22/08/2008

ainda o tempo

Talvez já tenha abordado esta temática aqui anteriormente.
Contudo, como já todos chegámos à conclusão, o tempo é sempre uma temática intemporal.
A própria unidade do tempo leva-nos a acreditar que quando um determinado milésimo de segundo (e porquê milésimo?) já passou, deixa de ser tecnicamente o tempo presente. Isto porque, de qualquer forma, o tempo presente nunca existe realisticamente. É impossível determinar com exactidão o momento presente, pelo que tal nunca ocorre.
Também interessante é o facto de pensarmos que os anos-luz (precisamente por serem anos), estarem de alguma forma relacionados com tempo, quando são uma distância. Uma distância longinquamente deprimente e distante, mas não deixam de ser uma distância.
O tempo assenta então em três premissas oportunisticamente bem desenvolvidas. Não o presente, passado e futuro, nem o Tempo, Jovem Pai e Velho Filho das histórias fantásticas que habitavam a minha infância povoada de cientistas loucos, gnomos psicopatas e fadas assassinas (e no meio disto entravam o Batman e os Patos...).
O tempo assenta sim na capacidade de nunca se dizer o que efectivamente se quer dizer (mas por algum motivo não se diz) no tempo útil que nos é concedido para tal, na mágica reacção de nunca se dizer de todo o que era suposto dizer-se e, na última mas não menos importante premissa, na capacidade que temos em deixar sempre algo por dizer, mesmo quando tivemos a nova oportunidade de falar, caso não tenha ainda sido tarde demais para isso.
Com a confusão a apoderar-se de todos os cérebros que se dão ao trabalho de ler estas coisas (ou merdas, na opinião de alguns patos), vou continuar a martelar a questão.
O Batman é sempre uma personagem que desafia o tempo.
Talvez por esse motivo seja a figura da juventude, adolescência e vida adulta da maior parte dos Homens.
Eventualmente pela capacidade de suportar a morte dos pais enquanto criança, talvez por ter de gerir um império, possivelmente por optar pela solidão para assumir o papel de protector de Gotham City ou então pelo carro, que é muito fixe.
O facto é que o Batman não envelhece. Desde pequenino que acompanhei os filmes, a série, os desenhos animados, os novos filmes, os novos desenhos animados, e o Morcego continua a surgir sempre como no primeiro dia.
Ou então pela parca capacidade de confiança nos outros, que leva a que trabalhe maioritariamente sozinho, também o Batman só faz asneira na maior parte das vezes.
Para que comecei a falar do Batman? Por nada em especial, foi apenas para encher chouriço porque os posts andam cada vez mais pequenos. Ou então não e até existe alguma metáfora manhosa no meio disto, mesmo que ainda não me tenha apercebido de tal.
Algo curioso relativamente ao tempo é também o tempo enquanto motivador da gestão de tempo.
O caminho que seguimos, querendo fazer as coisas de determinada forma ou não, torna-se o fantasma das nossas capacidades.
Fazer desta forma... ocupa menos tempo mas dá mais trabalho? Ou dá menos trabalho mas demora mais tempo? E se dá mais trabalho, por que demora menos tempo? Isto faz algum sentido ou já são apenas migalhas horárias naquilo que pretendemos fazer?
Depois temos a definição de tempo em relação ao universo comum.
A minha avó ainda não deve ter topado que já não temos tempos em comum.
O meu tempo não é o tempo dela.
Mas continua a querer que sacrifique o meu tempo em prol do dela. Ainda não entendeu que o tempo dela já deveria ter acabado. Ainda não entendeu que já não está incluída na minha definição de tempo. É um mero ponteiro de segundos no relógio que retrata a minha vida.
Mas a Coisa continua a querer todo o tempo do meu mundo só para ela, como se de qualquer canção do Rui Veloso se tratasse, não entendendo que já só tenho para cantar uma "125 Azul".
Enfim.
Ultima anotação relativamente ao tempo...
Já repararam na velocidade com que os jamaicanos correm?
Estou a pensar em trocar o meu cdti de 90cv por uma carroça de 5 jamaicanos-vapor... (só para terminar, foi a piada da noite)

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