23/03/2008

devaneios de Domingo de Páscoa

Uma das coisas que chateia nos chamados dias festivos, é a estupidificação da sociedade.
No Natal, todos gostam uns dos outros; mesmo se durante todo o ano a malta se anda a apunhalar pelas costas, o Natal é sempre o Natal, é Paz e Amor... Provavelmente, poucos serão aqueles que se lembram efectivamente do que se celebra no Natal, e como faria muito mais sentido cantar o "Parabéns a Você" que o "Toca o Sino"...
A Páscoa, é igual.
Em primeiro lugar, parece ser mais parecido com uma festa de família, bafejada pelo consumismo dos folares, pães-de-ló e Bolas de Lamego que outra coisa qualquer.
Depois, para agravar a situação, a malta lembra-se subitamente que afinal até acreditam em Deus e em Jesus Cristo que, só para que saibam, são duas entidades distintas e nada têm a ver com coelhos nem ovos.
Mesmo que amanhã tudo volte ao normal e, a bem dizer, se recomecem a invocar valentes alarvidades a respeito de religião. Mas hoje, claro, todos são bons cristãos...
Pergunto-me se não seria interessante fazer da Páscoa, um dia existente em todos os dias do ano. Como o Natal! Ou não dizem que é quando o Homem quiser?
Acabemos com os sms's de Natal e de Páscoa. Olhemos para as pessoas de quem gostamos, da mesma forma especial, durante todos os dias do ano. Não será por ser Natal, Páscoa ou Ano Novo que é diferente.
Ouvi dizer no outro dia que se mandam mensagens para que os outros saibam o quão importantes são para nós.
Certo... concordo. Mas, se calhar, está na altura de começar a fazer isso todos os dias. Isso sim, faz algum sentido. Senão a malta acaba é por pensar que só nos lembramos quando é Natal... ou Páscoa.
E quando me refiro a mensagens, não falo apenas de sms's ou mms's que servem apenas para engordar os bolsos a uns quantos tipos das telecomunicações. Usem e abusem do telefone (voip é grátis...), dos emails ou até mesmo da voz. O meio de comunicação mais básico e simples do mundo, encontra-se em nós mesmos. Se a malta a quem mandamos mensagens uma vez por ano é realmente importante então... digam-lhes isso todos os dias, ou sempre que possível.
Já agora... Deus não existe apenas uma vez no ano. É um facto que há quem acredite e quem não acredite. Mais do que entrar em filosofias e questões sem sentido, irrita-me brutalmente é que quem acredita, só se lembre nesta altura.
Tipo... ou Existe durante todo o ano, ou não existe de todo. Não há situações de meio termo.
Mas, de qualquer forma... Boa Páscoa para os meus leitores.

Sem comentários: