29/03/2008

gelados

Na minha habitual carência afectiva, hoje apeteceu-me algo doce.
Bom, lá fui ao mini-mercado do Sr. Armando e da mulher e decidi-me a comprar um gelado.
Na realidade, a compra de um gelado, por muito simples que seja, gera sempre uma explosão de merda no meu pequeno cérebro, criando a habitual diarreia mental.
Enfim.
Experimentem olhar para o cartaz dos gelados.
Uma coisa que é altamente enervante é o facto de não existir uma loja que tenha efectivamente todas as variedades representadas na porra do cartaz.
"Ah, tem o Bola de Nata no Pau de Chocolate'"
"Pois, está esgotado... mas tem o Bola de Chocolate no Pau de Nata..."
E um gajo, antes de escolher, fica sempre na grande dúvida. É que se escolhermos um gelado que depois não está disponível, a desilusão é imensa. E isso gera pensamentos deprimentes.
Como os dias já não correm grande coisa, o facto de não haver no congelador o gelado que queremos, dá-nos alguma vontade de saírmos da loja e metermo-nos debaixo do primeiro autocarro.
O que não é muito complicado, visto que a paragem mais próxima fica mesmo ali ao lado.
Então, o melhor é sempre escolhermos os gelados mais comuns que, de facto, existem sempre.
Bem, na prática, o melhor mesmo é metermos os cornos no congelador e escolhermos directamente na fonte.
Falando em cornos... escolhemos o básico.
"Cornetto". De morango, de nata, de chocolate. É algo que há sem falha ao longo de todo o ano.
Creio que até poderia haver uma explosão nuclear, a malta ficar sem água nem alimentos básicos... mas Cornettos parece haver sempre no super, hiper, ou mini-mercado.
"Tem farinha para bolos?"
"Não, mas tenho Cornettos"
"Tem lixívia com detergente?"
"Não, mas tenho Cornettos"
"Ainda tem pão...?"
"Não, mas tenho Cornettos"
Ocorreu-me então algo importante.
Há uns anos, a Pizza Hut tinha uma publicidade em que a malta escolhia um ingrediente. Depois ofereciam t-shirts e o pessoal delirava... havia o "Eu sou tomate!", "Eu sou queijo!", "Eu sou fiambre"... e muitas outras.
Fiquei a pensar no que aconteceria se a Olá fizesse o mesmo com os gelados. E depois, pensei como seria a t-shirt do "Eu sou Cornetto".
De facto, vistas bem as coisas, faria mais sentido um chapéu com essa informação do que uma t-shirt...
Mas isso daria origem a algo interessante. Na realidade, quem iria escolher a t-shirt do Cornetto? Se me aparecesse alguém à frente com uma t-shirt dizendo "Eu sou Cornetto", muito provavelmente a minha boca abrir-se-ia e, na sua fantástica capacidade de falar antes de pensar, iniciaria um pequeno pesadelo psicológico com o desgraçado da camisola...
Também é um facto que, considerando o meu passado... seria melhor ficar calado. Mas acho um piadão à ideia do "Eu sou Cornetto". Não eu.
Pode em parte ser fruto da minha mente suja e pequenina que me permite fazer uma piada metendo um Magnum, um Epá e um Perna de Pau.
Afinal... poderia dar azo a um pensamento interessante.
Pode faltar muita coisa nas prateleiras do supermercado, mas Cornettos têm sempre.
Quer isto dizer que os cornos são fáceis de encontrar...?

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