram a cair partes do seu corpo que, devido ao fenómeno da impulsão, ficam a boiar no topo do aquário. É algo agradável... água, pedrinhas, uma alga, metade de um peixe, a cabeça a boiar. No fundo, é algo semelhante a uma lata de atum ao natural. Só que neste caso a lata é transparente.
E ficamos a olhar para o corpo semi-despedaçado do animal, e como nos apartamentos da cidade não temos jardins onde possamos enterrar os nossos amigos em caixas de fósforos... pegamos no aquário, depejamos aquela merda toda na sanita e puxamos o autoclismo.
Já quando vamos de férias, dá sempre merda.
Experimentei de tudo.
Dei comida a mais a um, e o animal decidiu comer tudo de uma só vez... duas semanas depois cheguei a casa e tinha as tripas a boiar;
Dei comida a menos a outro, para não acontecer o mesmo... o gajo devia estar com carência afectiva e, na falta de chocolate, andou às cabeçadas às pedras. Quando cheguei tinha o gajo todo rebentado. Esse ainda tive de raspar os restos que ficaram...;
Um outro acabei por entregar na loja de animais... ingenuamente. Obviamente que quando voltei acabei por ter de comprar outro.
Uma observação curiosa e que, embora irónica não me tinha ainda sequer lembrado dela, é que tinha a pancada de dar nomes a todos os meus peixes... a piada reside no facto de na altura viver fascinado com a Rua Sésamo e, consequentemente, todos os peixes tinham o nome de Egas. Claro que ia incrementando sempre um número: Egas I, Egas II, Egas III... quando chegou ao 20º caí em mim e guardei o aquário.
Penso que deva ser um serial killer de peixes ou coisa parecida.
Os cães devem ter uma atracção particular por mim. Agora já passo mais despercebido, mas tempos houve em que era frequente perseguirem-me. Foi até aprender que o truque era atravessar a rua segundos antes do autocarro passar, eh eh... (kidding) na realidade aprendi que os cães são como os humanos. Se chateiam muito, não há nada que um bom pontapé nos jardins suspensos não resolva.
Tecnicamente, deveria haver uma lição a retirar daqui, certo? Confesso que não me lembro de nada... o Sporting acabou de empatar com um clube da divisão de honra e a expressão 'animal' não me saía da cabeça.
De facto, há muito tempo que a expressão animal não me sai da cabeça. Por motivos variados, é um facto, mas hoje em particular, depois do jogo, veio-me novamente à ideia.
Cumprimentos patinos
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